title
stringlengths
6
168
text
stringlengths
301
136k
date
stringlengths
10
19
category
stringclasses
19 values
category_natural_language
stringclasses
19 values
link
stringlengths
59
233
Medidas de saúde de baixo custo podem impulsionar grande queda na mortalidade materna, diz relatório
Uma série de medidas de baixo custo para tornar o parto mais seguro pode salvar a vida de mais 2 milhões de mães e bebês em todo o mundo até 2030, disse uma importante organização filantrópica.A Fundação Bill Melinda Gates disse na terça-feira que desde 2016 o progresso na redução da mortalidade materna global estagnou, em parte por causa da interrupção causada pela pandemia de coronavírus. Em alguns países, incluindo os EUA e a Venezuela, as taxas de mortalidade materna aumentaram nos últimos anos.Com quase 800 mulheres morrendo no parto todos os dias, a fundação pediu "ação imediata" para cumprir a meta de desenvolvimento sustentável da ONU de redução da taxa de mortalidade materna para menos de 70 em 100.000 nascimentos, e a mortalidade neonatal para pelo menos 12 mortes por 1.000 nascimentos, até 2030. A projeção atual é de 138 mortes maternas por 100 mil nascimentos até essa data, ou quase o dobro da meta.Os co-presidentes da fundação, Melinda French Gates e Bill Gates, delinearam sete "inovações" e práticas – muitas de baixo custo e entregues por parteiras e parteiras – que poderiam prevenir mortes por complicações do parto, como hemorragias pós-parto, sepse e outras infecções.Medidas como o aumento do uso de antibióticos e tratamentos de anemia, incluindo suplementos de micronutrientes, podem salvar 2 milhões de vidas adicionais até 2030 e 6,4 milhões de vidas até 2040, acrescentaram.O relatório dizia que "as mudanças políticas (...) e mais investimento na saúde da mulher e nos profissionais de saúde, incluindo as parteiras" seriam necessários para reduzir a mortalidade materna.Ao lançar o relatório, Mark Suzman, presidente-executivo da fundação, disse que "enormes progressos" foram feitos na redução de mortes durante o parto em países de baixa e média renda na África subsaariana, sul da Ásia e outras regiões.Entre 2000 e 2015, a mortalidade infantil evitável caiu mais da metade, para menos de 5 milhões de mortes por ano, disse ele.O progresso primeiro desacelerou e depois estagnou "em grande parte [como] resultado da crise da Covid-19", que "interrompeu os sistemas de saúde e restringiu o financiamento", disse ele.O relatório observou que 18 indicadores-chave nos ODS da ONU – da pobreza à igualdade de gênero, da educação à segurança alimentar, da saúde ao clima – podem não ser alcançados até a meta de 2030.Mas se as autoridades de saúde implementarem as inovações recomendadas e aumentarem o uso de vacinas ou mosquiteiros contra a malária, "então é absolutamente possível reverter os retrocessos e alcançar os ODS", acrescentou Suzman.O professor Bosede Afolabi, chefe de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Lagos, na Nigéria, disse na coletiva de imprensa que dar suplementos de micronutrientes a mulheres anêmicas durante a gravidez reduziu o número de natimortos em cerca de 21% e o baixo peso ao nascer em 19%, ao mesmo tempo em que reduziu "a mortalidade infantil de seis meses em grande medida".A anemia afeta até 37% das mulheres grávidas em todo o mundo. Em alguns lugares do sul da Ásia, essa taxa saltou até 80%, observou o relatório. Mais Em um ensaio na África subsaariana, o uso do antibiótico azitromicina reduziu os casos de sepse em um terço. French Gates acrescentou que também pode ser um divisor de águas nos EUA, onde a sepse causa 23% das mortes maternas e que tem algumas das "taxas de mortalidade materna mais desiguais entre os países de alta renda".Robert Yates, diretor do programa de saúde global do think tank Chatham House, com sede em Londres, disse que a Covid-19 expôs o subinvestimento global em saúde. Embora tenha saudado o investimento nas intervenções recomendadas pela Fundação Gates, também foi necessário aumentar o financiamento em infraestrutura, trabalhadores, ambulâncias e commodities."Se vamos ver melhorias na mortalidade materna, há um papel para a comunidade internacional ajudar", disse ele, mas acrescentou que serão "grandes aumentos no financiamento público doméstico [que] farão a diferença".
2023-09-12 07:43:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/medidas-de-saude-de-baixo-custo-podem-impulsionar-grande-queda-na-mortalidade-materna-diz-relatorio.shtml
Truque que permite ganhar R$ 6.000 no Spotify com música de 30 segundos funciona?
O chefe do Spotify negou alegações de que usuários podem ganhar dinheiro em royalties se ouvirem repetidamente músicas que eles próprios adicionarem à plataforma.Analistas financeiros do banco JP Morgan disseram que assinantes do Spotify poderiam ganhar US$ 1.200 (ou quase R$ 6.000) por mês ouvindo sua própria música de 30 segundos repetidamente, 24 horas por dia.A avaliação sugeria que a estrutura de pagamento de royalties do Spotify poderia ser manipulada.Mas Daniel Ek, CEO da gigante do streaming, diz que não é assim que funcionam os royalties da plataforma.A teoria foi publicada pela primeira vez no jornal Financial Times e depois compartilhada no X (ex-Twitter) por Julian Klymochko, fundador da Accelerate, uma empresa de investimentos com sede no Canadá."Se isso fosse verdade, minha playlist seria apenas 'Som de 30 segundos repetida do Daniel!", respondeu Ek."Mas, falando sério, não é exatamente assim que funciona o nosso sistema de royalties", afirmou o CEO da Spotify.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Analistas apontam que o streaming artificial - que ocorre quando dispositivos executam faixas escolhidas em repetição - está prejudicando a indústria musical.Executivos do JP Morgan estimam que até 10% de todos os streams são falsos, de acordo com o Financial Times.Na semana passada, o jornal sueco Svenska Dagbladet informou que grupos criminosos estariam usando o sistema de royalties do Spotify para lavar dinheiro obtido por meio de tráfico de drogas.De acordo com o site do Spotify, a plataforma tem dois níveis de royalties e os artistas são pagos uma vez por mês - mas o valor que eles recebem pode variar."Ao contrário do que dizem, o Spotify não paga royalties com um valor por clique ou por streaming. O pagamento que o artista recebe varia de acordo com como é feito o streaming da música ou contratos com as gravadoras/distribuidoras", diz o site.A Universal Music Group e a Deezer anunciaram recentemente o lançamento conjunto de um modelo de streaming de música com o objetivo de gerar royalties maiores para os artistas - o que significa que eles receberão mais se os usuários optarem ativamente por ouvir suas músicas.Isso pode significar que o Spotify e outros serviços de streaming, como o Apple Music, serão forçados a ajustar seus próprios modelos.Texto publicado originalmente aqui
