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Insegurança faz Correios suspenderem entregas em 62% dos CEPs de São Vicente (SP)
Ainda estava escuro quando o grupo de policiais avançou rumo à pequena ponte que dava acesso ao endereço-alvo. A tentativa foi, porém, repelida por disparos de fuzil. "Parecia que estávamos chegando a uma área em guerra no Oriente Médio", lembra Flávio Montebello Fabri, que à época era tenente-coronel da PM paulista.O território onde o oficial se viu em situação de perigo fica, entretanto, a apenas 65 quilômetros da capital paulista. Trata-se de uma das favelas da Baixada Santista onde o crime organizado exerce controle quase total, a exemplo das áreas em Guarujá e São Vicente onde, respectivamente, um soldado da Rota e um sargento aposentado foram baleados —ambos morreram.Um dos termômetros da falta de segurança na região é o levantamento feito pela Folha que aponta que São Vicente, cidade onde Fabri e a equipe foram atacados, lidera o ranking nacional de CEPs (Código de Endereçamento Postal) "bloqueados" pelos Correios para entrega de correspondências. "O CEP de destino está temporariamente sem entrega domiciliar", informa o site da empresa.Em São Vicente, 62% (801) dos 1.286 CEPs existentes não têm entrega domiciliar por estarem em áreas consideradas inseguras e, por isso, os carteiros não se arriscam a enfrentar tais locais, nem mesmo sob escolta armada. Três outras cidades da Baixada Santista também apresentam altos índices: Guarujá (35,5%), Praia Grande (33,9%) e Santos (26,3%).Para fazer o levantamento, a Folha consultou as restrições de entrega com base em dados dos Correios de um milhão de códigos postais de todas as cidades do país no mês de agosto."Quando não há segurança para o poder público fazer entrega da correspondência, significa que o poder criminal, certamente do PCC, está tomando conta do território", afirmou o professor da PUC Minas Luis Flavio Sapori.De acordo com o prefeito de Mongaguá, Márcio Melo Gomes (Republicanos), presidente do Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista), a morte do policial da Rota Patrick Bastos Reis em 27 de julho —desencadeando a Operação Escudo, a mais letal da PM em 30 anos— trouxe visibilidade para o cotidiano de quem mora na região."Isso já vem acontecendo ao longo dos anos. É que, quando pega um caso desses [PM da Rota], dá mais visibilidade. Mas quantos policiais militares a gente já perdeu em Guarujá? Quantos nós temos perdido em outros lugares [da Baixada]? Quantos munícipes têm perdido a vida?", disse o prefeito.De acordo com o prefeito, um dos motivos para esse agravamento é redução do efetivo das polícias.Outro levantamento feito pela Folha mostra que, de 2012 a 2022, a região de Santos perdeu 11% do efetivo, passando de 3.440 policiais para 3.054. O batalhão que mais perdeu contingente nesses dez anos foi justamente o de São Vicente, com redução de 584 PMs para 367 —queda de mais de um terço.De acordo com o promotor Silvio de Cillo Leite Loubeh, do Gaeco (grupo do Ministério Público contra o crime organizado) de Santos, ao menos dez áreas na Baixada são consideradas áreas críticas e estão concentradas em São Vicente, Santos, Cubatão e Guarujá. "Sempre que a polícia vai para esses locais, vai ter troca de tiros", afirmou Loubeh.Esse problema, segundo ele, tem se agravado com a proliferação de ocupações irregulares em morros e mangues, em razão de falta da fiscalização, omissão e até conivência de agentes públicos. "O problema não são as pessoas que vivem nas favelas, ou área de mangue, mas o fato de serem regiões de difícil acesso. São regiões que o crime organizado usa como verdadeiros redutos", disse.Entre os locais listados pelo promotor como áreas violentas estão duas favelas de São Vicente conhecidas como Dique do Piçarro e Dique do Caxeta, onde Fabri e a equipe foram atacados no início de 2019, dentro de uma operação justamente para prender suspeitos de assassinar policiais.Até aquela data, segundo ele, ao menos 36 PMs tinham sido mortos ou feridos só na região dos diques. Naquela manhã, um PM foi ferido com um tiro de fuzil no braço, aumentando tais estatísticas. Fabri contou que uma série de operações realizadas na sequência conseguiu reduzir a presença de criminosos no local, mas houve um retrocesso dessas conquistas com o passar do tempo."Por menor apoio político, essas operações começaram a deixar de ocorrer. Se não há um amparo do Poder Executivo, principalmente, do ente político, quando a gente acaba deixando de fazer essas operações, o crime se restabelece", afirma o oficial que comandava um grupo chamado PM Vítima, ligado à Corregedoria da PM e que investiga crimes cometidos contra policiais. Mais O prefeito de São Vicente, Kayo Amado (Podemos), disse que "desde sempre" a cidade pede ao governo estadual aumento do efetivo das polícias para enfrentar o problema da criminalidade, que é real.A situação do município, ainda segundo ele, é muito complicada porque enfrenta sérios problemas financeiros e, mesmo assim, precisa assumir despesas decorrentes do policiamento estadual. Ele citou como exemplo empréstimo de funcionários à Polícia Civil, pagamento de aluguel de prédio à PM e despesas do efetivo policial que participa da Operação Verão."A gente está em calamidade financeira aqui", afirmou.Sobre a situação do Dique do Piçarro e Dique do Caxeta, o prefeito admitiu problemas e disse tentar mudar a situação com os recursos do município. "Essas são áreas onde há anos, talvez décadas atrás, o poder público falhou e não entrou. Elas ficaram vulneráveis a outros tipos de ocupação. Essa é a realidade."Os Correios informaram, por meio de nota, que "é necessário que o poder público local garanta as condições de segurança" para que eles consigam fazer entregas. "Em respeito aos clientes, a empresa tem buscado alternativas para realizar essas entregas nos locais citados sem arriscar a segurança de suas empregadas e seus empregados", afirmou a empresa."Além disso, em 2023 os Correios investiram cerca de R$ 18 milhões em recursos de segurança como escolta armada, câmeras e vigilantes na região metropolitana em São Paulo e na Baixada Santista. A previsão é de que, até o final do ano, mais R$ 10,3 milhões sejam investidos na área", seguiu.Procurada, a Secretaria da Segurança Pública, do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que a região da Baixada Santista (CPI-6) teve todo o efetivo readequado em 2014 e recebeu reforço com a criação do 2º Baep (Batalhão de Operações Especiais)."A SSP esclarece que a distribuição do efetivo da PM segue critérios técnicos para atender as demandas locais de forma equilibrada e dentro das possibilidades do efetivo, cujo déficit vem aumentando há vários anos e hoje está em 18%, em média, por unidade territorial."Para enfrentar tal situação, a atual gestão lançou um plano de recomposição salarial para que a carreira policial seja mais atrativa, com reajustes de 20%, em média, para todas as classes."A SSP reafirma que não há região no estado de SP na qual a população não possa contar com a presença da Polícia Militar."
2023-09-10 17:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/inseguranca-faz-correios-suspenderem-entregas-em-62-dos-ceps-de-sao-vicente-sp.shtml
Grupo de encapuzados interrompe marcha no Chile e vandaliza La Moneda
A Marcha de la Romería, em Santiago, que tradicionalmente começa na véspera da data que marca o aniversário do golpe no Chile e termina no dia seguinte, foi interrompida por um grupo de cerca de 50 pessoas encapuzadas e vestidas de preto neste domingo (10), quando a população se prepara para relembrar os 50 anos da ruptura democrática no país.A caminhada, que tem o objetivo de homenagear anualmente os mortos e detidos da ditadura chilena, desenrolava-se pacificamente antes de ser interrompida pelo grupo, segundo a imprensa local.Eles atiraram pedras e paralelepípedos no La Moneda, quebrando seis janelas do palácio presidencial, e atiraram coquetéis molotov contra policiais. A ação feriu ao menos três agentes e um cachorro da força de segurança.Há ainda relatos de confrontos no Mercado Tirso de Molina, no qual vendedores tentaram evitar saques do grupo, e Cemitério Geral, onde a peregrinação chegou após atrasos. No local, os manifestantes confrontaram os encapuzados, que reagiram com violência.Há registros ainda de pichações no Centro Cultural La Moneda, lançamentos de artigos inflamáveis em uma delegacia e roubo de uma placa de mártires de um mausoléu da polícia, posteriormente recuperada.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando..."Rejeitamos que grupos minoritários, infiltrados nesta peregrinação, tenham cometido atos de violência que violam a memória", disse o subsecretário do Interior, Manuel Monsalve. De acordo com as autoridades, três pessoas maiores de idade foram presas, e o governo afirmou que apresentaria uma queixa por desordem pública devido aos danos causados no palácio presidencialSegundo a imprensa local, a polícia previa tensão no protesto. Em um documento da entidade com diretrizes para a segurança dos eventos da data, por exemplo, os agentes projetavam a participação de cerca de 2.000 pessoas na peregrinação e advertiam para grupos que poderiam se opor à atividade, como o Team Patriota. Nas redes sociais, o movimento já compartilha publicações que pedem a acusação do presidente Gabriel Boric por ter feito os quilômetros iniciais da caminhada junto aos manifestantes. Mais Em vez de se consolidar como uma contundente mensagem contra a ditadura, o marco dos 50 anos do golpe tem aprofundado ainda mais a polarização entre os chilenos, que assistem ao fortalecimento da ultradireita. Uma das ditaduras mais sangrentas da América Latina, o regime comandado pelo general Augusto Pinochet foi responsável pela morte ou pelo desaparecimento de 1.469 pessoas, de acordo com dados oficiais.
2023-09-10 14:45:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/grupo-de-encapuzados-interrompe-marcha-no-chile-e-vandaliza-la-moneda.shtml
Brasileiro fugitivo nos EUA muda o visual e utiliza van
Condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos e fugitivo da polícia, o brasileiro Danilo Cavalcante, 34. foi visto por meio de câmeras com a barba feita e vestindo blusa de moletom com capuz, boné preto, calças verdes e sapatos brancos.Cavalcante fugiu da prisão na manhã de 31 de agosto no condado de Chester, na Pensilvânia, escalando paredes separadas por um corredor de 1,5 metro de largura.A fuga viralizou nas redes sociais e também deixou a população bastante preocupada, com o receio de ser vítima do brasileiro.Ele foi condenador por matar a ex-namorada, Débora Brandão, com 38 facadas diante dos dois filhos dela, de sete e quatro anos na ocasião, em abril de 2021.Neste domingo (10), a polícia disse que o brasileiro foi visto no sábado à noite em Phoenixville, no norte de Chester, e dirigindo um uma van branca da Ford. O carro apresenta danos no para-lama e conta com uma unidade de refrigeração.A recompensa para quem encontrar o brasileiro, segundo a polícia, é de US$ 20 mil (R$ 100 mil).Promotora distrital do condado de Chester, Deb Ryan afirmou que a família de Brandão está aterrorizada e preocupada com sua segurança."Eles estão aterrorizados. Não saem de casa e estão barricados, muito preocupados com sua segurança", disse ela.Segundo Ryan, uma investigação está em curso para entender como Cavalcante conseguiu fugir da prisão.Cavalcante também é procurado por um assassinato no Brasil ocorrido em Tocantins em 2017.Ele é réu no caso do homicídio em que Valter Júnior Moreira dos Reis foi morto a tiros em uma praça em Figueirópolis.O motivo do crime teria sido uma briga relacionada ao conserto de um veículo.
2023-09-10 14:54:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/brasileiro-fugitivo-nos-eua-muda-o-visual-e-foge-de-van.shtml
10 milhões com dívidas de até R$ 100 tiveram nome limpo com Desenrola, diz Fazenda
O Ministério da Fazenda divulgou neste domingo (10) que 10 milhões com dívidas de até R$ 100 tiveram o "nome limpo" por instituições financeiras com o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas lançado pelo governo Lula (PT).Está em vigor a etapa voltada para a faixa 2 –pessoas com renda mensal entre R$ 2.640 (dois salários mínimos) e R$ 20 mil por mês e sem limite do valor da dívida.Nessa fase, lançada em meados de julho, as negociações sobre condições especiais de pagamentos dos débitos bancários são feitas diretamente entre os clientes e as instituições.Segundo os dados mais recentes da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), foram negociados R$ 11,7 bilhões em dívidas em sete semanas dentro da faixa 2 do programa. O número de contratos negociados chega a 1,6 milhão, beneficiando 1,25 milhão de clientes bancários.Para chegar ao marco de 10 milhões de desnegativações de dívidas de até R$ 100, uma contrapartida para participação no Desenrola, a Fazenda considera também os dados de instituições que não estão associadas à Febraban. Apenas entre os participantes da entidade, são mais de 6 milhões.Caso o devedor tenha outros débitos pendentes, seu nome continua "sujo" nos sistemas de proteção ao crédito.O Desenrola se prepara agora para a abertura da fase voltada para faixa 1, que deverá ter início no fim de setembro por meio de uma plataforma, para renegociação de dívidas de até R$ 5.000 de quem ganha até dois salários mínimos —R$ 2.640— ou esteja inscrito no CadÚnico (Cadastro Único) do governo federal.Para que a próxima fase seja liberada, os credores –bancos, varejistas, companhias de água e saneamento, e distribuidoras de eletricidade, por exemplo– têm até a próxima terça-feira (12) para se cadastrar na plataforma e atualizar os valores devidos pelos clientes.O prazo de inscrição terminava no último sábado (9), mas a Fazenda prorrogou o período por três dias. Nesta etapa, as instituições precisam entrar no site oficial usando o eCNPJ com certificado digital e assinar digitalmente o termo de adesão por meio do eCPF do representante legal cadastrado na Receita Federal.Uma vez concluída a atualização dos valores na base de dados da plataforma, o governo promoverá o leilão de maior desconto, que delimitará as dívidas que terão direito à cobertura de risco pelo FGO (Fundo de Garantia de Operações) –estão reservados R$ 8 bilhões para servir de garantia nas operações de crédito.Os credores que oferecerem os maiores descontos serão os vencedores do leilão e poderão disponibilizar às pessoas que se enquadram na faixa 1 o pagamento parcelado do valor devido em até 60 meses, com taxa de juros de, no máximo, 1,99% ao mês. Poderão ser renegociadas as dívidas negativadas de 2019 até 31 de dezembro de 2022.As regras do programa constam em um PL (projeto de lei) que foi aprovado de forma simbólica (sem contagem nominal) na Câmara dos Deputados na última terça-feira (5) e seguiu para o Senado Federal.No Congresso, não houve mudanças significativas na formatação do programa de renegociação de dívidas. O texto apenas estabeleceu a criação de um lote específico para contemplar os micro e pequenos empreendedores enquanto credores no leilão de descontos.
2023-09-10 14:39:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/10-milhoes-com-dividas-de-ate-r-100-tiveram-nome-limpo-com-desenrola-diz-fazenda.shtml
Comentarista da GloboNews passa mal ao vivo e deixa jornal: 'Não estou me sentindo bem'
Um susto aconteceu durante o telejornal Edição do Meio-Dia, programa de fim de semana da GloboNews, neste domingo (10). Thássius Veloso, comentarista de tecnologia do canal de notícias da Globo, se sentiu mal ao vivo e pediu para interromper ao vivo o seu comentário.Leilane Neubarth, que estava no comando do horário, precisou chamar um intervalo de emergência para o colega se recompor.O fato aconteceu por volta das 13h. Thássius comentava a decisão da China de proibir que servidores públicos tenham iPhone, numa tentativa de impedir que a população dependa de tecnologia estrangeira. De repente, ele precisou parar e pediu para continuar o seu comentário posteriormente. Mais "Leilane, eu não estou me sentindo bem aqui. Posso continuar depois?", perguntou ele. "Você está mal?", questionou a apresentadora. "Agora estou mais ou menos. Me desculpem", comentou Thássius."Fica tranquilo, sem problema nenhum. Melhoras, tá?", desejou a colega. Em seguida, Leilane chamou um intervalo para o colega se recompor.Em sua conta no Twitter, Thássius tranquilizou o seus seguidores e contou que teve uma indisposição antes de entrar ao vivo."Eu estou bem. Sabe aquilo do frio da barriga, de entrar no ar? Comentei com a Leilane, ela muito gentil chamou o intervalo. Não vou voltar para o ar hoje. Mas queria contar para vocês que estou bem e está tudo certo. Muito obrigado pela preocupação", disse o jornalista.Curiosamente, no mês passado, Leilane Neubarth precisou deixar a apresentação do Conexão GloboNews porque também teve uma indisposição. Leilane voltou no dia seguinte.Veja o vídeo:
2023-09-10 14:55:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/comentarista-da-globonews-passa-mal-ao-vivo-e-deixa-jornal-nao-estou-me-sentindo-bem.shtml
Globo procura novos formatos para substituir No Limite e The Voice Brasil em 2024
A Globo está à procura de novos formatos para preencher o vazio deixado na grade pelos cancelamentos de No Limite, The Voice Brasil e The Voice Kids. A emissora pretende continuar investindo em reality shows, e a prioridade é encontrar programas que fizeram sucessos em outros países para a programação de 2024.Já houve contato com produtoras que vendem os direitos de uso de formatos estrangeiros, como a Endemol. A Globo tem boa relação com a empresa, que realiza para a emissora o programa The Masked Singer Brasil e também licenciava os reality cancelados recentemente —a avaliação é de que eles sofreram desgaste ao longo dos anos.Para a faixa do The Voice, que estava na programação desde 2012, a Globo deseja manter um formato de "talent show" (programa de talentos) na programação. Porém, a ideia é que ele englobe outras áreas que não apenas o canto, inclusive numa eventual versão infantil. Mais Atrações que estão indo bem na Europa e em países vizinhos ao Brasil estão sendo monitorados. A ideia é fechar o planejamento do ano que vem com as atrações já definidas por uma questão de planejamento financeiro.Neste mês, a Globo confirmou que decidiu não renovar o contrato para a produção de uma nova temporada do programa No Limite. O reality de sobrevivência havia voltado para a programação em 2021 e passou a ser apresentado pelo ex-BBB e atleta paralímpico Fernando Fernandes em 2022.No caso do The Voice, a queda de audiência e de repercussão nos últimos anos foram fatores preponderantes para que ele fosse cancelado. Ao todo, foram produzidas 22 edições do formato (entre a versão tradicional, a infantil e a sênior) em 11 anos no canal.
2023-09-10 13:00:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/globo-procura-novos-formatos-para-substituir-no-limite-e-the-voice-brasil-em-2024.shtml
Exército diz que Mauro Cid ficará em departamento sem cargo nem função
O Exército afirmou neste domingo (10) que o tenente-coronel Mauro Cid não irá ocupar cargo ou exercer função e que ficará acondicionado no departamento de pessoal da corporação.O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro recebeu liberdade provisória neste sábado (9) após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes homologar o acordo de sua delação premiada com a Polícia Federal.Na decisão, Moraes impôs, porém, uma série de medidas cautelares que precisam ser cumpridas cumulativamente, entre elas a de que Cid fosse afastado do exercício das funções de seu cargo de oficial no Exército."O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Exército Brasileiro cumprirá a decisão judicial expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, e o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP), sem ocupar cargo e exercer função", disse o Exército, em nota.A colaboração foi fechada no âmbito do inquérito das milícias digitais, que é a principal apuração contra Bolsonaro no STF e mira os ataques às instituições, a tentativa de golpe e o caso das joias, entre outros pontos.Moraes também determinou o uso de tornozeleira eletrônica, a vedação de comunicação com outros investigados e mandou suspender o porte de arma do ex-auxiliar de Bolsonaro. Além disso, vetou o uso de redes sociais e o proibiu de sair do país. Também o obrigou a se apresentar à Justiça num prazo de 48 horas e, depois, comparecer semanalmente, às segundas-feiras.O magistrado disse que o descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas ao cárcere levará à decretação de uma nova prisão.Cid estava preso desde 3 de maio sob custódia em uma unidade militar em Brasília. Mais A delação é um meio de obtenção de prova, que não pode, isoladamente, fundamentar sentenças sem que outras informações corroborem as afirmações feitas. Os relatos devem ser investigados, assim como os materiais apresentados em acordo.Como a premissa da delação é indicar outros possíveis envolvidos nos fatos apurados, a negociação de Cid tem gerado expectativa no meio político sobre eventuais depoimentos que atinjam Bolsonaro.Pessoas próximas ao político, que está inelegível, afirmam que o acordo do ex-auxiliar tem potencial para comprometer a imagem do ex-presidente, temem eventuais implicações contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e se preocupam com o teor das revelações.
2023-09-10 14:06:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/exercito-diz-que-mauro-cid-ficara-em-departamento-sem-cargo-nem-funcao.shtml
Nunes põe Bolsonaro em banho-maria, mira periferia e tenta atrair eleitores à esquerda
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tenta uma arriscada coreografia para pavimentar seu caminho à reeleição.O movimento envolve cozinhar em banho-maria um Jair Bolsonaro (PL) em baixa, sem irritá-lo a ponto de que ele lance um candidato próprio. Ao mesmo tempo, ampliar espaço na periferia, impedir que Boulos cresça entre os mais pobres e até tentar avançar sobre eleitores mais à esquerda.A última pesquisa Datafolha mostrou que Lula (PT), apoiador de seu rival Guilherme Boulos (PSOL), tem aprovação alta na capital, de 45%. Enquanto isso, 68% não votariam em alguém indicado por Bolsonaro, com quem vive um jogo de aproximação e recuos.O desgaste político de Bolsonaro ainda pode se agravar com a delação do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, homologada neste sábado (9) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), com possibilidade de implicações ao ex-presidente em investigações sobre joias, golpismo e fraude em cartão de vacinação.A pesquisa Datafolha parece ter ajudado a consolidar a percepção do risco Bolsonaro para a campanha de Nunes. O prefeito chegou a ser enfático ao dizer que gostaria do apoio do ex-presidente, mas oscilou o tom e voltou a dizer que não tem proximidade com Bolsonaro.O vaivém de Nunes gerou irritação entre bolsonaristas, que veem na postura uma desmoralização de Bolsonaro. O prefeito, depois da repercussão, minimizou, disse que foi mal-interpretado, culpou "futriqueiros", pregou união contra a "extrema esquerda" e disse estar "aguardando ter essa proximidade" com o ex-presidente.Aliados do prefeito consideram que um candidato bolsonarista raiz ainda poderia dividir os votos da direita e atrapalhar o prefeito. No entanto, avaliam que o melhor caminho para ele é fugir da polarização.O ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), na campanha de 2020, foi bem-sucedido ao seguir neste caminho —no caso dele, sem flertes com Bolsonaro. Dois anos depois, em conjuntura diferente, o ex-governador Rodrigo Garcia, do mesmo partido, fracassou com estratégia semelhante e ficou fora do segundo turno.Se por um lado o prefeito já realizou diversos encontros com Bolsonaro, ele também tem feito acenos que podem cair bem aos petistas e pessoas da periferia.Em visita ao festival The Town, por exemplo, ele surpreendeu ao afirmar que estava ansioso pelo show da banda Racionais MC's, que tem como principal expoente o rapper Mano Brown, conhecido apoiador do PT."Muita gente não sabe, mas sou um prefeito que veio lá da periferia, lá do Parque Santo Antônio, que é de onde a maioria dos integrantes do Racionais MC's também vieram", diz.Nunes ressalta com frequência sua origem periférica, da zona sul da capital paulista, com passagens por escola pública e usuário de serviços públicos. As falas trazem uma crítica implícita a Boulos, vindo da classe média, com apoio em estratos mais ricos e artistas famosos, de que ele não seria um representante legítimo da periferia. Mais Essa parcela da população é vista como um ativo importante para Nunes.No geral, Boulos tem 32% das intenções de voto no Datafolha, seguido por Nunes, com 24%. Mas, entre as pessoas com renda de até dois salários mínimos, o jogo se inverte e o prefeito tem 29%, contra 23% do psolista. Entre os menos escolarizados, Nunes chega a 32% e Boulos tem 24%.Na equipe de Boulos, a vantagem de Nunes nesse grupo é vista como algo temporário, reversível assim que Lula entrar de cabeça na campanha. Já para o estafe do emedebista é sinal de que a população mais pobre, que depende das políticas públicas, tem notado as ações.O recapeamento da cidade, com massiva publicidade sobre o recorde de ruas asfaltadas, é a grande aposta de Nunes como vitrine. Mas programas habitacionais e um projeto para estender o horário de saída das creches municipais das 17h para as 19h seriam iniciativas que teriam maior apelo à população mais pobre.Outro trunfo de Nunes para tentar crescer nesse estrato –e também entre eleitores que pendem à esquerda– é colar a imagem do prefeito à de Marta Suplicy, secretária de Relações Internacionais da cidade. A ex-prefeita mantém capital político na periferia e ajudaria a contrabalançar os acenos a Bolsonaro.Ela chegou a ter o nome cogitado para a vaga de vice. O assunto, porém, é complexo e envolve a composição com os partidos aliados –principalmente o PL, com grupos ligados a Valdemar Costa Neto e a Bolsonaro. Por ora, o plano é fazer muitas agendas ao lado de Marta, o que ajudaria consolidar a imagem de que Nunes seria um candidato de centro.O entorno do prefeito costuma argumentar que o secretariado dele, com pessoas mais à esquerda e mais à direita, reflete um pouco o posicionamento pragmático e o foco nos problemas da vida real.Outro cotado para a vaga de vice, Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro, postou em redes sociais posicionamento que reflete a impaciência com a postura de Nunes entre os bolsonaristas. "Ninguém, repito, ninguém se apropriará de votos bolsonaristas e deixará Bolsonaro distante. A era dos gafanhotos acabou", escreveu, em recado que foi entendido por Nunes.O ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal Ricardo Salles (PL), bolsonarista raiz, foi retirado do páreo devido à constatação entre o núcleo mais próximo do ex-presidente que a cidade de São Paulo está em momento que pende à esquerda e que só alguém mais ao centro derrotaria Boulos. No entanto, eles cobram a presença de alguém ligado aos valores de Bolsonaro na chapa de Nunes.O cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV, afirma que atualmente a candidatura de Salles talvez até ajudasse Nunes, por carregar o ônus de Bolsonaro para ele. Ele diz ainda que, hoje, Lula desponta como o grande influenciador de votos na capital, uma vantagem para Boulos."O Ricardo Nunes queimou a largada. Ele foi imediatamente buscar o Jair Bolsonaro quando o escândalo das joias não era nem de longe perto do que representa hoje. Então, o Ricardo Nunes tirou foto, viu o próprio PL rifar a candidatura Ricardo Salles e agora ficou com espólio negativo", diz, lembrando como o apoio de Bolsonaro é indigesto na cidade. Para a cientista política Maria do Socorro Braga, da UFSCar, Nunes deve continuar o jogo de morde e assopra com vários campos políticos para ampliar seu eleitorado, em uma cidade que tende ser mais progressista que a média do estado."Ele precisa fazer esse jogo de acenos para vários lados. E jamais vai se recusar o apoio do Bolsonaro, dado que um terço do eleitorado pode apoiar forças da direita", diz.Ela ressalta que, independentemente de acenos, Nunes e as forças políticas que compõem sua futura candidatura estão muito mais próximas do ex-presidente do que do campo progressista. No entanto, ao mirar a população mais pobre, ele acerta eleitorado mais pragmático que pode votar mais à esquerda hoje, mas que já foi a base de sustentação do malufismo na capital. Mais
2023-09-10 12:31:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/nunes-poe-bolsonaro-em-banho-maria-mira-periferia-e-tenta-atrair-eleitores-a-esquerda.shtml
Briga com os pais faz Larissa Manoela virar pessoa mais seguida do Brasil em agosto
A polêmica briga com os seus pais por causa da fortuna financeira que tiveram fez Larissa Manoela sentir o apoio do público em números nas redes sociais.Nos 31 dias de agosto, segundo levantamento da plataforma BR Media Group, a atriz foi a pessoa que mais ganhou seguidores no Instagram e no Tik Tok em agosto.O perfil de Instagram de Larissa registrou crescimento de 6%, e conquistou quase 2,963 milhões de seguidores. Mais O pico foi justamente na primeira quinzena de agosto, quando o assunto estava bastante em voga na mídia por causa de entrevistas dadas no Fantástico, da Globo, e por declarações da mãe de Larissa, Silvana Taques, no Fofofcalizando, do SBT.Na sequência, aparece a influenciadora Mirella Santos. Recentemente, Mirella reuniu mais de 500 mil espectadores em uma live com a revelação do sexo do bebê que está esperando. Na terceira posição, com 33% de crescimento e um ganho de mais de 400 mil seguidores está a influenciadora Bia Ben.Já no TiK Tok, Larissa Manoela também foi destaque de outra forma. O áudio revelado pelo Fantástico, onde ela pede para a mãe pagar um milho seu na praia, foi o mais reproduzido da plataforma, com mais de 10 milhões de reproduções somente no aplicativo chinês.A briga entre Larissa Manoela e os pais está longe de acabar. Nas próximas semanas, os pais devem responder se aceitam a proposta de Larissa para recebr R$ 18 milhões, mas abrirem mão de gereciar financeiramente a carreira de Larissa Manoela.
2023-09-10 14:07:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/briga-com-os-pais-faz-larissa-manoela-virar-pessoa-mais-seguida-do-brasil-em-agosto.shtml
Contratos temporários explodem na gestão pública, que sofre pressão judicial
Entre 2017 e 2021, as contratações sem vínculo permanente na administração direta dos estados saltaram de 266 mil para 444 mil, um avanço de 67%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).O aumento de servidores temporários cria um acúmulo de processos na Justiça do Trabalho com contestações legais contra gestões estaduais e municipais. Sem uma lei nacional para uniformizar esse regime em todo o país, funcionários temporários do setor público entram na Justiça para demandar direitos trabalhistas.A judicialização ocorre porque os vínculos por tempo determinado estão sujeitos às leis dos estados e municípios, que por vezes não contam com regulamento específico para essas contratações. Assim, há funcionários temporários sem direito a FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ou licença-maternidade —benefícios dados aos demais servidores.Com a reforma administrativa, o quadro pode mudar. Se aprovada, a PEC 32 vai permitir que a União edite uma norma geral sobre a contratação por tempo determinado para toda a administração pública. Por outro lado, a reforma prevê contratos de servidores temporários por até dez anos, um prazo considerado longo.Vera Monteiro, professora de direito administrativo da FGV (Fundação Getulio Vargas), diz ver um movimento para manter aqueles que já ocupam esses cargos por mais tempo."É um estímulo para que não haja um bom planejamento da força de trabalho, porque ter um temporário por dez anos não dá para os dirigentes atuais o ônus de pensar em resolver o problema de RH do estado."Lançado no ano passado, o Perfil dos Estados Brasileiros, publicado anualmente pelo IBGE, mostrou que, em 2021, 18% do quadro pessoal da administração direta estadual —ou seja, órgãos públicos que representam o estado, como as secretarias— estavam sob regime temporário. Em 2017, essa proporção era de 10,2%.Contratos por tempo determinado no serviço público foram previstos pela Constituição para suprir necessidades de excepcional interesse público. Em 1993, a lei 8.745 especificou essas necessidades, que incluem a assistência em emergências de saúde pública, como ocorreu durante a Covid-19. Mas a modalidade tem sido usada de forma indiscriminada, segundo especialistas. Mais Desde 2006, o Ministério Público questiona a Prefeitura de Taubaté (SP) pela contratação por tempo determinado de ao menos 300 servidores. Ainda que a Constituição permita temporários em casos de necessidade excepcional, eles seguiram trabalhando no setor público do município por anos, no que a promotoria diz ser um uso indevido do regime.O Superior Tribunal de Justiça deu ganho de causa ao Ministério Público, mas a Prefeitura de Taubaté recorreu e aguarda nova decisão. Nenhum dos servidores foi demitido, segundo o município.No Ceará, a promotoria também tem questionado municípios sobre a contratação de temporários. Apuração da reportagem encontrou ao menos cinco cidades cearenses abordadas somente no mês de agosto.Segundo Aureliano de Nascimento Barcelos, promotor do estado, os servidores vêm sendo contratados por anos sucessivos pela administração pública, o que demonstra que não existe nenhuma situação emergencial e excepcional a fundamentar a contratação.Segundo Vera Monteiro, o aumento está relacionado a uma má gestão, em que o Estado não se planeja para fazer concursos públicos e, na falta de pessoal, fazem contratos por tempo determinado.Além disso, parte da força de trabalho hoje não têm interesse em permanecer indefinidamente na administração pública, o que eleva o número de temporários.Para Mariana Braunert, professora de administração pública da UFPR (Universidade Federal do Paraná), o discurso de Estado inchado fortaleceu a tendência."O empregado público passa a ser visto como um problema fiscal. Afinal, há funcionários admitidos por concurso que se tornam uma despesa permanente, enquanto os temporários têm uma contratação mais barata e flexível", declara.A rotatividade pode prejudicar a continuação e qualidade de serviços públicos. Segundo Brauner, a estabilidade do servidor é uma vantagem, por permitir que ele tenha mais experiência para tocar ações e fazer propostas.É o que também afirma Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Tipicas do Estado. Ele diz que o problema preocupa os servidores pelas condições mais precárias de trabalho dos temporários."Enfraquece a administração pública como um todo, perde-se memória institucional, sem contar que algumas atividades, como comissões sindicantes, exigem servidores efetivos."Para o advogado Ricardo Ferrari, presidente da Comissão de Direito Administrativo da OAB-SP, o questionamento sobre a contratação de temporários passa longe dos olhos dos cidadãos."Não importa para o cidadão se o serviço está sendo prestado por um servidor efetivo, estatutário ou até mesmo terceirizado. Para ele, o que importa é que o serviço público seja bem prestado." Mais Segundo o advogado Pedro Amorim de Souza, do Martins Cardozo Advogados Associados, as leis federais que existem hoje sobre contratação temporária no serviço público são lacônicas, com muitas decisões sendo tomadas a partir de jurisprudência."Fica muito complicado, pois, normalmente, as pessoas que estão trabalhando na administração pública não têm o treinamento jurídico para ter um conhecimento profundo sobre todos os pequenos detalhes de cada uma dessas decisões."Dados do Relatório Geral do Tribunal Superior do Trabalho de 2022 indicam que os novos casos de processos trabalhistas referentes à administração pública correspondem a 7,6% do total no país, cerca de 171 mil.O Maranhão conta com o maior percentual, seguido por Piauí e pela região judiciária de Campinas (SP). Do total de casos novos recebidos por atividade econômica, 23,6% correspondem à administração pública.Em nota, o governo maranhense informou que "em sua maioria, a judicialização que envolve servidores temporários diz respeito ao pagamento de verbas não previstas no contrato ou na lei de temporários, buscando-se uma indevida aplicação do Estatuto dos Servidores, bem como discordância quanto à finalização do contrato quando se verifica infração disciplinar cometida pelo contratado".
2023-09-10 12:22:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/contratos-temporarios-explodem-na-gestao-publica-que-sofre-pressao-judicial.shtml
Em movimento surpreendente, diretor do Alibaba renuncia e empresa faz reestruturação
O grupo chinês Alibaba anunciou neste domingo (10) que Daniel Zhang renunciou à liderança de sua divisão de nuvem, em um movimento surpreendente apenas dois meses após a empresa ter anunciado que ele deixaria suas funções como presidente-executivo do grupo para se concentrar na unidade de nuvem.Anteriormente, Zhang ocupava três cargos ao mesmo tempo —ele também era presidente do conselho de administração—, chefiando o grupo e também sua unidade de nuvem.Conforme programado, ele passou o cargo de CEO do Alibaba para Eddie Wu, que também assumirá o comando dos negócios de nuvem após a saída de Zhang, informou a empresa em um comunicado.A divisão de nuvem é uma parte importante de uma reestruturação que a gigante chinesa do comércio eletrônico anunciou em março, processo que divide a empresa em seis unidades, cada uma com seus próprios conselhos e CEOs.O Alibaba disse em maio que pretendia concluir a listagem pública de sua unidade de nuvem nos próximos 12 meses e, no domingo, a empresa disse que continuaria a executar o plano de cisão sob uma equipe separada e ainda a ser nomeada."Daniel expressou seu desejo de deixar seu cargo de presidente e CEO do Cloud Intelligence Group", disse a empresa em uma carta interna para a equipe vista pela Reuters, que foi assinada por Joseph Tsai, cofundador do Alibaba que também assumiu o cargo de presidente do conselho de administração, conforme planejado, neste domingo."Após cuidadosa consideração, o conselho do Alibaba respeitou e aceitou a decisão de Daniel e nomeou Eddie como presidente interino e CEO do Cloud Intelligence Group, com efeito imediato."Zhang continuará a contribuir com o Alibaba "canalizando sua experiência de forma diferente", acrescentou a carta, dizendo que a empresa investirá US$ 1 bilhão em um fundo de tecnologia que Zhang formará.
2023-09-10 14:25:00
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Antony é afastado pelo Manchester United após acusação de violência doméstica
O Manchester United informou neste domingo (10) que o atacante brasileiro Antony, 23, está afastado de suas atividades no clube para lidar com as acusações de agressões de sua ex-namorada Gabriela Cavallin. O jogador concordou com a decisão do time inglês.O atleta é investigado pela Polícia Civil de São Paulo. Reportagem do UOL divulgada na segunda-feira (4) revelou detalhes da acusação da DJ e influencer, também de 23 anos, que afirma ter sido vítima de agressões físicas.Antony havia sido convocado por Fernando Diniz para os jogos contra Bolívia e Peru pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, porém foi cortado da lista quando detalhes da acusação foram revelados.Jogadores que não serviram as suas seleções durante a data Fifa deveriam retornar ao time inglês nesta segunda-feira (11). Porém, ficou acertado que o brasileiro não voltará ao CT até "novo aviso"."Como clube, condenamos atos de violência e abuso. Reconhecemos a importância de salvaguardar todos os envolvidos nessa situação e reconhecemos o impacto que essas alegações têm sobre os sobreviventes de abusos", informou a equipe inglesa em nota."O Manchester United reconhece as acusações feitas contra Antony. Os jogadores que não participaram de partidas internacionais voltam aos treinos na segunda-feira. No entanto, foi acordado com Antony que ele adiará o seu retorno até novo aviso, a fim de responder às acusações."O brasileiro disse concordar com a decisão de seu clube e que está cooperando com as investigações. Ele também afirmou que foi uma decisão mútua para evitar distrações aos seus companheiros e polêmicas desnecessárias para o clube."Eu concordei com o Manchester United em tirar um período de ausência enquanto abordo as acusações feitas contra mim. Quero reiterar a minha inocência em relação às coisas de que fui acusado e cooperarei plenamente com a polícia."Na última sexta-feira (8), outras duas mulheres acusaram Antony de agressão, em casos que teriam acontecido em maio de 2022, em São Paulo, e em outubro do mesmo ano, em Manchester, na Inglaterra.O jogador também nega as agressões e afirma ser vítima de falsas acusações.
2023-09-10 12:10:00
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Pior ataque desde início dos conflitos no Sudão mata 40 civis em mercado da capital
Pelo menos 40 civis morreram e dezenas ficaram feridos no Sudão após bombardeios do Exército neste domingo (10), afirmou um grupo local de voluntários. O ataque é o mais mortal desde o início do conflito interno no país africano, em abril."Por volta das 07h15 (2h15 em Brasília), as forças aéreas bombardearam a área do mercado de Qura", informou o Comitê de Resistência desse bairro no sul da capital, Cartum. O grupo pró-democracia, que organiza assistência entre os moradores desde o início do conflito, chamou o ataque de "massacre" e teme que o número de vítimas continue aumentando.Ofensivas aéreas em áreas residenciais têm se intensificado enquanto a população espera há cinco meses por uma resolução do conflito entre o Exército sudanês e as paramilitares RSF (Forças de Apoio Rápido, em português). Nenhum lado dá sinais concretos de abertura para uma mediação.A série de ataques com drones da manhã deste domingo atingiu um grande distrito da cidade ocupado principalmente pelas RSF, disse à agências de notícias Reuters uma testemunha que viu as explosões. Por motivos de segurança, a pessoa pediu para não ser identificada.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Os moradores dessa área costumam ser trabalhadores que, sem emprego, não conseguem arcar com os custos de escapar da capital —que sofreram enorme aumento após o início das hostilidades entres as duas facções do Exército.Imagens compartilhadas por um grupo de voluntários locais chamado Sala de Emergência do Sul de Cartum mostraram mulheres e homens feridos e corpos cobertos por panos, alguns empilhados.Mohamed Abdallah, porta-voz da organização, disse que os afetados tiveram que ser transportados em riquixás, pequenos carros de tração humana, ou carroças de burro. Os atingidos não param de chegar ao hospital mais próximo, Bashair, que fez um "apelo urgente" a todos os médicos da região.Os Médicos Sem Fronteiras, que operam o centro de Saúde, no sul de Cartum, disseram nas redes sociais que pelo menos 60 pessoas ficaram feridas —os profissionais pararam de contar enquanto operavam pessoas com partes do corpo dilaceradas, afirmou a organização. Mais "Cartum está em guerra há quase seis meses. Mesmo assim, os voluntários (...) estão chocados e sobrecarregados com a escala do horror que atingiu a cidade hoje", disse a coordenadora de emergência Marie Burton.Na sexta-feira (8), a Sala de Emergência do Sul de Cartum disse em um comunicado que o hospital, um dos poucos ainda em funcionamento, estava ameaçado de fechamento devido à falta de suprimentos e à dificuldade da equipe para chegar até o edifício.Em um comunicado, as RSF previsivelmente acusou o Exército sudanês de realizar o ataque. O Exército, por sua vez, negou a responsabilidade e culpou o adversário. "Nós direcionamos nossos ataques somente aos agrupamentos e estações do inimigo, em diferentes áreas", disse o general Nabil Abdallah à Reuters.A estratégia das RSF é espalhar seus combatentes por áreas residenciais de toda a capital Cartum e das vizinhas Bahri e Omdurman —algo que o Exército tenta reverter usando sua vantagem de artilharia pesada e ataques aéreos, o que resulta em centenas de vítimas civis.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...Na semana passada, por exemplo, ataques em Omdurman ocidental mataram pelo menos 51 pessoas em dois dias. Com a maioria dos hospitais fechados e sem governo local em funcionamento, voluntários lutam para documentar a extensão das mortes.O Projeto de Localização e Dados de Conflitos Armados (Acled, na sigla em inglês), tenta fazer esse trabalho. De acordo com a organização, o conflito já custou a morte de quase 7.500 pessoas —número que pode estar bastante subestimado, já que muitas áreas do país estão completamente isoladas e ambos os lados se recusam a comunicar as suas perdas.O Exército e as RSF começaram a lutar em 15 de abril, após os chefes das duas facções, que em 2019 se aliaram para derrubar a ditadura de 30 anos de Omar al Bashir, tiveram divergências em relação à integração de suas tropas para devolver o poder aos civis. Embora vários países tenham lançado esforços de mediação, nenhum conseguiu interromper os combates.Os embates se concentram principalmente em Cartum, a capital, e Darfur, uma vasta região no oeste do país que faz fronteira com o Chade. Tal cenário forçou quase 5 milhões de pessoas a fugirem das suas casas.
2023-09-10 12:20:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/pior-ataque-desde-inicio-dos-conflitos-no-sudao-mata-40-civis-em-mercado-da-capital.shtml
Taumaturgo Ferreira foi expulso de 'Renascer' e diz que saída da novela atrapalhou carreira
Sempre lembrado por ter feito o papel de José Venâncio em "Renascer" (1993), da Globo, o ator Taumaturgo Ferreira relembrou sua passagem pela novela de Benedito Ruy Barbosa. Hoje com 67 anos, o intérprete admite que sair da trama de forma conturbada atrapalhou sua carreira na emissora e na TV como um todo.Naquele ano, segundo Taumaturgo, ele havia combinado com a direção da novela que faria uma interpretação sem sotaque interiorano por ser um personagem que havia estudado fora do país e era mais sofisticado. Mas direção, público e crítica, não entenderam bem a linha. Com isso, ele foi expulso da trama."Eu tinha combinado uma coisa e segui fazendo aquilo. Talvez eu tenha sido mal interpretado, acharam que eu fui arrogante. O fato é que, quando me tiraram, eu não assisti mais e não dei um pio. Primeiro porque não competia a mim falar nada", revelou ao jornal O Globo. Mais "Eu também não queria alimentar a polêmica. Eu morava no Rio na época, mas fui para São Paulo e fiquei um tempo totalmente recolhido. Foi um episódio que afetou muito a minha carreira na época", completou Taumaturgo."Eu vinha num ritmo de ascensão na Globo e, de repente, fui cancelado. E aí todo mundo que não ia com a minha cara resolveu aproveitar para chutar cachorro morto. Demorou a passar, não porque eu ficava falando sobre isso. Mas, a partir daí, a cada trabalho que eu fazia, a primeira coisa que me perguntavam nas entrevistas era sobre o assunto", afirmou.Taumaturgo também falou sobre o remake da produção, que já está em estado avançado de escalação na Globo. O ator ficou feliz com a escalação de Marcos Palmeira para o papel de José Inocêncio, feito no original por Antônio Fagundes."Tinha tudo para ser ele [Marcos Palmeira]. Primeiro, porque ele já foi o João Pedro, irmão de José Venâncio na primeira versão. Segundo, porque ele é maravilhoso. É uma escolha perfeita. Não tem como dar errado", finalizou.
2023-09-10 10:35:00
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Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/taumaturgo-ferreira-foi-expulso-de-renascer-e-diz-que-saida-da-novela-atrapalhou-carreira.shtml
Disney terá novo cruzeiro com temática de aventura e exploração em 2024
A Disney anunciou o seu novo cruzeiro, o Disney Treasure. Ele é o sexto navio da frota, que surge depois do Wish, e tem temática relacionada a explorações e aventuras, com espaços inéditos inspirados nos personagens e clássicos filmes do estúdio.O navio terá sua viagem inaugural de sete noites pelo caribe oriental em 21 de dezembro de 2024, saindo do porto Canaveral, na Flórida. As reservas para membros do clube Disney Cruise Line Castaway começam em 12 de setembro, já o público geral poderá reservar a partir do dia 20. Elas custarão US$ 8.773 para duas pessoas.O cruzeiro de sete noites pelo caribe ocidental custará a partir de US$ 3.860 e para o caribe oriental US$ 4.073.Os viajantes de férias terão várias opções de entretenimento espalhadas pelos 15 decks do navio. Musicais como "A Bela e a Fera" serão apresentados no Sarabi, auditório inspirado em "O Rei Leão".O Grande Salão, espaço principal do navio, é inspirado em um palácio dourado com influências da Ásia e da África, em homenagem à terra de Agrabah, do clássico "Aladdin". Mais Um grande tobogã, chamado Aquamouse, percorre o cruzeiro. Ele conta a história de Minnie e Mickey Mouse em busca de um tesouro em uma caverna.As crianças também poderão passar tempo no Disney's Oceaneer Club, com espaços de jogos e interação com personagens. Tem área dedicada a "Star Wars", a Marvel, a contos de fadas, além do deck dos capitães do navio, Mickey e Minnie.A gastronomia é uma atração à parte no cruzeiro. Restaurantes mesclam comida com entretenimento, como no Worlds of Marvel, um jantar com os heróis de "Os Vingadores", personagens da franquia de sucesso nos cinemas e nos quadrinhos.Há também a Plaza de Coco, inspirada no filme "Viva - A Vida é uma Festa". Lá, os tripulantes degustarão comida mexicana enquanto assistem à apresentação musical com os personagens do filmes.Outro restaurante é o 1923, batizado com o ano em que o Estúdios Walt Disney foi inaugurado. Sua decoração é clássica e remete a antiga Hollywood, e conta com esboços e de filmes de aventura da companhia, como "Tarzan".Os adultos também podem frequentar bares no navio. O Skipper Society é inspirado na atração Jungle Cruise do parque e o Periscope Pub é inspirado no filme "20.000 Léguas Submarinas", de 1954, do Walt Disney. Para quem quer algo mais romântico, tem o The Rose, com temática de "A Bela e a Fera".Entre as acomodações têm com e sem janela, com varanda, com decks e até suítes de dois andares. Uma das novidades é a Tomorrow Tower Suite, inspirada no Epcot, um dos parques temáticos do Walt Disney World.
2023-09-10 10:00:00
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Turismo
https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2023/09/disney-tera-novo-cruzeiro-com-tematica-de-aventura-e-exploracao-em-2024.shtml
Anticorpos podem funcionar contra nova variante da Covid, diz agência dos EUA
Dados de estudos preliminares mostram que os anticorpos produzidos por infecções anteriores ou por vacinas existentes contra o coronavírus foram suficientes para proteger contra a nova variante BA.2.86. A informação foi divulgada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos na última sexta-feira (8).Espera-se que o FDA, agência que regulamenta e fiscaliza alimentos e remédios nos EUA, autorize nos próximos dias as vacinas atualizadas que visam a subvariante XBB.1.5 da variante ômicron. Os primeiros dados fornecem sinais animadores para as novas doses, disse o CDC.A agência de saúde pública norte-americana acrescentou que a nova linhagem BA.2.86 do coronavírus não está impulsionando o atual aumento no número de casos e hospitalizações por Covid nos Estados Unidos, mas atribuiu a onda a outros vírus que circulam de forma predominante.Desde a avaliação de risco inicial do CDC no mês passado, a BA.2.86 foi identificada em nove estados dos EUA, conforme balanço até sexta-feira. A cepa decorrente da ômicron também foi identificada em amostras humanas e de águas residuais em países como Japão, Reino Unido e Canadá.Isso contrasta com comentários feitos pelo CDC em agosto de que a nova variante pode ser mais capaz de causar infecção em pessoas que já tiveram a Covid-19 ou que receberam vacinas do que as variantes mais antigas.
2023-09-10 10:22:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/anticorpos-podem-funcionar-contra-nova-variante-da-covid-diz-agencia-dos-eua.shtml
Após duas semanas de transplante do coração, Faustão recebe alta médica de hospital
O apresentador Fausto Silva recebeu alta do hospital Albert Einstein na manhã deste domingo (10). Em boletim médico, a instituição afirmou que Faustão vai continuar com o tratamento de transplante em casa, recebendo orientações médicas."O paciente seguirá sob as orientações médicas e nutricionais necessárias para a reabilitação após o transplante cardíaco", diz a nota, assinada por Fernando Bacal, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein; Fábio Antônio Gaiotto, cirurgião cardiovascular; e Miguel Cendoroglo Neto, Diretor Médico, que estão cuidando de Faustão diariamente.Na sexta, os médicos já haviam dito que o coração novo de Faustão não havia sido rejeitado. Ele foi diagnosticado no início de agosto com quadro de insuficiência cardíaca, e precisou passar por um transplante. Mais Recentemente, o apresentador postou um vídeo no Instagram e afirmou que será eternamente grato ao doador, o ex-jogador de futebol de várzea, Fábio Cordeiro da Silva, e à família dele."Quero fazer um agradecimento especial ao José Pereira da Silva, pai do Fábio, que teve uma grandiosidade incrível, generosidade absurda e proporcionou que eu continuasse vivo. Ele me deixou a chance de viver de novo."Fábio era apaixonado por futebol e jogava na lateral esquerda. Assistir aos jogos do Brasileirão pela TV era um dos seus programas preferidos aos domingos. Mesmo dia da semana em que Faustão sempre trabalhou, até quando iniciou a carreira como repórter esportivo.Agora, Faustão deverá se dedicar a uma produtora de programas, montada por ele e seus ex-diretores de Globo e Band. Será essa produtora que fará o novo programa de seu filho, João Guilherme Silva, que estreia na Band em outubro.
2023-09-10 09:49:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/apos-duas-semanas-de-transplante-do-coracao-faustao-recebe-alta-medica-de-hospital.shtml
Cadáver de 400 anos é encontrado preso à sepultura com cadeado
Se acreditarmos nos relatos da época, a Polônia no século 17 estava repleta de "revenants" (pessoas que teriam voltado à vida depois de morrer) –não exatamente zumbis, mas proto-zumbis que assediavam os vivos, bebendo seu sangue ou apenas causando confusão na casa deles.Segundo um relato de 1674, um morto se levantou do túmulo para agredir seus parentes; quando sua sepultura foi aberta, o cadáver estava bem preservado, de maneira não natural, e apresentava vestígios de sangue fresco.Relatos como esses eram tão comuns que várias medidas eram usadas para impedir cadáveres de voltar à vida: cortar fora seus corações, pregá-los aos túmulos, martelar estacas atravessando suas pernas, manter seus maxilares abertos com tijolos (para que não pudessem roer suas amarras e fugir).Em 1746 um monge beneditino chamado Antoine Augustin Calmet publicou um tratado popular que se propunha, entre outras coisas, a distinguir revenants reais dos falsos.Quatro séculos mais tarde, arqueólogos na Europa encontraram as primeiras evidências físicas de um suspeito revenant ainda criança. Quando estavam escavando um cemitério comum não identificado no vilarejo de Pien, perto da cidade polonesa de Bydgoszcz, pesquisadores da Universidade Nicolau Copérnico em Torun, Polônia, trouxeram à tona restos mortais que foram descritos pela imprensa como os de uma "criança vampira".A criança teria tido cerca de seis anos quando morreu e foi enterrada de barriga para baixo, com um cadeado triangular de ferro sob seu pé esquerdo, sinal de um provável esforço de prendê-la à sepultura e impedi-la de assombrar seus familiares e vizinhos."O dedão do pé teria sido preso com o cadeado", disse o arqueólogo que dirige o estudo, Dariuz Polinski, falando com a ajuda de um tradutor. Algum tempo após o enterro a sepultura foi profanada e todos os ossos foram removidos, exceto os da parte inferior das pernas."A criança foi enterrada de bruços para que, se ela retornasse da morte e tentasse se levantar, ela em vez disso enfiasse a boca na terra", disse Polinski. "Até onde sabemos, é o único exemplo de uma criança enterrada dessa maneira na Europa."Os restos mortais de três outras crianças foram encontradas em uma vala perto da sepultura da primeira criança. A vala continha um fragmento de maxilar com uma mancha verde, que Polinski especulou que teria sido deixada por uma moeda de cobre colocada na boca –uma prática funerária antiga e comum. Mais A necrópole, um cemitério improvisado para indigentes e o que Polinski descreveu como "almas abandonadas, excluídas pela sociedade", foi descoberta 18 anos atrás. Não fazia parte de uma igreja e, pelo que mostram os registros históricos locais, não ocupava um terreno consagrado.Já foram encontradas cerca de cem sepulturas no local, incluindo uma a poucos metros de onde foi encontrada a criança, contendo o esqueleto de uma mulher com dedão preso com cadeado e uma foice de ferro sobre seu pescoço. "A ideia era que, se a mulher tentasse se levantar, a foice deceparia sua cabeça", disse Polinski.Análises químicas indicaram que uma mancha verde em sua boca não foi deixada por uma moeda, mas por algo mais complicado. O resíduo trazia vestígios de ouro, cobre e permanganato de potássio, que Polinski pensa que podem ter sido deixados por uma poção preparada para tratar suas doenças. A causa da morte da mulher não está clara.Para o historiador Martyn Randy, do University College London, a mulher e a criança não se enquadram na descrição de vampiros. Ele destacou que os vampiros são um tipo específico de revenant. Suas características foram definidas primeiramente na década de 1720 por autoridades austríacas da dinastia dos Habsburgos, que se depararam com suspeitos vampiros em uma área que hoje é o norte da Sérvia e redigiram relatos que acabaram chegando às publicações médicas da época."Os relatos deixam muito claro que segundo as lendas populares locais, um vampiro tinha três características: era um revenant, alimentava-se dos vivos e era contagioso", disse Rady. A definição austríaca deu forma à mitologia literária sobre vampiros.Há dois tipos de revenants nas lendas polonesas. O "upior", que posteriormente daria lugar ao "wampir", é semelhante ao Drácula do cinema encarnado por Bela Lugosi.A "strzyga" era mais semelhante a uma bruxa –"ou seja, no sentido do termo nos contos de fada antigos, um espírito ou demônio feminino malévolo que ataca humanos, podendo comê-los ou beber seu sangue", disse Al Ridenour, folclorista residente em Los Angeles.Os moradores de Pien às vezes aludem à mulher enterrada com a foice como uma "strzyga", uma assombração que normalmente nasce com duas almas. "A alma maligna não consegue descansar no túmulo, por isso ela sai do túmulo e semeia o caos", disse Ridenour.Ele apontou para a Contrarreforma na Polônia, dizendo que foi sua turbulência que permitiu a persistência de crenças pagãs sobre mortos-vivos."Em reação aos protestantes, a Igreja Católica acentuou a emoção e o drama, como se pode ver na arte barroca, em pinturas de estilo ‘memento mori’ e semelhantes", ele disse. Os sermões ficaram mais incendiários e estimulavam o medo do diabo e demônios, que se traduzia em pavor de revenants e de mortos que renascem.Perto do final da Idade Média, colocar cadeados em sepulturas virou uma espécie de tradição na Europa central, especialmente na Polônia, onde fechaduras com chaves foram encontrados nas sepulturas de cerca de três dúzias de necrópoles de judeus ashkenazim.Em um cemitério judaico do século 16 em Lublin, cadeados de ferro foram colocados sobre mortalhas, em volta da cabeça dos mortos ou, na ausência de um caixão, sobre uma tábua cobrindo o corpo. A necrópole de Lutomiersk é a que inclui mais cadeados até agora: das 1.200 sepulturas investigadas, quase 400 continham cadeados. Mais Pouco é sabido hoje sobre o significado desse ritual, mas um termo talmúdico para designar uma sepultura é "uma fechadura" ou "algo trancado", fato que levou alguns estudiosos a concluir que o costume simbolizava "trancar o túmulo para sempre".O costume continuou nas comunidades judaicas polonesas pelo menos até a Segunda Guerra Mundial. Kalina Skora, pesquisadora do Instituto de Arqueologia e Etnologia da Academia Polonesa de Ciências, em Lodz, disse que o objetivo, segundo pessoas que observavam a tradição em meados do século 20, era "impedir a pessoa falecida de falar, de dizer coisas ruins ou de falar sobre este mundo no outro mundo".Por mais tenebroso possa parecer o tratamento dado a esses supostos revenants, a crença pode pelo menos ter encerrado definitivamente sua vida após a morte, frequentemente melancólica. Para citar Bela Lugosi em "Drácula": "Morrer, estar realmente morto, deve ser maravilhoso".Tradução de Clara Allain
2023-09-10 07:00:00
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Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/09/cadaver-de-400-anos-e-encontrado-preso-a-sepultura-com-cadeado.shtml
Feridas da ditadura sangram de tempos em tempos, dizem presas da era Pinochet
Cecilia Bottai formalizou sua militância no Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR, na sigla em espanhol) apenas um mês antes do golpe militar que, há 50 anos, iniciou no Chile um regime repressor que duraria 17 anos. E a mola propulsora para sua decisão foram os aprendizados que colheu ao lado de amigos brasileiros.Estudante de odontologia, ela conheceu no início dos anos 1970, em Santiago, exilados da ditadura que vigorava no Brasil desde 1964. Para muitos deles, Bottai foi fundamental —com sua cidadania chilena e seu passaporte italiano, ela ajudou os brasileiros a cruzarem fronteiras da região com documentos falsos para fugir dos militares.Até que ela própria foi vítima da repressão.Bottai foi levada pelo regime em setembro de 1975, quando estava grávida de dois meses, à Villa Grimaldi, que até 1978 foi um dos centros secretos de tortura da Dina (Direção de Inteligência Nacional). Estima-se que 4.500 detidos políticos passaram pelo mesmo lugar, hoje um parque aberto ao público e voltado para a preservação da memória."Fui torturada mesmo estando grávida. Deram-me choques dizendo que eram 'para a guaguita' [para o bebê]. E seguiram me torturando mesmo após os alertas de um médico. Assim, perdi meu bebê", relatou em uma declaração oficial em 1998.Antes de ser detida, sua mãe e irmã, sem envolvimento com política, foram levadas pelos militares, que as torturaram em busca de informações sobre o paradeiro de Bottai. Seu marido, Patricio Bustos, a quem conheceu na clandestinidade, também foi levado à Villa Grimaldi.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...No cinquentenário do golpe que a violentou e exilou, não há muito a celebrar. "No marco dos 40 anos [em 2013], estávamos melhores do que agora", diz a cirurgiã-dentista de 73 anos à Folha. "A impunidade no Chile abriu espaço para o negacionismo."Os exemplos da onda negacionista não são difíceis de achar. Há duas semanas, a deputada independente chilena Gloria Naveillán chegou a afirmar publicamente que a violência sexual exercida por militares na ditadura contra prisioneiras políticas faz parte de uma "lenda urbana"."As vítimas dessas violências sempre tentam cicatrizar as feridas. Mas é impossível. Sempre há algo nessa sociedade que nos agride. Essa ferida periodicamente sangra", diz Bottai.É uma visão compartilhada por outras mulheres que também foram alvos da repressão do regime de Augusto Pinochet e hoje tentam lidar com o passado ao mesmo tempo em que mantêm viva a memória de um dos momentos mais violentos da história do país."Quando se nega tudo, é como dizer que o que passamos não existiu. É negar nossa história", diz a psicóloga educacional Hilda Amalia Garcés, 71, também ela uma presa política na Villa Grimaldi, o centro de tortura onde ao menos 241 detidos foram mortos ou desapareceram. "Isso me traz muita dor e raiva."Também membro do MIR, Garcés, uma estudante de história no início dos anos 1970, vivia com outros militantes em um acampamento na região de Barrancas, em Santiago, onde desenvolvia trabalhos com a população local. Com o golpe de 11 de setembro de 1973, partiu para a clandestinidade. Mas em 1974, voltou a sua casa."Pensei que o pior já havia passado. Nunca pensamos que viriam atrás de nós. Não era soberba, mas sim muita ingenuidade."Em dezembro daquele ano, ela "caiu" —expressão usada para se referir aos detidos pelos militares. Ficou na Villa Grimaldi por 12 dias até que foi levada para Tres Álamos, outro lugar de detenção, onde ficou um ano e meio."Havia muito assédio sexual, golpes, ameaças de disparo e 'parrilla' [forma habitual de tortura no regime chileno na qual presos eram colocados deitados nus em uma estrutura de metal e eletrocutados]. Colocavam a arma nas nossas cabeças e diziam que iam nos matar."Uma vez em liberdade, Garcés partiu para o exílio na Bélgica, onde ficou por dois anos com uma bolsa de estudos. Fugir foi a única alternativa para muitos: ao menos 200 mil pessoas exilaram-se durante a ditadura chilena, dizem estimativas consideradas subnotificadas.Segundo o Acnur, a agência de refugiados da ONU, ao menos 73 mil chilenos obtiveram reconhecimento da condição de refugiados em outros países de 1974 a 1990, ano da redemocratização —54% em nações da América Latina e do Caribe, e 34% em países da Europa. Mais A última cifra também foi engrossada por Margarita Iglesias Saldaña, 66. "Fui tirada do país sem família. Sozinha. Recém-saída da adolescência", diz. Refugiada política na França, formou-se historiadora e hoje é professora da Universidade do Chile.Saldaña foi um dos casos —não tão raros— de menores de idade detidos pelo regime. Com apenas 17 anos, ela foi expulsa de sua escola e banida do sistema de ensino público antes de completar o último ano do ensino médio por pertencer ao MIR. Em janeiro de 1975, foi levada à Academia de Guerra da Força Aérea do Chile."Estive três meses incomunicável", relata. "Minha família soube que caí porque, entre os soldados que me vigiavam, havia um que tinha me conhecido em uma comunidade local e a avisou. Ainda assim, quando minha mãe ia aos postos militares, diziam que isso era impossível, porque eles não detinham menores de idade."Saldaña retornou a seu país apenas em 10 de março de 1990, no florescer democrático que sucedeu a derrocada de Pinochet. Chegou acompanhada da nova geração de sua família que ainda não havia podido conhecer o país: as duas filhas.Ela faz coro às críticas sobre o negacionismo histórico que ganha palco no Chile. "Um país sem memória não tem história e não pode construir o futuro. A memória não é pura, claro. Pode ser analisada. Mas há um fato inquestionável: houve um golpe de Estado em 1973."As três mulheres, que hoje contribuem com projetos de preservação da memória em seu país, veem na educação uma peça-chave para manter viva a consciência do que ocorreu de 1973 a 1990. E insistem que é preciso ampliar a ação da Justiça contra os torturadores."A impunidade abriu espaço para o negacionismo, que avançou como uma verdadeira bola de neve. É preciso interromper isso", diz Cecilia Bottai que, como Iglesias, pisou novamente em seu país novamente somente no início dos anos 1990, após 15 anos exilada na Itália.
2023-09-10 07:00:00
internacional
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The Town: Enzo Celulari nega flerte com Jade Picon: 'É cada coisa que inventam'
Enzo Celulari explicou o motivo de não poder deixar de comparecer ao quarto dia de The Town neste sábado (9): "Confesso que estou cansado, mas é Foo Fighters, não tinha como perder". Em entrevista ao F5, ele negou ter flertado com a influenciadora e ex-BBB Jade Picon."Imagina, a gente é amigo", falou. "'Cortejar’… É cada coisa que falam, pelo amor de Deus", complementou rindo. Mais O filho de Cláudia Raia e Edson Celulari disse ainda estar extremamente feliz no papel de irmão, agora com dois caçulas na família: Chiara, filha de um ano e meio de Edson com Karen Roepke, e Luca, de seis meses, fruto do relacionamento de Claudia com Jarbas Homem de Mello."Eu tô aprendendo a ser um irmão-tio. É outro lugar de relação, mas é muito lindo", afirmou. "Criança é vida, criança é alegria."
2023-09-10 00:50:00
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The Town: Isabeli Fontana diz que Di Ferrero quer gêmeos, mas para ela 'não tem condição'
Isabeli Fontana, 40, esteve sozinha no The Town, em São Paulo, neste sábado (9), mas contou que Di Ferrero, 38, havia aprovado seu look. "Ele, tadinho, toda hora me liga e fala: 'Nossa, amor, está muito linda'", conta a modelo.Aliás, segundo ela, isso nem é novidade. "Ele fala sempre que eu estou linda. Todos os dias. Até nos momentos que eu nem espero, que eu estou nada a ver", afirma. "Por isso que eu sou feliz com ele."A top, que tem dois filhos com ex-parceiros, diz que o cantor do NXZero tem vontade de aumentar a família. "Olha, ele quer gêmeos", conta. "Sendo que gêmeos não tem condição. Então a gente está na briga." Mais Zion, seu primogênito, começou a seguir os passos dos pais (ele é filho do ex-modelo Alvaro Jacomossi), o que deixa Isabeli cheia de orgulho, mas também preocupada. "Eu falei para ele que só vou ajudar se ele estudar", diz. "Eu sou uma mãe bem dura."O rapaz, aliás, causou frisson mais cedo ao chegar também no camarote VIP para conferir aos shows do festival. Assim como Isabeli, que estava com um vestido de couro, no estilo dominatrix, e usava botas altas por cima das meias de arrastão."É que todos os dias eu sou muito confortável, aí quando eu vou para algum evento, eu acho que eu tenho que ser 'pá', ser diferente", explica.
2023-09-10 00:43:00
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Bolsonaro será internado para tratar distúrbios digestivos; entenda as cirurgias
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai fazer duas cirurgias para tratar distúrbios digestivos. Os procedimentos são de correção das alças intestinais e de hérnia de hiato.O político também vai aproveitar para fazer uma cirurgia de desvio de septo. A internação está prevista para esta segunda-feira (11) no hospital Vila Nova Star, em São Paulo.Fabio Wajngarten, assessor do ex-presidente, afirmou nas redes sociais que os sintomas e exames decorriam da facada desferida contra Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018. Para especialistas, é provável que apenas a cirurgia para correção das alças intestinais se relacione com o episódio.Segundo Murillo Lobo, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital das Clínicas da USP, a correção de alças intestinais é feita para tratar o mau funcionamento do intestino."O termo é genérico. Pode ser um procedimento minimamente invasivo, por cirurgia robótica, por vídeo ou por cirurgia aberta", explica. De acordo com Lobo, a correção é feita no intestino delgado para tratar lentidão ou obstrução.As alças intestinais são uma parte móvel do intestino. Cirurgias anteriores ou traumas como a facada podem gerar nelas aderências —uniões indesejadas a outros órgãos ou tecidos. As aderências podem impedir que as fezes transitem de maneira adequada, causando lentidão ou obstrução.O quadro pode causar dor, acúmulo de gases e dificuldade para defecar.Em caso de obstrução, são necessários jejum e soro na veia. O paciente também pode precisar de uma sonda do nariz até o estômago para esvaziar o conteúdo do intestino, afirma Lobo.Segundo ele, a cirurgia pode ser uma "caixinha de surpresas", já que, a depender da situação do paciente, podem ser necessárias ações mais invasivas, como a retirada de um segmento do intestino.Casos mais graves podem demandar internação em UTI depois da cirurgia. Também pode haver a necessidade de colocar uma bolsa de colostomia para esvaziar o intestino sem comprometer a recuperação do órgão. Mais Bolsonaro já precisou usar o equipamento depois de receber uma facada na barriga durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro de 2018. O agressor, Adélio Bispo de Oliveira, está em uma penitenciária de segurança máxima em Mato Grosso do Sul, mas pode ser transferido para um hospital psiquiátrico.Desde o atentado, o ex-presidente fez quatro cirurgias para tratar complicações."Pensando nas cirurgias prévias que Bolsonaro fez, talvez ele esteja com o fluxo intestinal lento ou com alguma obstrução que possa repercutir em distensão abdominal e problemas na evacuação", afirma Vanessa Prado, cirurgiã do aparelho digestivo do hospital Nove de Julho."Qualquer paciente que já tenha feito uma cirurgia abdominal tem chance de ter essas aderências e, por isso, uma possível obstrução", diz.Já a cirurgia de hérnia de hiato serve para tratar quadros de refluxo. Nesse caso, uma parte do estômago escorrega do abdome para o tórax por causa do afrouxamento de um orifício (o hiato) localizado entre essas duas partes do corpo.Para fazer a correção, os médicos dividem a cirurgia em duas etapas. Na primeira, eles apertam o hiato. Na segunda, os profissionais voltam o estômago para a região abdominal."A cirurgia da correção da hérnia de hiato é segura. Hoje em dia é feita prioritariamente de forma minimamente invasiva. O risco principal é de o hiato voltar a abrir. O paciente precisa ser muito bem avaliado para evitar que o problema reapareça", afirma Lobo.O tempo de internação é de, em média, 48 horas. O paciente precisa de cerca de duas semanas para se recuperar, durante as quais deve dar prioridade a uma dieta líquido-pastosa.A hérnia de hiato pode acontecer por questões genéticas ou anatômicas e está relacionada ao enfraquecimento da musculatura. Os principais fatores de risco são o tabagismo e a obesidade.A cirurgia de desvio de septo é a mais simples e pode estar ligada a sintomas variados, como dificuldade para dormir ou ronco. A assessoria do ex-presidente não deu mais informações sobre as especificidades do procedimento.Ela também não disse quais são os atuais sintomas que motivaram a cirurgia para correção das alças intestinais.Em agosto, Bolsonaro, 68, ficou internado em São Paulo para exames preparatórios. Ele tem mantido uma rotina de eventos políticos desde que voltou ao país, em março. Nas redes sociais, ainda não se manifestou diretamente sobre o acordo de colaboração firmado por seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que deixou a prisão neste sábado (9). Mais
2023-09-10 04:01:00
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Lula assume presidência temporária do G20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu das mãos do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o martelo que simboliza o comando do G20, neste domingo (10). O petista também anunciou o lema do Brasil na presidência do grupo: "Construindo um mundo justo e um planeta sustentável".A cerimônia foi simbólica, uma vez que o Brasil só assume a presidência do G20 formalmente em 1 de dezembro. "Vamos fazer um esforço para fazer uma cúpula pelo menos igual a esta da Índia", disse Lula, elogiando os anfitriões em Nova Déli.No início de sua fala ao fim da cúpula, Lula fez menção ao ciclone que causou 46 mortes no Rio Grande do Sul e 1 em Santa Catarina –o petista foi alvo de críticas de bolsonaristas por não ter viajado ao estado antes de embarcar para a Índia— e fez do evento extremo um reforço de seu argumento a favor de políticas contra a crise climática."Primeiro, gostaria de dizer às autoridades aqui presentes que a natureza continua dando demonstração de que precisamos cuidar dela com muito mais carinho. Esta semana, três dias atrás, no meu Brasil, um ciclone, no estado do Rio Grande do Sul, que nunca havia tido ciclone, matou 46 pessoas, e tem quase 50 pessoas desaparecidas." O balanço atualizado de mortes foi divulgado horas depois do discurso de Lula.No discurso, Lula tambem passou um recado aos países ricos. "Não podemos deixar que questões geopolíticas sequestrem a agenda de discussões das várias instâncias do G20, não nos interessa um G20 dividido", disse.Ainda que indiretamente, o presidente se referia ao fato de que a cúpula de Nova Déli quase acabou sem um comunicado conjunto devido à insistência das nações do G7 de incluir uma condenação enérgica à agressão da Rússia contra a Ucrânia. No último momento, países ricos concordaram com um documento que rechaça a guerra, mas não critica diretamente a Rússia. Mais Foi uma tentativa dos países ricos de salvar o G20 da irrelevância, ainda mais diante do fortalecimento e expansão do Brics liderada pela China. Caso não se chegasse a uma declaração comum, a viabilidade do G20 estaria em xeque —e Brasília herdaria um bloco menos relevante.O Brasil era um dos países que criticava a contaminação do G20 pelo tema da Guerra da Ucrânia. O governo brasileiro está alinhado à China na ideia de que o grupo deve focar questões econômicas, de crescimento e desenvolvimento, não geopolíticas.A presidência brasileira do G20 terá três prioridades, segundo Lula: a inclusão social e o combate à fome, a transição energética e o desenvolvimento sustentável, e a reforma das instituições de governança global. O presidente também anunciou o lançamento de duas forças-tarefa: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima, como antecipou a Folha."Precisamos redobrar os esforços para alcançar a meta de acabar com a fome no mundo até 2030, caso contrário estaremos diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos."Ao pedir reforma das instituições multilaterais, Lula pediu maior participação dos países emergentes nas decisões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional e apontou para a dívida insustentável de países pobres junto ao fundo. Também pediu a revitalização da Organização Mundial de Comércio, que está paralisada desde 2019, após bloqueio dos EUA à indicação de árbitros para o órgão de solução de controvérsias."Para recuperar sua força política, o Conselho de Segurança da ONU precisa contar com a presença de novos países em desenvolvimento entre seus membros permanentes e não permanentes", disse. O governo brasileiro pleiteia uma vaga permanente em um novo Conselho de Segurança expandido. Mais Antes da sessão da manhã e da cerimônia de transmissão da presidência do G20, Lula foi, ao lado dos outros chefes de Estado e governo, depositar flores no Memorial de Mahatma Gandhi. Durante a visita ao memorial, chamado Raj Ghat, os líderes tiraram os sapatos em sinal de respeito. Além do premiê Modi, o francês Emmanuel Macron, a alemã Ursula Von der Leyen, o alemão Olaf Scholz, estavam descalços – o americano Joe Biden preferiu usar uma pantufa oferecida pela organização.Ao final do discurso de transmissão da presidência do G20, Lula afirmou ter ficado muito emocionado ao visitar o memorial de Gandhi e disse que seguia a tática de não violência do herói indiano. O petista também deu de presente a Modi uma muda de jacarandá —cada um dos líderes reunidos em Nova Déli levou mudas de árvores típicas de seus países para serem plantadas na Índia.Também de manhã, Lula se reuniu com Macron e falou sobre o acordo UE-Mercosul, bem como sobre o documento do bloco europeu que faz uma série de exigências ambientais para o avanço das negociações do acordo. O presidente brasileiro já havia se referido a elas como "protecionistas" e "exageradas"; dessa vez escolheu os adjetivos "ofensivas" e "inadmissíveis".A agenda de encontros do petista incluiu reuniões com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e com o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte. Houve ainda uma bilateral com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.A reunião estava prevista inicialmente para o sábado (9), mas foi adiada, segundo o governo brasileiro, por problemas na agenda do saudita, que se estendeu de forma não prevista em um encontro com Joe Biden.A conversa entre o brasileiro e o saudita, porém, tem pesos controversos: MBS, como o príncipe é conhecido, é acusado de mandar esquartejar o jornalista de seu país Jamal Khashoggi. As relações entre Arábia Saudita e Brasil também estão sob escrutínio depois que presentes dados pela monarquia ao governo brasileiro foram movidos ao acervo pessoal do agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).Lula e MbS se reuniram-se durante cerca de 20 minutos no hotel Taj Palace, em que falaram sobre a entrada da Arábia Saudita no Brics, decidida na última cúpula do bloco, em Joanesburgo, e que será oficializada em 2024. O príncipe manifestou interesse em investir no Brasil no setor de óleo, gás, mineração e também em combustíveis verdes. E não levou presentes a Lula, informou o governo brasileiro.
2023-09-10 05:42:00
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The Town: Após sucesso em 'Vai na Fé', José Loreto quer investir em carreira musical
José Loreto chegou ao The Town neste sábado (9) usando uma combinação das tendências preferidas pelo público: animal print e transparência. Ao F5, ele disse que o traje não é "ousado"."Tudo bem ser onça, zebra, tudo bem pintar o olho, tudo bem usar uma transparência", disse ele. O ator admitiu que, se visse ele próprio alguns anos antes, iria se espantar, e mandou recado para "sua galera": "Sintam-se à vontade". Mais Lui Lorenzo, personagem de "Vai na Fé", foi uma materialização do "novo Loreto". Seguindo os passos do personagem, ele quer agora virar cantor e falou sobre o álbum que deve lançar em breve."É um MPB descontraído, música popular brasileira do meu jeito. Gosto de contar histórias musicadas. São histórias da infância, com minha filha, ex-namoradas, história de amores", contou ele.
2023-09-10 00:32:00
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Reforma Tributária pode aliviar folha de pagamento de igrejas, partidos e sindicatos
A Reforma Tributária pode acabar com a cobrança de PIS/Pasep sobre a folha de pagamento de um determinado grupo de contribuintes. Entre eles, igrejas, entidades sem fins lucrativos, partidos políticos, sindicatos e condomínios de imóveis residenciais ou comerciais.Também estão na lista serviços sociais, conselhos profissionais, fundações públicas e privadas e organizações de cooperativas.A alíquota sobre a folha de pagamento é de 1% nesses casos. Em geral, os demais contribuintes pagam o PIS sobre faturamento com alíquotas de 0,65% no sistema cumulativo ou 1,65% para quem tem direito a crédito.A Reforma Tributária acaba com cinco tributos. Entre eles, o PIS, cuja arrecadação é destinada ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), para custeio do seguro-desemprego e do abono salarial e para financiamento de programas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).Esse tributo federal será transformado, com a Cofins, na CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que terá parte dos recursos destinados ao FAT e será cobrada nas vendas de bens e prestação de serviços. A extinção do PIS está prevista para 2027.Daniel de Paula, especialista tributário do IOB, diz que tais entidades não contribuirão mais com o 1% sobre a folha, segundo o texto da PEC 45 aprovado na Câmara e que está agora em análise no Senado."É preciso aguardar para avaliar se esse tema agora será tratado pelo Senado. Se não houver nenhuma exceção, o entendimento é que tais entidades não contribuirão mais com 1% sobre a folha", afirma.O especialista destaca que, em razão de decisões judiciais, algumas entidades beneficentes de assistência social certificadas já não recolhem o tributo sobre a folha.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Segundo o IOB, a reforma não prevê o fim do Pasep de 1% sobre receitas governamentais das pessoas jurídicas de direito público. Entre elas estão União, estados, municípios, autarquias e associações públicas.A extinção era parte de outra proposta de reforma, a PEC 110, mas não foi incorporada ao texto da PEC 45."Essa contribuição de 1% sobre a folha de salários, não sobre o faturamento, é devida por entidades que, pela sua própria atuação, nem sequer têm faturamento", afirma a advogada Maria Carolina Bachur, sócia do escritório Lobo de Rizzo.Ela diz que algumas dessas entidades também têm imunidade sobre a contribuição patronal sobre a folha de salários e que o PIS sobre a folha funciona como uma contribuição única para suprir essas duas questões.Segundo a tributarista, o texto aprovado na Câmara não trata expressamente dessa cobrança, portanto, ela cairia com a extinção do PIS."É uma contribuição quase residual, comparando com a arrecadação do PIS/Pasep mais ampla sobre faturamento. Não acho que vá ser uma perda de arrecadação muito significativa."No documento em que estimou que a alíquota dos novos tributos pode chegar a 27%, a Secretaria Especial da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda não cita o impacto dessa desoneração sobre os cálculos.Afirma, no entanto, que há uma série de mudanças residuais que estariam compensadas por uma estimativa mais baixa de arrecadação com o Imposto Seletivo.Total das remunerações, inclusive gratificações, comissões, adicional de função, aviso prévio trabalhado, adicional de férias, quinquênios, adicional noturno, horas extras, 13º salário, repouso semanal remunerado, e o total das diárias pagas, quando excedente a cinquenta por cento da remuneração mensalAlíquota de 1%Fontes: IOB e Receita Federal. *Que preencham os requisitos da lei nº 9.532/1997 **previstas na lei nº 5.764/1971 Mais
2023-09-09 23:15:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/reforma-tributaria-pode-aliviar-folha-de-pagamento-de-igrejas-partidos-e-sindicatos.shtml
The Town: Gabriel Fop desconversa sobre ir para A Fazenda, mas diz que toparia outro reality
O ex-BBB Gabriel Fop queria muito ver o show do Detonautas e por isso chegou cedo ao The Town neste sábado (9). Questionado pelo F5 sobre ter sido convidado para A Fazenda 15, respondeu rindo: "não sei, não estou trabalhando na Record ainda não".Fop disse não ter informações sobre convites ao reality. Se iria, caso convidado? Desconversou. "Eu iria para outros reality shows", disse de forma geral. "Para A Fazenda não?", questionou a reportagem. "Iria para outros reality shows", desviou o ex-BBB. Mais Ele também falou sobre a vida de solteiro, com a qual afirma estar muito feliz. "Tô solteiro faz anos. Muito tempo solteiro, a gente fica acostumado", disse.Fop explicou que seguirá sem um compromisso sério até "chegar uma pessoa que encaixe perfeitamente". Enquanto isso, curte o festival ao lado de amigos, como a ex-BBB Tina Calamba.
2023-09-09 23:23:00
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/the-town-gabriel-fop-desconversa-sobre-ir-para-a-fazenda-mas-diz-que-toparia-outro-reality.shtml
Juíza negra assume secretaria do CNJ e luta para não ser exceção
A cadeira da magistrada Adriana Cruz, 53, na 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro é um espaço que ela define como coletivo.Nela estão depositadas as expectativas das pessoas que buscam ser ouvidas pelo Judiciário, assim como a de mulheres negras para quem a juíza trabalha para abrir caminho e a memória das ancestrais que a guiaram até ali.Envolta em compromissos na ponte aérea Rio-Brasília, prestes a assumir a secretaria-geral do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) na gestão do ministro Luís Roberto Barroso, Adriana abre o vídeo sorrindo e pedindo licença para responder a uma mensagem antes de iniciar a entrevista à Folha.Na reta final, ela resgata o celular novamente para avisar aos colegas que em breve ingressaria na reunião.Filha da professora Lina Maria e do advogado Eloá, Adriana conta que resistiu à ideia de fazer direito, até ser provocada por um colega de escola sobre seu perfil. Superada a própria birra, ela entrou na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em 1988, já com o sonho de carreira: se tornar juíza federal.Carioca, ela se acostumou a andar "com a casa nas costas", algo que desafia as mulheres que escolheram a área jurídica.Seis meses após formada, passou no concurso público para ser procuradora do Banco Central em Salvador. Depois, mudou-se para Brasília, onde aos 29 anos foi aprovada como juíza no concurso do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).A falta de pessoas negras no Judiciário não causou estranhamento naquela época a Adriana, habituada desde a infância a ser a única no universo da classe média tijucana que frequentava."Nunca foi colocado pela nossa família que poderia ser uma impossibilidade [ser juíza], mas sempre tivemos muita clareza das desigualdades raciais, até porque os nossos pais precisaram criar a gente para sobreviver nesse mundo que é um ambiente hostil para nós." Mais Ao mesmo tempo, Adriana faz questão de destacar que a própria trajetória não é parâmetro ou reproduzível em larga escala, uma realidade que busca mudar por meio dos diferentes papéis que assumiu.Ser reconhecida como autoridade foi seu maior desafio, uma dificuldade comum para as magistradas e multiplicada para ela, uma mulher negra. Publicamente, Adriana já falou sobre a experiência de não ser reconhecida pelo réu, que se dirigia a outros homens presentes no local, mas não a ela.A magistrada é bisneta de Damiana, personagem central do romance "Água de Barrela", que conta a história de luta de gerações de mulheres negras no Brasil, obra da irmã mais velha, a escritora e jornalista Eliana Alves Cruz. Folha apresenta perfis de figuras relevantes no mundo jurídico feminino nacional O clã Cruz, como assim definiu a filósofa, ativista e escritora Sueli Carneiro, é formado ainda pelos irmãos Paulo Vicente, também jornalista e escritor, e Bárbara, a antropóloga e caçula do quarteto.Para ficar próxima à família, Adriana pediu remoção para o Rio de Janeiro em 2001, ingressando no TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região).Em 2014, após regressar do Espírito Santo, onde se tornou juíza titular, ela assumiu a cadeira da magistrada Simone Schreiber como titular da 5º Vara Federal Criminal especializada em crimes de lavagem de dinheiro e financeiros.Entre suas decisões está a condenação em agosto de 2022 do ex-PM Ronie Lessa, executor do assassinato da vereadora Marielle Franco, a cinco anos de prisão por tráfico internacional de armas.Adriana, porém, evita destacar essa ou outras decisões. "Todo processo é importante, tem processo mais complexo do que outro, mais sensível que outros, mas para juiz o processo não pode ter capa."Em uma entrevista, a magistrada disse que decidiu seguir na área penal após um réu lhe dizer que havia sido a primeira pessoa, durante todo o processo, a demonstrar interesse em ouvi-lo."Aquilo me tocou muito, porque o interrogatório é o último ato do processo. Uma pessoa passar por diversos atores e agentes e não se sentir escutada por ninguém, eu fiquei imaginando que deve ser uma sensação horrorosa", diz. A atividade de julgar, para ela, não é um trabalho de "bater carimbo". "Tenho um colega que diz que o dia em que decretar a prisão de uma pessoa e for tranquilo para a casa, é hora de mudar o canal."Mas Adriana sabe que nem todos pensam como ela, por isso escolheu o investimento em formação como caminho para ajudar a superar os problemas existentes no Judiciário, entre eles fazer com que todos "olhem para as pessoas como pessoas".Desde o mestrado, ela atua como formadora de colegas do tribunal. Em 2019, tornou-se professora de direito penal na PUC-Rio."Dou aula porque amo muito, porque às 7h estou em sala de aula, com o cérebro funcionando", conta entre risos.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Em plena pandemia, Adriana formulou junto com um grupo de colegas a disciplina "Direito e Relações Raciais", que se tornou obrigatória na grade. Agora ela dá aulas sobre julgamento com perspectiva de gênero e raça, optativa que sugeriu para ensinar o protocolo do CNJ.Foi no doutorado, na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), que Adriana foi apresentada a Barroso. Em 2015, ela trabalhou como juíza auxiliar do gabinete do ministro no Supremo.Mais tarde, por meio da atuação em grupos no CNJ e em coletivos do Judiciário, como a Ajufe Mulheres (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Adriana passou a atuar de forma nacional e ver pautas que lhe são caras chegarem às instituições.Ela, acostumada a ser a única nos espaços, encontrou o próprio quilombo no coletivo Enajun (Encontro Nacional de Juízas e Juízes Negros), no qual atua desde 2017, ao lado de juízes e juízas negros, para aumentar a representatividade na carreira.Em meio à abertura de vaga no STF, que nunca teve uma ministra negra em sua composição, o nome da juíza passou a ser cotado por movimentos sociais. Atual presidente e uma das duas mulheres da corte, Rosa Weber se aposentará neste mês.Gabrielle Abreu, coordenadora do coletivo Mulheres Negras Decidem, afirma que a juíza federal é comprometida com os direitos humanos, com o fortalecimento da democracia e com o combate à corrupção, de maneira "séria e contundente". "É interessante notar a atuação de uma jurista negra progressista em casos desta natureza."Frei David, coordenador da Educafro, outra entidade que defende o nome da juíza, diz que Adriana foi citada pela experiência de mais de 20 anos na magistratura e por decisões comprometidas com o povo negro. "Adriana Cruz t em uma folha de serviço ao Brasil muito extensa e muito potente", diz.Adriana pediu para não falar sobre uma eventual indicação, mas não deixou de destacar o impacto da falta de ministras negras para o Judiciário no país."É essencial que o Judiciário esteja permeado e composto por pessoas sobre as quais ele vai decidir a vida", disse, citando uma fala da professora Jane Reis."É intuitivo que, no ambiente democrático, todas as pessoas tenham acesso a esse espaço de decisão. É assim no nosso condomínio, por que não seria nas cortes que decidem questões tão relevantes da nossa vida", concluiu.Formou-se em direito pela UFRJ, é mestre em direito pela PUC-Rio e doutora em direito penal pela Uerj. Em 2015, tornou-se juíza titular da 5ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro. É também professora de direito penal na PUC-Rio. A juíza federal está prestes a assumir a secretaria-geral do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) na gestão do ministro Luís Roberto Barroso. Mais
2023-09-09 23:15:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/juiza-negra-assume-secretaria-do-cnj-e-luta-para-nao-ser-excecao.shtml
Reforma Tributária fala em 'meio ambiente', mas desonera agrotóxico
A proposta de Reforma Tributária que tramita no Congresso cita quatro vezes a expressão "meio ambiente", colocado como princípio para concessão de incentivos e elaboração de políticas tributárias, mas sem que haja uma obrigação de que tal orientação seja observada.Por outro lado, produtos que podem ser considerados prejudiciais ao ambiente, como agrotóxicos, estão entre aqueles que podem ter uma tributação reduzida em pelo menos 60%.Por causa de uma mudança de última hora feita na proposta no dia da votação na Câmara, esses insumos também devem ficar protegidos do Imposto Seletivo, que tem como objetivo justamente tributar a produção, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao ambiente.O mesmo pode acontecer com alimentos ultraprocessados.No estudo em que calculou qual seria a alíquota dos novos tributos sobre o consumo criados pela reforma, o Ministério da Fazenda considerou um Imposto Seletivo que incida somente sobre fumo e bebidas alcoólicas. O cálculo mais conservador sobre essa arrecadação teve como justificativa as incertezas sobre qual será o alcance desse novo tributo.Uma vez aprovadas as mudanças na Constituição em discussão neste momento, caberá ao governo propor ao Congresso uma lista com produtos duplamente beneficiados. Entre eles, itens enquadrados como "insumos agropecuários e aquícolas e alimentos destinados ao consumo humano".Pesquisa Datafolha encomendada pela ACT Promoção da Saúde mostrou que 94% dos brasileiros apoiam o aumento de impostos para produtos nocivos à saúde e ao ambiente. O apoio é de 64% quando se trata de agrotóxicos e 36% em relação a combustíveis fósseis."É difícil pensar em um Imposto Seletivo sobre produtos com externalidades negativas para o ambiente e para a saúde sem ter, no âmbito desse novo imposto, os agrotóxicos. Isso está claramente fora dessa redação que foi deixada já na Constituição", afirma Jefferson Nascimento, coordenador de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Nascimento diz discordar da justificativa de que é necessário isentar todos os insumos agrícolas para garantir alimentos desonerados e defende um debate sobre cada um desses produtos dentro da ideia de uma reforma tributária verde."Não se esperou nem para ter esse debate no âmbito da lei complementar. Já colocaram lá na Constituição e fecharam as portas para essa discussão."Virgínia Pillekamp, sócia da área de Tributos da EY, afirma que os dispositivos da reforma que tratam do Imposto Seletivo geram dúvidas de interpretação e conflitos que podem resultar em contestações mais à frente."Se defensivos agropecuários forem excepcionados [do benefícios fiscal], a gente vai ver essa discussão lá no futuro, se a lei complementar teria competência para fazer esse tipo de exclusão", afirma Pillekamp.A tributarista afirma que a PEC prevê que o seletivo poderá incidir sobre derivados de petróleo, combustíveis e minerais, mas também sobre energia elétrica, sem prever exceção para fontes renováveis, e serviços de telecomunicações, que não se enquadram no conceito de prejudiciais à saúde e ao ambiente."§ 1º Lei complementar definirá as operações com bens ou serviços sobre as quais as alíquotas dos tributos de que trata o caput serão reduzidas em 60%, referentes a:(...) VII – insumos agropecuários e aquícolas, alimentos destinados ao consumo humano e produtos de higiene pessoal.""O imposto [seletivo] (...) não incidirá sobre os bens ou serviços cujas alíquotas sejam reduzidas nos termos do § 1º".Fonte: PEC 45/2019Renata Elaine Ricetti, coordenadora de pós-graduação da Escola Paulista de Direito, diz que a redação da reforma nesse ponto (artigo 9º) se tornou confusa."Colocaram a hipótese de o Imposto Seletivo tributar esses consumos nocivos à saúde, mas também colocaram que não pode tributar alimentos destinados ao consumo humano. Então como que a gente vai tributar bebidas açucaradas e alimentos processados? Está tudo bem confuso", afirma.Ralph Melles Sticca, coordenador do curso de direito da Harven Agribusiness School e especialista em direito tributário, afirma que é necessário afastar a tributação do seletivo sobre os bens e serviços que terão alíquotas reduzidas dos demais tributos, para que essa desoneração seja efetiva.Ele diz não ver problemas na redação do artigo e avalia que alguns alimentos poderiam ter alíquota sem redução e ainda uma tributação adicional. "Se você decidir que alguns alimentos não terão redução de alíquota, outros, como ultraprocessados e refrigerantes, poderiam ficar sujeitos à aplicação do Imposto Seletivo."Em relação à proteção ao ambiente como princípios do sistema tributário e da concessão dos incentivos regionais, a Oxfam Brasil avalia a indicação como positiva, mas diz que é necessário tratar da questão de forma mais detalhada na regulamentação da reforma.Esses pontos foram incluídos no texto por sugestão da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), que fez parte do grupo de trabalho que analisou a reforma na Câmara.A Oxfam Brasil e mais de 70 organizações da sociedade civil divulgaram em março o Manifesto pela Reforma Tributária 3S: Saudável, Solidária e Sustentável. Na avaliação da entidade, o texto atual da proposta não atende totalmente a esses critérios.Fonte: PEC 45/2019 Mais
2023-09-09 23:15:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/reforma-tributaria-fala-em-meio-ambiente-mas-desonera-agrotoxico.shtml
The Town: Lucas Silveira, da Fresno, e Karen Jonz curtem 'vale night' de casal
Os músicos Lucas Silveira, da banda Fresno, e Karen Jonz, que também é skatista, aproveitaram o The Town para tirar uma noite "off" sem a filha Sky, de 7 anos. "Temos o costume de levar ela para todos os lugares, mas às vezes a gente gosta também de sair só nós dois para poder ficar um pouco mais à vontade", diz Jonz.Ela reforça que isso só é possível graças à sua rede de apoio. "Assim, os pais podem ter um tempinho." Mais Lucas e Karen, além de dividirem o cuidado da filha, trabalham juntos. Se amor e trabalho dão certo? Para os dois, sim. "Gosto das opiniões que a Karen dá sobre minhas músicas, eu ajudo ela a produzir quase tudo que ela faz. Então, acho que é um negócio que adianta de todos os lados", argumenta Silveira."É uma das linguagens do amor", complementa Jonz.O casal afirma que o The Town é como uma "ida à balada" para eles. "É uma balada, mas vamos embora cedo", comenta a artista. Eles disseram não saber se ficariam até o final do show do Foo Fighters: "Não garanto. O sono bate cedo por aqui", explica o vocalista da Fresno.