2023-09-12 08:32:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/rico-no-spotify-empresa-desmente-truque-para-ganhar-r-6000-com-musica-de-30-segundos.shtml
China cogita proibir roupas que 'atentem contra espírito nacional'
Um projeto de lei sobre roupas "prejudiciais ao espírito do povo chinês" gerou debate na China. Se a lei entrar em vigor, pessoas consideradas culpadas poderão ser multadas ou presas, mas a proposta não especifica o que exatamente constitui uma violação.Usuários de redes sociais e especialistas jurídicos pediram mais clareza para que excessos na aplicação da lei sejam evitados. A China divulgou recentemente uma série de propostas de mudanças em suas leis de segurança pública —as primeiras reformas em décadas.A lei sobre o vestuário provocou reação imediata, com muitas pessoas descrevendo o texto como excessivo e absurdo nas redes sociais. As controversas cláusulas sugerem que as pessoas que vistam ou forcem outras pessoas a usarem roupas e símbolos que "minam o espírito ou ferem os sentimentos da nação chinesa" podem ser detidas por até 15 dias e multadas em até 5.000 yuans (ou R$ 3.400).Quem cria ou divulga artigos e discursos do tipo também poderá enfrentar a mesma punição. As propostas de mudanças legais também proíbem "insultar, caluniar ou de outra forma infringir os nomes de heróis e mártires locais", bem como o vandalismo de suas estátuas.Nas redes, pessoas questionam como os aplicadores da lei poderiam determinar unilateralmente quando os "sentimentos" da nação serão "feridos". "Será que usar terno e gravata conta? O marxismo se originou no Ocidente. Sua presença na China também contaria como ferir os sentimentos nacionais", publicou um usuário na plataforma chinesa Weibo, semelhante ao X, o ex-Twitter.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...Especialistas jurídicos do país também criticaram a formulação vaga da lei, dizendo que ela poderia estar sujeita a abusos. Zhao Hong, professora de direito da Universidade Chinesa de Ciência Política e Direito, disse que a falta de clareza pode levar a uma violação de direitos individuais."E se o responsável pela aplicação da lei, geralmente um agente da polícia, tiver uma interpretação pessoal e iniciar um julgamento moral para além do âmbito da lei?", escreveu ela num artigo.Zhao citou um caso que ganhou manchetes na China no ano passado, quando uma mulher vestida de quimono foi detida na cidade de Suzhou e acusada de "provocar brigas e incitar problemas" porque usava a vestimenta japonesa. O incidente gerou indignação nas redes sociais chinesas. Mais Mas há outros exemplos de repressão. Em março, a polícia deteve uma mulher que vestia uma réplica de um uniforme militar japonês num mercado noturno. E no mês passado, pessoas que usavam roupas com estampas de arco-íris foram impedidas de entrar num show do cantor taiwanês Chang Hui-mei em Pequim."Usar um quimono é ferir os sentimentos da nação chinesa, comer comida japonesa é pôr em risco o seu espírito? Quando é que os sentimentos e o espírito da nação chinesa se tornaram tão frágeis?", escreveu um popular comentarista digital, conhecido pelo pseudônimo de Wang Wusi.O projeto de lei é mais um exemplo de como o líder chinês, Xi Jinping, tem procurado redefinir o que torna um cidadão chinês modelo desde que ascendeu ao poder em 2012. Em 2019, o seu Partido Comunista Chinês emitiu "diretrizes morais" que incluem normas como ser educado, viajar com menor pegada de carbono e ter "fé" em Xi e no partido.Este texto foi originalmente publicado aqui.
2023-09-12 08:29:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/china-cogita-proibir-roupas-que-atentem-contra-espirito-nacional.shtml
Deborah Secco vai discutir novo contrato fixo ou saída da Globo após 'Elas por Elas'
Protagonista do remake de "Elas por Elas", que estreia no próximo dia 25 na faixa das seis, Deborah Secco tem uma situação a definir com a Globo após o fim da novela. A produção é a última do contrato atual da atriz. Após a trama, as duas partes irão conversar sobre a continuidade dela no elenco fixo —ou sua saída da emissora.Em 2022, em entrevista ao podcast Quem Pode Pod, Deborah afirmou que seu vínculo terminaria no final deste ano. No entanto, foi negociada uma extensão contratual de seis meses para contemplar o período de gravações da produção assinada por Thereza Falcão e Alessandro Marson.O acordo vai até junho de 2024, o que foi confirmado por sua assessoria de imprensa. Como "Elas por Elas" tem previsão de terminar em março do ano que vem, não haveria tempo de ela engatar outro projeto de longa duração na sequência. Mais A Globo gosta do trabalho da atriz, que costuma topar qualquer produção para a qual é convocada. Deborah, porém, tem o desejo de realizar outros projetos. O futuro dela na emissora dependerá das negociações.Aos 43 anos, a carioca está na Globo há 28 anos. Ela começou a carreira em "Mico Preto", de 1990, com 10 anos de idade. Em 1994, ela deixou a emissora e protagonizou "Confissões de Adolescente" na TV Cultura, mas voltou à emissora carioca em 1995 e não saiu mais.Desde então, esteve em produções como "A Próxima Vítima" (1995), "Suave Veneno" (1999), "Laços de Família" (2000), "Celebridade" (2003), "Pé na Jaca" (2007), "A Favorita" (2008), "Louco por Elas" (2012-2013), "Segundo Sol" (2018) e "Salve-se Quem Puder" (2020-2021). Seus trabalhos mais recentes foram o programa Tá na Copa e uma participação no começo da novela "Vai na Fé" (2023).
2023-09-12 08:00:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/deborah-secco-vai-discutir-novo-contrato-fixo-ou-saida-da-globo-apos-elas-por-elas.shtml
Apple faz evento de lançamento do iPhone 15 nesta terça; veja como assistir
A Apple faz nesta terça-feira (12) seu tradicional evento de outono, que costuma ser marcado pelo lançamento de novos modelos de iPhones. Após as 14h, o público deve conhecer as especificações da nova linha de smartphones da empresa mais valiosa do mundo —o iPhone 15.Serão quatro versões de aparelhos: iPhone 15, 15 Plus, 15 Pro e 15 Pro Max. Os lançamentos da empresa de tecnologia não costumam ser globais, e nos últimos anos os iPhones mais recentes chegaram ao Brasil com cerca de um mês de atraso.A Apple não chegou a oficializar que um novo iPhone será anunciado no evento desta terça, mas o lançamento é tido como certo por quem acompanha o mercado. Reforçam as expectativas a redução nos preços dos modelos anteriores de celulares da Apple: iPhones 13 e 14, lançados, respectivamente, em 2021 e 2022.O evento, chamado pela Apple de "Wonderlust" (desejo de viajar, em tradução livre), não deve apresentar um produto inédito, como ocorreu em junho com os óculos de realidade mista Vision Pro, de acordo com especialistas que acompanham a gigante da tecnologia.Ainda assim, esta terça é estratégica para a empresa, visto que iPhones, Apple Watches e AirPods respondem por cerca de 60% das vendas da companhia.O evento de outono pode ser acompanhado no canal da Apple no Youtube.As novidades apresentadas no "Wonderlust" podem ser decisivas para o desempenho da fabricante de dispositivos eletrônicos, após um ano com resultados aquém do esperado.Na última semana, a Apple ainda perdeu quase R$ 1 trilhão em valor de mercado em apenas dois dias, após o governo chinês anunciar que restringiria o acesso de funcionários públicos a iPhones. Na última sexta-feira (8), a empresa também anunciou uma atualização de emergência após detectar, em seus aparelhos, o vírus espião Pegasus, de origem israelense.Para recuperar mercado, a empresa dobrou a aposta no luxo, segundo a agência Bloomberg. A Apple deve focar os incrementos nos aparelhos de ponta da nova linha de iPhones 15 —Pro e Pro Max.A companhia deve equipar os iPhones 15 Pro e 15 Pro Max com o novo processador A17, construído com precisão inédita no mercado de 3 nanômetros em busca de desempenho e também economia de bateria.A fabricante de smartphones fechou contrato de exclusividade com a fabricante taiwanesa de chips TSMC pela tecnologia durante este ano para manter um diferencial ante a concorrência.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Outra novidade nos aparelhos de topo de linha é uma melhoria no conjunto de câmeras que incrementará o zoom ótico do aparelho de 3x para cerca de 6x, o que diminui a necessidade de intervenção computacional nas imagens. As chamadas lentes periscópicas equipadas no iPhone ampliam a distância focal com movimentos horizontais, sem necessidade de aumentar a espessura do aparelho.No design, o acabamento muda do aço inoxidável vulnerável a marcas de dedo para titânio, o que diminui o peso do celular. A tela também se afilará em direção às extremidades dos novos iPhones Pro e Pro Max. A traseira em vidro fosco permanece, com uma ligação mais suave aos elementos metálicos.Isso deve fazer o iPhone 15 Pro Max custar US$ 100 (R$ 498) mais caro em relação à geração anterior. Antes do lançamento dos novos aparelhos, o iPhone 14 Pro Max é vendido por US$ 1099 (R$ 5,440, sem contar impostos).Ainda segundo a Bloomberg, os iPhones 15 e 15 Plus devem ser equipados com os chips A16 Bionic, já disponíveis na atual geração de smartphones da Apple de versão Pro.Também permanece o conjunto de três câmeras traseiras, com grande-angular de 48 megapixels, e a interface Dynamic Island, que amplia a área de interação da tela.Todos os novos iPhones serão recarregados via USB-C, seguindo as diretrizes do regulador europeu, que sancionou a Apple por adotar padrões diferentes da concorrência. Será a primeira mudança na entrada de dispositivos da empresa desde 2012.Os aparelhos ainda vão ganhar um novo semicondutor, chamado de "U2", que melhorará as funções de rastreio dos novos iPhones.Segundo a Bloomberg, a Apple também trabalha em um novo chip de rede próprio, mas que não ficou pronto a tempo do evento desta terça. Por isso, os novos iPhones devem continuar com modens da Qualcomm, usados também pela concorrência.Procurada, a Apple afirma que não comenta boatos. Mais Com Bloomberg
2023-09-12 07:00:00
tec
Tecnologia
https://www1.folha.uol.com.br/tec/2023/09/apple-faz-evento-de-lancamento-do-iphone-15-nesta-terca-veja-como-assistir.shtml
PL de Bolsonaro apresenta ao TSE prestação de contas erradas do ano eleitoral de 2022
O PL, partido de Jair Bolsonaro, apresentou à Justiça Eleitoral dados errados de sua movimentação financeira do ano de 2022, quando o então presidente tentou, mas não conseguiu a reeleição.Pela Constituição e leis específicas sobre o tema, todos os partidos políticos do Brasil são obrigados a apresentar prestação de contas anuais à Justiça, para efeito de transparência e de fiscalização da aplicação dos recursos públicos. O prazo para a entrega dos dados relativos a 2022 terminou em 30 de junho.De acordo com os dados públicos de transparência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o PL declarou um gasto de R$ 448 milhões no ano passado, a maior parte dinheiro público dos fundos partidário e eleitoral.O TSE, porém, só recebeu notas fiscais que totalizam R$ 41 milhões, apenas 8% do total da despesa informada, mostra levantamento feito pelo Movimento Transparência Partidária.Procurado pela Folha nas últimas semanas, o partido presidido por Valdemar Costa Neto não quis se manifestar.Ao TSE, porém, a sigla apresentou petições requerendo a reabertura da sua prestação de contas devido à "ausência de informações importantes e equívocos nos lançamentos dos dados".A área técnica do TSE já se manifestou preliminarmente sobre os documentos, afirmando que a prestação de contas do partido "não reflete sua movimentação financeira" por omitir receitas recebidas do fundo eleitoral e não incluir "a documentação comprobatória de origens e aplicações" no sistema de prestação de contas partidárias.Os técnicos registram ainda que o PL não apresentou o extrato bancário do instituto do partido, o Álvaro Valle, que movimentou recursos públicos do fundo partidário. Foi dado prazo até o dia 18 para que o PL apresente as informações faltantes. Mais A resolução do TSE 23.604/2019, que regulamenta