2023-09-10 00:04:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/the-town-lucas-silveira-da-fresno-e-karen-jonz-curtem-vale-night-de-casal.shtml
The Town: Pedro Novaes conta como se divide entre a música, a atuação e a moda
Pedro Novaes, 26, diz que sempre teve o Foo Fighters como referência e, por isso, não quis perder o show da banda neste sábado (9) no The Town, em São Paulo. Além de ator, ele também é baterista da banda Fuze, em que toca com o irmão Diogo e com amigos. "A gente se inspira muito nessas bandas de rock'n'roll das antigas", afirma.Aliás, sobre a banda, o filho de Letícia Spiller e Marcello Novaes conta que estão se preparando para uma nova empreitada. "A gente está num processo de gravação intenso, porque temos o projeto de lançar um álbum no início do ano que vem. E a gente tá gravando e produzindo nossas próprias coisas. Estamos num processo bem autoral, bem apegado à nossa identidade."O jovem diz que consegue conciliar as duas carreiras, e ainda tem tempo para acrescentar mais uma ao portfólio. "Estou fazendo três coisas na minha vida: música, em primeiro lugar, atuação e moda", conta ele, que acabou de fechar contrato com a Way Models. "Eu já desfilei quando era mais novo, fiz um desfile ou outro assim, mas tenho outras vertentes na moda pra poder mostrar." Mais Já na área da atuação, ele diz que em breve poderá ser visto na série "Toda Família Tem", do Prime Video. "É uma comédia, e eu faço o Junior, que tem um amor muito grande pela Pat e faz de tudo para a família dela aceitá-lo. Só que ele acaba se extrapolando, ele tenta forçar muito essa interação."Pedro diz que nunca passou por nada parecido, ao menos "não como ele". Na trama, ele contracena com Gabriela Dias.O ator, que chegou ao festival acompanhado da namorada Eduarda Vilar, desconversou sobre os planos de oficializar a união. "Vou deixar essa pergunta no ar", brincou. "A gente não é casado, mas, pô, ela é muito parceira e veio fechar comigo."
2023-09-10 00:24:00
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https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/the-town-pedro-novaes-conta-como-se-divide-entre-a-musica-a-atuacao-e-a-moda.shtml
Brasileiro João Fonseca bate americano e conquista o US Open juvenil
O brasileiro João Fonseca, 17, é campeão do US Open juvenil. Ele venceu, neste sábado (9) o americano Learner Tien, 17, por 2 sets a 1, de virada (4-6, 6-4 e 6-3). Com a vitória, ele se torna o número 1 do mundo para a sua categoria."Galera, muito obrigado. Gratidão por todo o trabalho. Estou muito feliz por ter conquistado o torneio. Vamos por mais, por muito mais. Vamos trabalhar por isso. Aqui é Brasil", disse ele após a conquista.Se não havia mais brasileiros que americanos nas arquibancadas, os sul-americanos eram mais barulhentos, com muitas vibrações e gritos de apoio a cada ponto conquistado por Fonseca. A partida estava marcada para as 15h deste sábado, mas foi atrasada em mais de três horas por causa da chuva em Nova York.O brasileiro perdeu o primeiro set e teve de correr atrás no segundo, quando já começou tendo seu serviço quebrado. A partir daí, porém, os dois jogadores começaram a perder seus serviços. No fim, Fonseca prevaleceu por 6 a 4.Na terceira e decisiva parcial, o mesmo roteiro: Tien quebrou primeiro o serviço de Fonseca, que conseguiu reverter a situação e vencer por 6 a 3.Carioca, Fonseca é a grande promessa do tênis brasileiro. Ele vence seu primeiro Grand Slam da categoria na primeira vez que chega a essa fase num torneio de simples. Já chegou às quartas de final em Roland Garros, Wimbledon e no Aberto da Austrália; nas duplas, também foi finalista na Oceania neste ano. No ano passado, foi parte da equipe brasileira que venceu a Copa Davis J=juvenil,No início deste ano, quando disputou o Rio Open, seu primeiro torneio profissional, ele disse se inspirar no espanhol Carlos Alcaraz.Outro brasileiro a vencer o US Open juvenil foi Thiago Wild, em 2018.
2023-09-09 21:27:00
esporte
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https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/brasileiro-joao-fonseca-bate-americano-e-conquista-o-us-open-juvenil.shtml
Galvão Bueno diz que se sentiu um 'peixe fora d'água' por não ter narrado jogo do Brasil
Aposentado desde o fim da Copa do Mundo do Qatar, em dezembro de 2022, Galvão Bueno desabafou antes da partida entre Bolívia e Brasil nesta sexta-feira (8). Ex-funcionário da Globo contou que estanhou ter ficado de fora de uma narração esportiva decisiva da seleção brasileira."Sempre disse que as Eliminatórias da Copa já é a Copa do Mundo. Brasil e Bolívia jogam em Belém, no Pará. Vou estar assistindo na Globo torcendo para a seleção brasileira. Mas confesso que estou me sentindo meio que um peixe fora d'água", publicou Galvão, no Instagram, na sexta (8).Galvão então prosseguiu: "Desde 1974, vai ser a primeira vez que eu não estou diretamente ligado a um evento desse, a uma transmissão, a estar juntos com a seleção. São 49 anos, só de Globo 42 anos desde a Copa de 1982 para cá", refletiu para logo completar: "Estou me sentindo um pouco estranho por ter virado telespectador. É muito importante na vida de um profissional estar ali comandando as transmissões da seleção brasileira. Vou ficar até meio tristinho". Mais Na primeira partida sob o comando do técnico Fernando Diniz, a seleção brasileira derrotou a Bolívia por 5 a 1 no estádio Mangueirão, em Belém, no Pará, na rodada de abertura das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Rodrygo (2), Raphinha e Neymar (2) marcaram os gols do Brasil e Ábrego descontou para os bolivianos.
2023-09-09 19:38:00
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Beatificação expõe fraturas da Polônia com o Holocausto e impulsiona nacionalismo
Numa vila de 4.200 habitantes na Polônia, um palco similar ao de festivais de música destoa na paisagem.Em Markowa, a 350 km de Varsóvia, em volta de uma estrutura que deve receber mais de 20 mil pessoas, funcionários aparam a grama com esmero e retiram pedras do trajeto que leva à igreja local para limpá-las.A preparação meticulosa acontece devido à cerimônia de beatificação, neste domingo (10), da família Ulma, que escondeu judeus durante a Segunda Guerra Mundial e, por isso, foi fuzilada e jogada em uma vala comum cavada pelos próprios moradores do vilarejo sob ordens de guardas nazistas.Ao mesmo tempo em que celebra um episódio heroico contra o terror promovido pela Alemanha de Adolf Hitler, o evento também expõe fraturas na maneira como o governo polonês tenta moldar a narrativa em torno da participação de cidadãos do país no Holocausto e ocorre próximo às eleições parlamentares, em outubro, quando o partido ultraconservador PiS (Lei e Justiça), no poder desde 2015, tentará se reeleger.Ainda que não tenham sido os únicos a ajudar judeus da província onde Markowa está localizada, Jósef e Viktoria Ulma, com seus seis filhos, notabilizaram-se por terem sido os únicos ali a serem assassinados devido a tal atitude e, portanto, viraram mártires. Por quase dois anos, o casal escondeu oito pessoas, que também foram mortas pelos nazistas —dos 120 judeus do vilarejo, apenas 21 sobreviveram.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...A casa já não existe mais, tendo sido destruída anos depois da guerra devido a problemas estruturais. Mas o esforço de Maria Riznar-Fołta, que há 40 anos criou uma espécie de memorial em homenagem aos que resistiram às ordens dos nazistas, oferece um vislumbre das condições enfrentadas pelos judeus à época.Diretora da associação de amigos de Markowa, ela viabilizou para uma área perto do cemitério onde está a sepultura dos Ulma a transferência da casa original da família Szilar, outra a proteger judeus da região.No segundo andar da residência, por trás de maços de feno, uma porta leva a um esconderijo semelhante ao mantido por Jósef e Viktoria. Ali, com estimados 14 m², paredes de madeira que deixavam o ambiente "muito quente no verão e muito frio no inverno" e teto baixo que obrigava sete pessoas a viverem de joelhos, o cheiro de esterco de estábulos ao redor, segundo o relato de um sobrevivente, confundia-se com o fedor dos excrementos dos abrigados. Só saíam dali à noite, quando a situação parecia mais segura.A coragem dos poloneses que desafiaram as leis alemãs que impunham morte até aos que apenas tentassem ajudar judeus destoa da forma como os Ulma teriam sido descobertos. De acordo com o historiador Marcin Chorazki, que trabalha no museu dedicado à família, provas circunstanciais indicam que, em 1944, Vlodzimierz Les, policial polonês que seguiu atuando nas forças de segurança sob o regime alemão, denunciou o casal, embora não fosse o único na região a saber do esconderijo —a quantidade de comida comprada pela família já despertava suspeitas.Histórias como a do policial, que antes chegou a abrigar judeus em troca de dinheiro e só deixou de fazê-lo depois de saber que corria risco de morte, geram desconforto diante da maneira como o governo busca retratar o papel de seus cidadãos no extermínio de judeus comandado por Hitler. Mais Em 2018, o Parlamento aprovou, e o presidente Andrzej Duda chancelou, um controverso projeto de lei que previa até três anos de prisão para qualquer pessoa que acusasse a Polônia de colaboração com o Holocausto durante a Segunda Guerra. Quatro meses depois, porém, após pressão externa, principalmente de aliados como os Estados Unidos, o premiê Mateusz Morawiecki recuou e pediu aos parlamentares que substituíssem a pena de detenção pela punição de ofensa civil, passível da aplicação de multas.Ainda que a lei se refira a acusações contra o país, não contra indivíduos, a aprovação gerou o temor entre acadêmicos de que a discussão de atos antissemitas cometidos por poloneses seja cerceada.Em maio, o canadense-polonês Jan Grabowski, professor da Universidade de Ottawa e coautor de "Night Without an End" (noite sem fim), livro baseado em uma pesquisa que revela a colaboração de "um número significativo de cidadãos poloneses para localizar e massacrar judeus", teve uma palestra no Instituto Histórico Alemão, em Varsóvia, cancelada logo após seu início pelo parlamentar de extrema direita Grzegorz Braun, que disse estar ali para "defender a nação polonesa contra um ataque contra a sensibilidade histórica".No mês anterior, quando os 80 anos do Levante do Gueto de Varsóvia foram celebrados, acadêmicos saíram em defesa de Barbara Engelking após a pesquisadora ser criticada por afirmar que "os poloneses poderiam ter feito mais para ajudar os judeus no Holocausto". O primeiro-ministro Morawiecki, por exemplo, chamou as falas de "opiniões escandalosas, não fatos" e uma "narrativa antipolonesa".No final das contas, o governo, de viés nacionalista, teme que os casos revelados pelos pesquisadores se sobreponham às histórias de heroísmo daqueles que resistiram ao regime alemão, o que, na visão do governo, levaria à transferência da responsabilidade dos crimes dos nazistas para os poloneses."É complicado", diz o historiador Mariusz Jastrzab, guia do museu Polin, dedicado à trajetória dos judeus poloneses. "O governo quer focar as partes mais brilhantes da nossa história e fica menos feliz em falar dos que traíram os judeus. Mas também quer ter uma boa relação com a comunidade judaica e Israel."A cerimônia de beatificação dos Ulma, a primeira de uma família inteira de uma só vez, deve ter a presença do presidente Duda, que, embora tenha se desligado formalmente do PiS, conta com o apoio do partido. Assim, o evento já foi criticado por, na visão de alguns analistas locais, soar como um comício às portas da eleição para destacar valores defendidos pela sigla —um estado nacionalista, católico e antiaborto.Nesse último ponto, um aspecto da morte do casal chama a atenção. Ao ser assassinada, em março de 1944, Viktoria estava grávida de seu sétimo filho. Aí entram duas hipóteses, explica Renata Kunysz, guia do museu da família: ela teria dado à luz na hora em que foi fuzilada, devido ao estresse do momento, ou o bebê nasceu depois que já estava morta. Seja como for, o Vaticano beatificará a criança, o que está em linha com a ideia de que a vida começa desde a concepção, algo defendido pela igreja e pelo governo.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...Procurada, a embaixada da Polônia no Brasil disse que as perguntas feitas pela Folha sobre possíveis distorções históricas e a hipótese de uso político da beatificação foram enviadas para a chancelaria em Varsóvia e que, por questões de horário, poderiam ser respondidas na segunda-feira (11).Valdemar Rataj, diretor do museu dedicado à família, rebate as sugestões em torno de a cerimônia se tornar um evento de campanha. Para ele, "nada ainda aconteceu e não há fatos para comentar". Ressalta, porém, que "se isso ocorrer, seria perigoso para o museu, uma instituição baseada em pesquisas". Ele destacou ainda que o processo de beatificação começou há cerca de 20 anos e, quando a ideia do museu da família Ulma foi concebida, o governo local, de Markowa, era gerido por um partido hoje na oposição."Alguém sempre pode instrumentalizar um tema para uma narrativa, mas lembro aqui a fala do arcebispo de Varsóvia, Nycz Kazimierz, de que essa é a beatificação de uma família específica, não de uma nação."
2023-09-09 19:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/beatificacao-expoe-fraturas-da-polonia-com-o-holocausto-e-impulsiona-nacionalismo.shtml
Anitta mostra bastidores de ensaio para o VMA: 'Está chegando'
Anitta conta as horas para a apresentação que irá fazer no VMA (MTV Video Music Awards) e neste sábado (9), ela mostrou os bastidores do ensaio em uma publicação no story do Instagram.No vídeo rápido, a cantora vira a câmera e mostra a equipe conversando com a produção. "VMA está chegando !", escreveu na legenda da postagem. O evento acontece na próxima terça-feira (12) no Prudential Center, em New Jersey, nos Estados Unidos. A artista anunciou uma parceria com o grupo TXT, Tomorrow X Together, e cantará alguns trechos em coreano.Aliás, a funkeira brasileira está em alta nos grandes eventos americanos. Ela aumentou as expectativas de seus fãs nesta sexta-feira (08) ao compartilhar uma carta que recebeu da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL). Mais "Oi, Anitta! Aqui está o script para a 104ª temporada da NFL! Mantenha confidencial! Sua música 'Favela Love Story' está na página 8, cena 18, linha 23 e é boa! Não conseguimos tirar o 'Funk Generation' do repeat! Esperamos que você traga o Brasil para o jogo", escreveram no bilhete. A cantora não fez nenhum comentário, mas os seus seguidores trataram de especular sobre um possível show na final da NFL, em fevereiro de 2024. "Ser fã da Anitta é isso, vencer quando menos espera", comentou uma fã. "Gente? Ela está internacional mesmo", admirou outra internauta e a terceira completou "Maravilhosa!".
2023-09-09 18:53:00
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Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/anitta-mostra-bastidores-de-ensaio-para-o-vma-esta-chegando.shtml
Policial da PRF admite ter atirado contra carro da família de menina baleada no Rio
Um policial rodoviário federal admitiu em depoimento à Polícia Civil ter atirado contra o carro da família da menina Heloisa dos Santos Silva, 3, em ação da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no Arco Metropolitano, região da Baixada Fluminense. Os disparos atingiram a criança na nuca e no ombro e seu estado de saúde é grave.O agente, identificado como Fabiano Menacho Ferreira, foi ouvido na delegacia de Seropédica na manhã de sexta-feira (8), antes de o caso ser transferido para a Polícia Federal. O policial disse que pensou ter ouvido disparos e, por isso, atirou contra o carro da família.A informação foi publicada pelo portal G1 e confirmada pela Folha. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do policial. Ele e outros dois agentes foram afastados de suas funções. A arma usada por Ferreira foi apreendida.Heloisa foi levada ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde passou por cirurgia e está intubada e em estado grave, mas estável, segundo a Secretaria de Saúde do município.No depoimento, o agente disse ter seguido a família ao notar que o carro em que estavam, um Peugeot 207, era roubado. A informação foi consultada através da placa do veículo. O pai de Heloisa, William Silva, afirmou ter comprado o carro recentemente e desconhecia que ele estava em situação irregular.O veículo foi atingido por ao menos três tiros disparados pelo agente. Mais Neste sábado, a família de Heloisa recebeu a visita das comissões de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal e da OAB-RJ, além de procuradores do Ministério Público Federal.Segundo Rodrigo Mondego, procurador da OAB, o relato do agente feito à Polícia Civil mostra a linha de defesa que será usada para resguardar os policiais de suas responsabilidades."O fato é o de sempre: eles se sentem à vontade para executar suspeitos de crimes. E, por acharem que havia suspeitos no carro, eles atiraram para matar. Agora uma menina de três anos está com pelo menos três fragmentos de fuzil em seu corpinho", disse.Na sexta-feira, o pai de Heloisa, William Silva, disse em entrevista a TV Globo que os agentes da PRF atiraram contra o carro da família após eles terem passado pela viatura da polícia."A Polícia Rodoviária Federal estava parada ali no momento que a gente passou. A gente passou e eles vieram atrás. Aí eu falei: ‘Bom, tudo bem, mas eles não sinalizaram para parar’. E aí, como eles estavam muito perto, eu dei seta e, neste momento, quando meu carro já estava quase parado, eles começaram a efetuar os disparos", disse Silva.O Ministério Público Federal instaurou um inquérito para apurar o caso. O documento, assinado pelo procurador da República Eduardo Santos de Oliveira Benones, determina que a Polícia Rodoviária Federal identifique à Procuradoria o autor do disparo e os demais agentes que participaram da ação. O órgão pede ainda acesso ao procedimento instaurado pela Corregedoria da PRF.Em nota, a Polícia Federal disse que recebeu a ocorrência da delegacia de Seropédica e que abriu um inquérito para investigar o caso. As investigações ficaram a cargo da delegacia da PF em Nova Iguaçu, por ser mais próximo do local em que a menina foi baleada.
2023-09-09 18:46:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/policial-da-prf-admite-ter-atirado-contra-carro-da-familia-de-menina-baleada-no-rio.shtml
Ana Moser compara demissão à aposentadoria do vôlei e pede equilíbrio de gênero
Ainda nos últimos dias como titular da pasta, a ministra do Esporte, Ana Moser, lamenta a sua demissão para acomodar o centrão dentro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).A sua saída do cargo foi anunciada pelo governo na última quarta-feira (6), mas a sua exoneração oficial ainda não aconteceu. Quem assumirá o posto será o atual deputado federal André Fufuca (PP-MA), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).A ex-atleta e medalha de bronze do vôlei brasileiro nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, irá se reunir com Lula na terça-feira (12), quando pretende apresentar um balanço final dos seus oito meses de gestão no Esporte. A cerimônia de posse de Fufuca está marcada para a quarta (13).Em conversa com a Folha neste sábado (9), ela compara sua saída da pasta à época em que uma lesão a forçou a abandonar o vôlei mais cedo do que gostaria, com um jogo no ano 2000. Ela diz que, apesar de não ser fácil viver a demissão, entende que já passou por momentos semelhantes em sua trajetória."Minha vontade na época talvez fosse continuar jogando. Eu não parei porque eu quis, eu parei porque algo me parou —no caso, o meu joelho. Agora, não saio porque quis, mas por causa de um contexto [político]", diz.É fato, não tem como negar: o poder é masculino, o esporte é masculinoMinistra do Esporte, demitida por LulaNeste contexto, diz, entra também uma questão de desequilíbrio de gênero. "Não é uma questão de identidade, é uma questão de equilíbrio", afirma Moser."É fato, não tem como negar: o poder é masculino, o esporte é masculino, o Judiciário é masculino, o parlamento é masculino. Em outras partes da sociedade, com certeza se avançou mais. Nesses setores, se avançou só que a um ritmo mais lento."Ao mesmo tempo que demitiu Moser para alocar Fufuca, Lula tirou Márcio França (PSB) de Portos e Aeroportos —substituído por Silvio Costa Filho (Republicanos)—, mas não o exonerou, criando uma nova pasta, a de Pequenas Empresas, para acomodá-lo.Ainda na noite do anúncio da demissão de Moser, o Ministério do Esporte publicou uma nota institucional lamentando a decisão de Lula. No dia seguinte, a ministra não compareceu ao desfile de 7 de Setembro. Mais Na sequência, recebeu o apoio de uma série de personalidades do esporte, das causas sociais e até de integrantes do governo, como a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) e a primeira-dama, Janja."A minha atuação dentro do ministério era pela causa, não pessoal ou por carreira [política]. Era simplesmente a aplicação de uma construção que eu fiz pela minha vida toda em cima do desenvolvimento do esporte, então com certeza não esperava sair tão cedo", diz.Ela afirma reconhecer, contudo, que a situação está além de seu poder. "Lamento que tenha esse preço, gostaria que fosse diferente, mas entendo que seja esse o processo."Desde que se aposentou do vôlei, Moser dedicou a carreira a projetos sociais e à defesa do que chama de esporte para todos —visão da prática aliada à saúde, educação e inclusão social. Criou o Instituto Esporte e Educação e presidiu a Atletas pelo Brasil.Diz que, quando foi chamada, Lula pediu que realizasse uma revolução no esporte —e que aceitou o cargo pela possibilidade de tentar pôr em prática aquilo que, como sociedade civil, defendia que os governos aplicassem.Na sua avaliação, foi possível concluir a reestruturação do ministério, valorizando, por exemplo, o esporte de inclusão, o paralímpico e o futebol feminino, além de fazer mudanças no Bolsa Atleta, que inclui agora o pagamento a gestantes.Ficará para a próxima gestão, diz, a estruturação da Lei Geral do Esporte e do Sistema Nacional do Esporte, a articulação das políticas esportivas com outras pastas e entes da federação, além do resultado do grupo de trabalho sobre futebol feminino e a candidatura do Brasil para a Copa do Mundo feminina de 2027.Sobre seu futuro, ela critica especulações de que poderia assumir a presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB) —uma instituição não governamental que define seu mandatário por eleição— ou a Autoridade Olímpica: "Não há como haver convite para algo que não existe".Por outro lado, diz que é importante que as negociações políticas sejam expostas. "Quanto mais luz se colocar nesse debate [político], melhor vai ficar. A gente vai avançando como sociedade, para sair disso com algo melhor", diz. Mais
2023-09-09 19:09:00
poder
Poder
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Prejuízos com chuvas no RS chegam a R$ 1,3 bilhão, aponta entidade
Os prejuízos causados pela passagem do ciclone extratropical que atingiu a região Sul do país desde segunda-feira (4), já chegaram a R$ 1,3 bilhão, segundo a CNM (Confederação Nacional dos Municípios).Ao menos 43 pessoas morreram no Rio Grande do Sul e uma em Santa Catarina em decorrência das fortes chuvas. Segundo boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, o número de feridos chega a 224.O levantamento aponta que mais de 8.000 casas foram danificadas e/ou destruídas, contabilizando quase R$ 175 milhões em prejuízos no setor habitacional.A CNM aponta que um dos setores mais afetados foi o privado com R$ 423,8 milhões em prejuízos para o comércio, R$ 229,7 milhões para agricultura e R$ 93,4 milhões para pecuária.Transporte e assistência médica também sofreram perdas de, respectivamente, R$ 20,3 milhões e R$ 2,9 milhões.Já no setor público, a área mais afetada foi a limpeza urbana e a remoção de escombros, com um prejuízo de R$ 3,1 milhões.Na sexta-feira (8), o governo do Rio Grande do Sul anunciou a liberação de R$ 1 bilhão em financiamento para as vítimas das chuvas por meio do banco estatal Banrisul. Deste total, cerca de R$ 300 milhões serão destinados ao setor agrícola.Outros R$ 500 milhões serão destinados a empréstimos para prefeituras e R$ 100 milhões serão voltados para o financiamento imobiliário.O governo federal reconheceu o estado de calamidade pública solicitado pelos municípios gaúchos e anunciou o envio de 20 mil cestas básicas para atender as famílias atingidas e disse que o governo fará um repasse equivalente a R$ 800 por cada desabrigado. O recurso será repassado às prefeituras para o atendimento emergencial às famílias.Segundo a Confederação, entre 2013 e 2023, os desastres causados pelas chuvas geraram R$ 13,9 bilhões de prejuízos. Mais Ao todo, o governo gaúcho estima que 150 mil pessoas foram afetadas pelos temporais em todo o estado. Por isso, recolhe e distribui doações junto a prefeituras. Dentre os itens pedidos estão água potável, alimentos, roupas e produtos de higiene e limpeza.As doações podem ser feitas em prefeituras, quartéis da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros de qualquer cidade, exceção feita a Muçum, mais atingida pela enxurrada. As doações para lá partem da capital, Porto Alegre.Em Santa Catarina, os prejuízos ultrapassam os R$ 28 milhões nos 15 municípios afetados, segundo a Defesa Civil estadual. Um homem morreu em Jupiá.Além das enchentes que atingiram o estado, em Florianópolis, um reservatório da empresa estadual de saneamento se rompeu em decorrência das tempestades destruindo 92 casas.Vendavais que atingiram a região de Balneário Camboriú e Itajaí passaram dos 110 km/h e deixaram três pessoas feridas.
2023-09-09 17:54:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/prejuizos-com-chuvas-no-rs-chegam-a-r-13-bi-aponta-entidade.shtml
É hora de o Brasil reconhecer seu papel na destruição da democracia do Chile
Há 50 anos, quando Augusto Pinochet fulminou a mais longeva democracia da América Latina, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a nova junta militar do Chile. Com milhares de civis a serem despejados no Estádio Nacional de Santiago, a arena esportiva convertida em centro de prisioneiros, o governo de Emílio Garrastazu Médici despachou uma missão, sob o comando do SNI (Sistema Nacional de Informações), para auxiliar nos "interrogatórios".Enquanto notícias de torturas e execuções corriam o mundo, diplomatas brasileiros foram os principais advogados da neófita ditadura em foros internacionais e bilateralmente. O Brasil saltou novamente à frente ao tentar evitar uma bancarrota chilena, oferecendo crédito subsidiado de US$ 1,8 bilhão (R$ 9 bilhões, em valores atuais). Rapidamente, virou o segundo maior fornecedor de armas ao Chile. E dezenas de agentes da Dina —a polícia secreta de Pinochet— receberiam treinamento em território brasileiro.Cinco décadas após aquele 11 de setembro de 1973, documentos antes secretos do Brasil, Chile e Estados Unidos mostram como, ao lado do governo Richard Nixon, a ditadura brasileira foi o principal ponto de apoio externo à destruição da democracia no Chile.É um passado que ainda nos assombra, perpetuando-se na injustiça dos desaparecidos, chilenos e brasileiros, e no revisionismo histórico que hoje intoxica ambas as democracias. O antídoto é encarar essa história. Cabe ao Brasil reconhecer sua responsabilidade no apoio ao golpe contra Salvador Allende e ao regime de terror que o sucedeu.Esse capítulo vergonhoso da política externa brasileira não começou em 1973, mas três anos antes, com a eleição do socialista Allende à Presidência. Desde o início do governo, o Brasil criou canais secretos com militares que conspiravam, liderou uma campanha diplomática para isolar o Chile, preparou-se para apoiar a oposição em uma guerra civil, protegeu terroristas de extrema direita, e mais.Paranoico, o governo Médici viu no triunfo de Allende um precedente intolerável à América Latina —uma coalizão de socialistas e comunistas chegara ao poder pelo voto, sem disparar um tiro. Ao mesmo tempo, a ditadura criou o mito de que o Chile se tornara uma "nova Cuba", onde os milhares de exilados brasileiros que ali viviam receberiam treinamento guerrilheiro. Pior: ao contrário da ameaça cubana, o problema não estaria à deriva no Caribe, mas fincado na vizinhança do Cone Sul. Mais Médici e os militares não estavam sozinhos. Os principais jornais brasileiros defendiam uma intervenção militar no Chile à la Brasil em 1964. Parte da imprensa brasileira virou uma caixa de ressonância do que hoje chamaríamos de fake news da extrema direita chilena.Setores empresariais brasileiros —como a Confederação Nacional das Indústrias (CNI)— apoiaram grêmios patronais chilenos, convencidos de que o papel do empresariado na derrocada de João Goulart poderia se repetir no Chile de Allende. Estavam certos.Não por acaso, no momento do golpe, a espionagem americana, a repressão brasileira e membros da recém-criada junta chilena faziam todos referência a um tal "modelo brasileiro". Um regime militar anticomunista, enraizado no campo do Ocidente na Guerra Fria, capaz de obliterar a ameaça da esquerda e colocar o país nos trilhos do progresso. A ditadura brasileira provia, a um só tempo, um exemplo —seu soft power— e apoio político, econômico e material.Cinquenta anos depois, o governo brasileiro tem a oportunidade de usar seu poder em defesa da democracia. Um primeiro gesto, tímido, já foi anunciado: a colocação de uma placa com os nomes dos brasileiros assassinados no golpe chileno diante da embaixada do Brasil e na Praça Brasil, em Santiago. A decisão foi fruto da pressão de uma caravana de ex-exilados brasileiros que retornará ao Chile para o cinquentenário. Mais É preciso bem mais. Os ministros da Justiça e dos Direitos Humanos, Flávio Dino e Silvio Almeida, que representarão o Brasil em Santiago, terão a chance de reconhecer, sem assombros e com todas as letras, que o Estado brasileiro teve um papel na tragédia chilena. Os documentos da ditadura brasileira sobre ações no Chile e no Cone Sul —todos eles teoricamente públicos, mas não facilmente acessíveis— podem ser disponibilizados digitalmente, incluindo a autoridades que investigam casos de desaparecidos.Ao mostrar que não tem medo de seu passado, o Brasil assumirá um protagonismo regional no tema e aumentará a pressão para que outros façam o mesmo. É o caso, sobretudo, dos EUA, que ainda se recusam a liberar grande parte de um vasto acervo documental da época, inclusive sobre suas vergonhosas ações no Chile.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...Meio século nos separa do golpe chileno, mas a maneira como lidamos com ele tem consequências reais para nossas democracias hoje.
2023-09-09 17:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/e-hora-de-o-brasil-reconhecer-seu-papel-na-destruicao-da-democracia-do-chile.shtml
Favelas se expandem na Argentina, e brasileiros ensinam empreendedorismo social a vizinhos
O visitante sai do aeroporto internacional, pega um táxi e sobe o viaduto em direção à parte mais turística da cidade. No caminho, é surpreendido pelo mar de casas de tijolos e pelas roupas em varais que margeiam a via expressa. O cenário lembra favelas brasileiras, mas é a Villa 31, em Buenos Aires."Há uns 20 anos aqui era só um ou dois andares, agora são cinco ou seis", diz o arquiteto e líder comunitário Cesar Sanabria, 39, apontando para uma pilha de construções coloridas, acopladas a escadas em forma de caracol que trepam pelo lado de fora e ligam um andar ao outro. Mais Uma das mais conhecidas favelas da Argentina, a Villa 31 hoje se junta a outros 5.686 chamados "bairros populares", metade deles surgida nas últimas duas décadas. Com taxas de pobreza em alta, o país consolida seu processo de "favelização" e espelha um fenômeno antigo e também crescente no Brasil. Experientes na área, brasileiros levam empreendedorismo social à nação vizinha.Se em 2016 estimava-se que 3,5 milhões de argentinos viviam nessas áreas, hoje são 5,2 milhões, segundo o Ministério de Desenvolvimento Social —o país tem 46 milhões de habitantes. Entende-se como bairro popular um grupo de ao menos oito famílias em que mais da metade não tem título de propriedade nem acesso a alguns serviços básicos."É possível dizer tranquilamente que aqui está acontecendo o que aconteceu na Rocinha, na Cidade de Deus, na década de 1990", diz o cientista político argentino Martin Maldonado, que pesquisou a pobreza em ambos os países pelo Conicet (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas).Maldonado se refere ao momento em que essas comunidades se expandem tanto que começam a gerar uma gama de relações muito mais complexas, internas e incontroláveis, como uma cidade dentro da cidade. "Os dois países passaram por três fases: a de ignorá-las, a de combatê-las e agora a de tentar incorporá-las", afirma, lembrando que a escala é diferente pelo tamanho das populações.Apesar das semelhanças —como a falta de serviços básicos e a predominância de mulheres chefes de família—, as comunidades das grandes cidades brasileiras e argentinas vivem algumas diferenças importantes. A começar pelo tráfico de drogas, que no país vizinho também existe, mas não exerce um controle territorial tão profundo.Enquanto o Brasil tem favelas gigantes, formadas por uma maioria negra e por famílias que já estão na quinta ou sexta geração, a Argentina tem áreas de pequeno ou médio porte, repletas de migrantes —sobretudo paraguaios, peruanos e bolivianos que chegaram na época de pujança econômica— e com maior organização política.O poder de compra é hoje outro ponto de diferença, diz o gaúcho Vinicius Mendes Lima, fundador da agência de fomento social Besouro, que atua nos dois países. "A cesta básica ou o aluguel na Argentina consome praticamente todo o salário mínimo. Carne vermelha quase não se come mais. No Brasil, ainda se comem as partes não nobres, uma ou duas vezes por mês", compara.O empresário, que estudou os casos da Rocinha e da Villa 31, também afirma que falar sobre empreendedorismo em favelas ainda é algo relativamente novo na nação vizinha e que, nesse ponto, a experiência brasileira poderia contribuir. "O brasileiro é bastante criativo e mais tecnológico", afirma ele, lembrando que o investimento social de empresas secou com a crise argentina.Se vive muito bem aqui na capital, mas se você cruza a ponte da província é outro mundocomerciante na Villa 31A agência já atendeu 1.500 alunos presencialmente ou online no país, em treinamentos em gestão de pequenos negócios. Empresas e instituições são procuradas para financiar as turmas. Rosana Suarez, 42, foi uma das que participaram na Villa Soldati, comunidade nas bordas de Buenos Aires.A cozinheira, que é analfabeta e começou a trabalhar no campo aos 6 anos, hoje tem um refeitório popular e também vende de comida a meias. "Antes não sobrava, não sabíamos se estávamos ganhando ou perdendo. Agora aprendemos a calcular", conta ela, que voltou à escola.Em meio às iniciativas sociais, os problemas na Argentina se avolumam.A pobreza foi agravada pela pandemia e pelas sucessivas crises econômicas, incluindo a atual, com uma inflação que fez os preços subirem 113% em 12 meses, até julho. Se a nação vizinha tinha 26% de pobres em 2012, passou a ter 43% em 2022, segundo dados da Universidade Católica (UCA)."Um quarto com banheiro compartilhado aqui custava 15 mil pesos, agora está mais de 70 mil", conta Paola Suares, 32, sócia de um salão de beleza na Villa 31 que precisou dobrar as horas trabalhadas nos últimos tempos para chegar ao fim do mês. Ela apresenta Nilda Romero, 57, que está considerando fechar seu açougue: "O aluguel está caro e as pessoas não estão mais comprando tanta carne", diz. O cientista político Maldonado explica que, diferentemente do Brasil, a formação das favelas mais recentes na Argentina não foi espontânea, e sim fruto do fortalecimento de movimentos sociais organizados, que passaram a reivindicar o direito à moradia a partir da grande crise de 2001 —marcada pelo congelamento das poupanças e a renúncia do ex-presidente Fernando de la Rúa.Tudo ocorreu mais tarde na nação vizinha. No Brasil, as primeiras ocupações surgem em 1900, quando a Argentina ainda tinha um PIB (Produto Interno Bruto) per capita maior do que o de Alemanha, França e Itália. Ali, elas só se consolidam em 1960, com uma alta demanda de mão de obra para a industrialização após o governo de Juan Domingo Perón.Os processos são parecidos. Os aglomerados se formam com a migração do campo para a cidade e vivem uma explosão social na década de 1990, com a desindustrialização mundial, a falta de empregos e uma visão liberal de combate à favela. Já nos anos 2000, uma onda de esquerda na América Latina espalha a ideia de integrar esses espaços.Os dois países [Brasil e Argentina] passaram por três fases [em relação às favelas]: a de ignorá-las, a de combatê-las e agora a de tentar incorporá-laspesquisador do Conicet (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas)Nas "villas" e nos bairros populares da Argentina, essa urbanização só foi se consolidar em 2017, quando o ex-presidente Mauricio Macri, pressionado por movimentos sociais, decretou a criação do censo oficial e a emissão de certificados de moradia às famílias que permitiram acesso a serviços como luz, água e esgoto.É o caso da Villa 31, onde dezenas de pedreiros de cooperativas estão reformando as fachadas das casas, em um convênio com o governo de Buenos Aires. Mas, assim como no Brasil, está mais para exceção do que regra. "Se vive muito bem aqui na capital, mas se você cruza a ponte da província é outro mundo", diz a comerciante Susana Maiz, 48, que fez o caminho inverso quando era adolescente.Maldonado lembra que a solução para a vulnerabilidade social dentro desses territórios tem de ser estrutural. "As grandes cidades latino-americanas terão de responder a uma pergunta importante em um futuro próximo: como farão quando houver mais favela que cidade?", questiona.
2023-09-09 17:00:00
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Mortes: Referência na probabilidade, fez avanços na neurociência
Antonio Galves foi um homem revolucionário. O professor nasceu em São Paulo, em 18 de junho de 1947, e desde sempre se interessou pela área de exatas. Dedicou a vida à pesquisa e ao desenvolvimento da área de Probabilidade e Estatística, tornando-se referência dentro e fora do país.Cientista, era coordenador do NeuroMat (Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Neuromatemática), centro de excelência que integra a matemática à neurociência teórica, e coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Matemática, Computação, Linguagem e Cérebro da USP. Galves dedicou-se à pesquisa em processos estocásticos (indeterminados), em especial, Sistemas Markovianos de Partículas.Seu trabalho culminou na criação do Modelo Galves-Löcherbach, um entendimento inovador que mudou a compreensão de processos neurais e teve um impacto significativo na neurociência.Na Universidade Pierre e Marie Curie (Paris 6 - Sorbonne), na França, Galves recebeu o Diploma de Estudos Avançados. Nesse período, iniciou a carreira de pesquisador.Depois de voltar ao Brasil, fundou um programa de cooperação permanente com o laboratório, apoiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pelo CNRS (Centro Nacional da Pesquisa Científica, em português). O grupo de pesquisa colaborou também com o Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e com o Departamento de Matemática da Universidade de Roma.Durante a carreira, Galves teve papel fundamental na promoção da pesquisa e na formação de novos especialistas. Era professor titular sênior do IME (Instituto de Matemática e Estatística) da USP.Além de seu notável alcance acadêmico, o professor teve reconhecimento por sua atuação na sociedade e na ciência. Galves recebeu a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico e tornou-se membro titular da Academia Brasileira de Ciências."A curiosidade científica, a ousadia e a energia inesgotável fizeram do Antônio uma grande liderança da probabilidade no Brasil. Ele inspirou gerações de jovens e foi o motor da criação do Numec (Núcleo de Apoio à Pesquisa em Modelagem Estocástica e Complexidade). Parte demasiado cedo e deixa a matemática brasileira mais pobre", lamentou o diretor-geral do Impa e colunista da Folha, Marcelo Viana."A última vez que encontrei o Antonio foi na conferência em homenagem aos seus 75 anos. Ele estava em plena forma, com vários novos projetos e terminando a redação de um livro sobre redes neurais", disse Claudio Landim, diretor-adjunto do Impa.Galves morreu em Campinas (SP), aos 76 anos, no dia 5 de setembro. Deixou filhas e esposa. A causa da morte não foi divulgada. Mais [email protected] os anúncios de mortesVeja os anúncios de missa
2023-09-09 16:00:00
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Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/mortes-referencia-na-probabilidade-fez-avancos-na-neurociencia.shtml
STF autoriza volta de mulher a casa de desembargador suspeito de trabalho análogo à escravidão
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizaram a volta de uma mulher de 50 anos à casa de um desembargador de Santa Catarina investigado por supostamente mantê-la em trabalho análogo à escravidão. A mulher foi encontrada pela Polícia Federal na residência do magistrado, no bairro Itacorubi, em Florianópolis. Segundo as investigações, ela vivia em um quarto com mofo nos fundos da casa e teria feito trabalho doméstico por duas décadas.Por meio de assessoria de imprensa, a família de Borba afirma que não dará entrevista ou fará comentários em respeito ao segredo de Justiça em que o processo tramita. Em junho, quando o caso veio a público, o casal negou qualquer condição degradante.O desembargador do TJ-SC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina) afirmou ainda, na ocasião, que iria reconhecer a mulher, que é surda e analfabeta, como filha afetiva. Em nota enviada à Folha, Borba disse, também, que pretendia "retomar a convivência familiar". Isso garantiria direito à herança à suposta vítima.O ministro do STJ Mauro Campbell Marques aceitou os pedidos da família Borba. Marques escreveu em decisão de 28 de agosto que relatório do MPF (Ministério Público Federal) não indicava risco de uma eventual prática de trabalho análogo à escravidão voltar a ocorrer no caso.Ele permitiu, assim, que a mulher pudesse escolher voltar à residência, se assim desejasse. O ministro do STJ ainda reconheceu a "patente dificuldade de comunicação". O defensor público federal William Charley Costa de Oliveira, por sua vez, tentou suspender os efeitos da decisão com um habeas corpus apresentado ao STF. Ele argumentou que se trata de caso grave ainda sob investigação.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Foi Charley quem confirmou à reportagem a volta da mulher à residência da família Borba. A informação foi publicada primeiro pelo UOL. O defensor disse que aguardará pelo julgamento do HC na Segunda Turma do STF.No STF, o ministro André Mendonça recusou os pedidos do defensor público por não identificar risco de lesão irreparável ou plausibilidade do direito em questão.Os ministros do STF e do STJ argumentam que cabe ao MPF prosseguir nas investigações. A ação criminal segue em segredo de Justiça. Mais
2023-09-09 15:19:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/stf-autoriza-e-mulher-retorna-a-casa-de-desembargador-suspeito-de-trabalho-analogo-a-escravidao.shtml
Filipe Toledo é bicampeão mundial e mantém hegemonia do Brasil no surfe
Filipe Toledo, 28, venceu o Mundial de Surfe neste sábado (9) e se tornou bicampeão, mantendo a hegemonia brasileira na elite do esporte.Este é o quinto mundial seguido vencido por brasileiros, e o sétimo dos últimos nove, desde que Gabriel Medina ganhou o primeiro de seus três troféus em 2014 —ele ganharia de novo em 2018 e em 2021. Em 2015 foi a vez de Adriano de Souza, e em 2019, de Italo Ferreira. Em 2016 e 2017, o havaiano John John Florence interrompeu a série brasileira, e em 2020 o campeonato foi cancelado devido à pandemia de Covid-19.Na primeira bateria da final, disputada em um esquema de melhor de três, Toledo conseguiu duas ondas com notas excelentes, marcando 9.00 e 8.97 e terminando a etapa com 17.97. O australiano Ethan Ewing, por sua vez, somou 8.50 e 8.73, 17.23 no total.Já na segunda entrada, o mar acalmou e os surfistas demoraram a pontuar. A bateria terminou em 14.27 para Toledo ante 12.37 para Ewing. Com isso, Toledo saiu da água como o primeiro brasileiro a ganhar dois títulos seguidos."É difícil pôr em palavras o que foi preciso para estar aqui. Muito sacrifício. Há sete anos, eu não pude estar lá com a minha mulher e Mahina [sua filha], nem com Koa [seu filho]. Mas eu sabia que valeria a pena no longo prazo", disse o campeão após ser carregado nos ombros da torcida."Estou muito feliz. Foi muito difícil chegar até aqui e estar confiante, mas Deus me honrou. Papai do céu é maravilhoso."O caminho do australiano até a última rodada passou por outro brasileiro. João Chianca, 23, o popular Chumbinho, que ocupava a quarta posição no campeonato, superou o quinto colocado, Jack Robinson, na primeira disputa do dia.Em seguida, Chumbinho foi para a água com Ewing, mas demorou a encarar alguma onda e ficou para trás, terminando o Mundial em quarto lugar. O australiano então avançou ao terceiro match, onde surpreendeu o cabeça número dois, o americano Griffin Colapinto, chegando à final.A final do Mundial acontece nas ondas de Lower Trestles, na Califórnia, Estados Unidos, onde o torneio é decidido desde 2021. Foi quando a WSL (Liga Mundial de Surfe, na sigla em inglês) adotou novo formato para o certame, concluído em uma etapa com os cinco melhores do ranking.Na dinâmica, o quarto colocado enfrenta o quinto pelo direito de encarar o terceiro. Desse confronto sai o adversário do seguinte. Só aí se decide o rival do líder, que o aguarda para uma decisão em melhor de três baterias.Atual campeão, Toledo precisava vencer apenas duas baterias para assegurar o bi. Líder do ranking, o paulista de Ubatuba disse, em entrevista à Folha, que o caminho para o título era manter a consistência que conquistou durante toda a temporada.Favorito, Toledo vive em San Clemente, palco da final, o que lhe rendeu a vantagem de conhecer bem as ondas. Ele esteve no fim do torneio nas duas edições anteriores realizadas no formato —perdeu para o compatriota Gabriel Medina em 2021 e bateu o também conterrâneo Italo Ferreira em 2022.Chumbinho conhecia pouco a Califórnia e, embora já tenha surfado em Trestles, nunca disputou no local um evento de primeiro nível. Em seu segundo ano na elite do circuito, o fluminense começou a temporada em altíssimo nível. Em março, venceu a etapa de Peniche, em Portugal, e chegou a ser líder do ranking.Na segunda metade do circuito, ele não conseguiu manter o nível e ficou fora das quartas de final nas quatro etapas mais recentes. Mas tratou o momento de baixa como aprendizado e manteve-se entre os cinco primeiros colocados.Nesse processo, conseguiu uma das duas vagas diretas do Brasil nos próximos Jogos Olímpicos. Ficou à frente de Medina, tricampeão mundial –que tentará, em torneio classificatório em fevereiro, ser o terceiro representante brasileiro em Paris-2024.Na disputa feminina, Caroline Marks, 20, venceu o mundial e encerrou uma longa hegemonia. Pela primeira vez desde 2007, o título não ficou com uma surfista de nome Stephanie Gilmore, Carissa Moore ou Tyler Wright.A atleta da Flórida surpreendeu e derrotou Moore, do Havaí, em duas baterias.