a Lei dos Partidos Políticos (9.096/95), determina que a comprovação dos gastos "deve ser realizada por meio de documento fiscal idôneo, sem emendas ou rasuras, devendo dele constar a data de emissão, a descrição detalhada, o valor da operação e a identificação do emitente e do destinatário", entre outras informações.Devido à morosidade da Justiça Eleitoral, porém, as contas das legendas só têm a análise finalizada pelo TSE com um atraso de cerca de cinco anos. Ou seja, a depender do ritmo atual, o informe do PL relativo a 2022 só será analisado de forma conclusiva pela Justiça Eleitoral em 2027."Em caso de omissão, o TSE deve diligenciar para que apresentem os documentos. Se a diligência não for cumprida, as contas podem ser desaprovadas, mas não há previsão legal de penalidade específica para essa omissão", afirma Marcelo Issa, diretor-executivo do Transparência Partidária."A Justiça Eleitoral geralmente analisa e julga as contas partidárias no limite do prazo prescricional de cinco anos, o que aumenta o risco de que documentos comprobatórios apresentados depois de alguns anos se percam ou sofram alterações."A eventual detecção de uso irregular das verbas públicas pode resultar na determinação de devolução dos recursos, acrescido de multa.O TSE concluiu em maio o julgamento das contas dos partidos relativas a 2017 e determinou a devolução aos cofres públicos de ao menos R$ 40 milhões, a título de ressarcimento e multa, valor que ainda precisa ser corrigido pela inflação.O Congresso, porém, corre para tentar aprovar a PEC da Anistia, proposta de emenda à Constituição que pretende passar uma borracha em todas as irregularidades ocorridas até o momento. A medida conta com o apoio do governo e da oposição. Mais
2023-09-12 04:06:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/pl-de-bolsonaro-apresenta-ao-tse-prestacao-de-contas-erradas-do-ano-eleitoral-de-2022.shtml
Podcast discute uso da delação premiada, da Lava Jato a Mauro Cid
A falta de aval do Ministério Público ao acordo de delação premiada fechado por Mauro Cid com a Polícia Federal está na mira de auxiliares jurídicos de Jair Bolsonaro (PL). A defesa do ex-presidente pretende usar o fator para contestar provas obtidas a partir da colaboração do militar, homologada por Alexandre de Moraes no sábado (9); Cid foi solto no mesmo dia.O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse não concordar com acordos de colaboração nesse modelo —e lembrou dois casos no âmbito da Lava Jato, do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. O uso do mecanismo pela operação foi alvo de críticas na época do auge dela.PF e Ministério Público intensificaram uma disputa por protagonismo em investigações em anos recentes, e o Supremo já discutiu o poder de fechar acordos de delação. Em 2018, a corte entendeu que delegados podem firmá-los; três anos depois, anulou o acordo de Cabral devido a questões técnicas. Ministros como Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e Kassio Nunes Marques já indicaram ter ressalvas ao mecanismo.Analistas veem ainda a possibilidade de o acordo de Cid gerar um efeito cascata de estímulo a novos acordos do tipo.Nesta terça-feira (12), o Café da Manhã discute o acordo de delação de Mauro Cid, explica como o mecanismo foi usado nos últimos anos no Brasil e analisa as controvérsias em torno do uso desse instrumento pela polícia e pelo Judiciário. O podcast entrevista o advogado Davi Tangerino, professor de direito penal da UERJ.O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Carolina Moraes, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.
2023-09-12 05:00:00
podcasts
Podcasts
https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2023/09/podcast-discute-uso-da-delacao-premiada-da-lava-jato-a-mauro-cid.shtml
Furto de 2.000 itens põe na berlinda modelo de gestão do Museu Britânico
Os visitantes do grande edifício neoclássico do Museu Britânico, em Bloomsbury, no centro de Londres, foram recebidos por um rosto inesperado no balcão de informações na semana passada: "dame" Mary Beard, a estudiosa e professora de cultura clássica, administradora do museu. Ela chegou para tranquilizar os funcionários após um dos maiores escândalos que atingiu a instituição em seus 270 anos de história."Conversei com um simpático visitante australiano que brincou: 'Pensei apenas em verificar se o lugar todo não tinha sido roubado'", disse Beard. Foi uma brincadeira dolorosa. Os curadores fizeram uma reunião depois que se descobriu, em agosto, que 2.000 itens tinham sido retirados de sua enorme coleção, o que levou à renúncia de Hartwig Fischer, seu diretor. As peças incluem pedras semipreciosas antigas e joias de ouro.O museu demitiu um de seus mais antigos curadores e a polícia iniciou uma investigação. O alarme foi dado pela primeira vez diretamente por Ittai Gradel, especialista e negociante de antiguidades, em 2021, depois que ele encontrou alguns dos itens à venda no eBay. Mas uma investigação inicial realizada por funcionários graduados do museu não deu pela falta de nada.O escândalo lança uma luz fria sobre a falta de segurança para impedir o roubo interno por parte dos curadores do museu, especialistas altamente respeitados mas modestamente pagos que exercem enorme autoridade nos seus feudos. O museu acredita agora que o roubo ocorreu ao longo de duas décadas, com pedras preciosas num depósito seguro sendo arrancadas de armações e registros de computador alterados para sugerir que algumas tinham desaparecido na década de 1930.As revelações chegam num momento delicado: o museu tem sido pressionado a devolver peças contestadas aos países de origem, incluindo bronzes decorativos apreendidos no Benim pelas forças britânicas em 1897. George Osborne, antigo chanceler do Reino Unido e presidente dos curadores, está negociando com o governo grego o empréstimo de algumas das esculturas do Partenon —também chamadas de Mármores de Elgin– retiradas de Atenas no início do século 19.As notícias dos roubos ampliaram os apelos para que mais tesouros sejam repatriados. O jornal estatal chinês Global Times pediu na semana passada que o museu devolva as relíquias chinesas adquiridas por "meios sujos e pecaminosos".Dan Hicks, professor de arqueologia contemporânea na Universidade de Oxford, disse que as reivindicações do museu de ser um zelador confiável agora soam vazias: "Como é que uma instituição que fez de sua capacidade de proteger o patrimônio mundial uma virtude tão grande se sai com a notícia de que esteve roubando de si mesmo?"Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Também mina o propósito central da instituição, fundada em 1753 como um dos primeiros museus universais ou enciclopédicos do mundo, com a intenção de representar uma ampla gama de conhecimento humano. Ele foi seguido pelo Museu do Louvre em Paris e pelo Museu Metropolitano de Arte em Nova York.O Museu Britânico começou com uma coleção de livros, moedas e plantas secas formada por sir Hans Sloane, médico que se casou com uma herdeira de plantações com mão de obra escrava na Jamaica, e vem se expandindo desde então. Hoje, sua coleção de 8 milhões de itens é tão grande e variada que 1% está em exposição pública e apenas cerca de metade foi catalogada. A tarefa de recuperar itens roubados será muito dificultada pela falta de documentação.Christopher Marinello, fundador da Art Recovery International, que recupera obras roubadas, diz que isso é "completamente imperdoável e uma grande negligência. Você não pode recuperar coisas que não pode provar que possui".Beard descreve os roubos como "uma tragédia", e diz que o museu deve uma explicação completa ao público, mas é inibido pela investigação policial. "Mantemos as coisas em confiança para a nação e temos o dever de contar o que aconteceu... o melhor que se pode dizer é que isso nos fará olhar ainda mais atentamente para o que o museu deve ser."Demorou muito para se descobrirem os roubos. Gradel queixou-se a um administrador em outubro passado de ter sido ignorado, e Osborne pediu a Fischer que explicasse. Em dezembro, uma auditoria completa descobriu que faltavam peças, e a polícia foi alertada. Fischer anunciou em julho que se aposentaria no próximo ano, mas renunciou abruptamente no mês passado, desculpando-se por ter acusado Gradel de reter provas.Já existiam tensões entre Osborne e Fischer, um ilustre historiador de arte alemão nomeado em 2015, quando sir Richard Lambert, antigo editor do Financial Times, era presidente.Um administrador disse que Osborne estava insatisfeito com a liderança de Fischer após sua nomeação em 2021, e os roubos prejudicaram ainda mais seu relacionamento. "Tudo está bem quando um presidente e um diretor se dão bem, mas, quando isso não acontece, é venenoso", comenta um ex-diretor. Fischer não quis comentar.Não ajudou o fato de Osborne ter assumido publicamente a liderança nas negociações com Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro da Grécia, sobre as esculturas do Partenon. "Tenho certeza de que é divertido negociar com Mitsotakis, mas não é a função principal de um presidente do conselho de administração", diz um administrador sênior de outro museu. Tanto o museu quanto Fischer dizem que ele esteve totalmente envolvido nas negociações. Mais Mas os roubos começaram muito antes de Fischer ou Osborne estarem em funções, e refletem um desafio mais amplo no policiamento dos assuntos internos. Embora a maioria dos roubos de arte seja cometida por estranhos, como o roubo de 113 milhões de euros em joias de um museu de Dresden (Alemanha) em 2019, os roubos internos não são exclusivos do Museu Britânico. Anders Burius, principal bibliotecário da Biblioteca Nacional da Suécia, roubou mais de 50 livros raros na década de 1990.Um problema é que os curadores precisam manusear muitos objetos para pesquisa, e quem tem acesso privilegiado pode facilmente esconder pequenos itens: no Museu Britânico eles não são revistados ao sair. Foi muito chocante para a equipe saber dos desvios de um colega curador: Osborne disse que o "pensamento de grupo" era parcialmente culpado.Ser confiável para pesquisar de forma independente é uma grande parte do apelo profissional dos curadores, que não são altamente remunerados: o salário médio nos museus do Reino Unido é de 38.500 libras (R$ 240 mil anuais). "É uma profissão mal remunerada, que não acompanhou os salários universitários. Tentar contratar pessoal dos Estados Unidos agora é uma piada", diz um diretor.Alguns museus têm regras mais rígidas sobre os indivíduos não estarem sozinhos nos arquivos: as galerias Tate, por exemplo, exigem que os funcionários sejam supervisionados no manuseio de desenhos, principalmente para evitar danos acidentais. Mas a escala da coleção do Museu Britânico torna isso mais difícil: há décadas ele se esforça para registrar exatamente o que tem. Quando livros raros foram roubados da sua biblioteca por um leitor em 1971, o museu contratou seu primeiro agente de segurança em tempo integral, juntamente com pessoal temporário para compensar o atraso na catalogação. Em 1988, o Gabinete Nacional de Auditoria descobriu que tinha 5,5 milhões de itens –2,5 milhões a menos do que hoje– e alertou para um "aumento inexorável no tamanho das grandes coleções" nos museus.Desde então, a tarefa só cresceu. Muitos museus são obrigados a retirar itens de escavações arqueológicas ou descobertos por projetos como o HS2. "Todos os museus enfrentam desafios com armazenamento. Eles estão cheios de caixas e mais caixas de coisas, muitas delas fechadas e sem registro", disse lorde Neil Mendoza, reitor do Oriel College, em Oxford, que liderou uma revisão governamental dos museus do Reino Unido em 2017. Um deles tinha uma coleção de aspiradores de pó em armazenamento permanente, lembra ele.O Museu Britânico fez progressos. Possui cerca de 2 milhões de registros on-line cobrindo quase 4,5 milhões de itens, incluindo uma trompa de caça esculpida em marfim do século 16 de Serra Leoa e 72 "pederneiras excêntricas". Isso supera o Louvre, que tem cerca de 490 mil itens em seu próprio banco de dados online.Mas, assim como outros, o Museu Britânico tem um problema do tipo Hotel Califórnia: coisas novas podem chegar a qualquer momento, mas nunca podem sair.Embora muito do que o Museu Britânico armazena não tenha grande valor financeiro –até mesmo as gemas roubadas de seus cofres foram oferecidas por menos de 100 libras cada no eBay–, existem restrições legais à venda de itens mantidos em confiança, e a maioria dos curadores reluta em se desfazer até mesmo de objetos menores: uma reportagem descreveu isso como um "tabu" da profissão.Alguns museus dos Estados Unidos estão mais abertos ao que é chamado de "desanexação": vender itens para reduzir a desordem, atualizar coleções e arrecadar dinheiro. "Você não pode me dizer que cada peça de vidro romano tem de estar num museu", disse Marinello. "Pelo amor de Deus, doe para outros museus ou, se não tiver valor para exibição ou pesquisa, venda e conserte o telhado." Mais Uma razão para sua relutância é que, à medida que a tecnologia de digitalização e datação evolui, mais informações podem ser obtidas de itens que antes pareciam