2023-09-09 15:13:00
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Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/joao-chianca-o-chumbinho-termina-mundial-de-surfe-em-40-lugar.shtml
Dino elogia PF por fechar acordo de delação que deve atingir Bolsonaro
O ministro da Justiça, Flávio Dino, elogiou a Polícia Federal pela atuação no acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Em publicação nas redes sociais neste sábado (9), Dino afirmou que a instituição cumpriu a legislação ao firmar a colaboração."Minhas homenagens à equipe da Polícia Federal que atuou para o andamento da colaboração premiada do Sr. Mauro Cid. A Polícia Federal atuou com seriedade, profissionalismo e pleno atendimento à Constituição, às leis e à jurisprudência do STF", escreveu o ministro da Justiça do governo Lula.A postagem foi feita pouco mais de uma hora após a notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes homologou o acordo e concedeu ao tenente-coronel do Exército liberdade provisória, neste sábado.A PF está subordinada ao Ministério da Justiça e tem autonomia em relação ao governo, mas integrantes avaliam que a corporação vem tendo relação próxima com o Palácio do Planalto. O chefe da PF é Andrei Rodrigues, que tem feito questão de manter a imagem de homem de confiança do presidente Lula.Dino voltou a comentar a delação de Cid posteriormente, defendendo a legalidade do acordo e a legitimidade da PF para celebrá-lo. O ministro disse que a corporação "aplicou a lei, em consonância com a jurisprudência do STF".Em momentos recentes, Dino adiantou a jornalistas novidades sobre investigações em andamento, como em entrevista coletiva em julho no caso envolvendo a morte da vereadora Marielle Franco. De acordo com a lei, somente partes de processos podem ter acesso a dados de apurações.O secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho —que é subordinado a Dino—, também usou uma rede social para elogiar a decisão de Moraes de soltar Cid, dizendo ser "um excelente exemplo de decisão que fundamenta a atual desnecessidade da custódia antecipada".Botelho, que atuou como advogado para alvos da Lava Jato, fez menção indireta aos métodos criticados da operação ao afirmar que o despacho de Moraes "cita elementos concretos e não solta —como vimos outras autoridades fazerem no passado— apenas porque houve delação".O secretário era um críticos das delações na Lava Jato. Em 2013, publicou na Folha um artigo em que defendia o fim da aplicação do instrumento. No texto, repudiou o que considerava prisões ilegais com o intuito de forçar investigados a delatarem, "uma coação legitimada por juízes e promotores".No caso de Cid, Botelho entendeu que a prisão foi corretamente substituída por medidas cautelares como o uso de tornozeleira, o cancelamento de passaportes e a apresentação periódica à Justiça.Também neste sábado, em publicação em rede social, o procurador-geral Augusto Aras afirmou que a Procuradoria-Geral da República não concorda com acordos de colaboração firmados pela PF, como foi o caso do fechado pelo militar.Aras ainda afirmou que o subprocurador-geral da República que se manifestou na delação de Mauro Cid apenas postula "que se cumpra a lei". O Supremo, no entanto, desde 2018 considera que as polícias têm autonomia para firmar os acordos de colaboração.Mauro Cid estava preso desde maio deste ano acusado de ter adulterado o cartão de vacina de Bolsonaro e familiares.Pesam sobre o militar outras acusações. Ele é suspeito de vender ilegalmente joias entregues ao governo Bolsonaro e de ter atuado no vazamento de um inquérito sigiloso sobre um ataque hacker ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), além de outros crimes. Mais Políticos governistas também comentaram a homologação da delação de Cid neste sábado. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, postou nas redes sociais que, "além de delatar, Mauro Cid ainda oferece um catálogo de temas para entregar o inelegível", em alusão a Bolsonaro, que está nessa condição.Em outra postagem, Gleisi comentou: "Delação validada! É bom o inelegível Jair se preparando para responder por seus crimes".A deputada Jandira Feghali (PC do B -RJ) postou: "Está chegando a hora de confirmar o que todos sabemos sobre o 8 de janeiro: Bolsonaro planejou, forneceu recursos e incentivou um golpe. Já está inelegível. Falta ser preso por todo o mal que causou".A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) postou que "a casa tá caindo!", expressão também usada por Marcelo Freixo, presidente da Embratur (agência federal de promoção do turismo).Nas redes sociais, bolsonaristas têm mantido silêncio quanto à homologação da delação. O foco dos aliados do ex-presidente vem sendo a viagem de Lula à Índia e sua consequente ausência no Rio Grande do Sul para tratar da tragédia que matou ao menos 41 pessoas devido à passagem de um ciclone extratropical.Lula está na Índia para participar da cúpula do G20. Com sua viagem, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou nesta sexta-feira (8) que vai ao Rio Grande do Sul neste domingo (10) para acompanhar o caso.No Instagram, a conta oficial de Jair Bolsonaro publicou stories sobre a ausência de Lula do país em meio à tragédia. Por volta das 14h, foi feita uma publicação elogiando a atuação do governo do ex-presidente na economia, sem qualquer referência à delação.As contas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também têm postado a respeito da tragédia no Sul. Mais
2023-09-09 15:03:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/dino-elogia-pf-por-fechar-acordo-de-delacao-que-deve-atingir-bolsonaro.shtml
Motorista joga carro contra público em evento de Juiz de Fora (MG) e deixa um morto
Um motorista de 24 anos jogou o carro contra um grupo de pessoas durante um evento da prefeitura de Juiz de Fora, na zona da mata mineira. Uma mulher morreu e ao menos seis pessoas ficaram feridas no atropelamento, segundo o Corpo de Bombeiros. A Polícia Militar, no entanto, informou que o número de vítimas pode ser ainda maior, já que elas foram levadas e atendidas em unidades de saúde distintas da cidade.O caso aconteceu na madrugada deste sábado (9) no Torneio Leiteiro das Campeãs, organizado pela prefeitura. Por conta do acidente, o município decidiu cancelar o evento, que começou na quinta-feira (7) e iria até domingo (10).Segundo testemunhas, o autor do atropelamento teve uma discussão antes do incidente. Em resposta, ele, que ainda não teve o nome divulgado, pegou o próprio carro e avançou em alta velocidade contra o estacionamento do evento.Uma mulher de 56 anos morreu no local. Seis pessoas, entre elas uma criança, foram atendidas por agentes da Polícia Militar, do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e dos bombeiros. A criança foi levada para a Santa Casa de Juiz de Fora, enquanto os demais foram encaminhados para o Hospital de Pronto Socorro Dr. Mozart Teixeira e para a UPA Norte.O motorista do veículo foi agredido por pessoas que estavam no local. Ele foi socorrido pelos bombeiros e levado para o Hospital de Pronto Socorro, onde precisou ser intubado.De acordo com a Polícia Civil, o condutor está sob escolta policial. A corporação informou que abriu um inquérito para investigar as circunstâncias e motivação do caso. A polícia não informou se o homem já indicou advogado.Em vídeo publicado nas redes sociais, a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), lamentou o ocorrido."Eu preciso manifestar o nosso luto, a nossa tristeza, frente ao que aconteceu ontem no final do Torneio Leiteiro. Uma pessoa transtornada usou seu carro como arma e, infelizmente, muitas vítimas resultaram. Inclusive uma vítima fatal", disse Salomão.A prefeita afirmou que vai acompanhar o caso e que, por sinal de respeito, decidiu cancelar o evento.
2023-09-09 14:46:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/motorista-joga-carro-contra-publico-em-evento-de-juiz-de-fora-mg-e-deixa-um-morto.shtml
Justiça nega habeas corpus, e agressor de Victor Meyniel continuará preso
A 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro negou liberdade para o estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre, indicado por agredir por homofobia o ator Victor Meyniel.O pedido foi feito neste sábado (9) e negado prontamente pela desembargadora Denise Machado Paes. Segundo ela, Alexandre cometeu um crime grave e tem periculosidade alta.O F5 teve acesso a decisão em primeira mão. Em sua posição, a desembargadora afirmou que situações do tipo não entram em habeas corpus. Mais A magistrada também citou a grande repercussão das imagens do rosto de Victor Meyniel nas redes sociais. Ele ficou com grande parte do rosto desfigurado devido as agressões."A foto da vítima, acostada ao lado de exame corporal anexado aos autos, corrobora a violência e a gravidade praticada contra esta", comentou em sua posição."Portanto, a periculosidade do custodiado, fica evidenciada na gravidade concreta do delito. Isso demonstra a necessidade de se acautelar do meio social", conclui a decisão.A Polícia Civil do Rio de Janeiro decidiu indiciar Yuri de Moura após encerrar as investigações sobre a agressão ao ator Victor Meyniel.Alexandre será indiciado por lesão corporal, injúria por atos homofóbicos e falsidade ideológica, segundo disse o delegado Pablo Valentim, da 12ª DP de Copacabana O F5 tenta localizar Yuri de Moura Alexandre para comentar o caso.O porteiro Gilmar José Agostini, que assistiu ao ocorrido e não fez nada, também foi indiciado por omissão de socorro. Se condenado, Yuri de Moura Alexandre pode pegar 15 anos de prisão.O agressor segue preso. "Pelos depoimentos prestados, ficou claro que as agressões se iniciam no corredor, ainda no interior do apartamento. Mesmo que tenha havido ato de inconveniência, nenhum tipo de ato justifica uma agressão brutal daquela", disse o delegado.
2023-09-09 13:11:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/justica-nega-habeas-corpus-e-agressor-de-victor-meyniel-continuara-preso.shtml
Filme mais visto de 2023, 'Barbie' ganha data de estreia em streamings; veja quando
A Warner Bros Discovery anunciou neste sábado (9) que o filme "Barbie", que ainda está em algumas salas de cinema do Brasil, vai entrar em plataformas de streaming para aluguel sob demanda. Na próxima segunda-feira (12), o longa vai estar disponível para possíveis clientes e assinantes.A produção estará disponível para compra e aluguel nas plataformas Amazon Prime Video, Claro tv+, YouTube, Sky, Vivo Play, Watch, Microsoft, e Apple TV. Os valores vão depender de cada plataforma em que for disponibilizado.Mas no Prime, por exemplo, a média deverá ser de R$ 42,90 na primeira semana. Assim que a compra for feita, o assinante terá 48 horas para ver o filme quantas vezes quiser. Mais Filme de Greta Gerwig, protagonizado por Margot Robbie, "Barbie" alcançou um marco significativo ao ultrapassar a marca de US$ 1,381 bilhão (cerca de R$ 6,5 bilhões) nas bilheterias mundiais, superando "Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2" e conquistando o título de maior bilheteria da história da Warner Bros.Os números astronômicos não devem parar por aí. Na semana passada, o filme superou a atual maior bilheteria do ano, pertencente a "Super Mario Bros. — O Filme", que acumulou US$ 1,359 bilhão. Com o feito obtido, "Barbie" entrou para o seleto grupo das 15 maiores bilheterias de todos os tempos.
2023-09-09 11:38:00
cinema-e-series
Cinema e Séries
https://f5.folha.uol.com.br/cinema-e-series/2023/09/filme-mais-visto-de-2023-barbie-ganha-data-de-estreia-em-streamings-veja-quando.shtml
Bancos barram publicidade de associação de bares sobre parcelado sem juros
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) conseguiu liminar do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) para barrar vídeos e anúncios veiculados pela Abrasel, que representa bares e restaurantes, contra mudanças no parcelado sem juros.A representação, que além da Febraban reúne Itaú, Bradesco e Santander, tem como alvo a campanha "Os grandes bancos querem acabar com as suas compras parceladas sem juros". Anúncios foram veiculados na imprensa, e há um vídeo no YouTube chamado "Bancos querem aleijar o parcelado sem juros".À Folha o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, afirmou que não vai remover o material de seu site. Em um vídeo, ele direciona uma mensagem a comerciantes e consumidores."Em vez de criar um produto deles que seja competitivo, [os grandes bancos] estão trabalhando nos bastidores para restringir, para aleijar esse produto de uma maneira que você seja obrigado amanhã a comprar alguma coisa, a usar o crédito com eles", diz ele.Já em uma publicação escrita, a Abrasel afirma que os bancos "deveriam apresentar de maneira transparente à sociedade um produto alternativo".Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...A compra parcelada sem juros no cartão de crédito é oferecida pelo comércio. O setor de maquininhas antecipa o pagamento ao comerciante que vendeu a prazo. Segundo os bancos, isso eleva a taxa do rotativo, que é acionado quando o cliente não paga o valor integral da fatura —hoje, em 445,7% ao ano.A Abrasel e outras associações do setor dizem que, na verdade, a competição reduziu os juros aos comerciantes e que o parcelado sem juros é uma conquista do consumido.Nesta semana, a Câmara aprovou um projeto de lei que impõe limite ao rotativo. O texto seguiu para o Senado.Pelo PL, os bancos têm 90 dias para elaborar uma proposta de autorregulação e, se não houver um entendimento, a taxa não poderá exceder o equivalente a 100% do montante original da dívida. O projeto não trata do parcelamento sem juros.A conselheira do Conar Fabiana Soriano, em despacho na quarta-feira (6), definiu que o material da Abrasel faz "imputação genérica" sem disponibilizar informações "que pudessem atestar a veracidade de tal imputação" e fala do "impacto potencialmente enganoso e depreciativo do anúncio".Ela também solicita que as partes manifestem o interesse de realizar reunião de tentativa de conciliação.De acordo com Solmucci, não se trata de uma propaganda, mas de uma "manifestação de opinião". "O vídeo está há quase um mês no ar, qual é a urgência em tirar?", questiona. "Não vão nos assustar. Estou aberto a qualquer tipo de debate."Nesta sexta-feira (8), Solmucci publicou um novo vídeo no canal da Abrasel no YouTube, em que reforça a necessidade de debate.No início da semana, já havia sido barrada a veiculação de uma campanha da Abranet (que representa parte das empresas do segmento de maquininhas), que afirmava que o fim do parcelamento sem juros era de interesse dos bancos.Em nota, a Febraban afirma que a decisão do Conar "demonstra que o comercial suprimido possuía conteúdo flagrantemente abusivo, enganoso, depreciativo e falso". "A Febraban nunca defendeu o fim do parcelado sem juros."De acordo com a entidade, o parcelamento sem juros no cartão de crédito deve ser mantido e aprimorado. "O anúncio antiético, inverídico, leviano e difamatório teve por única finalidade atacar os bancos e confundir a opinião pública, gerando medo e insegurança no cidadão em temas sensíveis sobre consumo e compras parceladas." Mais
2023-09-09 11:20:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/bancos-barram-publicidade-de-associacao-de-bares-sobre-parcelado-sem-juros.shtml
Reclamações contra planos de saúde disparam e chegam a quase 900 por dia
Anna Beatriz Maria Colli escreveu um longo depoimento no Instagram da operadora de saúde que atende o filho de seis anos. Seu objetivo era solicitar a troca da sonda de gastrostomia e a traqueostomia.Richard tem paralisia cerebral e, no fim do ano passado, engasgou com um pedaço de pão durante uma convulsão. Ele sofreu uma parada cardíaca que comprometeu a oxigenação no cérebro e depende de equipamentos para respirar e se alimentar. "Já é um sofrimento tudo que estamos passando, e ainda não facilitam", diz o post de Colli. "Precisamos recorrer através de reclamações."Como a família de Richard, muitos têm utilizado o registro de queixas –nas redes sociais, na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) ou no Judiciário– para tentar solucionar problemas com planos de saúde. Só na agência, as reclamações passaram de 67.690 entre janeiro e julho de 2019, antes da pandemia de Covid-19, para 185.426 no mesmo período deste ano. São quase 900 reclamações por dia.Apenas os registros por prazo máximo de atendimento –quando as operadoras ultrapassam os prazos previstos na tabela da agência para consultas e tratamentos– saltaram de 4.666 para 29.035, um acréscimo de 522%.Questionadas, as entidades que representam as operadoras afirmam que as empresas estão trabalhando para melhorar a infraestrutura de atendimento e os sistemas, destacam que os planos têm canais próprios para reclamações e que a taxa de resolutividade no setor supera 90%.Pai de Richard, Wagner Santos diz que foram vários apelos em redes sociais e três registros de reclamação nos canais da ANS desde outubro. Primeiro, para transferir o garoto do hospital público no Jabaquara, na zona sul paulistana, para um conveniado em Diadema, na Grande São Paulo. Depois, para pedir assistência domiciliar ("home care") e, agora, para a troca dos equipamentos."Procuramos uma advogada porque falta muita coisa. O plano não fornece fraldas, medicamentos para convulsão e proteção gástrica, equipos para nutrição. O que não encontramos no SUS estamos comprando com vaquinhas", afirma Santos, que contratou em 2017 o plano para os três filhos.Segundo a ANS, dificuldades com reembolso e rede conveniada também foram registradas com frequência em seus canais, algo que para a advogada Juliana Hasse, presidente da Comissão de Direito Médico e de Saúde da OAB-SP (Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil), pode estar relacionado à ausência de informações claras sobre o contrato firmado com a operadora de saúde."Grande parcela dos planos é adquirida por meio de convênios corporativos e o usuário não tem uma compreensão precisa do que foi contratado, do que está ou não incluso", explica. Os planos de saúde individuais e familiares abrangem cerca de 8 milhões de beneficiários, ou 16% dos 50,6 milhões de consumidores de planos de assistência médica no Brasil. Os demais estão em planos empresariais ou por adesão (contratados por meio de sindicatos e associações).Outra diferença entre as modalidades, aponta Hasse, está no percentual de reajuste. Para planos individuais e familiares, há um teto de aumento estabelecido pela ANS, enquanto o percentual de revisão dos planos coletivos é determinado a partir de negociações das próprias operadoras, o que também gera críticas. Nos sete primeiros meses deste ano, foram 8.413 reclamações na agência referentes a mensalidades e reajustes. Problemas com rol de procedimentos e coberturas também cresceram: foram 12.091 reclamações na ANS nos primeiros sete meses de 2019, contra 16.634 neste ano."Muitos planos negam tratamentos que foram determinados pelos médicos e tentam realizar procedimentos mais simples e baratos", diz o advogado Fabrício Posocco.Ele menciona, por exemplo, negativas das operadoras para oferecer "home care", como ocorreu com a família de Richard. "São situações que tornam complicadas as relações entre pacientes e planos e causam aumento de reclamações." De acordo com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), no fim de 2022, havia 520 mil processos referentes à saúde em tramitação.Por outro lado, Hasse lembra que também entram nessa categoria usuários que desejam, por exemplo, realizar cirurgias estéticas e tentam enganar as operadoras apresentando os procedimentos como reparadores —estes com cobertura prevista. "Cada caso é um caso, é difícil padronizar ações de saúde", diz a advogada.Como mostrou a Folha, as operadoras de saúde têm obtido na Justiça decisões favoráveis contra esquemas de fraudes que envolvem pedidos irregulares de reembolso por consultas e exames. De acordo com dados da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa grandes grupos do setor, de 2019 a 2022 o volume total gasto pelas empresas com reembolsos saltaram de R$ 6 bilhões para R$ 11,4 bilhões, um aumento de 90%.A crise no setor chegou aos hospitais, que relatam atrasos de pagamentos que somam, pelo menos, RS 2,3 bilhões.Para a advogada Hasse, o caminho para a redução das reclamações passa por mudanças na gestão dos planos, incluindo incentivo à medicina preventiva, reavaliação da rede de atendimento e alteração do sistema de remuneração dos médicos, do modelo baseado na quantidade de casos atendidos para outro focado no sucesso da conduta.Em nota, a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) reforça a importância dos planos de saúde no país e o esforço das operadoras para atender às necessidades dos beneficiários diante dos prejuízos operacionais."O setor também tem enfrentado impactos significativos decorrentes de diversas fraudes, incluindo empréstimos e falsificação de carteirinhas, uso indevido para procedimentos estéticos, reembolsos duplicados de consultas e fraudulentos, além de materiais superfaturados", diz.Segundo a associação, as operadoras estão trabalhando para ampliar a infraestrutura de atendimento, melhorar sistemas e organizar redes e, assim, "trazer a saúde suplementar brasileira para uma rota de sustentabilidade que promova o acesso ao sistema privado de saúde".Já a FenaSaúde ressalta que os usuários podem tentar uma resolução direta com a operadora antes de registrar reclamação junto à ANS, e que a taxa de resolutividade no setor é alta."Todas as associadas oferecem canais de atendimento e ouvidoria para esclarecimentos, dúvidas e tratativas diversas. As demandas recebidas são utilizadas para aperfeiçoamento de processos e a grande maioria dos casos são resolvidos sem que seja necessário acionar instâncias externas." Mais A ANS é o principal canal de recebimento de demandas de usuários de planos de saúde no país e atua na intermediação de conflitos entre beneficiários e operadoras por meio da NIP (Notificação de Intermediação Preliminar). A ferramenta foi criada para agilizar a solução de problemas relatados pelos consumidores, com taxa de resolutividade superior a 90%.Pela NIP, a reclamação registrada nos canais de atendimento da agência é automaticamente enviada à operadora responsável, que tem até cinco dias úteis para resolver o problema, nos casos de cobertura assistencial, e até dez dias úteis para demandas não assistenciais.Se o problema não for resolvido pela NIP e se constatada infração à legislação do setor, é instaurado um processo administrativo que pode resultar em sanções, entre as quais a aplicação de multa.
2023-09-09 12:00:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/reclamacoes-contra-planos-de-saude-disparam-e-chegam-a-quase-900-por-dia.shtml
O perigo de pegadinhas feitas pelos pais com crianças pequenas
A moda de pais que fazem "pegadinhas" com seus filhos nas redes sociais ignora um fato importante — crianças pequenas ainda não desenvolveram seu senso de humor o suficiente para conseguir achar a situação engraçada.Uma das tendências mais recentes a viralizar em redes sociais é a de quebrar um ovo na cabeça de uma criança.Em um dos vídeos, um garotinho usando uma camiseta de dinossauro é filmado em frente a uma tigela vazia e parece estar esperando por algo. Ao seu lado, há uma mulher — que aparentemente é sua responsável — segurando um ovo. Enquanto ele observa, ela quebra o ovo não na tigela, mas na testa do menino."Ai, isso dói", diz ele, passando a mão na testa.No dia 30 de agosto, a hashtag #eggcrackchallenge (desafio de quebrar o ovo, em inglês) havia acumulado quase 75 milhões de visualizações no TikTok. A maioria das crianças nos vídeos parece ser jovem, com frequência em idade pré-escolar.E embora cada uma tenha uma reação diferente ao ser vítima da pegadinha — algumas dizem que dói, outras parecem surpresas, algumas caem no choro ou até empurram, ou batem nos pais — existe um comportamento comum. Quase todas não acham nada engraçado... enquanto os pais estão se acabando de rir.Esse comportamento não é uma surpresa, dizem psicólogos, e há uma série de motivos para isso. Para começar, a maioria das crianças pequenas não conseguem entender o humor de pregar uma pegadinha em alguém. Quebrar um ovo é só o exemplo mais recente.Além disso, há uma questão envolvendo que as crianças estão sendo filmadas e exibidas na internet sem o seu consentimento para audiências que às vezes chegam aos milhões de pessoas.A verdade é que pregar "pegadinhas" ou fazer "trollagens" (como esse tipo de vídeo é com frequência chamado no Brasil), é uma brincadeira sem graça para as crianças e também pelo menos para uma parte dos adultos assistindo.Existe um motivo para ficarmos desconfortáveis com esse tipo de brincadeira: existe uma linha tênue entre "pegadinha" e bullying, dizem os especialistas.Isso é ainda mais verdade quando a vítima é menos poderosa do que quem está fazendo a pegadinha — por isso, uma regra implícita do humor é tirar sarro de quem está por cima, não de quem está na pior. E entre um adulto e uma criança, a criança sempre será a parte mais vulnerável.É óbvio que, mesmo para adultos e adolescentes, ser vítima de uma pegadinha nem sempre é engraçado.Se a brincadeira é engraçada, normalmente é porque a vítima imediatamente se dá conta do que está acontecendo, não foi ferida nem magoada de nenhuma forma e consegue rapidamente rir com quem pregou a peça, diz a psicóloga Rachel Melville-Thomas, porta-voz da Associação de Psicoterapeutas Infantis do Reino Unido."O que a gente quer é que as pessoas riam juntas. Rir junto cria coesão no grupo social", diz ela."Se você é vítima de uma pegadinha, para ser engraçado, é preciso que você perceba rápido e pense ‘ah, que pegadinha bem elaborada’. É difícil isso acontecer se você está batendo na cabeça de alguém."E, para uma criança pequena, "pegar rápido" o tipo de humor envolvido em uma pegadinha é mais difícil devido ao estágio de desenvolvimento em que ela se encontra.Na verdade, as crianças conseguem entender humor desde pequenas, mas não todos os tipos. Algumas pesquisas mostram que crianças de 5 e 6 anos já conseguem entender tipos mais sofisticados de humor — como sarcasmo e ironia — e algumas crianças de até 4 ou 3 anos já conseguem entender piadas.Mas o tipo de humor envolvido em uma pegadinha é difícil para crianças pequenas porque a habilidade para entendê-lo é ligada à chamada "teoria da mente".Trata-se da habilidade de atribuir estados mentais tanto para si quanto para os outros. Isso nos permite entender que as pessoas podem pensar, sentir, e ter expectativas diferentes umas das outras.Embora isso varie de criança para criança, essa habilidade costuma amadurecer entre 3,5 e 4,5 anos (e continua se desenvolvendo durante a infância e a adolescência).Mas mesmo que a criança tenha essa capacidade, há limites. E assim como qualquer outra habilidade, o humor tem um botão de ligar e desligar.Entender o humor de uma situação "é um processo complexo que envolve componentes cognitivos, comportamentais, emocionais, sociais e fisiológicos", dizem pesquisas.Alguns especialistas também se perguntam como, dada a violação física envolvida (e o fato, pelas reações de algumas crianças, de que a pegadinha parece tê-las machucado), algumas pessoas acham esse tipo de pegadinha especialmente engraçada.Pesquisadores dizem que os vídeos de pegadinhas na internet, e particularmente aqueles que focam na resposta emocional e na dor da vítima, são o lado terrível da cultura de mídia social.Uma teoria comumente aceita sobre o que torna algo engraçado é a quebra de expectativas. Teoriza-se que é por isso que muitas pessoas acham engraçado o humor pastelão, por exemplo.Muito do humor inicial que as crianças desenvolvem deriva de um senso crescente de absurdo. "As crianças pequenas acham engraçadas coisas fora do lugar, como um elefante de chapéu", diz Melville-Thomas."O problema com essa [brincadeira] é que ela é absolutamente inesperada. É ambientada em uma situação fofa do tipo 'vamos cozinhar com a mamãe', e então você basicamente bate no seu filho.""É uma pegadinha, não uma piada", diz a psicóloga. "Elas não apenas não são capazes de compreender cognitivamente o humor, mas também são alvo de piada. E há uma quebra de confiança."Quando a pegadinha é feita pelos pais, avós ou responsáveis pela criança em geral, o que acaba marcando mais a criança é justamente essa quebra de confiança."Para uma criança com menos de cinco anos, os pais (ou responsáveis) são a base de segurança", diz Melville-Thomas. "Os responsáveis são a rede de segurança, na qual a criança pode sempre confiar e saber que a pessoa não vai machucá-la", diz ela.Quebrar um ovo na testa de uma criança viola essa confiança."Os pais colocam a recompensa que receberão na internet — acessos, visualizações, curtidas ou algo assim — acima da preocupação sobre como o filho responderá àquela situação", diz ela."Naquele momento, a necessidade ou desejo dos pais supera esmagadoramente a necessidade da criança, com consequências. Como mãe, as minhas próprias necessidades são mais importantes que as necessidades da criança em várias ocasiões, mas não de uma forma que prejudique o relacionamento que nós temos — que ela pode confiar em mim, eu não vou bater nela."A psicoterapeuta infantil diz que também se preocupa com o medo gerado, que a criança fique temerosa que aquela pegadinha aconteça novamente.Mesmo entre adultos, as repetidas pegadinhas na internet entre casais podem ter um impacto negativo nos relacionamentos.O que é particularmente interessante para especialistas como Melville-Thomas e Paige Davis, psicóloga do desenvolvimento na Universidade St. John em York, é que, quando as crianças nos vídeos respondem negativamente — como acontece frequentemente — os pais muitas vezes riem.Isso mostra uma falta de sintonia, dizem eles, que é o oposto do que a maioria dos especialistas em desenvolvimento infantil hoje aconselham.Nada disto quer dizer que um pai que participa de uma moda de pegadinha tenha arruinado a sua relação com o seu filho, diz Melville-Thomas. Nenhum pai é perfeito, nem deveria ser.Mas, mesmo em situações como esta, um pedido de desculpas é importante — porque o que é crucial é o impacto que a pegadinha teve na criança, e não qual era a intenção do cuidador, dizem os especialistas."É melhor tentar falar sobre isso em vez de fingir que nada aconteceu", diz Melville-Thomas."Você pode dizer: 'Outro dia estávamos cozinhando e eu achei que seria engraçado te surpreender quebrando um ovo na sua cabeça, porque vi outras pessoas fazendo isso. Na verdade, doeu. Sinto muito'", aconselha ela."Se fizer um pedido de desculpas, o pai realmente está dando uma explicação ao seu filho, dando um exemplo. O pai está dando o exemplo de como reparar coisas das quais ele se arrepende. E isso é ótimo."Este texto foi publicado originalmente aqui.
2023-09-09 12:09:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2023/09/o-perigo-de-pegadinhas-feitas-pelos-pais-com-criancas-pequenas.shtml
Batida entre dois ônibus em Curitiba (PR) deixa 40 feridos
Uma batida entre dois ônibus do transporte metropolitano de Curitiba, no Paraná, deixou 40 pessoas feridas na manhã deste sábado (9). Das vítimas, 15 ficaram em estado grave.Segundo o Corpo de Bombeiros, uma mulher ficou presa às ferragens e teve o pé amputado. Os demais passageiros foram encaminhados ao Hospital Evangélico, afirmou a corporação.A colisão ocorreu pouco antes das 7h no cruzamento entre a avenida Visconde de Guarapuava e a travessa da Lapa, no centro da cidade. Ambas as vias foram bloqueadas após o choque.Um dos coletivos fazia a linha Santa Cândida/Capão Raso, e o outro Fazenda Rio Grande/Curitiba.Segundo o Batalhão de Polícia de Trânsito, um dos motoristas teria avançado sinal vermelho após mal súbito. Não se sabe o estado do condutor.Em nota, a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná lamenta o ocorrido e afirma prestar total assistência aos prejudicados.O acidente também causou transtorno aos moradores e trabalhadores daquela região. Após impacto, os ônibus romperam fios elétricos, deixando casas e prédios sem energia elétrica.
2023-09-09 11:10:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/batida-entre-dois-onibus-em-curitiba-pr-deixa-40-feridos.shtml
Primeira médica de quilombo baiano criou cursinho pré-vestibular
"Eu era um ponto preto em uma folha branca", ouvia Marina Barbosa, 32, de um professor durante a graduação em medicina. Hoje formada pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), ela é a primeira médica de sua comunidade quilombola Quenta Sol, no município de Tremedal (BA)."Já nasci com esse grito no peito que clamava por alguma força de poder ajudar minha comunidade", diz.A escolha de fazer residência médica em saúde da família veio da noção de cuidado com a comunidade, que desenvolveu ao longo dos anos no quilombo."O que mais matava na minha comunidade era diabete e hipertensão, que provoca o acidente vascular cerebral. Sempre que esses pacientes saíam de um quilombo para procurar os hospitais, já estavam em um estágio muito descompensado da doença e voltavam mortos. Aquilo para mim era muito doloroso, eu ficava muito revoltada."De acordo com dados de 2020 do Ministério da Saúde, a população negra é a que mais sofre com doenças como anemia falciforme, diabetes mellitus (tipo 2) e hipertensão arterial.A incidência dos casos e as consequentes mortes em sua comunidade motivaram Marina a buscar uma carreira na saúde. E o problema foi tema de seu trabalho de conclusão de residência, intitulado "Perspectiva de uma médica quilombola sobre acesso na atenção primária à saúde".A aprovação no vestibular aconteceu em 2011, quando tinha 19 anos. Mas o resultado não representou tranquilidade. Marina foi para Salvador sem dinheiro, nem lugar para ficar. À época, tentou sem sucesso, durante os três primeiros meses de aula, uma vaga nas residências universitárias da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil da UFBA, criadas em 2006.Sem o amparo da universidade e com dificuldades financeiras, ficou hospedada em um local improvisado e se alimentava mal, até receber o apoio de uma professora.Em meio às dificuldades de acomodação e adaptação, Marina adoeceu. Sentiu fortes dores e desmaiou durante uma prova de biologia, e descobriu que tinha arterite de Takayasu, uma doença autoimune rara que causa obstrução das aortas, gerando dor torácica e fadiga, entre outros sintomas.Ao longo de seis meses, a então estudante investigou a causa da doença. Ao mesmo tempo, fazia acompanhamento e buscava um diagnóstico no Hospital das Clínicas, em Salvador.Com a doença e as demais dificuldades, precisou reduzir o número de matérias por semestre, mas nunca trancou o curso. Ela teria formado em 2019, mas a pandemia retardou ainda mais a conclusão do curso, e Marina se graduou apenas em 2021.A Faculdade de Medicina da UFBA elegeu seu primeiro diretor negro em 2023, após 215 anos de existência da instituição. O médico professor Antônio Alberto Lopes tomou posse no dia 14 de agosto deste ano.Os preconceitos vividos durante a passagem pela universidade foram diversos. Dentre eles, Marina relembra a discriminação que sofreu por falar com traços da linguagem de sua comunidade."São palavras que são do meu povo. Independentemente de estudar ou não, vira e mexe você solta os vícios linguísticos", diz.A violência sofrida pela população quilombola ceifou a vida da líder religiosa Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, no último dia 17. "A morte de Mãe Bernadete foi e está sendo causa de muita dor para mim".Desde 2013, a Conaq (Coordenação Nacional de Quilombos) registrou 30 execuções de quilombolas. Os estados que mais somam assassinatos ao grupo são Bahia (11), Maranhão (8) e Pará (4)."Me tornei uma pessoa conhecida pelos outros quilombos, e Mãe Bernadete sempre me chamou para dar palestra lá na região metropolitana, onde ela atuava. Ela sempre me convidava e dizia que gostaria de me conhecer. Não deu tempo de fazer essa visita e dar esse abraço", lamenta."Mãe Bernadete de certa forma colaborou, enquanto liderança quilombola, para que a gente tivesse acesso às cotas na universidade." Mais "Foi um momento ímpar, muito bom e de muito êxtase", lembra Carlos Manoel Rocha, 39, líder de Quenta Sol, sobre o momento da aprovação de Marina no curso de medicina. A trajetória da jovem nos estudos foi acompanhada pela comunidade, onde ela cursou os ensinos fundamental e médio.Junto a colegas e professores, ela fundou um cursinho preparatório para vestibular aos 17 anos."A gente um dia sentou e pensou em fazer um grupo de estudo. Ampliou, pedimos ajuda de professores voluntários, lá em Vitória da Conquista, já não era em Tremedal. E desse grupinho de estudos nasceu o pré-vestibular quilombola que existe até hoje em Vitória da Conquista", conta a médica.A primeira aprovação impulsionada pelo cursinho foi para o curso de Engenharia na cidade baiana de Feira de Santana.Para o líder Carlos Manoel, os conhecimentos adquiridos no quilombo são fundamentais para a carreira, assim como a devolução desse aprendizado para a comunidade."Ela está sempre no nosso quilombo. A última presença que tivemos dela foi para falar da doença do carrapato. Ela se convidou para falar a respeito.""Quando eu me formei, pensei: preciso dar um retorno para a minha comunidade", lembra Marina. "Lá eles se reconhecem em mim, e eu me reconheço neles."No entanto, para voltar a serviço da saúde para Quenta Sol, Marina entendeu que seria necessário uma estrutura maior, o que ainda não foi possível fazer.Atualmente, Marina alterna a rotina entre os trabalhos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro de São Marcos, em Salvador, na Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS) e em um posto de saúde da comunidade rural de Altamira, no município baiano Conde. A comunidade estava havia um ano sem médicos.Por enquanto, a médica retorna à sua comunidade para palestras e orientações gerais para os conterrâneos."Ela sempre vem fazer sua contribuição porque tudo que ela conseguiu foi através de uma carta quilombola, que proporcionou a ela hoje ser uma médica formada pela UFBA. Ela está fazendo a sua contrapartida, passando conhecimento para o pessoal do quilombo", diz Carlos Manoel. "Quando você é líder quilombola ou mora dentro de um quilombo e conseguiu algo que o quilombo proporcionou, acho que o ideal é você retribuir." Mais
2023-09-09 11:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/primeira-medica-de-quilombo-baiano-criou-cursinho-pre-vestibular.shtml
Jane Goodall, cientista pioneira, lança livro com ar de autoajuda
Se ainda existir uma lista de celebridades que são unanimidade global, Jane Goodall, 89, muito provavelmente está perto do topo.Em "O Livro da Esperança", obra que registra conversas da primatologista britânica com o escritor Douglas Abrams, as décadas de luta de Goodall em favor da causa ambiental ganham certo ar de autoajuda, mas nem a relativa banalidade do formato é capaz de eliminar o encanto da trajetória dela.A naturalista, uma das principais responsáveis por revelar ao mundo a complexidade cognitiva e social dos chimpanzés. Seu trabalho começou nos anos 1960, o que a tornou uma espécie de vovó sábia em escala planetária.Não há cúpula ambiental das Nações Unidas em que ela não esteja presente, alertando sobre a necessidade de agir com urgência contra a perda de biodiversidade e a emergência climática —dois desafios nos quais parece haver um abismo entre, de um lado, o conhecimento científico e mesmo a consciência da população, e, de outro, as medidas concretas tomadas para enfrentá-los.Diante desse descompasso, as perguntas de Abrams a Goodall sobre a importância da esperança podem, de início, soar como samba de uma nota só, insistentes e formulaicas. Também não ajuda muito o fato de elas estarem estruturadas em torno de quatro temas que talvez pareçam óbvios ou simplistas demais. Mais As "quatro razões de Jane para ter esperança" são a capacidade do intelecto da nossa espécie; a resiliência da natureza; o poder dos jovens; e o indômito espírito humano. Será que isso é suficiente para nos tirar do buraco civilizacional em que nos enfiamos?Até Abrams parece vacilar quando, numa das conversas com a primatologista, cita uma das tiradas da ativista climática Greta Thunberg, 20, diante de líderes políticos: "Não quero a esperança de vocês, quero que entrem em pânico!".Deus e o Diabo moram nos detalhes, porém, e basta a disposição para ouvir com paciência o que Goodall tem a dizer para que se entenda que suas razões para ter esperança não são meros chavões. Isso porque, antes de mais nada, é difícil discordar da coerência entre pensamento e ação em sua trajetória, e também porque a britânica testemunhou mudanças imensas no mundo —muitas para melhor.No começo dos anos 1960, por exemplo, parecia impossível —diante do machismo da comunidade científica— que jovens mulheres como ela e outras primatologistas fossem capazes de revolucionar o que se sabia sobre a vida dos grandes símios, como acabou acontecendo.A nova face dos chimpanzés revelada por Goodall não apenas ajudou as pessoas a entender a proximidade entre eles e nós na árvore da vida como praticamente eliminou o uso desses primatas na pesquisa biomédica mundo afora e fez com que a caça a eles se tornasse cada vez mais inaceitável.Goodall também foi uma das figuras-chave a inspirar a transformação do ambientalismo em movimento de massa e, graças a seu trabalho de longo prazo em Gombe, na Tanzânia, também foi pioneira nas ações conservacionistas que buscam a maior integração possível entre as necessidades das populações locais e as espécies ameaçadas que vivem em meio a elas.O respeito que ela mostra em relação às culturas tradicionais da África e dos demais continentes ao longo do livro não parece ser da boca para fora.É possível, porém, que a grande contribuição trazida pelos diálogos do livro seja a delicadeza e simplicidade com que Goodall aborda a dimensão espiritual do trabalho conservacionista.Os mais céticos talvez torçam o nariz, mas a convicção da primatologista acerca de uma profunda conexão espiritual entre os seres humanos e os demais seres vivos provavelmente é capaz de tocar as pessoas de maneira poderosa. Apesar da fórmula batida, trata-se de uma boa introdução ao seu trabalho como contadora de histórias e líder moral.
2023-09-09 09:00:00
ciencia
Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/09/jane-goodall-cientista-pioneira-lanca-livro-com-ar-de-autoajuda.shtml
Kayky Brito: polícia faz nova perícia em local do caso e deve relatar acidente sem culpa
A polícia civil do Rio de Janeiro fez uma perícia complementar na noite da última quinta-feira (7) no local do atropelamento do ator Kayky Brito, que aconteceu no último sábado (2) na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.Os policiais mediram os últimos metros percorridos pelo ator. Mesmo com as diligências, a tendência é que a 16ª DP, que faz as investigações, relate que o caso foi um acidente sem nenhum culpado para ser penalizado.Do quiosque até o local onde Kayky foi atropelado, eram cerca de 78 metros. Do canteiro central até o lugar onde Kayky foi atingido, a polícia chegou à conclusão que eram 11 metros. Mais Por fim, 33 metros de onde houve a pancada até a faixa de pedestres que estava presente no local. Na semana que vem, a polícia terá a conclusão das análises de imagem do carro de Diones da Silva, motorista que o atropelou.No entanto, isto é só um trâmite. A velocidade permitida na via é de 70 quilômetros por hora, mas as imagens obtidas pela autoridade policiais e os testemunhos já confirmaram aos investigadores que o motorista estava em via correta, prestou socorro e ajudou Brito no que poderia ser feito naquele momento.Kayky Brito estava com amigos, entre eles o ator e apresentador Bruno de Luca, pouco antes de ser atropelado. Segundo o delegado Ângelo Lages, que lidera as investigações do caso, Kayky estava no quiosque Dona Marta, localizado no posto 6 da Barra da Tijuca.Ele se divertia com amigos, e foi ao carro pegar um objeto. Ao tentar retornar para o local, foi atropelado. Houve tentativa de se desviar do ator, mas não foi possível.A principal testemunha do caso depôs na última segunda (4) e confirmou a versão do motorista. Bruno de Luca depôs na última quarta (6) e disse que não sabia que o amigo que havia sido atropelado.Ao F5, a assessoria da polícia civil enviou a seguinte nota: "Um amigo da vítima prestou depoimento e afirmou que não percebeu no dia que era ele que tinha sido atropelado. A delegacia aguarda o laudo pericial, que está em fase de conclusão, para relatar o inquérito e encaminhar ao Ministério Público".
2023-09-09 09:39:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/kayky-brito-policia-faz-nova-pericia-em-local-do-caso-e-deve-relatar-acidente-sem-culpa.shtml
Brasileiro paga R$ 9.600 por mês a cada militar aposentado
A discussão sobre gasto previdenciário ficou esquecida após a grande reforma em 2019. Houve redução em despesas da União nos primeiros anos. No entanto, os déficits ainda são pesados, pois as contribuições são insuficientes para pagar todas as aposentadorias, especialmente entre os militares, alertam especialistas.O economista Paulo Tafner, um dos maiores especialistas em Previdência, conta que o gasto com inativos no serviço público ainda permanece alto. Em vários estados e municípios, ele já superou a despesa com ativos, por exemplo."Muita gente no serviço público que entrou antes de 1998, quando ocorreu a reforma, tem direito à integralidade e ainda vai se aposentar", afirma. "Acredito que, em algum momento, o gasto com inativos até vá impedir aumento salarial para os ativos."No caso dos militares, ele lembra que as mudanças foram feitas em 2019 por meio de projeto de lei, pois o tema não é matéria constitucional. Foi estabelecido um mesmo regramento para Forças Armadas em nível federal, PM e bombeiros no estados. Os seus efeitos, porém, não se mostram tão efetivos quanto o da reforma dos civis."A situação melhorou em relação ao que era, mas as medidas para os militares foram modestas em relação ao que poderiam e deveriam ser", afirma Tafner.Logo após a reforma, o então Ministério da Economia estimou que a União teria uma economia de R$ 10,45 bilhões em dez anos com a reforma dos militares.A diferença entre o que é desembolsado para cobrir os benefícios e o que é efetivamente gasto para pagar aposentados, reservistas e pensionistas é uma demonstração do descompasso financeiro, explica o economista Felipe Drumond, consultor da República.org, entidade que atua para ampliar as discussões sobre o funcionalismo público no Brasil.Drumond fez paralelos com base nos dados do Anuário Estatístico da Previdência, o Aeps 2021, publicado em novembro de 2022, que consolida as informações mais recentes.No caso da União, a receita anual para a Previdência dos militares cobre cerca e 15,5% do total das despesas com benefícios. A diferença cai na conta do Tesouro Nacional. Como o dinheiro vem dos impostos, Drumond explica que é como se todos os brasileiros arcassem com a despesa para cobrir o que falta.Considerando o total do déficit anual, na casa de R$ 47,7 bilhões, e o número de beneficiários, que chega a 396 mil, os brasileiros desembolsam, todos os meses, cerca de R$ 9.603 para cada militar na reserva e seus pensionistas.Os servidores civis na União cobrem 46% dos gastos com benefícios. O déficit é quase igual ao dos militares, R$ 48 bilhões, mas o número de beneficiários é muito maior. São cerca de 784,6 mil aposentados e pensionistas civis, o que cria um custo extra per capita mensal de R$ 5.111 para o bolso dos brasileiros.O peso dos militares é muito desproporcional, diz Drumond. Os miliares e seus pensionistas somados equivalem a praticamente metade do número de servidores civis, mas custam quase o dobro, explica ele.Estudioso sobre a Previdência, o economista Fabio Giambiagi avalia que o Brasil tem dificuldade de lidar com qualquer tema associado às Forças Armadas desde o fim da ditadura, o que inclui discutir Previdência e o impacto da categoria nos gastos."Para quem se aposentava no INSS, a gente foi lá e disse: 'Vocês vão ter de empurrar a aposentadoria para a frente. Vamos protelar uns sete a oito anos'. Tinha de ser feito, foi o coração da reforma e, no fim, todo o mundo aceitou", lembra Giambiagi. Mais "No caso dos militares, empurraram um pouquinho o prazo de aposentadoria, mas, para compensar, alteraram a estrutura de carreira, o que elevou a remuneração na ativa e teve o impacto de também elevar a aposentadoria lá na frente."Segundo ele, a fotografia do gasto com servidores deixa claro o peso já desproporcional da categoria.Segundo dados do Tesouro Nacional e do Ministério do Planejamento e Orçamento referentes a 2022, a União gastava o equivalente a 1,77% do PIB com funcionários ativos, incluindo militares, mais 1,53% com inativos. O total de gasto com servidores ficava em 3,3% do PIB.Fracionando cada gasto entre civis e militares do Executivo, Legislativo e Judiciário, os militares representam a primeira despesa no grupo de pensionistas e a segunda entre ativos e aposentados, superando o Judiciário, cujos ganhos costumam ser destacados pelo alto valor. Dos 3,3% do gasto total, 0,95% já é do militares."A sociedade brasileira, em algum momento, vai precisar discutir o que ela quer dos seus militares", diz Giambiagi.A situação também é complicada nos estados e no Distrito Federal. Os civis conseguem custear pouco mais de metade do déficit e, mesmo com as reformas realizadas em muitas unidades da Federação, ainda geram um rombo na casa de R$ 74 bilhões por ano.Mensalmente, os Tesouros estaduais gastam, em média, quase R$ 3.000 per capita para cobrir aposentadorias e pensões de 2 milhões de servidores e pensionistas.Os militares, por sua vez, cobrem 20% do gasto previdenciário, o que gera um rombo anual de R$ 38 bilhões. Os Tesouros, na média, desembolsam mensalmente R$ 6.700 per capita para completar os benefícios de 472 mil PMs na reserva e pensionistas.A PM afirma que deu a sua contribuição após intensa negociação com a categoria."Tivermos a nossa reforma, e ela não foi pequena, não", diz Marlon Jorge Teza, coronel da reserva da PM de Santa Catarina e presidente da Feneme (Federação Nacional das Entidades de Oficiais Militares Estaduais). Teza lembra que houve uma discussão sobre a permanência da Polícia Militar nos estados e como tratá-la quando veio o debate da reforma da Previdência."Houve um entendimento sobre o que representava a PM e a necessidade de que fosse mantida, mas avisaram: 'Vai ter uma reforma da Previdência para os civis e precisamos fazer mudanças no sistema de proteção social da PM, porque como está não pode ficar'. Aceitamos o esforço de negociar com a corporação", afirma Teza.Segundo ele, o militar não tem como ser tratado igual ao civil, porque a dinâmica da função é muito diferente."No mundo, a força militar segue normas diferentes, está submetida a uma legislação mais forte e tem direitos limitados, inclusive os direitos civis, porque ela fica à disposição da nação para momentos de crise e deve cumprir as normas sem titubear. Militares perdem direitos, se arriscam e esperam uma retribuição no fim da vida, e essa é uma retribuição", afirma o coronel."Se querem que a gente seja igual aos civis, ok, nos tornem civis, com os mesmos direitos também, e seja lá o que Deus quiser."A reportagem procurou o Ministério da Defesa e fez contato com segmentos militares para falarem sobre a reforma. Não houve posicionamento até a publicação deste texto. ALGUNS PONTOS DA REFORMA DOS MILITARES
2023-09-09 10:40:00
mercado
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https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/brasileiro-paga-r-9600-por-mes-a-cada-militar-aposentado.shtml
'Era caos total': o que dizem sobreviventes do terremoto no Marrocos
Ainda era noite quando o terremoto de magnitude 6,8 fez com que milhares de marroquinos fugissem de suas casas em pânico. Um tremor secundário, de magnitude 4,9, ocorreu 19 minutos depois.Já são mais de 800 mortos. Embora o epicentro tenha sido nas montanhas do Alto Atlas, no centro do território, muitas vítimas estão na cidade histórica de Marrakech, a 71 quilômetros de distância.Abdelhak El Amrani, de 33 anos, disse à agência France Presse: "Sentimos um tremor violento e percebi que era um terremoto. Eu conseguia ver os edifícios se mexendo.""Então saí para a rua e havia muitas pessoas lá. As pessoas estavam em choque e em pânico. As crianças choravam e os pais estavam desesperados."Michael Bizet, um francês que possui propriedades na cidade velha de Marrakech, disse à agência: "Achei que a minha cama fosse voar. Saí para a rua quase sem roupas e fui imediatamente ver os riads [tipo tradicional de casa marroquina]"."Foi um caos total, uma verdadeira catástrofe, uma loucura."O jornalista britânico Martin Jay, que mora no Marrocos, disse que foi acordado pelo barulho dos gritos.Ele disse ao programa Today da BBC Radio 4: "Minha esposa gritava. Nós dois tínhamos cochilado —mas ainda não entrado em sono profundo... E ela começou a gritar, e eu abri meus olhos e não conseguia juntar os pontos.""Eu não conseguia entender a situação, não conseguia imaginar que estava no meio de um terremoto.""Tudo vibrava: a cama, o chão, as quatro paredes." Mais Jay disse que as pessoas foram orientadas a não voltar para suas casas."Foi uma noite bizarra em quase todas as cidades do Marrocos, com a maioria das pessoas sentada no chão do lado de fora das casas ou dos prédios porque tinham medo de um tremor secundário."Fayssal Badour disse que dirigia quando o sismo ocorreu, às 23h11 no horário local (19h11 no horário de Brasília)."Eu parei e percebi que era um desastre". Ele acrescentou à AFP que "os gritos e o choro eram insuportáveis."Os trabalhos de resgate estão em andamento, com muitos edifícios seriamente danificados.Montasir Itri, que mora na aldeia montanhosa de Asni, perto do epicentro do tremor, disse à agência Reuters: "Nossos vizinhos estão sob os escombros e as pessoas estão trabalhando duro para resgatá-los usando os meios disponíveis na aldeia".Houda Outassaf caminhava pela Praça Jemaa el-Fna, em Marrakech, quando começou a sentir o chão tremer."Foi uma sensação verdadeiramente desconcertante", disse ele à AFP. "Estamos sãos e salvos, mas ainda estou em choque."Ao menos 10 dos meus familiares morreram. Não consigo acreditar porque encontrei com eles há uns dois dias."A histórica cidade de Marrakech é um destino muito procurado pelos turistas, atraindo milhares de pessoas todos os anos.Lorella Palmer, uma britânica que estava de férias, disse à BBC News: "A sala começou a tremer"."Acho que seu cérebro não registra de cara o que está acontecendo até que os porta-retratos e a cama começam a tremer", disse ela.Este texto foi originalmente publicado aqui.
2023-09-09 08:34:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/era-caos-total-o-que-dizem-sobreviventes-do-terremoto-no-marrocos.shtml
STF aprova aposentadoria integral e com paridade a policial civil
Policiais civis que completaram as condições mínimas para a aposentadoria antes da reforma da Previdência de 2019 podem ter direito à integralidade e paridade, sem necessidade de cumprir regras de transição trazidas por diferentes reformas, conforme estabelece a lei complementar 51, de 1985.A decisão foi tomada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em caso levado à corte por uma policial civil de São Paulo em 2018 e vale para todos os processos do tipo no país. A integralidade é o direito de se aposentar recebendo o último salário da ativa e a paridade garante ao servidor aposentado o mesmo reajuste dado aos profissionais que estiverem em exercício.Na tese, após julgamento no plenário virtual que durou uma semana, de 25 de agosto a 1º de setembro, a corte decidiu que "o servidor público policial civil que preencheu os requisitos para a aposentadoria especial voluntária prevista na lei nº 51/85 tem direito ao cálculo de seus proventos com base na regra da integralidade e, quando também previsto em lei complementar, a regra da paridade, independentemente do cumprimento das regras de transição especificadas nos arts. 2º e 3º da EC 47/05, por enquadrar-se na exceção prevista no art. 40, § 4º, inciso 2, da Constituição Federal, na redação anterior à EC 103/19, atinente ao exercício de atividade de risco".O motivo é que esses profissionais enquadram-se em uma regra de exceção prevista no artigo 40 da Constituição, que garante o direito as regras diferentes a quem exerce atividade de risco, como é o caso dos policiais.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Segundo o advogado Fernando Gonçalves Dias, do Gonçalves Dias Sociedade de Advogados, os ministros determinaram que a integralidade deve ser paga a quem atinge o tempo mínimo de contribuição, sem necessidade de cumprir idade mínima. No entanto, no caso da paridade, esse benefício só será garantido se houver lei complementar tratando do tema.Pela lei de 1985, que disciplina a aposentadoria de policiais civis, o servidor da área policial conseguirá o benefício integral ao comprovar ao menos 30 anos de contribuição, dos quais 20 devem ser em atividade como policial, e mulheres precisam de 25 anos de pagamentos à previdência estadual, dos quais 15 devem ser em atividade como policial."Esse tema 1.019 surgiu para esclarecer uma controvérsia que se instalou perante os regimes próprios dos entes federados, que são os estados, e também dos tribunais de Justiça, que estavam fazendo uma certa confusão em razão de emenda constitucional número 41, de 2003, que fez uma uma mudança muito grande na regulamentação da aposentadoria dos servidores públicos", diz Dias. Mais A reforma de 2003 acabou a com integralidade e paridade para os novos servidores e determinou idade mínima para a aposentadoria de servidores públicos federais."O Supremo Tribunal Federal veio decidir em âmbito nacional e dizer o seguinte: o policial e os demais servidores da área de segurança, previstos a Constituição, e que estão em atividade de risco, devem observar somente as exigências da lei complementar de 1985, até a emenda constitucional 103", afirma Dias.A advogada Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), diz que havia ainda uma discussão sobre o que seria integralidade. "Havia uma discussão de que, depois da reforma das emendas 41 e 47, o policial teria direito à aposentadoria especial pela média dos 80% maiores salários de julho de 1994 para cá", diz ela.Ou seja, os profissionais da área receberiam, de forma integral, 100% da média salarial após um cálculo que levava em conta os 80% maiores pagamentos desde julho de 1994. No entanto, o Supremo entendeu que dever ser aplicada a integralidade prevista na lei de 1985, que garante, na aposentadoria, o valor do último salário.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Adriane lembra, no entanto, que a reforma da Previdência de 2019 modificou as regras. A principal imposição da reforma foi a instituição da idade mínima para todos os trabalhadores. Policiais que ingressão no serviço após a emenda 103 têm idade mínima de 55 anos para pedir a aposentadoria. No entanto, cada estado tem normas próprias para a aposentadoria de policiais.Em São Paulo, a reforma da Previdência paulista foi aprovada em 2020, passando a valer no dia 7 de março daquele ano. Para policiais que entraram na carreira até 2003, há integralidade e paridade desde que se cumpra cinco anos no cargo, nível ou classe, dentre outras exigências.O caso que chegou ao STF em 2018 é de uma policial da cidade de Itanhaém, litoral de São Paulo, que pedia a aposentadoria com as regras de integralidade e paridade da lei de 1985. No TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), a funcionária pública ganhou o direito à integralidade, mas perdeu a paridade.Tanto ela quanto a SPPrev (São Paulo Previdência) recorreram da decisão. A policial, em busca dos dois benefícios. A SPPrev, pedindo para que a integralidade fosse considerada como 100% da média salarial, e não com base no último salário da servidora na ativa, e contra a paridade. A servidora ingressou no estado em 6 de abril de 1992. Mais
2023-09-09 04:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/stf-aprova-aposentadoria-integral-e-com-paridade-a-policial-civil.shtml
Hillary Clinton volta a ser professora universitária na Universidade Columbia
A primeira aula do semestre havia começado havia 20 minutos quando uma professora de política externa da Universidade Columbia interrompeu a palestra. "Eu estou vendo os telefones e as câmeras", disse ela. "Isto não é um show da Taylor Swift."Para evitar maiores confusões, a professora Keren Yarhi-Milo ofereceu aos alunos uma pausa de cinco minutos. Eles poderiam levantar seus telefones para fotografar sua célebre colega em pé no palco, a recém-nomeada professora Hillary Clinton."Isto", observou Hillary enquanto centenas de câmaras a focavam, "é como os paparazzi", tema sobre o qual, assim como a política externa, ela sabe muito.Em toda a cidade de Nova York, alunos e professores retornaram das férias de verão. Para Hillary, 75, foi o regresso à educação depois de um lapso muito mais longo. Já se passaram quase 50 anos desde sua passagem como professora pela Faculdade de Direito da Universidade de Arkansas, em Fayetteville.Na terça-feira (5), véspera de sua primeira palestra, Hillary, a ex-secretária de Estado, senadora e primeira-dama dos Estados Unidos, estava arrumando seu escritório com vista para o campus, no 14º andar do Edifício de Assuntos Internacionais de Columbia, e estudando seus fichários de projetos e notas."Sinto-me bem", disse ela em entrevista numa sala de conferências adjacente ao seu luminoso escritório, "mas nervosa."Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Assim como acontece com a maioria das empreitadas de Hillary —que há muito tempo é uma espécie de teste nacional de Rorschach, amada por muitos e odiada por muitos outros–, seu novo trabalho tem um significado maior do que simplesmente um retorno às suas raízes acadêmicas.O novo cargo em Columbia poderá permitir que Hillary ressurja publicamente como especialista em política externa, depois de anos sendo retratada na imprensa e na imaginação do público como a candidata presidencial derrotada por Donald Trump.Para qualquer político progressista, mas sobretudo para Hillary –que anos atrás talvez se imaginasse em 2023 completando uma presidência histórica–, não há campo de pouso mais suave do que uma universidade da tradicional Ivy League na cidade de Nova York. Mais O curso é oferecido pela Escola de Assuntos Públicos e Internacionais de Columbia, escola de pós-graduação cuja anuaidade custa mais de US$ 65 mil. "Dentro da Sala de Situação", como é chamada a disciplina, faz parte de uma parceria mais ampla entre Hillary e Yarhi-Milo, reitora da escola e professora de relações internacionais que estuda a psicologia e a mecânica da tomada de decisões.Juntas, as duas também estão criando o novo Instituto de Política Global de Columbia, no qual o grupo inaugural de palestrantes inclui Marie Yovanovitch, ex-embaixadora dos EUA na Ucrânia; Stacey Abrams, ativista do direito ao voto da Geórgia e ex-candidata a governadora; e Eric Schmidt, ex-presidente e ex-diretor-executivo do Google. Os professores trabalharão com estudantes e acadêmicos para mesclar pesquisa e experiência prática na esperança de resolver problemas sociais e políticos em escala global.Um porta-voz da escola disse que embora outras figuras conhecidas, como Madeleine Albright, tenham sido convidadas para lecionar no campus, poucas ou nenhuma receberam o mesmo mandato que Hillary, que foi nomeada professora catedrática além de seu papel no instituto. Ele se recusou a compartilhar detalhes da remuneração de Hillary ou como ela se compara à de outros membros do corpo docente.A aula –batizada em homenagem ao centro de comando da Casa Branca– pretende desconstruir como são feitas escolhas com consequências geopolíticas por meio das lentes dos dados de Yarhi-Milo e das experiências de Hillary. Mais de 800 alunos se inscreveram para o curso, enviando redações para apreciação; cerca de 370 alunos de pós-graduação e graduação foram aceitos. Todos foram examinados pelo Serviço Secreto.As palestras discutirão, por exemplo, se grupos tomam melhores decisões do que os indivíduos e como a opinião pública influencia a política externa. Entre as leituras designadas: "Como enfrentar um ditador", de Maria Ressa, e trechos do livro de memórias de Hillary de 2014, "Escolhas Difíceis", no qual ela relatou seus anos como secretária de Estado durante o governo de Barack Obama.Os estudantes podem esperar que Trump apareça apenas no que diz respeito a discussões de temas específicos na diplomacia ou em casos históricos de política externa, como quando o republicano tirou os EUA do acordo nuclear com o Irã, que foi negociado pela primeira vez por Hillary."Este curso", disse ela, "não é sobre ele."Na tarde de quarta-feira (6), os alunos entraram no Auditório Altschul antes da aula das 14h. Seria a primeira palestra semanal de Hillary e Yarhi-Milo. Espera-se também que os alunos participem de reuniões semanais de grupos de discussão com professores assistentes, que avaliarão seus trabalhos.Yarhi-Milo disse aos estudantes que não lhes faltariam crises contemporâneas de política externa para resolver: a Guerra da Ucrânia, o balão espião que voou pelos EUA e a tensão em Taiwan, para citar alguns. Para considerar como os líderes reagiram, os alunos lerão e discutirão a teoria dos jogos, a psicologia comportamental, a pressão do tempo e outros elementos que moldam as decisões. "Isso é tudo o que posso dizer, porque eu não estava na sala", disse ela. Mais Hillary frequentemente estava, e compartilhou várias histórias, incluindo uma que realmente aconteceu na Sala de Situação. No início de 2009, depois de ter sido nomeada pelo então presidente eleito Barack Obama como secretária de Estado, mas ainda não confirmada pelo Senado, ela recebeu um aviso de Condoleezza Rice, secretária de Estado do presidente George W. Bush, de que deveria ir à Sala de Situação.Hillary e outros membros da nova administração reuniram-se com pessoas do governo Bush, que lhes informaram sobre o que consideraram ameaças críveis de ataques à cerimônia de posse e a Obama.Essa foi a primeira vez que ela esteve na Sala de Situação a título oficial. "Você está envolvida; muitas vezes, não sabe que há uma crise até entrar na Sala de Situação", disse ela. "Ainda não está nas manchetes e às vezes nunca estará, o que não é de todo ruim."No final da aula de quarta, os alunos foram convidados a levantar dúvidas. Um deles perguntou sobre as disparidades de gênero na política externa; outro perguntou sobre o uso potencial da inteligência artificial na diplomacia.Depois, os alunos saíram do auditório num enxame para o pátio.Akaysha Palmer, que está cursando mestrado em administração pública, disse estar feliz porque a discussão não incluiu a derrota de Hillarypara Trump. "Quero me concentrar apenas em seu papel como secretária de Estado", disse ela.Uma colega estudante, Bukuru Anastazie, concordou. "O nome dela está sempre ligado ao de um homem", disse. "É realmente revigorante que seja sobre ela mesma."
2023-09-09 04:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/hillary-clinton-volta-a-ser-professora-universitaria-na-universidade-columbia.shtml
Em discurso no G20, Lula volta a cobrar países ricos por recursos para o clima
Em discurso na abertura da Cúpula do G20, em Déli, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar que os países ricos cumpram suas promessas de recursos para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e ressaltou a necessidade de promover o desenvolvimento ao mesmo tempo em que se protege o meio ambiente."Desde a COP de Copenhague, os países ricos deveriam prover US$ 100 bilhões em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Essa promessa nunca foi cumprida", disse o presidente brasileiro, após fazer gestos para o anfitrião indiano e os russos, mencionando a missão da Índia que pousou na Lua na semana passada e o astronauta russo Yuri Gagárin."Recursos não faltam. Ano passado, o mundo gastou US$ 2,24 trilhões em armas. Essa montanha de dinheiro poderia estar sendo canalizada para o desenvolvimento sustentável e a ação climática."Lula chegou ao evento acompanhado pela primeira-dama, Janja Lula da Silva —uma das únicas primeiras-damas a comparecer.O governo brasileiro resiste à tendência de países ricos de concentrar o financiamento em países muito pobres ou ilhas que sofrem de forma mais aguda as mudanças climáticas. Eles querem que parte desses recursos seja direcionados a países emergentes e de renda média, como o Brasil. Também insistem para que os recursos não se restrinjam a ação de mitigação do aquecimento global, mas, também, para medidas de estímulo ao desenvolvimento."Queremos chegar na COP30, em 2025 [em Belém], com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas."Em sua fala, Lula também listou avanços na política ambiental, como a redução de 48% no desmatamento em relação ao mesmo período do ano passado.E disse que o Brasil, na presidência do G20, irá propor uma força tarefa para mobilização global contra a mudança do clima.No discurso de abertura, o premiê indiano, Narendra Modi, anunciou que a União Africana será membro do G20. A entrada da UA tinha apoio do Brasil, que também criticava o peso excessivo de países europeus no grupo.Na cúpula, os únicos discursos transmitidos serão os do primeiro-ministro indiano. Na cidade, em todo quarteirão há um outdoor ou placa com foto de Modi e lemas de seu governo —a oposição indiana acusa o líder do partido BJP de usar o G20 para fazer campanha eleitoral. O país terá eleições gerais no ano que vem.
2023-09-09 03:52:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/09/em-discurso-no-g20-lula-volta-a-cobrar-paises-ricos-por-recursos-para-o-clima.shtml
Buraco negro é observado 'lanchando' estrela parecida com o Sol
Buracos negros, objetos celestes conhecidos por sua gula, geralmente comem de uma só vez estrelas com azar de chegar perto demais deles, aniquilando-as com sua enorme atração gravitacional. Alguns, no entanto, tendem a lanchar em vez de devorar.Pesquisadores disseram que observaram um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia relativamente próxima enquanto ele arranca pedaços de uma estrela semelhante em tamanho e composição ao nosso Sol, consumindo material igual a cerca de três vezes a massa da Terra cada vez que a estrela se aproxima enquanto viaja em sua órbita de formato oval.Buracos negros são objetos extraordinariamente densos com uma gravidade tão forte que nem mesmo a luz consegue escapar.A estrela está localizada a cerca de 520 milhões de anos-luz do nosso sistema solar. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano: 9,5 trilhões de km. Ela foi observada sendo saqueada pelo buraco negro supermassivo no coração de uma galáxia em forma de espiral.No que diz respeito a esses buracos negros, este é relativamente pequeno, e estima-se que tenha uma massa algumas centenas de milhares de vezes maior que a do Sol. O buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia, chamado Sagitário A*, tem cerca de 4 milhões de vezes a massa do nosso Sol. Algumas outras galáxias abrigam buracos negros supermassivos com centenas de milhões de vezes a massa do Sol.A maioria das galáxias tem buracos negros no seu centro, e o ambiente ao seu redor pode estar entre os lugares mais violentos do universo.A maior parte dos dados usados pelos cientistas no novo estudo veio do Observatório Neil Gehrels Swift, da Nasa.A estrela foi observada orbitando o buraco negro a cada 20 a 30 dias. Em uma das extremidades de sua órbita, aproxima-se o suficiente do buraco negro para que algum material da sua atmosfera estelar seja sugado, ou agregado, cada vez que passa, mas não tão perto que seja totalmente engolida. Tal evento é chamado de "perturbação parcial repetida da maré".O material estelar que cai no buraco negro aquece até cerca de 2 milhões de graus Celsius, liberando uma imensa quantidade de raios X, que foram detectados pelo observatório espacial."O mais provável é que a órbita da estrela gradualmente se deteriore e ela se aproxime cada vez mais do buraco negro supermassivo até chegar perto o suficiente para ser completamente interrompida", disse o astrofísico Rob Eyles-Ferris, da Universidade de Leicester, na Inglaterra. Ele é um dos autores do estudo publicado nesta semana na revista Nature Astronomy.
2023-09-09 00:27:00
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Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/09/buraco-negro-e-observado-lanchando-estrela-parecida-com-o-sol.shtml
Estreia do Brasil nas Eliminatórias sobe ibope da Globo e alcança índice gigante em Belém
A estreia da seleção brasileira contra a Bolívia nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 na noite desta sexta-feira (8) conseguiu um bom resultado de audiência para a Globo. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os índices subiram em relação ao habitual. No local da partida, em Belém (PA), os índices foram espetaculares.Segundo dados prévios de audiência obtidos pelo F5, o jogo narrado por Luís Roberto com comentários de Caio Ribeiro e Júnior, conseguiu 25 pontos em São Paulo com bola rolando, das 21h45 às 23h43. No mesmo horário, na semana passada, a Globo costuma marcar 22 pontos com a exibição da novela "Terra e Paixão" e da série "Rensga Hits".Na capital fluminense, foram 27 pontos para a Globo. Os índices mais robustos, porém, foram de Belém (PA). Cidade que recebeu a partida, a transmissão da Globo conseguiu picos de 63 pontos, índices dignos de final de Copa do Mundo. Mais O resultado no Pará foi o maior ibope local de 2023 na TV brasileira nas 15 regiões metropolitanas medidas pelo Ibope. Em São Paulo, cada ponto equivale a cerca de 206,3 mil indivíduos. No Rio, a pontuação vale 125,4 mil pessoas. Já na capital do Pará cada ponto é composto por 22,9 mil telespectadores.Na primeira partida sob o comando do técnico Fernando Diniz, de 49 anos, a seleção brasileira derrotou a Bolívia por 5 a 1 no estádio Mangueirão, onde as equipes disputaram a rodada de abertura das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.Foi praticamente um duelo de ataque contra a defesa, com o Brasil mantendo o controle do jogo desde os primeiros minutos, com raras exceções. Rodrygo, duas vezes, Raphinha e Neymar, também com dois, construíram a goleada.
2023-09-09 00:11:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/estreia-do-brasil-nas-eliminatorias-sobe-ibope-da-globo-e-alcanca-indice-gigante-em-belem.shtml
Brasil lança aliança global de biocombustíveis e reforça críticas a 'colonialismo ambiental' europeu
O Brasil reforçou sua cruzada contra o que considera ser um neocolonialismo ambiental da União Europeia. O governo brasileiro incluiu no comunicado do G20 uma crítica à legislação europeia antidesmatamento, com apoio da Indonésia, outra potência florestal, e às exigências ambientais que a UE quer incluir em seu acordo comercial com o Mercosul.O documento ressalta a necessidade de evitar políticas ambientais discriminatórias, que violem regras da OMC (Organização Mundial do Comércio).A lei europeia, que entrou em vigor em junho, prevê sanções contra países que não comprovarem que exportações de óleo de palma, soja, café, cacau, carne e outros não estão ligadas a desmatamento ocorrido após 31 de dezembro de 2020.O assunto também será levantado na conversa bilateral que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá com o presidente francês, Emmanuel Macron, neste domingo (10) de manhã. Lula já criticou publicamente esse tipo de exigência."Expus à presidente [Ursula] Von der Leyen as preocupações do Brasil com o instrumento adicional ao acordo apresentado pela União Europeia em março deste ano, que amplia as obrigações do país e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento. A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua, não de desconfiança e sanções", disse Lula em junho, após reunião com Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.Na semana passada, o embaixador do Brasil na UE e embaixadores de mais 12 países enviaram uma carta a representantes da UE dizendo que a legislação é discriminatória e não é consistente com as regras da OMC.A missiva afirma que a lei europeia não leva em conta "circunstâncias e as capacidades locais, as legislações nacionais e os mecanismos de certificação dos países produtores em desenvolvimento, bem como seus esforços para combater o desmatamento e os compromissos assumidos em foros multilaterais".Nos temas ambientais, recentemente o Brasil tem se alinhado mais com os Estados Unidos do que com a UE. Ao lado do governo americano e indiano, Brasília também incluiu no texto do G20 menção à Aliança Global de Biocombustíveis, uma iniciativa liderada pelos três países, e com participação de outras 19 nações.A UE resistiu, a princípio, porque, ao lado da China, aposta mais na energia elétrica como principal vetor da transição energética no setor automotivo. A aliança foi lançada neste sábado (9) às margens da cúpula do G20, em Déli, com a participação do presidente Lula, do presidente dos EUA, Joe Biden, e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.O objetivo é estimular a produção e o consumo do etanol no mundo. No total, 19 países participam da iniciativa.Os EUA respondem por 55% da produção mundial, seguidos pelo Brasil, com 27%. A Índia é a quinta maior produtora, com 3%, atrás da UE, com 4,8%, e da China, com 3,1%.Os EUA produzem etanol de milho, menos competitivo e eficiente que o etanol de cana-de-açúcar. Mas o lobby dos produtores de milho nos EUA é poderoso e o governo busca formas de escoar a produção, ainda mais diante das tensões nas relações com a China, que eram um dos principais importadores do milho americano e cortaram significativamente suas compras. Além disso, a eletrificação avança nos EUA.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Segundo Evandro Gussi, presidente da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia), a aliança deve reforçar o tipo de cooperação que o Brasil já tem com a Índia e disseminar para outros países.De acordo com ele, há quatro anos o Brasil passou a compartilhar com os indianos tecnologia de etanol, o que teria acelerado o programa indiano."Com a aliança, esse movimento, com essa iniciativa e outras que desenvolvermos, será acelerado e poderá ser levado a mais países com vocação para bioenergia ao mesmo tempo", diz Gussi.A Índia tem uma matriz energética muito dependente do carvão, que responde por cerca de 70% do consumo de energia —e, apesar de ter uma emissão de CO2 per capita baixa, é o terceiro maior emissor do poluente no mundo.Nos últimos sete anos, segundo a consultoria Embers, as emissões da Índia cresceram 28,9%, e o país luta para ter mais energia de fontes limpas. Ao mesmo tempo, a Índia tem grandes excedentes de açúcar, que podem ser usados para produzir etanol. Mais
2023-09-09 02:31:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/brasil-lanca-alianca-global-de-biocombustiveis-e-reforca-criticas-a-colonialismo-ambiental-europeu.shtml
G20 evita condenar Rússia diretamente por Guerra da Ucrânia em comunicado final
Com mediação de Brasil, Índia, África do Sul e Indonésia, o G20 enfim conseguiu entrar em acordo em relação à sua declaração final, divulgada neste sábado (9). O texto, que condena a invasão da Ucrânia, mas não culpa diretamente a Rússia pela ação, poupa esta edição da cúpula de ser a primeira sem um documento do tipo —o que, segundo analistas, colocaria em xeque a viabilidade do grupo, único foro do tipo a reunir países ricos e pobres.O conflito no Leste Europeu era o maior ponto de discordância entre os 19 países que compõem o bloco ao lado da União Europeia. Estados Unidos e UE, apoiados por outros membros do G7, exigiam que a declaração final não só incluísse menções à "agressão da Rússia contra a Ucrânia", como também demandasse "a retirada total" das tropas russas do território ucraniano e classificasse de "inadmissível" o "uso ou ameaça de uso de armas nucleares".Mas os russos —representados pelo chanceler Serguei Lavrov, uma vez que Vladimir Putin não viajou a Nova Déli— recusavam-se a assinar um comunicado que incluísse uma passagem com esse tom.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Foi uma negociação árdua. Até a sexta-feira (8), às 23h, diplomatas não tinham chegado a um consenso. Foi só após intensa pressão de países em desenvolvimento que os integrantes do G7 acabaram concordando com a linguagem mais amena.No sábado, bateram o martelo. O comunicado fala, assim, em "cessar a destruição militar e outros ataques a infraestrutura relevante", e afirmam serem bem-vindas "todas as iniciativas relevantes e construtivas para apoiar uma paz justa, abrangente e durável na Ucrânia".Segundo negociadores, a proposta do texto vencedor é condenar a violação territorial, tal qual previsto pela Carta da ONU, mas "sem humilhar" a Rússia. O bloco dos países ricos desejava, ao contrário, uma declaração com uma condenação enérgica acompanhada de uma nota de rodapé dizendo que Rússia e China não concordavam com o texto, condições às quais ambos os países se opunham. Pequim, aliás, também não enviou seu chefe de Estado, Xi Jinping, ao evento —quem representa o gigante asiático nas negociações é o premiê Li Qiang.O resultado obtido representa uma vitória para a Índia, que arriscava se tornar o país-sede da primeira cúpula do G20 sem um documento final de consenso. Os EUA, que apostam no país mais populoso do mundo como um contraponto à China e acabam de receber seu primeiro-ministro, Narendra Modi, na Casa Branca, foram instrumentais para convencer os europeus.Também o governo brasileiro celebrou o consenso. Sem uma declaração conjunta, ele herdaria a presidência de um G20 esvaziado e disfuncional, e o país encara seu ano na presidência do grupo como o ponto alto da reentrada do país no cenário global. Um membro da delegação brasileira comparou a eliminação da menção à Rússia à remoção do "bode da sala".Segundo uma fonte do governo brasileiro, não interessa para os EUA e para os países europeus um enfraquecimento do G20, ainda mais com a atual expansão do Brics liderada pela China. Negociadores dizem ainda ver no recuo do G7 um reflexo do enfraquecimento da posição do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, cuja contraofensiva tem decepcionado, e da fadiga dos americanos e europeus com a extensão do conflito e a dimensão dos gastos com armamentos. Mais Os ucranianos, aliás, criticaram o texto por não mencionar a Rússia, afirmando que a declaração conjunta não era "nada do que se orgulhar". Os europeus até tentaram levar Zelenski para a cúpula, mas a Índia vetou a ideia —no encontro do ano passado, na Indonésia, o ucraniano falou por 20 minutos.Lula também já teria expressado incômodo com a extensão dos discursos do líder ucraniano, afirmando na cúpula do G7, mais cedo este ano, que ele não deveria falar mais que os chefes de Estado que de fato integravam o grupo. Europeus ainda tentaram emplacar a presença de Zelenski na reunião entre a UE e a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), e na reunião da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) recentemente, sem sucesso.Outro entrave solucionado foi o pleito americano para sediar a reunião do G20 em 2026, depois da cúpula da África do Sul. Pequim havia expressado oposição à ideia, e tanto o gigante asiático quanto Moscou levantaram a questão das sanções –certos diplomatas e autoridades de ambas as nações estão impossibilitados de entrar em solo americano. O assessor de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, entrou em contato com autoridades chinesas para aparar as arestas.O Brasil ainda conseguiu incluir no comunicado do G20 uma crítica à legislação europeia contra o desmatamento, com apoio da Indonésia, outra potência florestal, e às exigências ambientais que a UE quer incluir em seu acordo comercial com o Mercosul. O documento ressalta a necessidade de as políticas ambientais serem consistentes com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio), que proíbem medidas discriminatórias. Mais A lei europeia, que entrou em vigor em junho, prevê sanções contra países que não comprovarem que suas empresas exportadoras de óleo de palma, soja, café, cacau, carne e outros não estão ligadas a desmatamento ocorrido após 31 de dezembro de 2020.Mesmo assim, o comunicado teve de reduzir suas ambições no combate ao aquecimento global, por pressão da Arábia Saudita. Esta resistiu ao estabelecimento de uma data para a transição energética e de redução das emissões, apesar de os EUA desejarem o contrário.Enquanto isso, a reunião bilateral que Lula teria com o líder saudita, Mohammed bin Salman, no sábado, foi desmarcada, segundo o Planalto em razão de um atraso na agenda da monarquia. É possível que ela ainda aconteça no domingo (10). Caso se mantenha, porém, o desencontro pode ajudar a evitar um potencial desconforto para o petista —MBS, como o príncipe é conhecido, é acusado de mandar esquartejar o jornalista de seu país Jamal Khashoggi.Além de divulgar a declaração final do grupo, Modi ainda anunciou neste sábado a entrada da União Africana como novo membro permanente do G20. O órgão continental de 55 Estados-membros terá o mesmo estatuto que a UE, até agora o outro bloco regional participante do bloco. A designação anterior da União Africana era "organização internacional convidada"."É uma honra receber a União Africana como membro permanente da Família do G20. Isto fortalecerá o G20 e também a voz do Sul Global", afirmou uma mensagem na conta oficial de Modi na plataforma X, o ex-Twitter. A mudança havia sido proposta pelo próprio premiê indiano em junho.
2023-09-09 03:16:00
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Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/diplomatas-concordam-em-linguagem-que-nao-humilhe-a-russia-em-comunicado-do-g20.shtml
Igualdade de gênero no Brasil é lanterna em recursos para bater metas da ONU
As instituições financeiras criadas para fomentar o desenvolvimento no Brasil ampliaram o volume de recursos destinados a políticas ligadas aos objetivos sustentáveis da Agenda 2030, mas a distribuição entre as áreas ainda é desigual.Inovação, indústria, infraestrutura, crescimento econômico e combate à fome receberam 58% dos R$ 652,5 bilhões repassados pelo sistema nacional de fomento entre 2020 e 2022.Enquanto isso, políticas de igualdade de gênero ficaram com apenas 0,05% do montante, e educação de qualidade, com 0,31%.Os dados integram o relatório "Metodologia ABDE-Pnud de Alinhamento do Sistema Nacional de Fomento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", produzido pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) em parceria com a ABDE (Associação Brasileira de Desenvolvimento). O documento foi antecipado à Folha.A radiografia do sistema nacional de fomento inclui desembolsos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), da Finep e de outros bancos ou agências de fomento federais e regionais.O objetivo do trabalho é diagnosticar como os recursos dessas instituições estão sendo usados para ajudar o Brasil na tarefa de alcançar as metas da Agenda 2030, um plano de ação global apoiado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e do qual o país é signatário.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...A agenda pauta os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), que incluem combate à fome, erradicação da pobreza, redução de desigualdades, ação contra a mudança global do clima, entre outros.Para fazer esse diagnóstico, o Pnud e a ABDE fizeram um mapeamento de linhas, produtos e programas financeiros de 24 das 34 instituições de fomento que operam no Brasil, com o objetivo de construir uma espécie de dicionário de políticas alinhadas ou não a algum dos objetivos sustentáveis. Depois, foram analisados seus desembolsos entre 2020 e 2022.O maior volume de recursos irrigou o ODS 9, que trata de indústria, inovação e infraestrutura (R$ 134,66 bilhões no acumulado do período). Mais Na sequência, vieram o ODS 2, que prega fome zero e agricultura sustentável (124,2 bilhões), e o ODS 8, que trata de trabalho decente e crescimento econômico (R$ 117,2 bilhões).Já os menores desembolsos ocorreram para o ODS 5, de igualdade de gênero (R$ 354 milhões nos três anos), para o ODS 16, que prega paz, justiça e instituições eficazes (R$ 855 milhões), e para o ODS 4, que trata de educação de qualidade (R$ 2,04 bilhões).O líder da unidade de Desenvolvimento Socioeconômico Inclusivo do Pnud no Brasil, Cristiano Prado, afirma que o resultado encontrado é positivo quando se trata do aumento no volume agregado de recursos destinados pelas agências de fomento a políticas relacionadas aos objetivos da Agenda 2030.Os desembolsos saíram de R$ 186,5 bilhões em 2020 para R$ 269,2 bilhões em 2022, um avanço de 44,34% acumulado no período. "Foi uma surpresa positiva. A contribuição do sistema nacional de fomento é grande, e essa contribuição aumentou", diz Prado.Ele reconhece, porém, que esse apoio está bastante concentrado nos objetivos relacionados à indústria, à agricultura e ao crescimento econômico.Segundo o especialista, isso tem a ver com a natureza das instituições de fomento no Brasil —muitas delas com foco nesses segmentos— e com as próprias linhas operacionalizadas no país. Mais Além disso, Prado observa que os setores mais contemplados costumam tomar financiamentos com um tíquete médio maior do que em outros segmentos.Financiar o plantio de uma safra, a compra de maquinário ou políticas de combate à fome custa mais do que construir um centro de apoio a minorias ou dar crédito a um empreendimento liderado por mulheres, por exemplo. Isso contribui para somar um valor maior no conjunto dos anos.Outra razão para a diferença entre os números é o próprio mercado, que demanda mais recursos relacionados a esses objetivos, em detrimento das agendas ligadas à educação ou à igualdade de gênero."A capacidade do tomador de apresentar projetos nessas áreas [igualdade de gênero e educação] é uma coisa que pode ser mais bem trabalhada, para que a gente tenha mais projetos ofertados ao setor nacional do fomento [dentro desses objetivos]", afirma Prado.Para o Pnud, o trabalho revela não só um diagnóstico, mas também uma oportunidade de aprimorar o direcionamento desses fluxos de capital."A gente ludicamente separa os ODS em caixinhas, mas eles são interligados. Não dá para pensar em redução de pobreza se não pensar em educação. A oportunidade é incorporar a transversalidade dos ODS nas linhas de financiamento, aproveitando as linhas que estão nos maiores objetivos", afirma o especialista.Com pequenos ajustes, ele diz que os recursos poderão ter um impacto maior sobre o desenvolvimento sustentável no Brasil.O segundo vice-presidente da ABDE e presidente da Fomento Paraná, Heraldo Alves das Neves, diz que a pauta da preservação ambiental sempre foi prioridade para os bancos públicos e as agências de fomento, mas há hoje a compreensão de que é preciso ampliar o escopo de atuação. Por isso, diz, o mapeamento feito com o Pnud é visto como "um plano para direcionar o sistema de fomento como um todo".Até agora, 24 das 34 instituições financeiras associadas à ABDE participaram do levantamento. As outras 10 ficaram de fora ou porque entregaram informações incompletas sobre suas linhas, ou porque não puderam contribuir a tempo para o trabalho. No entanto, Neves diz que a intenção é completar o mapeamento nos próximos meses."A ideia é cercar todas as 34 associadas, para ter mais informações do alcance das nossas linhas e ao mesmo tempo dirigir, inclusive de acordo com elementos de planos de governo, aproveitar oportunidades de recursos de programas", afirma. Mais Segundo ele, a partir dos resultados, as instituições de fomento poderão aprimorar seus instrumentos para potencializar o uso dos recursos, norteadas pelos objetivos da Agenda 2030.O representante da ABDE admite que se surpreendeu com a inexpressividade dos recursos dedicados à igualdade de gênero. "Eu até esperava mais em recursos relacionados à política de gênero, mas a gente viu nos últimos anos crescer a preocupação e a destinação de recursos", afirma.