inúteis. "Sei que pode parecer loucura termos todas essas coisas, e Marie Kondo diria para nos livrarmos delas, mas há uma lógica aí. É uma posição conservadora, mas não tola", disse Beard.O museu está se preparando para arrecadar dinheiro para um programa de reconstrução que pode custar 1 bilhão de libras, e os roubos o colocam sob pressão ainda maior. Ele deverá mover muitos itens para um novo depósito em Berkshire e provar novamente que é um guardião seguro. Recebe 4,5 milhões de visitantes por ano, mas como a entrada é gratuita depende muito de financiamento governamental, que totalizou 68 milhões de libras (R$ 430 milhões) no ano passado.Hicks diz que não deve deixar de manter um arquivo enorme, mas deve catalogá-lo melhor e abri-lo ao público. Ele cita a Biblioteca Britânica, anteriormente parte do Museu Britânico, que tornou 90% da sua coleção de 160 milhões de livros acessíveis para estudo. "Pelo menos metade do papel dos museus tem de ser disponibilizar objetos ao público para que teça suas próprias histórias", afirma.A ideia de que os museus deveriam se concentrar mais no que têm em seus arquivos não convence a todos. "A custódia é fundamental, mas os museus do Reino Unido são líderes mundiais em interpretação, conservação e exposições", afirma Tristram Hunt, diretor do Museu Victoria e Albert. "Seríamos loucos se permitíssemos que este momento nos distraísse disso."Entretanto, o fato de os furtos no Museu Britânico terem passado despercebidos por tanto tempo levanta uma pergunta alarmante: quanto está sendo roubado silenciosamente de outros?Marinello disse que os museus muitas vezes relutam em admitir o roubo por funcionários porque isso afasta potenciais doadores e mina a confiança na instituição. "Há muitos crimes dos quais nunca sabemos. Alguém precisa confrontar todos eles e perguntar: 'O que foi tirado do seu?'", disse.Na canção "A Foggy Day (in London Town)", Ira Gershwin escreveu certa vez: "Vi a manhã com muito alarme/ o Museu Britânico tinha perdido seu encanto". Talvez ele não seja o único onde faltam alguns encantos.Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves
2023-09-12 04:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/furto-de-2000-itens-poe-na-berlinda-modelo-de-gestao-do-museu-britanico.shtml
Reconstrução de cidades destruídas pelas chuvas no RS poderá mudar zonas urbanas
O plano de reconstrução do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, poderá mudar consideravelmente o mapa dos municípios afetados pela enxurrada da última semana.A partir de um censo de residências destruídas, o governo gaúcho promete liberação de recursos para a reconstrução, mas não necessariamente na mesma localidade. Ao longo dos próximos meses, o Plano Diretor dessas cidades poderá ser modificado para prevenir novas tragédias.Cidades que foram varridas pela enxurrada mesmo em suas áreas centrais como Roca Sales e Muçum, poderão ter uma geografia praticamente nova ao final da reconstrução.O último balanço da Defesa Civil gaúcha soma 46 mortos, 924 feridos e 46 desaparecidos, além de 4.794 desabrigados (pessoas que estão sem ter onde morar), 20.498 desalojados (pessoas que tiveram de sair de suas casas, mas estão hospedadas em outros locais). Foram 96 municípios afetados.Bombeiros de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná trabalham nas buscas no rio Taquari.Conforme o vice-governador Gabriel Souza (MDB), escalado para coordenar o trabalho do Centro Regional de Ação de Recuperação, montado no município de Encantado (RS), a primeira etapa do trabalho passa por reestabelecer comunicação e serviços públicos na região, bem como concluir a limpeza das cidades, que conta com o auxílio de voluntários e de apenados do sistema prisional.Nesta terça (12), será reaberta a primeira escola pública da região, a Escola Estadual de Colinas."Isso traz um efeito psicológico importante para as pessoas. A partir desse ponto, começamos efetivamente a trabalhar na reconstrução das casas, que não é um processo simples e precisamos da menor burocracia possível", diz Souza.O Ministério das Cidades já liberou a construção de 1.500 residências pela faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida, mas se tratam de residências populares. Também para famílias de baixa renda, o Governo do RS também liberará recursos por meio do programa Volta por Cima, que financia R$ 2500 para a compra de móveis, eletrodomésticos e pequenos reparos. Para imóveis de classe média destruídos, a gestão Eduardo Leite (PSDB) planeja realizar um censo sobretudo nos municípios mais atingidos –Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Muçum, Roca Sales e Santa Tereza– e cogita construir residências temporárias até que outras formas de financiamento sejam liberadas para que as famílias construam novos lares definitivos. Mais Para isso, além da liberação do FGTS para quem tiver saldo nas contas, poderá haver outra linha do Minha Casa Minha Vida, o que ainda está sendo negociado. Nesta terça (12), com o auxílio de técnicos da Univates (Universidade do Vale do Taquari), começarão a ser feitos os laudos de engenharia para contabilizar os danos e habilitar as prefeituras a receber recursos federais.Inicialmente, dos R$ 741 milhões anunciados pelo governo federal, R$ 180 milhões via Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional poderão ser utilizados para desmontagem de edificações, desobstrução de vias, remoção de escombros, religação de energia, obras em rodovias, em pontes, em prédios públicos, e para reconstrução de residências destruídas e reurbanização de áreas de risco.A violência demonstrada pelo rio Taquari, todavia, fará com que o estado participe do debate que deve modificar os planos diretores da região. O tema estará em pauta em uma reunião nesta terça entre Souza e o secretário da Habitação, Fabricio Peruchin."Não sabemos ainda quantas, mas é fato que muitas residências que foram destruídas não poderão ser construídas no mesmo local. Regiões urbanas por anos, por décadas, passam a ser encaradas agora como áreas de risco", diz Souza.O Taquari atingiu a sua segunda maior marca na história, com quase 30 metros em Lajeado –a maior dos últimos 80 anos.O RS enfrentará mais chuva forte nos próximos dois dias, embora o Vale do Taquari não seja a região mais atingida. Os maiores volumes serão na metade sul e fronteira oeste. Nessas regiões, o Inmet prevê chuva de 50 a 100 milímetros por dia, ventos intensos, de 60 a 100 quilômetros por hora, e possível queda de granizo. A Defesa Civil do RS trabalha para atender cerca de 3000 pessoas em risco nessas regiões.