2023-09-08 23:15:00
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Mercado
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Manga e melão são destaques na produção de frutas para a próxima década
Apesar do otimismo do governo federal com a colheita e a comercialização de frutas na próxima década, produtores fazem ressalvas e apontam desafios que precisam ser considerados para que as projeções de crescimento se concretizem.Entre os problemas elencados, estão as dificuldades logísticas de exportação para a Ásia e o abalo no poder de compra dos brasileiros.De acordo com um estudo divulgado recentemente pelo Ministério da Agricultura, a produção e a exportação da maior parte das frutas devem apresentar crescimento no ano safra de 2032/33 na comparação com 2022/23.Os destaques são o melão e a manga, que darão um salto em produção de 28,7% e 22,9%, respectivamente, segundo as expectativas da pasta.As dificuldades econômicas sentidas na pandemia com a perda do poder de compra do brasileiro impactaram o setor, na opinião de Caito Prado, diretor comercial da Itaueira, que produz melão. Ele afirma que os custos da produção agrícola dispararam, mas os preços não acompanharam o movimento."Eu não estou dizendo que o preço não aumentou. Mas não subiu suficientemente para manter as margens que existiam no período pré-pandemia", diz.Hoje, a empresa possui 2.600 hectares de plantio de melão e melancia, patamar que foi recuperado depois que a Itaueira teve de cortar pela metade, por causa de uma seca no Ceará, a área plantada das frutas, em 2017 —mesmo ano em que também parou de exportar.A produção ficou, desde então, concentrada em fazendas na Bahia e no Piauí.O problema da falta de água já foi sanado, diz Prado, mas as exportações da empresa só devem voltar a ocorrer no ano que vem ou no mais tardar em 2025, assim que a produção nas terras cearenses for retomada."Atualmente, nosso problema é de energia elétrica. A nossa expectativa é que isso seja resolvido nos próximos meses. Não voltamos a exportar ainda porque as nossas fazendas na Bahia e no Piauí estão muito longe do porto", afirma Prado.De acordo com os números divulgados pelo Ministério da Agricultura, a perspectiva é de que a produção de melão no país saia de 644 mil toneladas em 2023 para quase 830 mil daqui a dez anos, ao passo que a exportação da cultura chegue a 321 mil toneladas –27% maior do que a expectativa para este ano.Em julho, a fruta acumulava uma inflação de quase 3% nos últimos 12 meses.Tanto a produção quanto a exportação devem crescer para a maioria das frutas, com exceção da maçã, que deve registrar uma queda de 8,5% nas vendas ao exterior no ano safra de 2032/33 em relação a 2022/23, conforme os números do ministério.Com o desempenho, a quantidade de maçãs enviadas para fora do país seria de 49 mil toneladas.Há discordâncias, porém. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP, a tendência é que a exportação da maçã cresça, mesmo que pouco.O grupo de pesquisas diz que, nesse caso, o indicador depende de fatores como a oferta nacional e a demanda dos principais destinos.Outro indicador analisado pela projeção do Ministério da Agricultura, a área plantada deve apresentar queda para algumas plantações, como é o caso da banana e da laranja.Thiago de Oliveira, economista da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), diz que um dos motivos é o adensamento e a evolução tecnológica das colheitas, o que permite produzir muito em uma área menor. Mais Segundo ele, os resultados para a produção e a exportação de frutas previstos pelo governo federal dependem de alguns fatores, como a estabilização da flutuação cambial para favorecer a procura pelos produtos brasileiros.Para além disso, Oliveira afirma ser importante expandir os mercados externos."Quando a gente faz o market share de países, são cinco ou seis países que levam mais de 60% desse volume. A China, por exemplo, é um potencial. Quando a gente olha para Europa, também é nichado", diz.Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados), afirma que a Europa é o destino de 70% das exportações brasileiras.Segundo ele, o setor está em tratativas para tornar alguns segmentos mais atraentes para outras regiões.No começo deste mês, por exemplo, a entidade participa da Asia Fruit Logistica, feira do setor que ocorre em Hong Kong. Coelho diz ter a intenção de incentivar a importação da uva brasileira na China.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Já Paulo Dantas, sócio e presidente da Agrodan, uma das maiores produtoras e exportadoras de manga do país, diz que a expansão do número de países que importam frutas brasileiras deve evoluir de forma muito lenta por causa das dificuldades logísticas para transportar por mar os produtos a locais longínquos."O volume que o Brasil vai mandar para o Japão e a Coreia do Sul, por exemplo, é muito pouco, porque esses países estão muito distantes para mandar de navio. Você pode abrir para a China, mas, se for mandar manga de avião, não vai ter mercado grande, porque o custo do frete aéreo é altíssimo."A empresa, que possui 1.100 hectares próprios de área plantada em Pernambuco e na Bahia e mais 200 hectares de parceiros, tem a Europa como seu principal cliente fora do país.Dantas afirma que a atual safra da manga foi impulsionada pelos problemas climáticos de países concorrentes, como a Espanha, cuja temperatura reproduz os efeitos do calor extremo registrado no verão europeu."O clima desses países foi de calor na Espanha, o que fez com que a produtividade caísse muito. Não tem água para toda a produção de manga. Vai ter pouca manga e vai ser miúda. O calor prejudicou a safra da Espanha e vai facilitar a nossa vida", diz Dantas.
2023-09-08 23:15:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/manga-e-melao-sao-destaques-na-producao-de-frutas-para-a-proxima-decada.shtml
Primeira cúpula do clima na África termina com apelo a investimentos
Chefes de Estado de toda a África concluíram na quarta-feira (6) uma cúpula climática inaugural em Nairóbi, capital do Quênia, emitindo uma declaração que pede uma reestruturação urgente da forma como as nações mais ricas se relacionam com o continente.A declaração salientou inúmeras vezes que, em vez de ser uma vítima infeliz, a África está preparada para a liderança em matéria de energia limpa e gestão ambiental.Mas para que isso aconteça, afirma o comunicado, os países industrializados do mundo, que são em grande parte responsáveis pela poluição que está causando as mudanças climáticas, devem primeiro desbloquear o acesso à sua riqueza através de investimentos, em vez de relegar suas contribuições à ajuda quando ocorrem catástrofes.Essa falta de financiamento é um dos maiores problemas que dividem as nações ricas e pobres, à medida que o mundo luta para reduzir as emissões de dióxido de carbono. Será um dos principais pontos de discórdia na COP28, cúpula climática global da ONU que terá início em 30 de novembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A reunião histórica em Nairóbi foi, em parte, um esforço dos países mais pobres para amplificar seu argumento.No evento, os investidores anunciaram que cerca de US$ 23 bilhões serão destinados a projetos que incluem microrredes solares, mercados de carbono e reflorestamento. Mas não ficou claro quanto desse dinheiro representa compromissos, não intenções.O presidente queniano, William Ruto, que atuou como anfitrião e mestre de cerimônias da cúpula, disse que a África tem 60% do potencial mundial de energia renovável e quase um terço dos minerais cruciais para eletrificar indústrias atualmente dependentes de combustíveis fósseis, que aquecem o planeta. Entretanto, 600 milhões de pessoas na África têm pouco ou nenhum acesso à eletricidade."Devemos ser verdes rapidamente, antes de nos industrializar, e não o contrário", disse Ruto.As instituições multinacionais de crédito há muito consideram vários países africanos arriscados demais para investimentos em infraestruturas como as energias renováveis, devido a preocupações com a má gestão econômica e o elevado peso da dívida, juntamente com questões como a corrupção e os conflitos.O documento, denominado Declaração de Nairóbi, afirma que servirá de "base para a posição comum da África" antes das conversações sobre o clima em Dubai, no final deste ano.A cúpula atraiu dezenas de milhares de delegados de todo o mundo ao centro comercial da África Oriental. Seus eventos, que ocorreram no Centro Internacional de Convenções Kenyatta, o edifício mais emblemático do centro de Nairóbi, um arranha-céus afro-modernista construído na década de 1970, davam a sensação de uma feira comercial, exceto que o público principal eram bancos, empresas de private equity, instituições filantrópicas e governos doadores.Pedia-se a esses potenciais investidores, especialmente aos ocidentais, que colocassem seu dinheiro onde dizem.Apesar das promessas feitas no passado de investir mais de US$ 100 bilhões em financiamento relacionado ao clima nos países menos desenvolvidos, o mundo rico ficou muito aquém dessas metas, ao mesmo tempo que investiu bilhões de dólares em energias renováveis em seus próprios países."Uma injustiça arde no coração da crise climática, e sua chama está queimando esperanças e possibilidades aqui na África", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, que foi um dos muitos dignitários internacionais presentes.A tensão subjacente à cúpula ficou clara em diversos discursos nos quais os líderes africanos lamentaram a falta de urgência no cumprimento das promessas de financiamento.Os Emirados Árabes Unidos, um dos principais produtores de petróleo do mundo e anfitrião da conferência anual da ONU sobre o clima este ano, assumiram alguns dos maiores compromissos, incluindo US$ 4,5 bilhões para energia limpa e US$ 450 milhões em créditos de carbono, embora as letras miúdas destes últimos indiquem que era uma "carta de intenções não vinculatória". Os EAU procuram reformular-se como uma superpotência de energia renovável.Alguns países africanos dependem há muito tempo de energias renováveis para a maior parte da sua produção de energia. No Quênia, disse Ruto, mais de 90% da eletricidade são renováveis, em grande parte provenientes de fontes geotérmicas no Grande Vale do Rift.Mas fora dos corredores do centro de convenções os quenianos faziam perguntas mais difíceis sobre a quem a conferência e seus objetivos elevados realmente serviam."A discussão energética mascara a nossa crise econômica", disse Mordecai Ogada, autor e uma importante voz queniana em questões ambientais."Sim, obtemos a maior parte da nossa eletricidade de fontes renováveis. Mas pagamos a empresas estrangeiras para gerar essa energia de forma exorbitante em moeda estrangeira", disse ele. "A produção ficou cara, o que impulsiona a inflação. No que diz respeito à vida dos quenianos, a fonte de energia é completamente imaterial."A moeda do Quênia perdeu cerca de um terço do seu valor face ao dólar nos últimos dois anos, e Ruto aumentou os impostos sobre o gás e sobre as pequenas empresas, o que aprofundou a crise do custo de vida. Mais de 8 em cada 10 quenianos vivem com menos de US$ 5 por dia, segundo o Banco Mundial.No centro do pedido dos participantes ao mundo estava o financiamento "concessional" –essencialmente, empréstimos a taxas de juros abaixo do mercado e com prazos de reembolso mais brandos.Enormes quantidades de financiamento concessional poderão, num futuro próximo, provir do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional), entre outros grandes credores, se estes cumprirem as reformas prometidas no modo como avaliam o risco e incorporam considerações climáticas na estruturação de seus empréstimos."Há oito meses, ainda houve um debate no conselho do Banco Mundial sobre se os investimentos climáticos eram uma troca pelo desenvolvimento econômico", disse um alto funcionário do Tesouro dos EUA que participou da cúpula, falando sob a condição de anonimato, segundo o protocolo do Departamento do Tesouro.O responsável disse que quase US$ 50 bilhões em financiamento que poderiam ser destinados ao financiamento concessional dos Estados Unidos através de bancos multilaterais de desenvolvimento aguardavam a aprovação do Congresso. O presidente Joe Biden disse que deseja que o Congresso reserve mais de US$ 11 bilhões para ajuda climática, mas conseguiu apenas US$ 1 bilhão no último orçamento.
2023-09-08 23:24:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/09/primeira-cupula-do-clima-na-africa-termina-com-apelo-a-investimentos.shtml
Atriz de 'Zoey 101' diz que Joe Jonas pedia nudes quando eram adolescentes
Atriz que interpretou Nicole em "Zoey 101", Alexa Nikolas recorreu ao X, ex-Twitter, nesta sexta-feira (8) para criticar o vocalista dos Jonas Brothers por supostamente procurar por nudes na adolescência, apesar de manter uma imagem muito puritana na época."Conheci Joe Jonas quando éramos adolescentes e, digamos apenas que ele é o cara que usava um anel de pureza, mas pedia nudes", alegou Nikolas, 31.O portal norte-americano Page Six tentou entrar em contato com Joe Jonas em busca de um posicionamento, mas não obteve resposta. Mais Agora com 34 anos, Joe e seus irmãos Nick e Kevin Jonas usaram um anel de pureza durante a adolescência, quando ficaram muito famosos. Isso se tornou um grande ponto de discussão sobre a banda nos anos seguintes.Nikolas não é a primeira pessoa a insinuar que Joe era sexualmente ativo na adolescência, apesar de usar a joia simbólica.Durante o "Jonas Brothers Family Roast" em 2021, a futura ex-esposa do cantor disse que ele "não estava apenas colocando os dedos em alguns anéis de metal idiotas." "Ele estava colocando os dedos em colegas de elenco, atrizes e até supermodelos", brincou Sophie Turner, acrescentando que "os anéis não foram uma boa ideia."Na verdade, Joe admitiu ter perdido a virgindade aos 20 anos —alguns anos antes da banda abandonar publicamente os anéis em 2013."Decidimos tirar os anéis há alguns anos", disse ele à revista New York. "Eu perdi a virgindade aos 20 anos. Eu fiz outras coisas antes disso, mas fui sexualmente ativo aos 20 anos. Estou feliz por ter esperado pela pessoa certa, porque você olha para trás e pensa: 'Aquela garota estava completamente louca. Fico feliz por não ter ido por esse caminho'".Joe e a atriz de "Game of Thrones" começaram a namorar em 2016 e se casaram três anos depois. No entanto, o casal anunciou que estava se divorciando depois de quatro anos de casamento no início desta semana.
2023-09-08 22:45:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/atriz-de-zoey-101-diz-que-joe-jonas-pedia-nudes-quando-eram-adolescentes.shtml
Neymar passa Pelé em número de gols pela seleção na contagem da Fifa, mas Rei ainda tem média melhor
Na primeira partida sob o comando de Fernando Diniz, 49, a seleção brasileira derrotou a Bolívia por 5 a 1 nesta sexta-feira (8), no estádio Mangueirão, em Belém, no Pará, onde as equipes disputaram a rodada de abertura das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.Foi praticamente um duelo de ataque contra a defesa, com o Brasil mantendo o controle do jogo desde os primeiros minutos, com raras exceções.Rodrygo, duas vezes, Raphinha e Neymar, também com dois, construíram a goleada. O camisa 10 festejou os dois gols com socos no ar, como fazia Pelé. De acordo com estatísticas da Fifa, o jogador agora é o maior artilheiro da história da seleção brasileira, com 79 gols, dois a mais do que o Rei do Futebol.Veja abaixo os maiores artilheiros da seleção de acordo com a FifaA entidade máxima do futebol, porém, desconsidera partidas contra clubes e combinados. Já nos critérios da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que engloba todos os jogos, o Rei soma 95 gols.Um histórico sobre o qual não há discussão é a respeito do amplo domínio brasileiro contra o adversário desta sexta. Foi a 24ª vitória brasileira em duelos contra os bolivianos. Houve, também, quatro empates e somente cinco vitórias da Bolívia.Desde a Copa do Mundo, esse foi o quarto jogo do Brasil. No primeiro semestre deste ano, sob o comando do interino Ramon Menezes, a seleção venceu a Guiné (4 a 1), mas perdeu para Marrocos (2 a 1) e Senegal (4 a 2), todas partidas amistosas.Com pouco tempo de trabalho, Diniz optou por mandar a campo uma formação com nove jogadores que estiveram no último Mundial. As exceções foram o lateral esquerdo Renan Lodi e o meio-campista Gabriel Magalhães.Mesmo com nomes conhecidos, o treinador tentou imprimir um pouco de seu estilo já no primeiro duelo, com bastante toque de bola e busca constante por entrar na grande área rival. Diniz também sabe que, a princípio, também será curta a jornada dele na seleção, já que a CBF assinou com ele um contrato de um ano, pois afirma ter um acordo com o italiano Carlo Ancelotti.Os jogadores, porém, passaram os últimos dias evitando falar do futuro e valorizaram o trabalho feito pelo ainda técnico do Fluminense.Contra a Bolívia, mostraram bastante ímpeto. Foi assim que conseguiram fazer um placar elástico, que poderia ter sido ainda maior. No primeiro tempo, Rodrygo abriu o placar aos 24 minutos, pouco depois de Neymar desperdiçar um pênalti, aos 16. Aos 31, Ábrego ainda teve tempo de descontar, mas Neymar foi quem fechou a conta, nos acréscimos.Depois do intervalo, Raphinha ampliou logo aos três minutos. Rodrygo fez o terceiro aos 8 e, já aos 16, foi a vez de Neymar deixar o dele.Após a partida, Neymar recebeu uma placa comemorativa pelos seus 79 gols marcados pela seleção."O que essa marca significa? Significa muita coisa. Pelé para todos é unanimidade, o Rei do Futebol. Imagina superar alguém nisso? Nunca iria imaginar na minha vida", disse o atleta, que também agradeceu aos colegas, familiares e à equipe.
2023-09-08 23:48:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/neymar-e-rodrygo-brilham-em-goleada-do-brasil-na-estreia-de-diniz.shtml
Seleção brasileira olímpica está em segurança, diz CBF após terremoto no Marrocos
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) informou que a delegação da seleção brasileira olímpica está em segurança no Marrocos apesar do terremoto que abalou o país nesta sexta-feira (8).Em comunicado, a entidade informou que "os atletas e integrantes da comissão técnica sentiram o tremor e deixaram os quartos no hotel da cidade de Fez."Por segurança, todos foram levados para a piscina do hotel e voltaram para os quartos uma hora depois do abalo.A seleção olímpica viajou ao país para dois amistosos contra a equipe local. No primeiro, perdeu por 1 a 0 na quinta-feira (7). O segundo foi marcado para segunda-feira (11) e, de acordo com a CBF, está mantido.De acordo com informações da agência AFP, o tremor ocorreu 71 quilômetros a sudoeste de Marrakesh, a uma profundidade de 18,5 quilômetros, às 23h11 no horário local (19h11 do horário de Brasília).Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram destroços caindo em becos estreitos e objetos sendo derrubados de prateleiras.O sistema PAGER do USGS, que fornece avaliações preliminares sobre o impacto de terremotos, emitiu um alerta laranja para perdas econômicas, estimando que danos significativos são prováveis, bem como um alerta amarelo para possíveis vítimas mortais relacionadas ao terremoto."A população nesta região vive em estruturas altamente vulneráveis a abalos sísmicos", afirmou o USGS.O Centro Sismológico Euromediterrâneo (CSEM), uma organização científica especializada na atividade sísmica da região mediterrânea, estimou a magnitude do terremoto em 7.Marrocos frequentemente experimenta terremotos em sua região norte devido à sua localização entre as placas africana e euroasiática.Em 2004, pelo menos 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas quando um terremoto atingiu Alhucemas, no nordeste do país.Em 1980, o terremoto em El Asnam, na Argélia, com uma magnitude de 7,3, foi um dos terremotos mais destrutivos da história contemporânea. Resultou na morte de 2.500 pessoas e deixou pelo menos 300.000 pessoas desabrigadas.
2023-09-08 22:35:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/selecao-brasileira-olimpica-esta-em-seguranca-diz-cbf-apos-terremoto-no-marrocos.shtml
Corrida das baterias para veículos elétricos demanda revolução na reciclagem
Do Leste Asiático à Europa e à América do Norte, as empresas na cadeia de fornecimento de baterias estão investindo bilhões de dólares em capacidade de reciclagem, à medida que enfrentam a escassez projetada de matérias-primas que vão alimentar a próxima geração de veículos elétricos.Mas, enquanto fabricantes de automóveis, produtores de baterias e mineradoras desenvolvem sua própria capacidade de reciclagem ou estabelecem parcerias com especialistas num esforço para tornar as cadeias de abastecimento mais seguras, mais ecológicas e, em última análise, mais lucrativas, ainda é preciso resolver aspectos fundamentais da indústria nascente."Neste momento, todos estão preocupados com o que fazer para montar todas as fábricas de baterias de que necessitamos", disse Andreas Breiter, que dirige o Centro para Mobilidade Futura da McKinsey na América do Norte. "Mas daqui a cerca de dez anos a questão será o que faremos com todas essas baterias quando elas voltarem."Ainda não está claro qual é a química de baterias que prevalecerá na corrida global entre os produtores chineses CATL e BYD e seus rivais coreanos e japoneses, o que torna difícil saber quais processos de reciclagem serão necessários.A incerteza também paira sobre a regulamentação futura, os preços dos materiais, as tecnologias de reciclagem e até mesmo sobre quem será o proprietário de uma bateria de VE (veículo elétrico) no final da sua vida útil —tudo isso terá influência no desenvolvimento da indústria e na viabilidade de modelos de negócio específicos."Há uma sensação de desordem na indústria porque ninguém passou por isso antes", disse Simon Linge, executivo-chefe da produtora e recicladora de materiais para baterias Lithium Australia."Haverá pessoas de quem nem sequer se fala hoje e que daqui a cinco ou dez anos emergirão como grandes atores no mercado."Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...A reciclagem de baterias, que normalmente envolve fundição, tratamento químico ou ambos, também tem seu próprio impacto ambiental, e os recicladores enfrentam o desafio de demonstrar que sua produção permanecerá mais verde e economicamente mais interessante do que a mineração dos materiais, dados os avanços nas técnicas de extração mais limpas.Com poucas baterias de veículos elétricos já tendo atingido o fim de sua vida útil, as principais fontes de matéria-prima para os recicladores continuam sendo células de produtos de consumo como laptops, e "sucata" de fábricas de baterias.A sucata de produção representará 53% da matéria-prima para recicladores de baterias em 2025, conforme projeções da McKinsey. Mas esse número cairá para 43% até 2030, 14% até 2035 e apenas 6% até 2040, à medida que mais VE forem vendidos —a Agência Internacional de Energia prevê que a frota global aumentará para 350 milhões de veículos até o final desta década. "Vemos a sucata industrial como o principal impulsionador do volume de reciclagem nesta década", disse Tim Johnston, presidente da Li-Cycle, recicladora de baterias listada em Nova York e apoiada pelo grupo de commodities Glencore. "O fim da vida útil das baterias será na próxima década."A transição que se aproxima representa um dilema para os recicladores porque a logística e os modelos de negócio para a reciclagem de sucata e de baterias em fim de vida útil são muito diferentes.Para os recicladores focados na produção de sucata, faz sentido ter instalações próximo de fábricas de baterias para fazer circular os materiais de volta ao processo de produção.Na América do Norte, onde a produção de baterias está sendo turbinada pela legislação climática do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, isso levou a uma série de parcerias entre fabricantes e recicladores.A Redwood Materials, uma startup de reciclagem fundada pelo ex-diretor de Tecnologia da Tesla, J.B. Straubel, anunciou um acordo no ano passado com a Panasonic, parceira em baterias do fabricante de EV, para fornecer materiais catódicos ricos em níquel para a nova fábrica da fabricante japonesa de celulares em Kansas.Parcerias semelhantes foram acordadas entre a Li-Cycle, com sede no Canadá, e a produtora coreana LG Energy Solution, e entre a recicladora Ascend Elements, com sede em Massachusetts, e a fabricante coreana de baterias SK.As baterias em fim de vida, por outro lado, precisam ser coletadas dos veículos e avaliadas quanto à segurança e ao desempenho antes de serem desmontadas e submetidas ao processo de reciclagem.Com fabricantes de celulares e de automóveis e consumidores individuais propensos a reivindicar a propriedade de uma bateria, não está claro como os recicladores vão garantir o suprimento estável.Um modelo é fazer com que o fabricante da bateria, a montadora ou terceiros sejam proprietários da bateria durante toda a sua vida útil. Um fabricante de baterias poderia alugá-la a um fabricante de automóveis e, em seguida, a um consumidor, e então reutilizá-la ou reciclá-la quando ela não puder mais alimentar um veículo.Sam Abuelsamid, analista da Guidehouse Insights, disse que o modelo é "uma espécie de securitização de empréstimos —você está securitizando a bateria", e que pode ser uma opção natural para as montadoras, que já operam braços financeiros cativos que emprestam dinheiro aos clientes para veículos novos.Na China, onde os mercados de EV, baterias e reciclagem estão mais maduros do que no Ocidente, a CATL formou uma parceria de ciclo fechado, aliando sua subsidiária de reciclagem Brunp ao grupo de reciclagem chinês GEM e à Mercedes-Benz China para reciclar baterias após a vida útil.Isto oferece um modelo potencial por meio do qual os fabricantes de automóveis —alguns com ambições de produzir baterias— e os recicladores trabalham em conjunto para garantir baterias em fim de vida útil para criar seus próprios sistemas de circuito fechado.Nos EUA, a Redwood Materials está construindo parcerias de circuito fechado com Volkswagen, Ford, Volvo e Toyota.Mas alguns executivos da indústria, notando os desafios logísticos de supervisionar os processos de coleta, avaliação, transporte e desmonte, bem como a própria reciclagem, estão céticos quanto ao fato de o sistema de circuito fechado se revelar atraente em longo prazo.O modelo é ainda mais complicado pelo fato de uma bateria que já não é adequada para utilização num veículo ainda poder ser usada para outros fins, desde iluminar ruas e casas até alimentar aparelhos ou oferecer armazenamento de energia."É um absurdo e contra qualquer lógica não tentar aproveitar ao máximo as baterias usadas dos veículos elétricos, conhecendo o esforço, a pesquisa e o desenvolvimento, a energia, os materiais e os investimentos envolvidos no seu desenvolvimento", disse José María Cancer Abóitiz, responsável pelo Mobility Lab da seguradora Mapfre.Observando que o mercado de reciclagem já é "muito menos estruturado" do que o resto da cadeia de abastecimento de baterias, Mathias Miedreich, executivo-chefe da recicladora belga Umicore, prevê que o mercado se bifurcará à medida que os recicladores construam cadeias de suprimento separadas para sucata e baterias em fim de vida útil. "É uma questão para empresas como nós onde ter suas instalações de baterias", disse Miedreich. "Você deveria colocá-las perto do mundo das baterias ou perto de onde os [fabricantes de automóveis] desenvolvem seu ciclo? Pode ser que dois ecossistemas estejam se formando."A indústria também será moldada pelos desenvolvimentos tecnológicos e políticos na Europa e nos EUA, onde se esforçam para limitar a dependência da China de indústrias emergentes e estabelecer cadeias de abastecimento internas.A União Europeia aprovou regulamentos destinados a criar uma "economia circular" de baterias, evitando que as unidades gastas saiam do bloco, determinando que tenham um conteúdo reciclado mínimo de 16% para o cobalto e 6% para o lítio e o níquel.Bruxelas pretende que 65% do peso das baterias de íons de lítio seja reciclado até o final de 2025.Sarah Colbourn, analista sênior da consultoria Benchmark Mineral Intelligence, disse que os recicladores chineses, que estão atualmente "muito à frente" dos seus pares ocidentais em tecnologia e escala, procuram entrar nos mercados europeu e americano por meio de parcerias com atores locais.Ela destacou a "preocupação real" dos funcionários da UE com o vazamento de materiais de baterias da Europa para a China, prejudicando o desenvolvimento da indústria europeia de reciclagem.Uma opção considerada em Bruxelas, disse ela, é que a "massa negra" —os restos prensados de baterias após a remoção do aço e do plástico indesejados— fosse redesignada como resíduo perigoso, como forma de evitar que saísse do bloco. Mais Outra consideração para os recicladores ocidentais é se o fosfato de ferro-lítio, ou as baterias LFP que dominam o mercado chinês, vencerão a corrida global das baterias contra as de níquel-manganês-cobalto, ou NMC, nas quais os fabricantes coreanos e japoneses são especializados.Como o fosfato de ferro é muito mais abundante do que o níquel e o cobalto usados nas baterias NMC, o valor dos materiais recuperados pela reciclagem de uma bateria LFP é consideravelmente menor, o que significa que os recicladores LFP tendem a ter margens significativamente mais baixas.Esse problema é menor na China, onde os recicladores operam em grande escala e com custos de capital mais baixos. Mas poderia ter repercussões para os recicladores ocidentais —e, por sua vez, para as ambições ocidentais de segurança ambiental e de recursos— se a LFP prevalecesse.Enquanto isso, Breiter, da McKinsey, observa que a indústria ainda pode ser derrubada por técnicas proprietárias desenvolvidas por uma nova geração de pequenas empresas de reciclagem."Novas tecnologias são anunciadas o tempo todo, novas tecnologias estão em desenvolvimento, e pode haver um avanço a qualquer momento", disse ele."Não sabemos o que iremos reciclar no futuro, não sabemos que técnicas utilizaremos, não sabemos como as regulamentações vão evoluir, nem como o mercado de materiais vai funcionar", acrescentou Breiter. "São essas coisas que determinarão a viabilidade comercial do modelo de reciclagem."Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves
2023-09-08 23:15:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/corrida-das-baterias-para-veiculos-eletricos-demanda-revolucao-na-reciclagem.shtml
Terremoto no Marrocos deixa 2.122 mortos; tremor é o mais letal do país desde 1960
Vinte e quatro horas depois que o terremoto de magnitude 6,8 destruiu parte do antigo kasbah de Marrakech, a cidade antiga que é Patrimônio Mundial da Unesco, poucos dos 14 mil moradores já tinham conseguido dormir.Os amigos Belameur Kamal, 23, e Amine el Mssiehe, 24, estavam falando de futebol na frente da enorme mesquita Moulay el Yazid, às 23h11 (19h11 no Brasil) de sexta-feira (8), quando a construção começou a rasgar a partir do alto. Pedaços da obra erguida entre 1185 e 1190 explodiam nas ruas, e os muros se dividiam ao meio até a nova fenda encontrar uma janela, cuspindo seu batente no chão."Foram 40 segundos tremendo tudo. A gente estava sentado em cima das motos e fomos jogados no chão", conta Kamal, que passou por um sismo em 2004 quando estava na escola. Na ocasião, porém, sua carteira e a de seus colegas apenas tremeu por cinco segundos.Desta vez, há pelo menos 51 mortos na cidade. Contando as vilas adjacentes, os números são bem mais assustadores: 2.122 pessoas mortas e 2.421 feridos, segundo contagem mais atualizada do Ministério do Interior, fazendo deste o terremoto mais letal no país em 63 anos.Entre o aeroporto —cheio de turistas deitados aguardando voos— e o kasbah de Marrakech, milhares de pessoas estavam acampadas nas ruas, principalmente em volta de áreas verdes e longe de muros.Para chegar ao hotel bem no meio da cidade antiga, a reportagem precisou da ajuda de marroquinos para carregar pedras e remover pedaços de parede de forma que o carro pudesse passar pelas vielas. Não havia internet, postes de luz falhavam e a poeira levantada pelo terremoto ainda cobria os famosos gatos de Marrakech —eles estão em cada esquina, e agora também sobre os escombros.O terremoto ocorreu em Ighil, nas montanhas do Alto Atlas, cerca de 70 quilômetros a sudoeste de Marrakech, a uma profundidade de 18,5 quilômetros, às 23h11 no horário local (19h11 em Brasília). De acordo com as autoridades, as mortes se concentram nas províncias e municípios de Al Hauz, Marrakech, Uarzazat, Azilal, Chichaoua e Tarudant. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram cenários de devastação.Neste sábado (9), o governo do Marrocos declarou luto oficial durante três dias. As Forças Armadas anunciaram que enviarão mantimentos, barracas e cobertores para as áreas afetadas."A terra tremeu por cerca de 20 segundos. As portas se abriram e fecharam sozinhas enquanto eu descia correndo do segundo andar", disse à agência de notícias Reuters Hamid Afkir, professor em uma área montanhosa a oeste do epicentro, perto da cidade de Taroudant.A vice-governadora do Ceará, Jade Romero, e o vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, estavam em Marrakech com suas respectivas comitivas para o Encontro Mundial de Geoparques. "Toda nossa comitiva do Governo do Estado do Ceará está bem e em local seguro", afirmou Romero pelo X, antigo Twitter. A equipe de Souza também está protegida e deve retornar ao Brasil neste sábado (9), de acordo com a assessoria do político.O Itamaraty informou que não há notícias de brasileiros mortos ou feridos até o momento."A população nessa região vive em estruturas altamente vulneráveis a abalos sísmicos", afirmou o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que estimou a magnitude do terremoto em 6,8. O centro geofísico do Marrocos, por sua vez, disse que o terremoto teve magnitude de 7,2.Segundo o instituto americano, o tremor já é o mais letal no país desde 1960, quando um sismo provocou a morte de 12 mil pessoas. Mais Pessoas na capital, Rabat, e na cidade costeira de Imsouane, ambas perto do epicentro, também fugiram de suas casas com medo de um terremoto mais forte, segundo testemunhas da Reuters.Montasir Itri, morador da vila de Asni, disse que a maioria das casas foi danificada. "Nossos vizinhos estão sob os escombros, e as pessoas estão trabalhando duro para resgatá-los usando os meios disponíveis."Marrocos frequentemente experimenta terremotos em sua região norte devido à sua localização entre as placas africana e euroasiática. Em 2004, pelo menos 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas quando um terremoto atingiu Alhucemas, no nordeste do país.Em 1980, o terremoto em El Asnam, na Argélia, com uma magnitude de 7.3, foi um dos terremotos mais destrutivos da história contemporânea. Resultou na morte de 2.500 pessoas e deixou pelo menos 300 mil pessoas desabrigadas.
2023-09-08 22:27:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/terremoto-de-magnitude-68-deixa-ao-menos-30-mortos-no-marrocos.shtml
Gisele Bündchen compra mansão na Flórida por R$ 45 milhões
A top brasileira Gisele Bündchen, 43, está de casa nova. E que casa. Ela acaba de comprar uma mansão na Flórida, nos Estados Undos, pelo valor equivalente a R$ 45 milhões. As informações são do site TMZ.Segundo a publicação, a propriedade conta com piscina, um campo de futebol, quadra de tênis e ampla área verde. A pessoa que vendeu a ela foi Laura Valente, irmã do professor de jiu-jítsu Joaquim Valente, rotulado como affair da top. Mais O casarão tem nove quartos, adega refrigerada, churrasqueira, banheira de hidromassagem ao ar livre, spa, área para cavalos e lago.A decoração interna segue em mármore italiano e tons de cinza no piso e em algumas paredes. Gisele já era proprietária de uma mansão em Miami, que fica perto de onde mora seu ex-marido, Tom Brady, 46.
2023-09-08 21:55:00
celebridades
Celebridades
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Carcereiro é demitido nos EUA por fuga do brasileiro Danilo Cavalcante da prisão
O agente penitenciário que estava em serviço quando o brasileiro Danilo Cavalcante escapou da prisão na Pensilvânia, nos Estados Unidos, foi demitido na tarde de quinta-feira (7).O guarda aparentemente não percebeu Cavalcante, 34, apoiando os pés e a mãos contra as paredes e subindo em direção ao teto para fugir, em 31 de agosto. O carcereiro, que não foi identificado, trabalhava na Prisão Estadual do Condado de Chester havia 18 anos. A caçada a Cavalcante, envolvendo centenas de policiais, está na segunda semana.Cavalcante já foi avistado oito vezes desde sua fuga, mas continua conseguindo fugir das autoridades.Na noite de quinta-feira (7), um avistamento de Cavalcante levou à evacuação e fechamento dos Jardins de Longwood, um popular jardim botânico.Cavalcante foi condenado no mês passado à prisão perpétua sem liberdade condicional por matar sua ex-namorada Deborah Brandão, esfaqueando-a 38 vezes na frente dos dois filhos pequenos dela, em abril de 2021.Ele também é considerado foragido no Brasil por um assassinato do qual é acusado, de 2017.Os investigadores acreditam que Cavalcante matou Brandão, também brasileira, depois que ela soube da acusação no Brasil e ameaçou expô-lo."Temos algo em torno de 350, perto de 400 pessoas trabalhando nisso hoje, enquanto falamos", disse o tenente-coronel George Bivens, da Polícia Estadual da Pensilvânia, sobre as operações de busca por Cavalcante.Cavalcante estava detido na prisão do condado de Chester temporariamente, enquanto esperava transferência para cumprir a pena de prisão perpétua em outra penitenciária no Estado.Os jurados deliberaram por apenas 15 minutos antes de apresentar o veredito de culpa contra Cavalcante, no mês passado.A filha de três anos e o filho de três anos de Brandão estão agora sob os cuidados da irmã da mulher assassinada, Sarah Brandão.Falando aos repórteres na quinta-feira, a promotora distrital do condado de Chester, Deb Rayan, disse que a família Brandão está "aterrorizada" e sob proteção policial 24 horas por dia.Uma recompensa de US$ 20 mil (cerca de R$ 100 mil) está sendo oferecida por informações que levem à captura do criminoso.
2023-09-08 22:10:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/carcereiro-e-demitido-nos-eua-por-fuga-do-brasileiro-danilo-cavalcante-da-prisao.shtml
Reconstrução de cidades no RS levará em conta mudança climática, diz Eduardo Leite
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (8), que o fator mudança climática e potenciais novos eventos climáticos extremos serão levados na reconstrução das cidades e reparos dos danos causados pelos temporais que devastaram parte do estado.As fortes chuvas deixaram 41 pessoas mortas no estado. O número de desaparecidos subiu para 46 nesta sexta-feira (8), sendo 30 pessoas desaparecidas na cidade de Muçum, oito em Lajeado e oito em Arroio do Meio."Dentro de todo evento climático, [incluindo] salvamentos, resgates, assistência humanitária e agora no processo de reconstrução, a gente já tem que levar em consideração essas novas condições climáticas", afirmou o governador.Ele citou como exemplo as pontes que cederam com a força das enxurradas. Disse que os novos projetos de engenharia devem levar em conta não só o volume de água em condições normais, mas também prevendo situações excepcionais.A reconstrução das cidades também deverá levar em consideração o componente das mudanças climáticas. De acordo com Leite, parte das cidades atingidas pelas enchentes não eram consideradas áreas críticas."Não eram áreas de risco no sentido de serem áreas precárias, áreas de risco de iminente alagamento, mas são cidades que estão às margens ou perto de um rio", disse Leite, que prometeu ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e para preservação ambiental, incluindo apoio a pequenos municípios na elaboração do plano diretor.O governo gaúcho ainda nesta sexta-feira anunciou a liberação de R$ 1 bilhão em financiamento para as vítimas das chuvas por meio do banco estatal Banrisul. Deste total, cerca de R$ 300 milhões serão destinados ao setor agrícola, que segundo o governador foi um dos mais prejudicados pelas enchentes.Outros R$ 500 milhões serão destinados a empréstimos para prefeituras e R$ 100 milhões serão voltados para o financiamento imobiliário. Mais Ao todo, 85 municípios do Rio Grande do Sul têm registros de destruição causada pelas chuvas que deixaram 3.193 pessoas desabrigadas (dependem de abrigos públicos) e 8.256 desalojadas (podem se acomodar na casa de parentes e amigos). As enxurradas ainda deixaram 73 pessoas feridas.O governo gaúcho estima em 135 mil o total de afetados pelos temporais em todo o estado, cenário quem impôs ao governo uma força-tarefa com cerca de 900 servidores que atuam nas buscas, resgates, identificação de corpos e reparos na infraestrutura destruída pela força das águas.Nesta quinta (7), o governo federal reconheceu o estado de calamidade pública solicitado pelos municípios gaúchos atingidos pelos temporais.Em entrevista no início da tarde desta sexta, o presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB) anunciou o envio de 20 mil cestas básicas para atender as famílias atingidas e disse que o governo fará um repasse equivalente a R$ 800 por cada desabrigado. O recurso será repassado às prefeituras para o atendimento emergencial às famílias.Alckmin também anunciou a criação de um comitê de trabalho permanente para atender às vítimas dos temporais e disse que deve embarcar para o Rio Grande do Sul no próximo domingo (10), para acompanhar de perto os trabalhos de resgate e atendimento à população.Questionado sobre o motivo de Lula (PT) não ter ido às regiões atingidas, Alckmin disse que o mandatário participou das celebrações do Dia da Independência e, no dia anterior, teve uma indisposição de saúde. Na noite de quinta, Lula embarcou para a Índia, onde vai participar da Cúpula do G20."Tudo isso é resultado das mudanças climáticas. O presidente Lula está na Índia e um dos temas é a questão do aquecimento global e das mudanças climáticas" afirmou Alckmin.O governo federal disponibilizou 13 antenas digitais para normalizar as comunicações nas áreas mais afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Com a queda de antenas de sinal de internet, a comunicação com a região atingida pelas chuvas está prejudicada, o que isolou famílias. Alckmin prometeu resolver a situação nos próximos dias. Mais Os trabalhos de buscas seguem nas principais áreas afetadas pelas chuvas com o auxílio drones, incluindo equipamentos com tecnologia termal que capta variações de calor e identifica sinais de vida.Uma força-tarefa foi montada pelo Instituto Geral de Perícias para identificar os corpos das vítimas em Porto Alegre e em cidades do interior. A liberação para os velórios depende de uma normalização mínima na rotina das cidades afetadas, que chegaram a ter mais de 80% de sua área urbana submersa.Uma das cidades mais atingidas pelas chuvas, Muçum (156 km da capital), está com seus principais acessos bloqueados, infraestrutura danificada e ruas enlameadas. Por isso, um velório com dez vítimas das chuvas na cidade de Muçum será realizado neste sábado na cidade vizinha de Vespasiano Corrêa.Os estragos das chuvas ainda mantêm dez bloqueios totais ou parciais de rodovias nesta sexta-feira (7), sendo nove em estradas estaduais e uma em estrada federal. Entre as rodovias federais, há um ponto de bloqueio na BR-116 na cidade de São Marcos, onde a ponte do rio das Antas foi interditada por questões de segurança.Nas rodovias estaduais, duas pontes foram destruídas pelas chuvas. O governo informou que trabalha para desobstruir as rodovias para que os artigos de primeira necessidade possam chegar às cidades atingidas pelas chuvas.O governador disse que já foi arrecadada uma quantidade significativa de alimentos e roupas usadas e pediu que as doações se concentrem em roupas íntimas novas, roupas de cama e fraldas.Em boletim meteorológico divulgado nesta sexta-feira (8), a Defesa Civil afirmou que o estado segue com risco de chuva forte, eventual queda de granizo e rajadas de vento nas regiões noroeste, nordeste, centro, sul e da campanha. Nas demais áreas do estado, ocorre chuva fraca a moderada.Para a madrugada e manhã deste sábado (9), a previsão é de chuva moderada a forte em áreas da metade Sul, com chance de temporais pontuais na Campanha gaúcha. No domingo (10), as instabilidades devem retornar sobre a metade norte do estado, mas com chuvas fracas ou moderadas.
2023-09-08 21:19:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/reconstrucao-de-cidades-no-rs-levara-em-conta-mudanca-climatica-diz-eduardo-leite.shtml
Rumo da crise climática já está nas mãos de Lula, que deve mobilizar países até 2025
Começa agora o trabalho que deve culminar na COP30, conferência de clima da ONU a ser realizada em Belém, sob presidência brasileira, no final de 2025. Lá os países terão a última chance de apresentar metas competentes para combater a crise do clima.O diagnóstico que dá início ao processo de revisão das metas do Acordo de Paris foi publicado nesta sexta-feira (8) pela Convenção do Clima da ONU, com o relatório técnico do Global Stocktake (balanço global).O documento reforça a necessidade da implementação das metas já no curto prazo, com a redução de 43% das emissões de gases-estufa até 2030. É o que evitaria um aquecimento global superior a 1,5°C e pouparia desastres como o desaparecimento de países-ilha.Para além do roteiro de revisão das metas, traçado ainda na assinatura do Acordo de Paris, em 2015, há outro elemento fundamental para o combate às mudanças climáticas: a liderança política.Após quatro anos de um governo antiambiental que transformou o desmatamento da Amazônia em crise diplomática, a eleição de Lula atraiu holofotes do mundo todo por se traduzir em uma esperança de protagonismo global na área climática.Desde então, a diplomacia brasileira já costura apoios internacionais para mobilizar a revisão das metas definidas por cada país no acordo climático. O trabalho até a COP30 soma as articulações no bloco dos Brics, nos países florestais (que Lula reuniu em agosto em Belém) e no G20 (que será presidido pelo Brasil no próximo ano).Ao se adiantar na liderança climática, o Brasil deve mobilizar a disposição dos países para apresentar uma revisão ambiciosa —ou apenas competente— das metas nacionais de clima do Acordo de Paris. Cada país tem até o início de 2025 para enviar à ONU sua lição de casa, cujo resultado será conhecido na COP30 e deve determinar se teremos chances de contornar o abismo climático.Assim como Lula, Joe Biden também usou a agenda climática para recuperar o protagonismo internacional do seu país ao tomar posse após o negacionista climático Donald Trump. Ali, Biden assumiu para si o então principal tabu do acordo climático: o compromisso com a limitação do aquecimento em até 1,5°C.Agora, com a crise climática agravada, o tabu é mais delicado. Além de atestar que os compromissos climáticos atuais levam o mundo a um cenário de aquecimento global médio de até 2,6°C, o relatório divulgado nesta sexta traz uma recomendação-chave para evitar o agravamento da crise: o fim dos investimentos em combustíveis fósseis.Ao longo de 40 páginas, o relatório menciona sete vezes a necessidade de eliminar todos os combustíveis fósseis sem compensações de emissões. A linguagem é mais forte do que a negociada pelos países em 2021, quando o termo "eliminar" foi trocado de última hora pelo verbo "reduzir" em relação ao investimento em fósseis.A assertividade da recomendação pode ir de encontro com a aparente disposição dos países de legitimar a continuidade da queima de carvão, petróleo e gás.Na esteira da retomada dos investimentos europeus em fósseis, o setor se fortalece com o ganho de representação na própria presidência da COP28, que será conduzida pelo chefe da petroleira Adnoc, Sultan Ahmed al-Jaber.Não é de se estranhar que o contra-ataque do setor fóssil ganhe agressividade justamente em um momento crucial para o clima e a política global. O lobby da economia fóssil busca ganhar uma sobrevida, quando a ciência climática e os governantes já entendem que a transição energética na direção das renováveis é certa e urgente. Mais Além de defender, no plano nacional, a pesquisa para exploração de petróleo na margem equatorial da Amazônia, o governo Lula evitou que qualquer compromisso com o fim dos combustíveis fósseis aparecesse no texto assinado pelos líderes dos países amazônicos na Cúpula da Amazônia, em agosto.O contundente discurso do presidente colombiano, Gustavo Petro, no evento deu pistas da disposição de outros líderes globais para criticar e desmascarar publicamente os governantes que maquiarem de verde seus compromissos convencionais —o chamado "greenwashing". Em recado a Lula, Petro chamou o discurso da transição energética de "negacionismo de esquerda".Caso abrace o setor de petróleo e gás, a liderança brasileira corre o risco de sair da cena política global muito antes dos fósseis, com a credibilidade ameaçada e a liderança questionada.Por outro lado, se liderar pelo exemplo e conseguir renovar as ambições dos países na direção de metas climáticas competentes, o Brasil tem nas mãos a chance de realizar a promessa da potência ambiental, apontando os alicerces de um novo rumo: o do desenvolvimento resiliente ao clima.
2023-09-08 20:23:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/09/rumo-da-crise-climatica-ja-esta-nas-maos-de-lula-que-deve-mobilizar-paises-ate-2025.shtml
Alcançar equilíbrio entre mulheres e homens exigiria US$ 360 bi por ano, diz ONU
Para que seja atingido o equilíbrio entre mulheres e homens seria necessário um investimento de US$ 360 bilhões (R$ 1,8 trilhão) por ano até 2030, segundo o mais recente relatório anual "The Gender Snapshot".O documento, divulgado nesta quinta-feira (7), foi produzido em conjunto por dois braços das Organizações das Nações Unidas: a ONU Mulheres e o Desa (Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas).O cenário traz os desafios que países, como o Brasil, ainda enfrentam para atingir os planos de ações globais previstos na Agenda 2030, que reúne objetivos para o desenvolvimento sustentável.Nesse sentido, o relatório também aponta que, caso as tendências atuais se mantenham, mais de 340 milhões de meninas e mulheres (ou 8% da população feminina mundial) vão viver em situação de extrema pobreza até 2030. Para o estudo, foi considerado que a extrema pobreza ocorre quando as pessoas contam com até US$ 2,15 por dia (pouco menos de R$ 11).Os autores estimam que 1 de cada 4 mulheres deve experimentar algum grau de insegurança alimentar até 2030. "O mundo está falhando com mulheres e meninas", diz a ONU.Os dados não tratam separadamente do Brasil, mas indicam que, apenas na América Latina e no Caribe, 13 milhões a mais de mulheres podem ser empurradas para a pobreza até 2050 e pode faltar comida para mais 20 milhões delas, caso o cenário atual seja mantido.Por outro lado, um esforço para reduzir as disparidades de gênero em sistemas agroalimentares pode, além de reduzir a insegurança alimentar, impulsionar o PIB (Produto Interno Bruto) global em quase US$ 1 trilhão (R$ 4,9 trilhões), segundo a ONU.Um dos principais fatores que dificultam a redução de desigualdade é a falta de acesso à educação, os dados apontam que 110 milhões de meninas e mulheres jovens estarão fora da escola em 2030.No mercado de trabalho, a diferença global entre rendimentos também é persistente: para cada US$ 1 (R$ 4,98) que um homem ganha por seu trabalho, uma trabalhadora mulher recebe praticamente a metade, cerca de US$ 0,51 (R$ 2,54).Além disso, enquanto 90% dos homens em idade de trabalhar se encontram na força de trabalho, apenas 61,4% das mulheres fazem parte dela, ainda segundo perspectivas globais.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...O tempo empregado em funções sem remuneração também varia entre homens e mulheres e isso deve se manter nos próximos anos. A próxima geração de mulheres deve gastar, em média, 2,3 horas a mais por dia que os homens em trabalhos domésticos e em outras atividades não remuneradas da chamada economia do cuidado.Os dados apontam que a chegada das mulheres a postos de liderança segue travada: cerca de 28,2% delas exercem funções de comando em seus locais de trabalho, 35,5% fazem parte de governos locais e 26,7% ocupam cadeiras em Parlamentos.Ainda segundo a ONU, as mudanças climáticas podem fazer com que até 158,3 milhões de mulheres caiam na pobreza até a metade do século —quase 16 milhões a mais que o total de homens e meninos que devem passar pela mesma situação.A instituição também conclui que nenhum país está totalmente preparado para erradicar a violência doméstica, e que apenas 27 contam com sistemas eficazes que garantem recursos para políticas públicas de igualdade de gênero e empoderamento feminino.Em nota à imprensa, Sarah Hendriks, vice-diretora executiva da ONU Mulheres, diz que o momento atual é crítico para a questão de gênero e que é preciso que os países tomem atitudes para minorar os efeitos da desigualdade."Devemos agir coletiva e intencionalmente agora para vivermos em um mundo onde todas as mulheres e meninas tenham direitos, oportunidades e representação iguais. Para alcançar isso, precisamos construir um compromisso inabalável, criar soluções inovadoras e colaborar em todos os setores."Maria Francesca Spatolisano, secretária-geral adjunta para Coordenação de Políticas do Desa, lembra que a igualdade de gênero é a base de uma sociedade justa."Ao quebrar as barreiras que têm impedido a plena participação de mulheres e meninas em todos os aspectos da sociedade, liberamos o potencial inexplorado que pode impulsionar o progresso e a prosperidade para todos." Mais
2023-09-08 18:39:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/alcancar-equilibrio-entre-mulheres-e-homens-exigiria-us-360-bi-por-ano-diz-onu.shtml
Antony admite 'relação turbulenta', mas alega que ex-namorada manipulou prints: 'Nunca agredi ela'
O jogador de futebol Antony, 23, falou pela primeira vez após ser desconvocado da seleção brasileira por acusações de violência doméstica feitas pela ex-namorada dele, a DJ e influencer Gabriela Cavallin, 22. Ao Fofocalizando (SBT), ele negou ter agredido Gabriela fisicamente, disse que os dois viviam em uma "relação muito turbulenta" e alegou que os prints de mensagens apresentados por ela foram alterados.Antony contestou fotos e áudios apresentados pela acusação e divulgados pelo UOL na segunda-feira (4). Ele disse que a ex-namorada teria pegado seu celular e mandado mensagens para o próprio celular dela, como se fosse Antony escrevendo.Um dos prints anexados pela acusação ao inquérito mostra o atacante irritado por ela ter curtido fotos nas redes sociais de Neymar com o amigo Gil Cebola. "Olha, teve uma vez que ela pegou meu celular e mandou uma mensagem falando disso. Como se fosse eu", falou Antony sobre o conteúdo. "Até porque eu tenho uma relação com o Neymar muito boa." Mais O jogador também alegou alterações nos prints apresentados pela ex-namorada. "Ela manda uma mensagem e apaga uma frase que eu mandei, só deixa uma palavra lá que eu escrevi", disse. "Ela manipulou as mensagens e eu tenho prova de tudo isso". Antony disse que sua equipe jurídica apresentará um parecer técnico à Justiça que comprova as alterações.O atacante não negou sentir ciúmes de Gabriela e disse que havia uma troca de xingamentos. "Ela muitas vezes foi agressiva comigo. Me xingava. E como eu disse, de ambas as partes. Ela me ofendia e eu ofendia ela também. Me xingava de filha da p... Me xingava de lixo. Era uma troca de palavrões ali que, claro, não é certo", falou.Ele confirmou ter dito "tomara que você morra" em uma das conversas, mas negou quaisquer episódios de violência física. O atacante rebateu a acusação de ter dado uma cabeçada nela durante uma briga: "ela se alterou, quebrou copo, quebrou prato, veio para cima de mim. Nesse momento, eu segurei ela. Mas não cheguei a apertar. Em nenhum momento, dei cabeçada nela."Antony negou ter socado os seios de Gabriela, o que, segundo ela, teria feito com que a prótese do silicone virasse. O jogador contestou a afirmação dizendo que, desde 2020, Gabriela já tinha um diagnóstico de rotação da prótese.Também disse que nunca jogou uma taça na cara da ex-namorada. "Ela estava bebendo bastante e eu pedi para ela parar de beber", relatou. Antony afirmou ter tentado tirar a taça da mão dela, o que teria causado um machucado no dedo cuja foto foi anexada no inquérito.O jogador disse que violência doméstica é algo "100% errado". "Tenho mãe, tenho irmã e não gostaria nunca que fizessem isso com elas", afirmou.Antony chorou em apenas um momento da entrevista: ao falar sobre seu futuro profissional. Ele disse não achar que a carreira no futebol acabou. "Eu vim do nada, passei muitas dificuldades e estou vivendo um dos momentos mais difíceis da minha vida, de ser acusado de uma coisa que não fiz."O Manchester United, time em que joga na Inglaterra, afirmou nesta quarta-feira (6), em um comunicado, que leva "muito a sério" a a investigação em torno do brasileiro.A defesa de Gabriela Cavallin, em nota, disse que "confia na séria e competente investigação da Polícia Civil de São Paulo, e igualmente da polícia de Manchester, no Reino Unido, e aguarda que, assim que concluída, o agressor seja processado e punido pelos crimes que cometeu".
2023-09-08 18:35:00
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Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/antony-admite-relacao-turbulenta-mas-alega-que-ex-namorada-manipulou-prints-nunca-agredi-ela.shtml
Leticia Sabatella afirma ter sido diagnosticada com autismo
A atriz Leticia Sabatella, 52, revelou no podcast Papagaio Falante que foi diagnosticada recentemente com o Transtorno do Espectro Autista (TEA)."Ainda é um pouco antecipação eu falar, mas descobri com investigação de uma psiquiatra e neurologista que estou dentro do transtorno do espectro autista, num grau leve, chamado de Asperger, que é ativa e passiva nesse tempo", disse a atriz aos apresentadores Renato Rabelo e Sergio Mallandro. Mais A atriz ainda traçou um paralelo com sua atual profissão e disse que o fato de escolher o teatro e a arte talvez tenha sido um mecanismo."Para aprender a, de algum modo, superar ou acomodar essa realidade, esse modo de ver as coisas, que traz muita hipersensibilidade, uma ingenuidade", emendou.
2023-09-08 16:20:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/leticia-sabatella-afirma-ter-sido-diagnosticada-com-autismo.shtml
Entenda o que é e como funciona o G20, grupo das maiores economias globais
Líderes de Estado dos países-membros do G20, que reúne as maiores economias do mundo, estão em Nova Déli, capital da Índia, para a cúpula anual do grupo, marcada para sábado (9) e domingo (10).O mote da edição presidida pelo país asiático é "Uma Terra, uma Família, um Futuro", frase extraída de um antigo texto em sânscrito. Ao que tudo indica, porém, os países-membros não farão jus ao lema. Reuniões preliminares dos sherpas, como são chamados os representantes de cada nação nas negociações acerca do comunicado final do grupo, foram marcadas pela falta de consenso.O principal tema de desacordo é a Guerra da Ucrânia. Estados Unidos e União Europeia, apoiados por outros integrantes do G7, exigem que o documento tenha menções à "agressão da Rússia contra a Ucrânia". Mas a Rússia —representada pelo chanceler Serguei Lavrov, uma vez que o presidente Vladimir Putin optou por se ausentar do evento— recusa-se a assinar um comunicado com uma mensagem do tipo.Enquanto isso, a China argumenta que o fórum multilateral tem como função tratar de economia, não de conflitos. Seu dirigente, Xi Jinping, é outro que não participará da cúpula, em uma decisão anunciada dias antes do evento e vista como um tratamento esnobe dado aos anfitriões indianos. Ele havia participado de todas as cúpulas do grupo desde 2013, quando assumiu o leme do gigante asiático. Em 2021, a participação foi virtual, devido à Covid-19.Durante o evento, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, fará uma passagem simbólica da presidência do G20 para Lula (PT). É a abreviação de Grupo dos 20, que reúne os países com as maiores economias do mundo. Os Estados-membros se encontram anualmente para discutir iniciativas econômicas, políticas e sociais. O grupo se define como o principal fórum de cooperação econômica internacional, com "papel importante na formação e no fortalecimento da arquitetura e da governança global em todas as principais questões econômicas internacionais".O grupo é formado por 19 países e um bloco econômico. São eles Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia.Números divulgados pela própria organização afirmam que, juntas, as nações representam cerca de 85% do PIB global, mais de 75% do comércio mundial e quase dois terços de toda a população.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...O G20 foi fundado em 1999, após uma crise financeira na Ásia. O objetivo inicial do fórum era reunir ministros da Economia e presidentes de bancos centrais dos países-membros para discutir questões econômicas.A partir de 2008, diante do crescimento da importância dos países emergentes na economia global e após a crise financeira global, as reuniões passaram a contar com a presença de chefes de Estado. Os temas também se tornaram mais amplos, incluindo tópicos como desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia e meio ambiente.A presidência do G20 é rotativa, e a cada ano, um país-membro diferente é escolhido para liderar o grupo. O país em questão fica responsável por formular a agenda do grupo no período, e serve de anfitrião para a cúpula do evento naquele ano, recebendo não só representantes dos demais integrantes do bloco como também os de nações convidadas. Por fim, o presidente do grupo define quais serão os temas debatido durante o encontro.A Índia preside o fórum em 2023, e o Brasil o chefiará em 2024 —a data oficial da passagem de bastão é 1º de dezembro deste ano.Líderes de Estado dos países-membros:Convidados especiais:Dirigentes do Banco Mundial, FMI (Fundo Monerário Mundial), FSB (Conselho de Estabilidade Financeira) também são convidados, assim como os chefes da ONU (Organização das Nações Unidas), OMC (Organização Mundial do Comércio), OIT (Organização Internacional do Trabalho) e OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico)As ausências mais notáveis são dos seguintes líderes de países-membros:
2023-09-08 15:51:00
internacional
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https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/entenda-o-que-e-e-como-funciona-o-g20-grupo-das-maiores-economias-globais.shtml
Kleiton Lima deixa time feminino do Santos após acusações de assédio a jogadoras
O Santos aceitou a renúncia do treinador da equipe feminina de futebol, Kleiton Lima, e confirmou em nota oficial a saída dele e de toda a sua comissão técnica do clube.O afastamento acontece após denúncias de assédio moral e sexual apresentadas por jogadoras da equipe contra Lima. O clube afirma que abriu uma investigação sobre o caso e o treinador nega as acusações."O treinador colocou seu cargo à disposição, o que foi aceito pela diretoria. Também deixam seus cargos a auxiliar técnica Fabi Guedes, a preparadora física Vanessa Monte Bello, o analista de desempenho Julio Resende, o preparador de goleiras Gabriel Ribeiro, a psicóloga Luiza Garutti, o massagista Tarso Ajifu e os fisioterapeutas Dhouglas Antonini e Lucas Wasem. O clube agradece pelos serviços prestados e deseja sorte nos desafios futuros de cada profissional", diz o comunicado.Jogadoras acusaram o técnico de assédio moral e sexual durante os treinamentos e enviaram cartas manuscritas e anônimas relatando os acontecimentos ao presidente do clube, Andrés Rueda, segundo relatou o portal UOL. O número de denunciantes não foi revelado.Segundo o conteúdo das cartas, Lima usava termos sexuais durante as atividades e se vestia de forma inadequada, com roupas que marcavam os órgãos genitais. Ainda segundo os relatos, ele fazia comentários e piadas sobre os corpos das atletas, o que gerava constrangimento e pressões psicológicas no grupo.Lima negou as acusações e disse que tomará medidas para se defender. "Uma acusação assim é muito grave e tomarei minhas providências legais", afirmou o técnico ao UOL."Antes de mais nada, eu não pedi demissão. Coloquei o cargo à disposição após tomar conhecimento de reclamações de parte do elenco em relação ao meu trabalho. O Santos resolveu desligar a comissão técnica inteira do futebol feminino. Tomei conhecimento das supostas queixas de assédio, o que me causou estranheza e revolta", disse.O treinador estava à frente das Sereias da Vila desde agosto de 2022, após uma primeira passagem pela Vila Belmiro entre 1999 e 2010. No mês passado, ele comemorou a marca de 300 jogos com a equipe feminina do clube alvinegro.Na atual edição do Campeonato Brasileiro, ele levou o time praiano à semifinal, quando foi eliminado pelo Corinthians."Tenho quase 30 anos de carreira íntegra e vitoriosa. Nunca tive nenhuma queixa nesse sentido em toda a minha trajetória. Não aceito que usem esse artifício para me tirar do cargo e tentar manchar minha história e a do clube", acrescentou Lima.Pelas Sereias, Lima conquistou duas Libertadores (2009 e 2010), duas Copas do Brasil (2008 e 2009), dois Campeonatos Paulistas (2007 e 2010), uma Liga Nacional (2007) e uma Copa Mercosul (2006).O treinador também comandou a seleção feminina brasileira na Copa do Mundo de 2011, tendo levado a equipe verde e amarela às quartas de final.
2023-09-08 17:18:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/kleiton-lima-deixa-time-feminino-do-santos-apos-acusacoes-de-assedio-a-jogadoras.shtml
Maduro vai à China e fortalece relações 'sólidas como rocha' com Pequim
O líder da Venezuela, Nicolás Maduro, começou nesta sexta-feira (8) a sua primeira visita à China em cinco anos com o objetivo de renovar laços com Pequim no momento em que as relações do país asiático com o Ocidente se deterioram e Caracas tenta superar sua crise econômica às vésperas das eleições de 2024.A estadia, que se estenderá até a próxima quinta-feira (14), foi anunciada na véspera, quando a número dois do regime venezuelano, Delcy Rodríguez, já estava no país asiático. As autoridades chinesas retribuíram a aproximação e indicaram interesse em fortalecer vínculos com a Venezuela."China e Venezuela são sócios estratégicos integrais um para o outro. Os vínculos sino-venezuelanos resistiram aos vaivéns da situação internacional e sempre permaneceram sólidos como uma rocha" afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Hua Chunying, no X, antigo Twitter.De fato, os laços entre os dois países são estreitos: a China, maior importadora de petróleo do mundo, é o principal credor da Venezuela e um cliente-chave do mercado de energia do país sul-americano, que possui as maiores reservas de petróleo bruto do mundo.Devido às sanções aplicadas ao regime de Maduro, a maioria das cargas da Venezuela é transferida por meio de países terceiros, como a Malásia. A China, por exemplo, não registrou oficialmente importações diretas de petróleo venezuelano no ano passado ou neste ano, mas autoridades de Caracas disseram ter o desejo de cortar intermediários.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Petróleo, pagamento da dívida e novos financiamentos provavelmente serão os principais temas das mesas de negociação dessa visita —a Venezuela deve mais de US$ 10 bilhões à China. Parte desse empréstimo foi concedido por meio de linhas de crédito e acordos de petróleo.A queda nos preços da commodity e a redução da produção venezuelana, porém, fizeram com que o regime sul-americano fosse obrigado a pedir períodos de carência em 2016 e em 2020, de acordo com relatos dados à agência de notícias Reuters.Agora, os funcionários de Maduro tentam negociar novamente a dívida e conseguir uma nova linha de crédito para projetos de infraestrutura que seriam construídos por empresas chinesas na Venezuela, segundo fontes com conhecimento das negociações afirmaram à Reuters.Tentativas anteriores fracassaram devido à capacidade de pagamento da Venezuela. Mais Desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao petróleo da Venezuela em 2019, o pagamento da dívida de Caracas à China caiu. A situação agora pode ser diferente, já que o governo de Joe Biden, presidente dos EUA, amenizou algumas das sanções endurecidas pelo seu antecessor, Donald Trump.Após oito anos seguidos de recessão, a Venezuela voltou a registrar crescimento em 2022. A recuperação, no entanto, está ameaçada por um processo de desaceleração do fim do ano passado. Maduro insiste que o PIB vai crescer mais de 5% em 2023, rebatendo as projeções de vários analistas.Os dois países "cooperam em assuntos internacionais e regionais, apoiam firmemente um ao outro e se opõem conjuntamente à hegemonia e ao unilateralismo", disse o número dois do regime chinês, Han Zheng, à delegação venezuelana, segundo a agência estatal chinesa CCTV.A decisão de Pequim de receber Maduro coincide com uma cúpula do G20 em Nova Déli neste fim de semana, da qual o líder chinês, Xi Jinping, não participará.
2023-09-08 17:23:00
internacional
Internacional
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Seu Jorge comemora encontro com Bruno Mars após The Town: 'Muita resenha'
O cantor Seu Jorge fez a alegria dos fãs brasileiros nesta sexta-feira (8) ao compartilhar fotos inéditas de seu encontro com Bruno Mars. Ambos os artistas estiveram no palco do festival The Town no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, no último domingo (3). Após as apresentações —que já haviam deixado o público em êxtase, os dois se encontraram e, pelo relato do brasileiro, parecem ter tido uma noite bem divertida."Fazia mais ou menos 10 anos que a gente tocou no mesmo evento aqui no Brasil. Na ocasião, não consegui encontrar pra conhecer e conversar. Depois de uma década, quis o destino que a gente se encontrasse novamente e aqui no Brasil", relatou Seu Jorge.O cantor postou uma sequência de fotos em seu Instagram: há uma selfie dos dois artistas juntos, um registro deles conversando informalmente e uma foto da namorada de Seu Jorge, Karina Barbieri, abraçando o norte-americano, além de fotografias de ambos os shows no The Town. Mais "Bruno, my brother, quero te agradecer demais pela noite de música, risos e muita resenha", escreveu também Seu Jorge. "Foi muito bom te ver, irmão."O brasileiro ainda deixou claro que não será a única vez em que os dois vão se ver. Ele desejou um bom show a Bruno Mars no Chile e disse: "nos vemos em Los Angeles logo já".
2023-09-08 16:00:00
musica
Música
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Vereador é assassinado pelo narcotráfico no Equador em novo caso de violência
O vereador Bolívar Vera, do município de Durán, a oeste do Equador, foi encontrado morto nesta sexta-feira (8), informou o Ministério Público do país. Seu corpo ensanguentado foi achado com as mãos amarradas em um bosque da província de Guayas, segundo uma foto enviada por um de seus colegas de partido.A morte do vereador ocorre em meio a uma onda de violência política que tem abalado o país a semanas do segundo turno da eleição presidencial marcado para 15 de outubro. Bolívar era membro do Partido Social Cristão, de direita. Seu assassinato se soma ao do candidato presidencial Fernando Villavicencio, baleado em 9 de agosto na saída de um comício em Quito, entre outros.O governo local de Durán, vizinho ao conturbado porto de Guayaquil, havia denunciado o suposto sequestro de Bolívar na quinta-feira (7), pedindo à polícia que descobrisse seu paradeiro. Segundo imagens, o vereador vestia uma camisa da seleção equatoriana de futebol, que disputou uma partida na quinta-feira contra a Argentina.Jornalistas da AFP registraram o momento em que policiais e membros do Ministério Público retiravam o corpo de uma área arborizada próxima a uma estrada ao norte de Guayaquil, que liga as cidades de Daule e Salitre. Perto dali, um grupo de mulheres chorava. Mais Bolívar Vera havia sido eleito vereador de Durán para o período de 2023 a 2027. "O Governo Municipal de Durán expressa suas mais sinceras condolências aos familiares e amigos do vereador Bolívar Vera diante desta grande perda", publicou a prefeitura local na rede social X, o antigo Twitter.O Equador enfrenta uma onda de violência ligada ao tráfico, que controla os presídios e a disputa o mercado de drogas a sangue e fogo. Desde 2018, a taxa nacional de homicídios quadruplicou, e o outrora pacífico país sul-americano se tornou um centro de operações de cartéis de drogas estrangeiros e locais, que impõem um regime de terror com massacres, sequestros e extorsões.
2023-09-08 14:40:00
internacional
Internacional
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Não há o que delatar, diz assessor de Bolsonaro após proposta de Cid ao STF
Ex-secretário de Comunicação da Presidência de Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten publicou a frase "não há o que delatar" em seu perfil oficial na plataforma X, antigo Twitter, nesta quinta-feira (8).A frase, escrita fora de contexto, foi vista como uma referência às movimentações do tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid , que manifestou vontade de fazer delação premiada."A quem possa interessar em pleno feriado de 7 de setembro completamente esvaziado: não há o que DELATAR", escreveu, fazendo referência também às comemorações do feriado de 7 de Setembro sob gestão do governo Lula (PT).Wajngarten, que além de assessor também é um dos advogados de Bolsonaro, havia saído em defesa de Cid em julho, quando o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro prestou depoimento à CPI do 8 de janeiro, em andamento no Congresso Nacional.Na ocasião, Wajngarten protestou contra o fato de o tenente-coronel estar preso desde maio e disse que o detiveram e "jogaram a chave fora" da prisão."Hoje completa 70 dias que ele está preso, sem nenhuma razão que fundamente sua prisão preventiva, providência extrema e que teve o parecer expressamente contrário da PGR —que, ademais, opinou pela revogação da prisão", disse.Cid foi ao gabinete do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes na quarta-feira (6), onde fez a proposta de delação. Sua defesa também pediu a liberdade provisória dele durante o encontro.O acordo já foi aceito pela Polícia Federal, mas ainda precisa ser homologado pelo ministro. A decisão pode ocorrer nos próximos dias. A proposta também deverá ser analisada pela PGR (Procuradoria-Geral da República).Segundo pessoas próximas às investigações, para o acordo de delação de Cid ser aprovado, eles precisam saber o que irá apresentar de informações novas e com provas.O advogado Cezar Bittencourt disse anteriormente que o ex-ajudante de ordens "assumiu tudo" e não incriminou Bolsonaro à PF no caso das joias trazidas do exterior.Bittencourt disse à Folha nesta sexta-feira (8) que o acordo ainda não foi fechado. "Estamos conversando sobre os detalhes, mas isso para a semana que vem", disse.A delação é um meio de obtenção de prova que não pode, isoladamente, fundamentar sentenças sem que outras informações corroborem as afirmações feitas. Os relatos devem ser investigados, assim como os materiais apresentados em acordo. Mais
2023-09-08 14:35:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/nao-ha-o-que-delatar-diz-assessor-de-bolsonaro-apos-proposta-de-cid-ao-stf.shtml
Governo Biden é tema de livro-reportagem às vezes positivo até demais
Uma das primeiras coisas que Joe Biden fez ao chegar à Casa Branca em 2021 foi pedir que o historiador Jon Meacham renovasse o Salão Oval. O cômodo funciona como escritório formal do presidente americano, cenário de reuniões com outros governantes e aparições públicas. Um palco, por assim dizer.Meacham pendurou retratos de Alexander Hamilton e Thomas Jefferson, importantes figuras da independência, famosos por discordarem entre si. Biden queria mostrar que a dissonância é normal na democracia. Colocou também um retrato enorme de Franklin Roosevelt em cima da lareira para simbolizar que tipo de legado o líder queria deixar —Roosevelt, que liderou os Estados Unidos entre 1933 e 1945, ficou conhecido por implementar reformas fundamentais no país.A descrição está na abertura do livro-reportagem "The Last Politician" (o último político), que acaba de sair nos EUA. Assinado por Franklin Foer, jornalista da revista The Atlantic, trata-se de um dos primeiros grandes relatos do governo Biden.A ideia que guia o texto é de que o presidente governa pensando na sua imagem. Para Foer, a preocupação não é narcisista. Biden acreditaria que, depois do governo diluvial de Donald Trump, o país precisa de referências estáveis e inspiradoras. A vantagem do democrata, nesse sentido, é que ele tem décadas de experiência na Casa Branca —foi, entre outras coisas, senador e depois vice-presidente de Barack Obama, entre 2009 e 2017. Mais Vem daí o título do livro, que descreve Biden como um político tradicional em um país que acaba de ser governado por dois presidentes antipolítica. Tanto Obama quanto Trump fizeram campanha se apresentando como figuras de fora, desacostumadas com os conchavos do "pântano", expressão utilizada pejorativamente para descrever Washington.Há valiosos detalhes no livro, fruto de centenas de entrevistas —muitas delas anônimas— com pessoas próximas ao presidente. Mas nada é muito novo ou bombástico. Boa parte do conteúdo já apareceu na imprensa.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Há menções a atritos entre Biden e Obama, por exemplo. Segundo Foer, Biden reclamou certa vez de que Obama é tão educado que é incapaz de praguejar do modo correto: tem a pronúncia da torre de marfim. Só que esse não é o tipo de informação que derruba governos. A intenção é enfatizar a diferença de personalidade entre os dois, Biden vindo da classe média, e Obama, um ex-aluno da universidade de elite Harvard.Outro ponto importante no livro, que chamou alguma atenção na imprensa americana, é a revelação de que Biden às vezes confessa estar cansado. Isso tem relevância porque os 80 anos de idade do presidente vão decerto pesar contra ele nas eleições do ano que vem.Fora isso, é improvável que o leitor, ainda mais o brasileiro, depare-se com novidades emocionantes. "The Last Politician" é um relato bastante positivo do governo de Biden, apesar do ceticismo que Foer diz ter mantido durante a apuração. O tom laudatório é às vezes desconfortável.Biden começou seu governo em um contexto de terra arrasada. Herdou de Trump a má gestão da pandemia de Covid-19, a inflação e uma insurreição considerada um ataque inédito à democracia americana. Somou a isso alguns erros próprios, em especial a retirada desajeitada das tropas americanas no Afeganistão que resultou no retorno do Talibã ao comando do país depois de 20 anos de guerra.Foer, porém, dá bastante peso aos acertos de Biden. Um exemplo seria a aprovação de importantes medidas econômicas. O livro também sugere que o democrata foi responsável por convencer o mundo a apoiar a Ucrânia. Uma parte importante do texto trata da invasão russa ao país vizinho, com detalhes de bastidores descritos quase como num romance de suspense. Mais O repórter dá a entender que os sucessos de Biden são resultado dessa mistura entre sua longa experiência na Casa Branca e suas origens mais humildes. Pesa também sua idade avançada, que daria a ele ares de sabedoria.Como disse Hayden White em seu clássico "Meta-História", de 1973, os livros históricos também seguem os modelos da ficção. Quando um autor escolhe seu ponto de início e de corte, ele está moldando uma narrativa. No caso de "The Last Politician", uma narrativa de sucesso.Foer começa seu relato do governo Biden na posse do presidente e o encerra nas midterms, as eleições de meio de mandato. O saldo do democrata é, nesse caso, positivo mesmo. Ele chegou em meio a um desastre. Mas nas midterms, quando os eleitores costumam punir o governo, conseguiu o feito histórico de evitar a sangria —perdeu poucos assentos na Câmara e manteve o controle do disputado Senado.O problema do enquadramento que Foer faz no livro é que, bem, o governo Biden ainda não terminou. A reta final é também decisiva, e as eleições de 2024 vão dar a palavra final sobre o legado do presidente.
2023-09-08 13:02:00
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https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/governo-biden-e-tema-de-livro-reportagem-positivo-ate-demais.shtml
Pedido de recuperação judicial da 123milhas não tem relação com políticas do governo Lula
Uma publicação feita pelo site Jornal da Cidade Online associa o pedido de recuperação judicial da empresa de turismo 123milhas a políticas econômicas do governo Lula (PT), mas a própria empresa admite que a crise foi provocada pela alta nos preços das passagens e do combustível de aviação, além de outros fatores, como as mudanças feitas pelas companhias aéreas para restringir a negociação de passagens por meio de milhas.Como verificado pelo Projeto Comprova, o pedido de recuperação da empresa foi acatado pelo TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) em 31 de agosto de 2023. Em nenhum momento o nome de Lula ou qualquer política do governo federal é mencionada no requerimento.À reportagem, a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), órgão ligado ao Ministério da Justiça, afirmou que "não possui qualquer relação com o pedido de recuperação judicial apresentado pela empresa 123milhas ao Poder Judiciário".Na petição que fundamenta o pedido de recuperação judicial, as empresas do grupo afirmam que estão "enfrentando a pior crise financeira" desde suas respectivas fundações, decorrente da "cumulação de fatores internos e externos" que impuseram um aumento considerável dos passivos das companhias nos últimos anos.Entre as razões que levaram à crise elencadas estão fatores como o aumento dos preços das passagens após a pandemia de Covid-19, acompanhado da alta no combustível de aviação, o que impossibilitou a emissão das passagens já adquiridas pelos clientes.A dificuldade de cumprir com os serviços prometidos no programa Promo123 e a alta taxa de juros sobre as suas dívidas também são apontadas como razões que desencadearam o pedido de recuperação."Por exemplo, se acreditava que para cada voo vendido, o cliente também adquiriria outros produtos atrelados à viagem (reservas de hospedagem, passeios etc.), mas isso acabou não ocorrendo na prática", argumenta o grupo.O documento enviado à Justiça explica que a 123milhas estimava uma redução do preço das passagens diante de um esperado aumento na oferta de voos pelas companhias aéreas após o período de restrições impostas pela pandemia. "Isso, contudo, infelizmente não se concretizou, havendo, na verdade, um aumento significativo da demanda (muito maior do que a oferta) por voos nacionais e internacionais, o que, aliado ao aumento do preço do combustível de aviação, ocasionado pela queda do real em relação ao dólar e a alta da inflação, fez com que o preço das passagens e pacotes se elevasse, fazendo com que a 123milhas não conseguisse adquirir tais produtos nos termos contratados com seus clientes".Segundo o Poder360, a empresa ainda cita a Azul Linhas Aéreas na lista de razões da crise econômico-financeira. De acordo com a agência de viagens, a Azul rescindiu um contrato que lhe dava vantagens competitivas aos preços das passagens e isso "inviabilizou o cumprimento de suas obrigações".Por fim, as empresas alegam que o modelo de aquisição das passagens, por meio de pontos e milhas, deixou de ser vantajoso diante de fatores como: "(i) precificação das passagens pelas companhias aéreas, que passaram a exigir maior quantidade de pontos/milhas para se emitirem passagens; e (ii) criação de novas regras pelas companhias aéreas em seus programas de fidelidade, que restringiram de forma drástica a utilização de pontos/milhas pelos seus participantes".Ainda segundo a petição, todos esses elementos afetaram as operações da companhia e resultaram na suspensão dos pacotes promocionais já adquiridos, decisão que desencadeou uma enxurrada de reclamações e processos.Não há, no decorrer do documento, qualquer menção a políticas do governo Lula que poderiam ter influenciado no cenário de crise.No Twitter do Jornal da Cidade Online, usuários deixaram comentários responsabilizando o governo atual pela situação que levou a empresa a pedir a recuperação judicial. Por email, a administração do site em que o texto foi publicado disse que o "Jornal da Cidade Online em momento algum diz que a 123milhas pediu recuperação judicial por conta de um ‘cerco’ do governo Lula". "O que fizemos foi a constatação de que no ano de 2023 houve um aumento exponencial de pedidos de recuperação judicial. A fonte é o Serasa", complementou.O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.Leia a verificação completa no site do Projeto Comprova.
2023-09-08 13:34:00
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Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/pedido-de-recuperacao-judicial-da-123milhas-nao-tem-relacao-com-politicas-do-governo-lula.shtml
SBT testa marido de Carlinhos Maia para estrear como apresentador em 2024
Conhecido por ser casado com o influenciador digital Carlinhos Maia, o empresário Lucas Guimarães gravou no início desta semana um teste de um novo programa que pode estrear em janeiro de 2024 no SBT.A ideia é reviver uma atração nos moldes do extinto Fantasia, sucesso da emissora de Silvio Santos no fim do dos anos 1990, e revelou para a televisão nomes como Fernanda Vasconcellos, Amanda Françozo, Jackeline Petkovic e Tânia Mara.Ao F5, a assessoria de imprensa do SBT confirmou a gravação e o teste com o marido de Carlinhos. Mais A reportagem soube que Guimarães teve bastante desenvoltura no palco e foi muito elogiado por diretores da empresa, especialmente Fernando Pelégio, diretor de Planejamento Artístico e Criação da TV. O teste agora será submetido a avaliação interna.Caso seja aprovado, o projeto irá ao ar no horário da tarde, como uma atração de verão. A atração terá participação do público, que pode ganhar prêmios em dinheiro, além de atrações musicais e humor. A informação foi dada inicialmente pelo perfil Brazil Scenes.O objetivo é trazer faturamento no período, considerado o momento mais fraco para arrecadação publicitária. Historicamente, o SBT costuma exibir reprises em sua programação neste momento, sem ter novidades na grade.A ideia do SBT, desta vez, é trazer frescor para ganhar dinheiro. Lucas Guimarães espera resposta do SBT para seguir com o projeto. A ideia por Guimarães se deu porque Carlinhos Maia e ele possuem bom apelo no mercado. Hoje, ambos têm contratos grandes com marcas para divulgação nas suas páginas pessoais.
2023-09-08 13:35:00
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https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/sbt-testa-marido-de-carlinhos-maia-para-estrear-como-apresentador-em-2024.shtml
Drogaria Venancio aponta fraude e barra R$ 16 milhões em duplicatas
A rede de drogarias Venancio, do Rio de Janeiro, conseguiu na Justiça a suspensão de pagamentos de R$ 15,872 milhões a fundos e empresas de factoring que faziam a antecipação de recebíveis para um companhia de transporte com quem o grupo farmacêutico tinha contrato.No pedido apresentado à Justiça do Rio, a rede afirma que a cessão de crédito foi prevista em um contrato não autorizado com a empresa de transporte. A versão da drogaria é a de que o acordo comercial foi assinado por um ex-funcionário e levanta a hipótese de crime de estelionato praticado por esse antigo empregado.O pedido de tutela cautelar antecedente foi lido por fundos que tiveram seus pagamentos bloqueados como um sinal de possível insolvência da rede. A ação afeta também a distribuidora de produtos hospitalares Hospinova, que pertence ao grupo Venancio.Isso porque a triangulação de pagamentos –os fundos antecipavam os valores à empresa de transportes, emitam títulos, que depois eram pagos pelo grupo– vinha sendo feitas há anos e dificilmente escapariam do conhecimento de outros gestores da companhia.A avaliação de pessoas que conhecem a negociação é a de que o grupo poderia ter pedido para fazer os pagamentos em juízo, ou seja, depositar os valores em uma conta judicial, tornando mais fácil o estorno do dinheiro caso a fraude fique provada.O grupo Venancio foi procurado, mas afirmou que não falaria sobre o caso para não atrapalhar as investigações. O processo na vara empresarial corre sob sigilo.No pedido encaminhado à Justiça, a defesa do grupo Venancio descarta a existência de risco reverso –se a empresa estivesse com problemas de caixa, o bloqueio dos pagamentos colocaria seus credores em risco de calote. O termo jurídico é o "periculum in mora inverso".Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...O grupo Venancio é representado pelo escritório Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo e Cotta Advogados, o mesmo que atua na recuperação judicial (RJ) de Americanas, Oi, grupo Petrópolis e na reestruturação da Light (que desistiu do processo de RJ de sua holding).O envolvimento do escritório no caso da Venancio colaborou com a percepção de que a rede poderia estar com problemas de caixa.Na tutela levada à Justiça, os advogados defenderam que o grupo Venancio é "claramente solvente" e que as medidas de bloqueio pode ser revertidas com facilidade se for necessário. O grupo inaugurou recentemente uma nova sede administrativa e mantém um plano de expansão que incluiu novas inaugurações.O ex-funcionário apontado como intermediador do contrato com a empresa de transportes e com os fundos foi gerente de logística do grupo e trabalhou na empresa por 17 anos.Segundo o processo apresentado pela Venancio na vara empresarial, ele pediu demissão em julho e, na sequência, as duas empresas do grupo passaram a receber cobranças de agentes financeiros sobre serviços que não teriam sido prestados.A possível fraude cometida por esse ex-funcionário está sob investigação na Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele ingressou com uma ação trabalhista, ainda não julgada, contra o grupo.A decisão da 5ª Vara Empresarial da Comarca da Capital afeta a emissão de débitos de 31 fundos e factorings. Também foram suspensos os efeitos de protestos. A juíza substituta Elisabete Franco Longobardi determinou ainda a apresentação de todos os contratos fechados entre os fundos e a empresa de transportes.A rede tem mais de 100 lojas físicas na cidade do Rio e em municípios como Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias, Angra dos Reis, Nova Iguaçu, São João de Meriti e Petrópolis. Por meio do ecommerce, atende também Bahia, Distrito Federal e os estados das regiões Sul e Sudeste.
2023-09-08 13:59:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/drogaria-venancio-aponta-fraude-e-barra-r-16-milhoes-em-duplicatas.shtml
Cerveja não é saudável como afirma estudo chinês
O resultado de um estudo realizado na China deixou cervejeiros empolgados ao concluir que a bebida tem ingredientes benéficos para a saúde. De acordo com a pesquisa, alguns componentes da cerveja são decompostos pelo microbioma intestinal e, dessa forma, poderiam exercer um efeito regulador no sistema imunológico.Esse efeito seria anti-inflamatório, anticoagulante e antioxidante, tornando inofensivos alguns produtos nocivos gerados no metabolismo.Tudo isso soa muito bem, mas uma observação mais a fundo do estudo chinês, divulgado no final de julho, pode frustrar o clima de festa. A pesquisa foi financiada pelo Laboratório State Key de Fermentação Biológica e Engenharia da Cerveja, que pertence à cervejaria Tsingtao, uma das maiores da China.Além disso, 2 dos 5 autores do estudo são do laboratório da própria cervejaria, como consta na seção "conflitos de interesse" do texto. Por isso, o médico alemão Helmut Seitz, que realiza pesquisas sobre álcool, duvida da independência do estudo chinês. Ele avalia o conteúdo da pesquisa como "grotesco". Mais "É claro que há certas substâncias na cerveja que são boas para a saúde, como o extrato de lúpulo", observa Seitz, que há décadas realiza pesquisas sobre o álcool e seus efeitos no organismo.Ele diz, porém, que o efeito oxidante do álcool é muito mais forte do que os potenciais benefícios de todos os outros ingredientes presentes na cerveja. Esse efeito oxidante pode causar inflamações e aumenta o risco de doenças, como diabetes e câncer."O álcool possui um efeito cancerígeno, especialmente no intestino grosso", explicou o alemão. "O álcool se decompõe em acetaldeído, que possui um efeito tóxico." Além disso, segundo o especialista, a cerveja é até mais prejudicial para o intestino do que o vinho, embora o motivo disso ainda não seja conhecido.Receba no seu email reportagens e análises sobre medicina e saúde; exclusiva para assinantes.Carregando...
2023-09-08 13:19:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/cerveja-nao-e-saudavel-como-afirma-estudo-chines.shtml
Lawsuit against Boeing Advances and Involves Brazilian Government
After nine months of discussion, the Federal Court decided to move forward with an unprecedented lawsuit by the national aeronautics and defense industries against the policy of hiring Brazilian engineers from the American giant Boeing, a dispute with geopolitical implications that involved the Lula government.Last week, the 3rd Federal Court of São José dos Campos (SP) decided that the lawsuit to find out if the Americans are practicing predatory competition in the city's aerospace hub, headed by Embraer but which includes dozens of smaller companies, should advance to the stage of producing evidence and testimonies.Immediately, Abimde (Brazilian Association of Defense Materials Industry) and AIAB (Association of Aerospace Industries of Brazil) filed a lawsuit, on November 22, seeking to interrupt the hiring in draconian terms.It sought to limit, by means of an injunction (provisional decision), the acquisition to 0.6% of the engineering staff of strategic defense companies or those with contracts in projects of this type. It also provided for R$ 5 million in fines for Boeing, to be passed on to educational institutions in the aeronautics field.Translated by Cassy DiasRead the article in the original language
2023-09-08 12:47:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/business/2023/09/lawsuit-against-boeing-advances-and-involves-brazilian-government.shtml
Gestão Ricardo Nunes lança edital de R$ 60 milhões para reformar Minhocão
A gestão Ricardo Nunes (MDB) publicou na semana passada um edital de licitação para reformar o elevado Presidente João Goulart. O Minhocão, como é conhecido, liga o centro à zona oeste paulistana.A reforma prevê a recuperação de estruturas de concreto, tratamento de fissuras e outras ações de recuperação do viaduto, que tem 2,5 km de extensão e sete acessos para veículos. O custo total é estimado em R$ 60 milhões, que serão pagos com recursos do Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano).Segundo a prefeitura, a ideia é retomar a integridade do viaduto e prolongar sua vida útil. Inaugurado em 1971, o Minhocão nunca passou por reforma dessa proporção, e a deterioração é visível em rachaduras e marcas de infiltrações.Os problemas na estrutura do viaduto foram identificados em inspeção realizada pela SPObras (empresa pública municipal). Só o desenvolvimento do projeto de reforma custou R$ 1,1 milhão aos cofres da capital.A abertura dos envelopes com propostas de empresas interessadas em assumir a reforma está marcada para o dia 20 deste mês. A vencedora da concorrência terá 18 meses para entrega da obra a partir da emissão da ordem de serviço –ou seja, os reparos só devem ficar prontos em 2025.Quando estiverem em andamento, as obras devem ter impacto no trânsito da região, com possibilidade de interdições, por exemplo, nas avenidas São João e General Olímpio da Silveira e na rua Amaral Gurgel.Para atenuar os impactos nas vias da região, a prefeitura disse que os serviços serão programados preferencialmente para horários de menor tráfego, inclusive aos fins de semana, em planejamento conjunto com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).Não há, por enquanto, definição de onde serão instalados os canteiros de obra. Mas, de acordo com a prefeitura, a área sob o viaduto deverá estar desocupada "por questões de segurança".Atualmente, a parte de baixo do Minhocão é ocupada de ponta a ponta por pessoas sem-teto, que usam a estrutura de concreto armado como abrigo do sol e da chuva. Questionada, a administração municipal disse que o plano para desocupação da área embaixo do viaduto será "cuidadosamente definido pelos órgãos competentes envolvidos". Mais A reforma também pode implicar alterações nas atividades oferecidas no elevado aos fins de semana, quando a pista fica liberada para uso de pedestres e ciclistas. Escadas utilizadas como acesso por pedestres poderão ser temporariamente remanejadas caso seja necessário.Segundo a gestão Nunes (MDB), a ação faz parte de um programa de reforma e manutenção de pontes e viadutos que terá investimento total de R$ 1,64 bilhão. As obras com maior custo são as reformas, já em andamento, das pontes das Bandeiras (R$ 79,7 milhões), na região do Bom Retiro, e Engenheiro Roberto Zuccolo (R$ 72,9 milhões), no Itaim Bibi.O atual Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo prevê a desativação completa do elevado João Goulart enquanto via de tráfego até 2029, e define que sua estrutura deve ser demolida ou transformada em parque.Em fevereiro de 2018, uma lei municipal criou o parque Minhocão e estabeleceu que a prefeitura deveria apresentar um projeto de intervenção urbana em 720 dias, mas o plano não avançou desde dezembro de 2021.Em consulta pública realizada em 2019 sobre o futuro do elevado, 47% dos participantes se posicionaram a favor do desmonte da estrutura, 39% defenderam a manutenção de sua função original e 14% foram favoráveis à implantação de um parque.De acordo com a prefeitura, 97 mil veículos circulam diariamente pelo viaduto, que passa por bairros como Santa Cecília, Campos Elíseos e Vila Buarque.A Secretaria de Mobilidade e Trânsito estuda a possibilidade de se construir um túnel com traçado paralelo ao elevado, permitindo assim a sua desativação.Desde que foi inaugurado, o Minhocão é alvo de polêmica. Em 1976, a estrutura passou a ser fechada de 0h à 5h, para diminuir os acidentes e incômodo à vizinhança. Hoje, a circulação de veículos é permitida entre 7h e 20h, de segunda a sexta-feira.