2023-09-12 04:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/reconstrucao-de-cidades-destruidas-pelas-chuvas-no-rs-podera-mudar-zonas-urbanas.shtml
Biografia de Elon Musk o pinta de médico do mundo e monstro como pessoa
Em uma noite de 2022, as Forças Armadas da Ucrânia tentavam explodir com drones submarinos a frota naval russa baseada em Sebastopol, na Crimeia. Para guiá-los ao alvo, usavam a Starlink, subsidiária de internet da SpaceX, companhia de exploração espacial de Elon Musk.Desde o início da guerra, Musk fornecia infraestrutura de rede para salvaguardar a comunicação ucraniana, burlando a sabotagem do invasor.Ao saber da ofensiva, ele tomou uma decisão estratégica militar: mandou desativar os satélites, inviabilizando o ataque. Temia que a explosão levasse a uma escalada do conflito. Provavelmente, estava certo. Mas quem é Elon Musk para decidir?"Quem é Elon Musk" é a pergunta sobre a qual se debruça o novo livro do biógrafo Walter Isaacson, cujo lançamento global será nesta terça-feira, dia 12.Desfila pelas mais de 600 páginas um anarcocapitalista hipercompetitivo, pai fisicamente presente e emocionalmente ausente de dez filhos —entre eles, uma transexual comunista que renega o sobrenome—, um homem workaholic, messiânico e desconhecedor da empatia.Nas palavras do autor, alguém que "desenvolveu uma aura que o faz parecer um alienígena, como se sua missão de chegar a Marte fosse um desejo de voltar para casa".Ex-chefe da CNN e da revista Time, Isaacson é um jornalista e historiador com décadas de trânsito nas altas esferas de poder dos Estados Unidos, íntimo dos modos de pensar e agir dos Gates, Jobs, Musks e Kissingers.Se a fluidez do texto e a apuração factual não deixam dúvidas quanto a seu talento de jornalista, o lado historiográfico é opaco.A infância de Musk como um menino branco na África do Sul dos anos 1970, por exemplo, passa ao largo do apartheid —o biografado parece nem ver negros. E ao longo de todo o livro, só três interagem com ele: Kanye West e Azealia Banks, retratados como insanos, e Barack Obama, um nome-instituição.Vozes femininas também são tímidas. A maioria delas não passa de termômetro dos humores voláteis do bilionário. Mas, justiça seja feita ao autor: esse é o mundo de Musk.Apesar dessa moldura estreita, desde o início da carreira, o empresário diz mirar o avanço da "humanidade". Segundo Lucas Hughes, um funcionário da SpaceX, "Elon se importa com a humanidade num sentido bem mais amplo". "Amplo" é eufemismo; talvez a palavra precisa seja "abstrato".Engenheiro excepcional, Musk não tem um repertório filosófico à altura de sua ambição. Durante a juventude, leu existencialistas, mas diante do pessimismo de Nietzsche e Heidegger, contentou-se em extrair sua visão utópica do "Guia do Mochileiro das Galáxias", citado 11 vezes ao longo do texto.Fisicamente, ele parece desterritorializado; flana pelas linhas de produção da Tesla, exigindo cortes de gastos diretamente aos operários. Não há paisagens, a geografia é morta. E a sociedade, thatcheriana, um conjunto de indivíduos reunidos por ambições apresentadas como grandes aspirações humanistas, mas que se encerram em uma competitividade pueril, cravejada de piadas fálicas.Contradições operam no nível interpessoal, sempre com arroubos de violência verbal por parte do protagonista. Quando não, extrapolam para um embate entre o arrojado Musk ícone pop, de um lado, contra a empoeirada casta empresarial e a burocracia do Estado, do outro.Como o primeiro sai do confronto com renovado ar de irresponsabilidade cool, constrói-se um anti-herói da vida privada, anverso necessário para o herói da esfera pública. Mais Traço maior desse "heroísmo" público é o ímpeto colonizador: a ambição de aterrar em Marte e fazer do homem um ser multiplanetário. A contrapartida é o fim da Terra, que ele mitiga com o esforço pela transição energética. Mas, como não há sociedade, ele é incapaz de pensar soluções coletivas e faz do carro de luxo o pivô da revolução.Rápido e direto, o texto lembra uma narração esportiva, o que permite dar tom de thriller aos parâmetros técnicos de uma câmara de refrigeração de combustível, por exemplo; e facilita a absorção dos métodos de um empresário que, numa era de financeirização e desindustrialização, prospera produzindo. Se isso inspirar outros a valorizar o produto mais do que a evasão fiscal, já valeu a pena.Agora, não há super-homem. Há um capitalista esperto e megalomaníaco, sem pudor de esmagar qualquer pessoa no caminho de sua ascensão. Isaacson aceita a sociopatia, mas não a banalidade de seu rico biografado. E insiste em pintá-lo como gênio arquetípico de uma cultura self-made.Assim, sacraliza sua classe, como se ela fosse a única vendedora da cura milagrosa para o apocalipse.
2023-09-12 00:01:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/biografia-de-elon-musk-o-pinta-de-medico-do-mundo-e-monstro-como-pessoa.shtml
Governo prevê resistência no Congresso a mudanças no saque-aniversário do FGTS
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende trabalhar com rapidez para enviar, nas próximas semanas, o projeto de lei que altera as regras do saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).Apesar disso, Palácio do Planalto e líderes no Congresso acreditam que a proposta pode enfrentar dificuldades durante a tramitação. Isso porque há a avaliação de que deputados e senadores resistem a modificar ou abolir uma regra que eles próprios aprovaram.A proposta que possibilita a liberação do saldo do FGTS para quem optou pelo saque-aniversário nos últimos anos e que não conseguiu acessar os recursos ao ser demitido já foi encaminhada há cerca de um mês do Ministério do Trabalho para a Casa Civil.O Palácio do Planalto está trabalhando para garantir a viabilidade econômica da medida, por isso está ouvindo todos os ministérios envolvidos no processo.Interlocutores no Planalto afirmam que não há divergências entre os ministérios em relação à proposta. Até mesmo a equipe econômica —em particular o ministro Fernando Haddad (Fazenda)— demonstrou que não se opõe à medida.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...No entanto, o governo reconhece que a proposta vai enfrentar dificuldades no Congresso em um momento em que a equipe econômica trabalha pela aprovação de outras propostas —como a MP (medida provisória) para taxar os fundos exclusivos, dos chamados "super-ricos", e o projeto de lei das offshores.A avaliação de interlocutores do Planalto é que deputados e senadores podem resistir a dar aval a uma medida que pode "esvaziar o fundo", apesar de ser popular entre os trabalhadores e de injetar recursos na economia.Além disso, a criação do saque-aniversário contou com uma grande articulação do Congresso anteriormente. A proposta que alterou as regras na época foi criada por meio de uma MP pelo governo Jair Bolsonaro (PL) e ganhou o apoio das bancadas, tanto governistas como de oposição. Mais O Ministério do Trabalho e Emprego tem sinalizado que a proposta não contém a hipótese de acabar com o saque-aniversário neste momento, como uma forma de diminuir a resistência.O governo federal, no entanto, não pretende abortar a iniciativa e antevê que a proposta pode surgir por iniciativa de parlamentares.O saque-aniversário foi criado em 2019. Ele permite ao trabalhador sacar parte do FGTS a cada ano, independentemente de eventos como a demissão ou o financiamento da casa própria. Por outro lado, o trabalhador fica impedido de sacar o valor integral da conta caso seja demitido (podendo acessar somente o valor referente à multa rescisória de 40% paga pela empresa).Com a proposta de permitir o resgate do saldo restante em caso de demissão, o governo estima que até R$ 14 bilhões sejam injetados na economia.À Folha, o ministro Luiz Marinho afirmou que a retirada de recursos não vai afetar a estrutura do fundo. Ele também acrescentou que o objetivo não é movimentar a economia e sim corrigir uma injustiça contra o trabalhador."O FGTS aguenta esse saque. O que é preciso olhar é o futuro. Se quiser fortalecê-lo como fundo de investimento e ao mesmo tempo aumentar a poupança do trabalhador para socorrer quando do infortúnio do desemprego, teria de cessar o saque-aniversário", diz.