2023-09-08 12:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/gestao-ricardo-nunes-lanca-edital-de-r-60-milhoes-para-reformar-minhocao.shtml
'Um celular não vence a guerra dos chips', diz analista sobre a Huawei
As ações da gigante taiwanesa de chips TSMC caíram 0,6% na sexta-feira, em movimento creditado ao retorno da chinesa Huawei aos smartphones avançados, com chips fabricados pela SMIC, também da China. Até três anos atrás, quando chegou a liderar as vendas mundiais, a Huawei usava chips da TSMC.Daniel Nystedt, um dos analistas de referência para chips ou semicondutores em Taiwan, sugere calma na avaliação do impacto do Mate 60 Pro, o aparelho lançado na semana passada pela Huawei —e que vem causando espécie não só no mercado financeiro, mas em Washington, com ameaças de retaliação."Um celular não vence a guerra dos chips", afirma Nystedt, que passou a semana na Semicon Taiwan, em Taipé. É uma das maiores feiras voltadas a chips no mundo, e o Mate 60 Pro foi um dos assuntos, pelos corredores, com especulações e dúvidas sobre como a Huawei conseguiu romper o bloqueio dos EUA."A notícia sobre a Huawei não chega a ser surpresa", comenta ele, lembrando que a SMIC, que fabricou o chip, "tem um histórico de contratação de ex-engenheiros da TSMC". O próprio co-CEO da empresa baseada em Xangai, Liang Mong Song, é lembrado como "gênio renegado da TSMC", da qual foi tirado.Outro ponto é que a tecnologia usada para a fabricação teria sido de geração anterior, mais simples, DUV (deep ultraviolet), com capacidade menor para produzir em massa e limite de 7nm. Liang, com sua experiência de três décadas, entre TSMC e SMIC, teria conseguido tirar do processo mais do que ninguém, na China.Mas em 2018 a TSMC já produzia chips de 7nm usando DUV, para sua primeira versão do semicondutor. Ou seja, o chip de 7nm do Mate 60 Pro, identificado por vários analistas que abriram o aparelho, está cinco anos atrasado. "A SMIC produziu com esse processo, eles não usaram tecnologia EUV", sublinha Nystedt.EUV (extreme ultraviolet) é o processo usado pela TSMC para fabricar os chips de 3nm que estarão na nova linha iPhone, a ser lançada na próxima terça-feira (12). A Apple teria comprado toda a produção deste ano do semicondutor de 3nm da empresa taiwanesa, mas também suas ações vêm caindo nos últimos dias.Além da concorrência direta da Huawei, a razão é que, no rastro do lançamento do Mate 60 Pro, o governo chinês restringiu o uso de iPhone, da Apple, por funcionários de governos locais e de empresas estatais. A restrição a celulares de marcas estrangeiras já existia desde 2020 para ministérios e outros órgãos centrais.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...A Apple perdeu, quinta e sexta, US$ 190 bilhões de seu valor de mercado. A consultoria inglesa Oppenheimer Analysis projeta que, com a concorrência do smartphone da Huawei, que acrescentou dois modelos nesta sexta, Mate 60 Pro+ e Mate X5, dez milhões de iPhones deixarão de ser vendidos no ano que vem.Como a TSMC, a fabricante americana de chips Qualcomm, que fornece para diversas empresas chinesas, inclusive a Huawei, também viu suas ações caírem. Segundo o analista Ming-Chi Kuo, da TF International Securities, ela deverá deixar de vender entre 50 e 60 milhões de semicondutores no ano que vem.Nystedt insiste, porém, que um semicondutor de 7nm é um avanço pequeno para a Huawei e a própria China se firmarem. "Eles podem copiar, podem fazer bastante engenharia reversa, mas será muito difícil ir além da tecnologia de processo de 7nm, não importa quanto dinheiro eles gastem", afirma."Há pessoas inteligentes na China e ela pode um dia se tornar líder em algum aspecto, mas é uma indústria em que nenhuma nação tem toda a tecnologia", argumenta. "Os EUA inventaram, mas sem equipamentos da Holanda e Japão, fabricação da Coreia e Taiwan, embalagens e testes da China, não funciona."Questionado sobre o festejado avanço da Shanghai Micro, que segundo o jornal Zhengquan Ribao, de Pequim, vai entregar neste ano máquinas de litografia para fazer chips de 28nm, muito usados de carros elétricos a mísseis, Nystedt diz que "certamente é possível que ela tenha desenvolvido tal máquina e vai ajudar".No entanto, "é um milímetro na jornada de mil milhas que a China terá que percorrer antes de poder realmente ganhar terreno na indústria". Mais
2023-09-08 12:57:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/um-celular-nao-vence-a-guerra-dos-chips-diz-analista-sobre-a-huawei.shtml
Bolsonaro entregou só 55 presentes ao patrimônio público, a maioria entre R$ 91 e R$ 9 mil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou à União 55 presentes recebidos de autoridades estrangeiras durante o mandato, a maioria (87%) avaliada em menos de R$ 9.000.A esse conjunto foi atribuído um valor total de R$ 444 mil, segundo documento fornecido à Folha pela Presidência em resposta a um pedido via LAI (Lei de Acesso à Informação).Bolsonaro, portanto, transferiu ao patrimônio público uma parcela mínima do que ganhou. Deixou de fora, por exemplo, as joias oferecidas pela Arábia Saudita e que o colocaram na mira da Polícia Federal. A defesa argumenta que ele tinha respaldo legal para ficar com os artigos de luxo.Nos quatro anos em que governou o país, o ex-presidente acumulou cerca de 19 mil itens oferecidos por empresas, populares, autoridades nacionais e do exterior. Recebeu de joias avaliadas em milhões de reais a livros e alimentos, segundo os registros oficiais.Entre os 55 objetos transferidos à União há esculturas, quadros, porcelanas e até uma camisa do time de futebol D.C. United emoldurada em quadro, presente de Donald Trump em 2020.A área do Planalto encarregada dos acervos presidenciais atribuiu a 48 itens valores entre R$ 91,40 (pintura enviada pela Grécia) e R$ 8.981,12 (escultura de um cavalo oferecida pela Índia).A peça de maior preço estimado (R$ 130.650) é uma escultura em metal representando a alvéola-amarela, ave nacional do Catar, oferecida a Bolsonaro em 2019 pelo emir daquele país, o xeque Tamim bin Hamad Al Thani. A obra é assinada pela artista britânica Solange Azagury-Partridge.Consta também na lista um relógio de mesa (R$ 97.890,83) confeccionado em prata e com partes banhadas a ouro. O artigo foi também um presente de Al Thani, em 2021.Completa o trio mais bem avaliado uma maquete em mármore do templo Taj Mahal (R$ 59.469,20), recebida por Bolsonaro em 2020 do então presidente indiano Ram Nath Kovind.Investigadores envolvidos no caso das joias destacam a similaridade entre objetos entregues ao patrimônio público e peças levadas pelo ex-presidente ao término do mandato.O inquérito da PF apontou, por exemplo, que um dos conjuntos de presentes tirados do país para ser vendido era composto de duas esculturas —um barco dourado, sem identificação de procedência, e uma palmeira dourada, recebida em 2021 por ocasião da participação de Bolsonaro em encontro empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, no Bahrein.Não há uma estimativa do quanto vale todo o acervo pessoal de Bolsonaro, que inclui, entre outros, relógios, facas, gravatas, bonés, camisas de futebol, munição e armas. A Presidência produziu relatórios sobre todo o conjunto de 19 mil itens, mas não detalhou valores.O acervo pessoal foi retirado dos palácios da Alvorada e do Planalto em caminhões de mudança durante o último mês de dezembro. Parte foi levada para um galpão em Brasília, localizado em área de propriedade o ex-piloto de Fórmula Nelson Piquet, simpatizante de Bolsonaro. Mais Na segunda (5), o Ministério Público junto ao TCU protocolou uma representação para que a corte de contas promova um levantamento de todos os presentes e itens recebidos pelo ex-presidente, "por ocasião das visitas oficiais ou viagens de estado ao exterior, ou das visitas oficiais ou viagens de Estado de chefes de Estado e de governo estrangeiros ao Brasil".Assinada pelo procurador Lucas Rocha Furtado, a representação pede também que seja determinada a devolução dos presentes que atendam essa condição, além do encaminhando do documento para a Procuradoria-Geral da República, para as providências cabíveis.A defesa de Bolsonaro entende que os artigos de luxo como as joias pertencem a Bolsonaro e que ele tinha amparo legal para dispor deles como bem entendesse. Sustenta essa linha de argumentação com base em uma lei e um decreto presidencial que definiram regras sobre o assunto.A lei 8.394/1991, do governo Fernando Collor, trata da preservação, organização e proteção dos acervos documentais privados dos presidentes da República.De acordo com ela, os documentos que constituem o acervo presidencial privado são, na sua origem, de propriedade do presidente, "inclusive para fins de herança, doação ou venda".A norma diz que a União terá direito de preferência em uma eventual venda e que os artigos também "não poderão ser alienados para o exterior sem manifestação expressa da União".Com base nessas duas normas, os advogados do ex-presidente dizem que ele tinha o direito de vender as joias recebidas de autoridades sauditas. Em resposta à Folha, eles ainda atribuíram a um "equívoco" ou "desinformação" por parte da assessoria da Presidência da República a falta de comunicação prévia sobre a intenção do ex-mandatário de levar os objetos para os Estados Unidos e vendê-los.A defesa desconsidera um julgamento do TCU (acórdão nº 2255/2016) que definiu balizas mais rígidas sobre recebimento e posse de presentes pelos mandatários."Imagine-se a situação de um chefe de governo presentear o presidente da República do Brasil com uma grande esmeralda de valor inestimável, ou um quadro valioso. Não é razoável pretender que (...) possam incorporar-se ao patrimônio privado do presidente da República, uma vez que ele os recebe nesta pública qualidade", escreveu o ministro Walton Alencar, relator do caso.Alencar destacou o fato de que o dinheiro para bancar presentes dados a autoridades estrangeiras sai dos cofres públicos. Portanto, em contrapartida, os presentes recebidos também devem ser públicos, "à exceção de itens de uso pessoal ou de caráter personalíssimo".O TCU afirmou que deveriam permanecer "como bens públicos", sob a guarda da Presidência, "todos os demais presentes —incluídas as obras de arte e os objetos tridimensionais".Nesse acórdão, o tribunal identificou que, de 1.073 presentes recebidos de 2002 a 2016, apenas 15 haviam sido incorporados ao patrimônio público. Com isso, determinou a devolução de 434 presentes dados a Lula, de 2003 a 2010, e de outros 117 recebidos por Dilma Rousseff, de 2011 a 2016. Mais
2023-09-08 12:00:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/bolsonaro-entregou-so-55-presentes-ao-patrimonio-publico-a-maioria-entre-r-91-e-r-9-mil.shtml
Menina de 3 anos é baleada na cabeça em ação da PRF, no Rio
Uma menina de três anos está internada em estado grave depois de ser baleada enquanto passava de carro com a família pelo Arco Metropolitano, na altura de Seropédica, Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Heloisa dos Santos Silva foi atingida por disparos na nuca. Segundo a família dela, os tiros partiram de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).A corporação informou que os três policiais envolvidos no caso foram afastados preventivamente de suas funções. A arma utilizada por um deles foi apreendida. O veículo em que a família da menina estava apresentava registro de roubo, mas o pai dela disse que o comprou recentemente e desconhecia isso.O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou, em uma rede social, que pediu à PRF rapidez para o esclarecimento do caso. "E mandei acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de procedimento na PRF, como já havia determinado quando da demissão dos policiais do caso Genivaldo, em Sergipe", escreveu, referindo-se à morte de Genivaldo de Jesus Santos, morto em 2022 por agentes da corporação em Umbaúba (SE).Heloisa foi baleada por volta das 21h desta quinta-feira (7). Ela foi levada pelos agentes ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. A Polícia Federal (PF) vai investigar o caso.Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a menina chegou à unidade com baixo nível de consciência e um sangramento na cabeça. Ela passou por cirurgia e está internada no centro de tratamento intensivo.A pasta também informou que Heloisa está sendo acompanhada por neurocirurgião e pediatras. A criança está intubada e tem ferimentos na cervical e no couro cabeludo.O pai de Heloisa, William Silva, disse em entrevista a TV Globo que os agentes da PRF atiraram contra o carro da família após eles terem passado pela viatura da polícia."A Polícia Rodoviária Federal estava parada ali no momento que a gente passou. A gente passou e eles vieram atrás. Aí eu falei: ‘Bom, tudo bem, mas eles não sinalizaram para parar’. E aí, como eles estavam muito perto, eu dei seta e, neste momento, quando meu carro já estava quase parado, eles começaram a efetuar os disparos", disse Silva.Dentro do carro estavam Silva, Heloisa, a mãe da menina, uma irmã de 8 anos e uma tia. Eles seguiam em direção a Petrópolis, na região serrana do Rio, onde moram. A família tinha passado o feriado em Itaguaí, na região metropolitana, junto com outros parentes.O carro em que estavam foi atingido por ao menos três disparos. O veículo foi levado para a delegacia de Seropédica e passará por perícia.Em nota, a Polícia Rodoviária Federal disse que colabora com as investigações e apura o caso. "As circunstâncias estão em apuração pela Corregedoria da PRF. A instituição colabora com as investigações da polícia judiciária para esclarecimento dos fatos. Os policiais envolvidos foram preventivamente afastados das funções operacionais, inclusive para atendimento e avaliação psicológica."A corporação também lamentou o ocorrido.O carro em que a família de Heloisa estava, um Peugeot 207 Passion, tem registro de roubo desde agosto do ano passado, segundo a PRF. A ocorrência havia sido registrada na delegacia de Magé.De acordo com Silva, ele comprou o carro recentemente e não sabia que estava em situação irregular. Mais Uma das hipóteses consideradas pela polícia é que os agentes tenham visto que o carro era roubado e, por isso, iniciaram a ação. De acordo com a corporação, a informação de que o veículo tinha registro de roubo foi descoberta após consulta da placa no Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública.Em nota, a Polícia Federal disse que recebeu a ocorrência da delegacia de Seropédica e que abriu um inquérito para investigar o caso. As investigações ficaram a cargo da delegacia da PF em Nova Iguaçu, por ser mais próximo do local em que a menina foi baleada.O Ministério Público Federal instaurou um procedimento investigatório para apurar o caso. O documento, assinado pelo procurador da República Eduardo Santos de Oliveira Benones, determina que a Polícia Rodoviária Federal identifique à Procuradoria o autor do disparo e os demais agentes que participaram da ação. O órgão pede ainda acesso ao procedimento instaurado pela Corregedoria da PRF.Em julho deste ano, a PRF também afastou um de seus agentes após ele se envolver em um episódio parecido. No dia 17 daquele mês, Anne Caroline Nascimento Silva, 23, foi morta ao ser baleada em uma ação da Polícia Rodoviária Federal.O caso é investigado pela corporação e pela Polícia Federal. Na ocasião, o namorado de Caroline, Alexandre Mello, contou que os policiais atiraram contra o carro em que estavam, na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias.
2023-09-08 11:11:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/menina-de-3-anos-e-baleada-na-cabeca-em-acao-da-prf-no-rio.shtml
Ameaças de morte contra jornalistas no Equador dobram em 2023
Uma das maiores crise de violência da história do Equador tem levado o crime organizado a bater também à porta de seus meios de comunicação. Este ano, pelo menos 15 jornalistas receberam ameaças de morte, informaram nesta quinta-feira (7) organizações de defesa da liberdade de imprensa."Trata-se de um aumento de 100% em relação às ameaças de morte registradas em 2021 e 2022, quando houve entre sete e oito intimidações deste tipo", disse Susana Morán, presidente da Fundación Periodistas Sin Cadenas (jornalistas sem correntes, em português). Só entre janeiro e agosto deste ano, a ONG registrou 216 ataques contra jornalistas, 15 dos quais eram ameaças de morte.O mapa de ameaças contra a imprensa se intensificou com um novo e temido ator: os cartéis ligados ao tráfico de drogas. César Ricaurte, da ONG Fundamedios, afirmou que isso fez com que o padrão de violência, antes muito ligado a atores estatais, passasse a ter origem no crime, fosse ele organizado ou comum.Morán, a presidente da Fundación Periodistas Sin Cadenas, também creditou o aumento dos ataques a jornalistas à chegada do tráfico de drogas no país. Ela diz que os episódios estão se tornando cada vez mais violentos.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Segundo dados fornecidos pelas duas organizações, três jornalistas foram assassinados em 2022, ano que registrou 356 ataques contra a imprensa no país —67 a mais do que em 2021. Também no ano passado, a sede do canal RTS foi alvejada por tiros e, em 2020, um artefato explodiu nas instalações da emissora Teleamazonas.Mais recentemente, em março deste ano, cinco envelopes com pen drives carregados de explosivos foram enviados a jornalistas de diversos meios de comunicação. Um dos profissionais sofreu ferimentos leves após a detonação. Também em 2023, cinco jornalistas tiveram de deixar o país devido a ameaças contra as suas vidas.O medo ainda é forte entre os comunicadores, que —num acontecimento sem precedentes— tiveram que cobrir as últimas eleições gerais protegidos por coletes e capacetes à prova de balas após o assassinato de um candidato presidencial conhecido pelas suas investigações jornalísticas.Fernando Villavicencio, ex-jornalista e um dos candidatos favoritos às eleições presidenciais de 20 de agosto, foi morto a tiros dez dias antes das eleições. Durante anos, ele descobriu escândalos de corrupção de alto nível e resistiu a ataques judiciais e ameaças de políticos e criminosos desconfortáveis com o seu trabalho. Sua investigação magistral resultou na pena de oito anos de prisão para o ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017) por corrupção. Mais Antes de sua morte, Villavicencio havia afirmado que tinha sido foi ameaçado pelo Los Choneros, uma gangue ligada a dissidentes da guerrilha colombiana das Farc e do cartel mexicano de Sinaloa.Os ataques contra jornalistas não estão isolados em relação à realidade do resto do país. Entre 2018 e 2022, a taxa de homicídios no Equador quadruplicou, passando de 6 para 26 por 100 mil habitantes. Estimativas de analistas indicam que o país fechará 2023 com uma taxa de pelo menos 40 homicídios por 100 mil habitantes. O México registrou 25, a Colômbia 24 e o Brasil 23, segundo dados oficiais.As organizações que defendem a liberdade de imprensa ainda identificaram em suas pesquisas zonas em que o poder criminoso leva os jornalistas à autocensura. Por isso, exigiram que o governo do presidente Guillermo Lasso destinasse recursos para proteger os comunicadores."O silenciamento ocorre especialmente nas províncias costeiras que são altamente afetadas pelo crime organizado, porque são corredores para estes bens ilícitos. A fronteira norte tem uma situação urgente e dramática", disse Morán.Nesta quinta-feira, a organização que ela preside apresentou, em conjunto com a Fundamedios e uma terceira entidade, Nos Faltan Tres, uma iniciativa de proteção para jornalistas no Equador que busca verificar ameaças, analisar riscos e proteger profissionais cujas vidas estão em perigo iminente.
2023-09-08 11:28:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/ameacas-de-morte-contra-jornalistas-no-equador-dobram-em-2023.shtml
Ministério Público espanhol apresenta denúncia contra Rubiales
O Ministério Público da Espanha apresentou nesta sexta-feira (8) uma denúncia contra o presidente suspenso da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, por possíveis crimes de agressão sexual e coação pelo beijo forçado na atleta Jenni Hermoso durante a cerimônia de premiação da Copa do Mundo feminina."A promotora solicita a tomada de depoimento de Luis Rubiales, na condição de investigado, e de Jenni Hermoso, como vítima", informou o MP em um comunicado.Agora, um tribunal da Audiência Nacional, instância competente para jugar atos que acontecem no exterior, deve decidir se admite a denúncia e abre um processo ou se arquiva a queixa.Desde uma recente reforma do Código Penal espanhol, um beijo não consensual pode ser considerado uma agressão sexual, uma categoria penal que reúne todos os tipos de violência sexual.Rubiales provocou indignação na Espanha e na comunidade internacional pelo beijo que deu na boca da jogadora da seleção, sem consentimento, durante a cerimônia de entrega de medalhas da Copa do Mundo feminina, em 20 de agosto, pouco depois da vitória da Espanha sobre a Inglaterra, em Sydney, na Austrália.Na quarta-feira (6), Hermoso abriu um processo contra Luis Rubiales. A queixa apresentada era fundamental para que o processo judicial pudesse avançar. A promotoria da Audiência Nacional (ANE) já tinha iniciado uma investigação preliminar contra o dirigente por "suposto crime de assédio sexual"."Jenni Hermoso afirmou no seu depoimento que tanto ela como as pessoas mais próximas sofriam pressões constantes e repetidas de Luis Rubiales e do seu ambiente profissional para justificar e aprovar os fatos", indica o comunicado, acrescentando que "este assédio pode constituir um crime de coerção".O escândalo desencadeado por Rubiales agita o futebol espanhol há semanas. O dirigente, que se recusou a demitir-se da entidade e atacou o que chamou de "falso feminismo", foi suspenso do cargo por 90 dias pela Fifa.A jogadora de 33 anos afirmou posteriormente que se sentiu "vulnerável e vítima de agressões" ao receber o beijo, que na sua opinião foi "um ato impulsivo, sexista, fora do lugar e sem qualquer tipo de consentimento".Na Espanha, o Tribunal Administrativo do Desporto (TAD) abriu um processo contra ele e o governo espanhol pediu-lhe que fosse mais longe e suspendesse também Rubiales, que, no entanto, denuncia ter sido vítima de um "linchamento político e mediático sem precedentes".Entretanto, a Federação anunciou na terça-feira a demissão do treinador feminino, Jorge Vilda, considerado próximo de Rubiales e criticado pelos jogadores, como uma das suas primeiras "medidas de renovação", e nomeou em seu lugar Montse Tomé, a primeira mulher a ocupar o cargo.
2023-09-08 11:37:00
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Defesa de Cid acumulou recuos, de chance 'zero' a proposta de delação; entenda
A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), manifestou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta semana ter interesse em uma delação premiada.Para ter validade, ela precisa ser aceita e homologada pelo ministro Alexandre de Moraes após avaliação das novidades e das provas que Cid estaria disposto a oferecer em relação ao que já foi apurado nas investigações.A proposta ocorre depois de um vaivém do advogado de Cid, Cezar Bittencourt, sobre a disposição do militar de envolver Bolsonaro no escândalo das joias.Menos de um mês após assumir a defesa do militar, Bittencourt acumulou recuos em versões e chegou a afirmar que a possibilidade de Cid fazer uma delação era "zero".Em 16 de agosto, em entrevista à GloboNews, o advogado Cezar Bitencourt disse que não sabia detalhes das acusações contra Cid porque havia acabado de assumir a defesa, mas destacou que o militar era um cumpridor de ordens."Assessor cumpre ordens do chefe. Assessor militar com muito mais razão. O civil pode até se desviar, mas o militar tem por formação essa obediência hierárquica. Então, alguém mandou, alguém determinou. Ele é só o assessor. Assessor faz o quê? Assessora, cumpre ordens", disse.No dia 17 de agosto, o criminalista deu entrevista à Folha com tom mais ameno. Ele afirmou que o objetivo da Polícia Federal seria chegar até Bolsonaro, não Cid, e que a chance de fechar uma delação premiada seria "zero"."A gente não pensa em delação, não tem nem por quê. Possibilidade zero. Vou fazer a defesa do Cid, não tem porque delatar ninguém. Eu sou contra isso."Ele disse ainda que o trabalho de Cid não consistia em somente cumprir ordens."Assessor está lá para cumprir ordens, ajudar. Mas também não deixa de ter uma certa autonomia para fazer o meio, como, onde e quando. Essas coisas, um assessor competente e preparado, como é o Cid, o Cid é muito preparado. Excelente pessoa, intelectual, cumpridor de missões. Tem cabeça, inteligência", afirmou.No mesmo dia, horas após a entrevista, a revista Veja publicou reportagem com uma nova versão de Bittencourt. Nela, ele disse que Cid decidira confessar a atuação na venda das joias e declarar que havia cumprido ordem de Bolsonaro."O Cid não nega os fatos. Ele assume que foi pegar as joias. ‘Resolve isso lá’. Ele foi resolver. ‘Vende a joia’. Ele vende a joia [...] Na verdade, é confissão [e não colaboração]."O advogado confirmou, mais tarde, a versão para a Folha e outros jornais. "Ele confessa que comprou as joias evidentemente a mando do presidente. Comprou e vendeu. ‘Resolva esse negócio e venda’, foi mais ou menos assim", disse.Em 18 de agosto, porém, Bittencourt deu nova versão para o jornal O Estado de S. Paulo. "Não, não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Vejs (sic) não se falou em joias!", escreveu em mensagem.Mais tarde, ele disse à GloboNews que o caso não se tratava de "joias", mas de somente uma: um relógio da marca Rolex. E que não se trataria de uma confissão, mas "esclarecimentos" a serem feitos aos investigadores.Bittencourt disse ainda que Cid não iria culpar Bolsonaro pelo esquema. "Tem muitas coisas que não tem nada a ver. Na realidade houve um equívoco, houve má-fé. Em primeiro lugar [é um equívoco] que o Cid vai dedurar o Bolsonaro", afirmou.No dia 31, Cid prestou depoimento de dez horas à PF sobre o caso das joias. No dia seguinte, Bittencourt disse que o ex-ajudante de ordens "assumiu tudo" e não incriminou Bolsonaro."Estão colocando palavras que não tem no Cid. Acusações ao Bolsonaro que não existem. E mais, esse problema se falou das joias, da recompra das joias, o Cid assumiu tudo", disse o advogado, em áudio enviado à GloboNews e ao qual a Folha teve acesso."Não colocou Bolsonaro em nada. Não tem nenhuma acusação em corrupção, envolvimento, suspeita de Bolsonaro. A defesa não tá jogando Cid contra o Bolsonaro", completou.Nesta quarta (6), Moraes recebeu em seu gabinete uma proposta de delação premiada de Cid. A audiência em que foi relatada a vontade do militar contou com a presença do próprio militar e de Bittencourt.De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi no G1, a PF aceita fechar o acordo —o tenente-coronel prestou depoimentos ao órgão nos últimos 20 dias. A proposta também deverá ser avaliada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), e caberá a Moraes decidir sobre eventual homologação. Mais
2023-09-08 11:35:00
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Brasil fez mais que EUA para evitar nova tentativa de golpe, diz deputado americano
Para o deputado americano Maxwell Frost, 26, o Brasil fez muito mais para evitar que o 8 de Janeiro se repetisse do que os Estados Unidos fizeram para se prevenir contra um novo 6 de Janeiro.O democrata integrou uma delegação de congressistas da ala à esquerda do partido que, liderada por Alexandria Ocasio-Cortez, visitou Brasil, Chile e Colômbia em agosto. O objetivo declarado da viagem, apoiada pelo Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR, na sigla em inglês), era reformular as relações dos EUA com os países da América Latina e trocar experiências em três áreas: democracia, meio ambiente e paz.Frost foi eleito no ano passado, aos 25 anos. De ascendência afro-cubana, ele é o deputado mais jovem do Congresso, e o primeiro representante da geração Z no Capitólio. Representa o 10º distrito da Flórida, que engloba Orlando. "É o lugar mais visitado do mundo pelos brasileiros. Acho que a Disney tem algo a ver com isso", comenta, rindo.A região é a mesma em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) morou por cerca de três meses no início do ano, após a derrota para Lula (PT) nas eleições. Na época, Frost, junto a outros políticos americanos, defendeu que o brasileiro fosse enviado de volta ao país natal. Mais Caso Bolsonaro retorne à Flórida, o deputado americano diz que vai defender novamente sua saída dos EUA. "Não podemos afirmar ser um aliado próximo do Brasil e depois aceitar de bom grado um ex-presidente que inspirou uma insurreição e está tentando escapar da Justiça."Você conheceu muitos políticos brasileiros, principalmente da esquerda. Como você compara a esquerda no Brasil e nos EUA? É um movimento global de busca por políticas progressistas que possam realmente ajudar a construir a economia de baixo para cima. Vimos muita solidariedade em torno disso. Viajar para o Brasil e entrar em um prédio do governo e ver as palavras "Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima" foi incrivelmente inspirador para nós.Vejo muitas semelhanças, sendo a maior delas o fato de que agora, como progressistas, como democratas, como pessoas de esquerda, levantamos a bandeira de proteger a democracia. Isso é uma responsabilidade sagrada que agora pertence ao nosso movimento. É um momento emocionante e também assustador.Por que assustador? Porque estamos vendo esse crescimento do fascismo de direita em todo o mundo. E sabemos que os EUA têm um grande poder de influência. Vemos isso no Brasil. Vimos o que aconteceu em 8 de janeiro, e essa foi uma das conexões mais evidentes com a política dos EUA que observamos.Sabemos que esse movimento global está sendo alimentado por pessoas dos EUA, como Steve Bannon [ex-estrategista de Donald Trump], que fez várias viagens ao Brasil. Por isso é assustador. Mas o que é bom é que a ampla maioria dos EUA rejeita o fascismo e quer a democracia. Por causa disso, temos uma mensagem vencedora.Você vê Bolsonaro como uma consequência do que aconteceu nos EUA com Trump? Acho que definitivamente ajudamos a influenciar isso e a influenciar o 8 de Janeiro. Claro que Trump não é o catalisador ou o início do fascismo. Ele é apenas um líder que influenciou muito e deu energia a esse movimento em todo o mundo. Bolsonaro é resultado disso, sim, Trump faz parte disso, mas também é resultado de um preconceito e ódio profundamente enraizados que correm nas veias de nossa política. Mais Nos EUA, Trump ainda é um candidato muito forte. No Brasil, Bolsonaro tornou-se inelegível. Ambos os países ainda enfrentam os mesmos desafios olhando para o futuro? O Brasil fez muito mais do que nós para implementar políticas que evitem que isso aconteça novamente. Uma grande diferença é que nós nos reunimos com um dos comitês brasileiros no Legislativo encarregados de proteger a democracia. Nós não temos um comitê assim. Os comitês nos EUA, após o 6 de Janeiro, são todos baseados em responsabilização —o que é muito importante, mas nenhum deles é baseado em garantir que isso nunca aconteça novamente. Trump pode concorrer à Presidência, ele pode vencer. Não temos esses mecanismos em vigor tanto quanto o Brasil teve pós-insurreição.Trouxemos muitas lições, e uma das coisas que vou fazer, uma vez que nós democratas voltarmos a ser maioria [na Câmara], é criar um comitê especial, não para responsabilizar [indivíduos] pela insurreição, mas para garantir que possamos aprovar políticas e projetos de lei que garantam que isso não aconteça novamente e que o fascismo não possa se infiltrar novamente em nosso governo. Mais Bolsonaro passou um tempo na Flórida após perder a eleição, e agora ele está enfrentando problemas legais no Brasil. Se ele voltar para a Flórida, o que pretende fazer? Não há muito que eu possa fazer. Nós assinamos uma carta quando ele estava aqui dizendo que ele precisava voltar para o Brasil e enfrentar os desafios legais à sua frente. Dependendo de onde ele estivesse, pediríamos a mesma coisa. Se ele estiver tentando escapar dos danos que causou no Brasil, os EUA não devem ser um lugar de refúgio para um possível fugitivo de um país com o qual temos uma relação muito próxima. Orlando, na Flórida, é o lugar mais visitado do mundo inteiro pelos brasileiros.Por que você acha que os brasileiros gostam tanto de Orlando? Bem, acho que a Disney tem um pouco a ver com isso [risos]. Mas também a região central da Flórida é um lugar muito diverso e bonito. Mas não podemos afirmar ser um aliado próximo do Brasil e depois aceitar de bom grado um ex-presidente que inspirou uma insurreição. É nosso dever enviá-lo de volta. Mais O governador da Flórida, Ron DeSantis, usou brasileiros como exemplo de imigrantes que não deveriam vir para os EUA. Ao mesmo tempo, falando com brasileiros na Flórida, muitos aprovam DeSantis. Como você explica imigrantes apoiarem políticos que são contra a imigração? Muitas vezes os imigrantes, especialmente os de países latinos, vêm para os EUA com grandes ambições porque somos um grande país onde existem oportunidades que não existem em outros lugares. E infelizmente, a direita muitas vezes usa as esperanças e sonhos de nossos imigrantes como arma.Eu costumo brincar dizendo que muitos imigrantes de países latinos às vezes gostam de líderes autoritários porque pode ser que seja a isso com que estão acostumados, especialmente com a história de certos países. Eles não necessariamente querem isso. Eles querem democracia, mas gostam de um homem forte. Mais Líderes de direita se saem muito bem quando não precisam falar sobre políticas públicas, e podem se concentrar apenas em sua retórica. É uma linguagem autoritária e midiática que às vezes dá uma sensação familiar, especialmente com imigrantes, e eles [políticos autoritários] perceberam isso. É por isso que alguém como DeSantis conseguiu fazer com que muitos imigrantes que são impactados negativamente por suas políticas votem nele.Mas os democratas também, por muito tempo, não fizeram um bom trabalho em se aproximar dos imigrantes e garantir que eles conheçam nossas políticas. E o fato é que, para os latinos, a imigração não é a principal questão. É importante e crucial, mas eles se importam com salários, com saúde, com violência armada. Eles se importam com suas liberdades.Você visitou alguns movimentos organizados no Brasil, como a Cozinha Solidária do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Como você compara essas organizações com os movimentos nos EUA? Uma das coisas mais inspiradoras de toda a viagem foi –e isso foi algo de última hora– a Marcha das Margaridas. Nós fomos para o "pré-marcha", o "esquenta". E tinha cerca de 40 mil pessoas! A energia realmente me animou, me soou familiar. Me lembrou do Black Lives Matter, dos protestos trabalhistas.O que não era familiar era estar no palco, olhando para a minha direita, e ver oito ministros. Seria uma grande coisa um secretário [equivalente a ministro nos EUA] ir a um protesto. Acho que mostra uma ligação próxima entre este governo de esquerda e o movimento dos trabalhadores, que não vemos aqui.A disputa entre Biden e Trump deve ser acirrada. Qual deve ser a estratégia democrata para convencer as pessoas a votar? Geralmente, as campanhas são sobre o que vamos fazer, e às vezes cria-se uma expectativa falsa, e é por isso que tantas pessoas não votam. Mas se você apresentar sua agenda e disser que vamos fazer isso juntos, acho que então seremos capazes de construir um movimento que funcione para todos.Devemos nos concentrar no que ele [Biden] fez, no que vamos fazer e, em seguida, encontrar as pessoas onde elas estão. Isso é algo pelo qual estou lutando: encontrar os jovens onde eles estão, não tentar criar um formato e convidá-los para ele. Às vezes você tem que ir à mesa das pessoas, às vezes elas não virão à sua. Quando falamos em ampliar o eleitorado e fazer com que mais pessoas votem, estamos falando das pessoas que não virão à nossa mesa. A pergunta é: como vamos até elas?Deputado democrata eleito em 2022 pelo 10º distrito da Flórida. De ascendência afro-cubana, é o congressista mais jovem do Legislativo. Antes de entrar para a política, participou da ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis), organização que defende o direito ao aborto e o de pessoas trans, entre outros, e da March for Our Lives (Marcha pelas Nossas Vidas), que defende uma legislação mais rigorosa contra armas no país. Atualmente, integra o Comitê de Supervisão e Prestação de Contas da Câmara.
2023-09-08 11:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/brasil-fez-mais-que-eua-para-evitar-nova-tentativa-de-golpe-diz-deputado-americano.shtml
Smoke from Amazon Fires Shrouds Manaus and Southern Amazon Cities
In just five days of September, the state of Amazonas recorded almost half (47.7%) of the total number of hot spots for the entire month of August, according to data from Inpe (National Institute for Space Research). The largest state in territorial extension, considered the most preserved in the Amazon, is responsible for 32.3% (2,616) of all fire records in the country at the beginning of this month.The acceleration in hot spots occurs in a period of dry rivers and high temperatures and concerns municipal environment secretaries heard by Folha, who report a lack of adequate structure and support from the state and federal governments to deal with the risk of the problem getting worse. Last year, the state had its worst September (8,659 outbreaks) in the historical series of fire records by INPE, which began in 1998.The state advanced in the ranking of hot spots during the Bolsonaro government (PL) and in the first term of Bolsonarist governor Wilson Lima (União Brasil). In recent days, the smoke generated by the fires has reached rural and urban areas of cities in the metropolitan region of Manaus, the arc of deforestation in the south of the state, the surroundings of the BR-319 ( highway), and the upper and middle Solimões.The water for firefighting comes from the rivers and lakes themselves and, in general, is loaded into tank cars or improvised trucks with tanks, according to the secretary of Environment of Maués (AM), Jane Crespo, who coordinates the Forum of Environment Departments of the State of Amazonas. The concern is that the ebb will jeopardize firefighting.Translated by Cassy DiasRead the article in the original language
2023-09-08 10:40:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/en/scienceandhealth/2023/09/smoke-from-amazon-fires-shrouds-manaus-and-southern-amazon-cities.shtml
Globo vai juntar filhos de Gugu e Faustão em programa de Luciano Huck
A Globo vai unir os filhos dos apresentadores Gugu Liberato (1959-2019) e Fausto Silva em uma edição do programa Domingão com Huck, apresentado por Luciano Huck. João Guilherme Silva e João Augusto Liberato foram convidados por Huck, e já aceitaram o convite para participar da atração.A informação foi dada pelo jornalista Flávio Ricco e confirmada pelo F5. A intenção de Huck é homenagear os grandes apresentadores dominicais da TV brasileira.Gugu e Faustão fizeram uma batalha ferrenha pela audiência entre os anos 1990 e 2000 pela liderança de ibope, mas nutriam uma amizade nos bastidores e até fizeram campanhas publicitárias juntos. Mais Assim como os pais, eles querem ser apresentadores de prestígio. João já atuou com Faustão na Band por um ano e meio, e a partir de outubro, terá um programa solo nas noites de sábado da emissora do Morumbi.Um piloto já começou a ser produzido por Cris Gomes e Renato Moreira, amigos pessoais do pai do apresentador. A estreia está prevista para outubro.João Augusto teve um canal no YouTube onde fazia receitas, e já deu entrevistas até na própria Globo, onde dizia que queria continuar o legado de Gugu na televisão. Em participação no Programa Silvio Santos com Patrícia Abravanel, ele assumiu que estuda para assumir um programa."Estou estudando administração e comunicação, quero trabalhar com isso, para manter o legado do meu pai. Eu adoro essa alegria toda! Venho aqui desde criança e estar aqui é muito nostálgico para mim", comentou João Augusto.
2023-09-08 10:56:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/globo-vai-juntar-filhos-de-gugu-e-faustao-em-programa-de-luciano-huck.shtml
Os alimentos que podem causar saciedade e ajudar a emagrecer como o Ozempic
Você provavelmente já ouviu falar do medicamento Ozempic, usado para controlar diabetes tipo 2 e como remédio para perder peso.O Ozempic (e o medicamento de efeito similar Wegovy) ocupou manchetes na imprensa e esteve envolvido em controvérsias: uma escassez de oferta global, tuítes de Elon Musk sobre seu uso do medicamento, a aprovação para perda de peso em adolescentes nos EUA.O apresentador do Oscar Jimmy Kimmel até fez piada com isso na maior festa do cinema em março deste ano.Mas até que ponto realmente precisamos de medicamentos como o Ozempic? Podemos usar alimentos para substituí-lo?O princípio ativo do Ozempic é a semaglutida, que atua induzindo a saciedade. Essa sensação de estar satisfeito ou "cheio" suprime o apetite. É por isso que funciona para perda de peso.A semaglutida também ajuda o pâncreas a produzir insulina, e é assim que ajuda a controlar o diabetes tipo 2. Nosso corpo precisa de insulina para transportar para dentro das células a glicose (o açúcar do sangue) que obtemos dos alimentos, para que possamos usá-la como energia.A semaglutida funciona imitando o papel de um hormônio natural, chamado GLP-1 (peptídeo-1 semelhante ao glucagon), normalmente produzido em resposta à detecção de nutrientes quando comemos.O GLP-1 faz parte da via de sinalização que informa ao corpo que você comeu e o prepara para usar a energia proveniente da comida.Os nutrientes que desencadeiam a secreção de GLP-1 são macronutrientes - açúcares simples (monossacarídeos), peptídeos e aminoácidos (de proteínas) e ácidos graxos de cadeia curta (de gorduras e também produzidos por bactérias intestinais boas).Existem muitos desses macronutrientes em alimentos com alta densidade energética, que tendem a ser alimentos ricos em gordura ou açúcares com baixo teor de água. Há evidências de que, ao escolher alimentos ricos nesses nutrientes, os níveis de GLP-1 podem ser aumentados. Mais Isso significa que uma dieta saudável, rica em nutrientes estimulantes do GLP-1, pode aumentar os níveis de GLP-1. Podem ser alimentos com gorduras boas, como abacate ou nozes, ou fontes de proteína magra, como ovos.E os alimentos ricos em fibras fermentáveis, como vegetais e cereais integrais, alimentam as nossas bactérias intestinais, que depois produzem ácidos graxos de cadeia curta capazes de desencadear a secreção de GLP-1.É por isso que dietas ricas em gordura, fibras e proteínas podem te ajudar a se sentir saciado por mais tempo. É também por isso que a mudança na dieta faz parte do controle do peso e do diabetes tipo 2.No entanto, não é necessariamente tão simples para todos. Este sistema também significa que, quando fazemos dieta e restringimos a ingestão de energia, ficamos com mais fome. E, para algumas pessoas, esse "ponto de referência" para peso e fome pode ser diferente.Alguns estudos demonstraram que os níveis de GLP-1, especialmente após as refeições, são mais baixos em pessoas com obesidade. Isto pode ser devido à redução da produção de GLP-1 ou a um aumento de sua degradação.Os receptores que o detectam também podem ser menos sensíveis ou pode haver menos receptores. Isto pode ser devido a diferenças nos genes que codificam o GLP-1, os receptores ou partes das vias que regulam a produção.Essas diferenças genéticas são coisas que não podemos mudar. Mais Embora dieta e medicamentos possam funcionar, ambos têm seus desafios.Medicamentos como o Ozempic podem ter efeitos colaterais, incluindo náuseas, vômitos, diarreia e problemas em outros órgãos. Além disso, quando as pessoas param de tomá-lo, a sensação de saciedade começa a desaparecer e as pessoas começam a sentir fome nos níveis anteriores.Se perdeu muito peso rapidamente, você pode sentir ainda mais fome do que antes.As mudanças na dieta apresentam muito menos riscos em termos de efeitos colaterais, mas as respostas exigirão mais tempo e esforço.Na nossa movimentada sociedade moderna, os custos, o tempo, as competências, a acessibilidade e outras pressões também podem ser barreiras à alimentação saudável, à sensação de saciedade e aos níveis de insulina.As soluções dietéticas e medicamentosas muitas vezes colocam o foco nas mudanças individuais para melhorar os resultados de saúde. Mas as mudanças sistêmicas, que reduzem as pressões e barreiras que dificultam a alimentação saudável (como a redução da semana de trabalho ou o aumento do salário mínimo), têm muito mais probabilidade de fazer diferença.Também é importante lembrar que o peso é apenas uma parte da equação da saúde. Se você suprimir o apetite, mas mantiver uma dieta rica em alimentos ultraprocessados e pobres em micronutrientes, poderá perder peso, mas não aumentar sua nutrição de fato.Portanto, é necessário apoio para melhorar as escolhas alimentares, independentemente do uso de medicamentos ou da perda de peso, para verdadeiras melhorias na saúde.A velha frase "deixe a comida ser o seu remédio" é cativante e frequentemente baseada na ciência, especialmente quando os medicamentos são deliberadamente escolhidos ou concebidos para imitar hormônios e compostos que já ocorrem naturalmente no corpo.Mudar a dieta é uma forma de modificar nossa saúde e nossas respostas biológicas. Mas estes efeitos ocorrem num contexto da nossa biologia pessoal e das nossas circunstâncias únicas de vida.Para algumas pessoas, a medicação será uma ferramenta para melhorar o peso e os resultados relacionados à insulina. Para outros, a comida por si só é um caminho razoável para esse sucesso.Embora a ciência seja para as populações, os cuidados de saúde são individuais e as decisões sobre alimentos e/ou medicamentos devem ser tomadas com o aconselhamento ponderado de profissionais de saúde. Clínicos gerais e nutricionistas podem trabalhar com sua situação e necessidades individuais.*Professora sênior de Ciência Alimentar e Nutrição Humana, na Escola de Ciências Ambientais e da Vida da Universidade de Newcastle, no Reino Unido.Este artigo foi publicado no The Conversation e reproduzido aqui sob uma licença Creative Commons. Clique aqui para ler a versão original em inglês.
2023-09-08 10:39:00
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Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/os-alimentos-que-podem-causar-saciedade-e-ajudar-a-emagrecer-como-o-ozempic.shtml