2023-09-11 23:15:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/governo-preve-resistencia-no-congresso-a-mudancas-no-saque-aniversario-do-fgts.shtml
Mudanças no ambiente de trabalho afetam saúde mental de advogados
As mudanças trazidas pela pandemia e o teletrabalho desregulado têm contribuído para agravar questões de saúde mental em uma profissão já conhecida pela pressão e competitividade.Problemas que se tornaram comuns entre advogados, como depressão, ansiedade, estresse e abuso de substâncias, motivaram a elaboração de iniciativas como a "Cartilha da Saúde Mental da Advocacia", publicada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), e serviços de atendimento psicossocial."A advocacia é uma profissão bastante vulnerável ao estresse pela própria natureza da atividade", diz a psicóloga Ana Carolina Peuker, coordenadora técnica da cartilha. "É uma atividade que lida no seu cotidiano com questões de litígio, existe uma alta competitividade."Ana Carolina é CEO da Bee Touch, uma startup especializada no rastreamento digital de saúde mental. A empresa fez levantamentos durante a pandemia de Covid-19 com foco na advocacia.A psicóloga diz que os dados revelaram transtornos por uso de substâncias psicoativas (o álcool em especial), dificuldades relacionadas ao sono e impactos do teletrabalho e da "hiperconectividade" —que dá aos profissionais a impressão de estarem ligados ao trabalho o tempo inteiro.A isso somam-se todos os velhos problemas da profissão, como as longas jornadas e o abuso de remédios para aumentar a produtividade."Todo esse contingente de pessoas tentando se adaptar a esse mundo virtual, a um mundo muito mais interativo que exige uma agilidade muito grande" é um dos principais problemas para as gerações mais velhas de advogados, na avaliação de Adriana Galvão, advogada presidente da Caasp (Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo).Assim como Ana Carolina, ela também vê a digitalização como uma fonte de aflição para advogados não tão afeitos às novidades tecnológicas —a necessidade de adaptação, nesses casos, pode ser um baque com o qual é difícil lidar.Enquanto isso, ainda na avaliação de Adriana, aos mais novos lhes aflige a inserção no mercado advocatício. "O advogado jovem fica ansioso para conseguir já se estabelecer no mercado de trabalho em razão do contingente enorme de profissionais que temos", explica.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...A "Cartilha da Saúde Mental" da OAB foi idealizada quando sua autora, Sandra Krieger, presidia a então Comissão Especial do Direito Médico e da Saúde, em 2018.Advogada e ex-conselheira federal da OAB por Santa Catarina, ela levanta ainda outra questão ligada ao mundo digital: a pressão para se promover como advogado de sucesso nas redes sociais, que, em sua visão, estaria ligada à piora nos quadros de saúde mental.Já Marisa Gaudio, presidente da Caarj (Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro), concorda que a dinâmica do trabalho na advocacia não ajuda quando se trata de saúde mental."A demora dos processos, de sair um mandado de pagamento" e "ser, às vezes, maltratado por um juiz, por um delegado" são, como conta Marisa, acontecimentos comuns que apenas fazem aumentar as angústias. Mais Ana Carolina e Sandra concordam que a pandemia de Covid-19 ao menos promoveu uma abertura maior ao tema: mais profissionais estão confortáveis em falar sobre suas fragilidades.Sandra avalia que a própria preocupação da classe advocatícia contribuiu para um avanço "de se enxergar na profissão como um profissional que tem muitos desafios, muitas frustrações, mas que tem que prestar atenção em si".A cartilha de Sandra começou a ser publicada em 2018. Sua edição mais recente, sob coordenação de Ana Carolina e com informações sobre os impactos da Covid, é de 2021.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...As Caixas de Assistência dos Advogados, instituições que objetivam dar assistência social aos inscritos na OAB, se organizam, com campanhas e programas, para remediar a situação. Elas costumam subsidiar consultas com psicólogos, além de promoverem projetos temáticos sobre saúde mental.A Caixa de Assistência do Rio de Janeiro, por exemplo, mantém programas com enfoques específicos.Um é voltado a oferecer atendimento psicossocial para mulheres advogadas vítimas de violência; um outro, ainda sendo implementado, visa a oferecer apoio a advogados negros, com profissionais de saúde também negros.Adriana afirma que a Caasp mantém programas voltados a esportes e atividades físicas como forma de combater problemas de saúde mental. A presidente da caixa cita modalidades tanto modalidades presenciais quanto aquelas com possibilidade de participação remota, como a ioga.Há uma caixa de assistência por estado e no Distrito Federal, e todas operam sob a Concad (Coordenação Nacional das Caixas de Assistência dos Advogados).Maurício Leahy, coordenador nacional da Concad Saúde e presidente da Caixa de Assistência da Bahia, afirma que ações relacionadas à saúde mental, como as ações do Setembro Amarelo (voltadas à prevenção de suicídios) e os atendimentos psicológicos e psiquiátricos, devem ser replicadas nas 27 caixas pelo país.
2023-09-11 23:01:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/mudancas-no-ambiente-de-trabalho-afetam-saude-mental-de-advogados.shtml
Justiça determina novas eleições no PSDB nacional em revés para Eduardo Leite
Uma juíza de Brasília determinou nesta segunda-feira (11) que o PSDB realize, no prazo de 30 dias, uma nova eleição dos membros da sua executiva nacional e declarou nula a comissão que definiu Eduardo Leite como presidente da sigla.O pedido à Justiça foi feito pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), e decidido pela juíza Thais Araújo Correia, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Cabe recurso.Morando pediu a nulidade da segunda prorrogação da comissão executiva nacional do PSDB, definida em 2022 e com duração até junho de 2023, sob o argumento de que o estatuto do partido permite uma única prorrogação.No final do ano passado, essa comissão definiu que Leite, que é governador do Rio Grande do Sul, seria o presidente da sigla a partir de fevereiro deste ano.Procurado, o PSDB afirmou que aguarda ser notificado da decisão. Políticos do partido consultados pela Folha dizem que a eleição de Leite como presidente do partido foi anulada."Forçoso reconhecer a nulidade da prorrogação do mandato da segunda prorrogação da Comissão Executiva Nacional, com vigência de 01.06.22 a 01.06.23", disse a juíza em sua decisão."Julgo procedente o pedido para declarar a nulidade da segunda prorrogação da Comissão Executiva Nacional e dos atos posteriores, condenando o réu a realizar, no prazo de 30 dias, novas eleições para eleger os membros da Comissão Executiva Nacional", acrescentou.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...Em junho, Leite havia avançado no controle do diretório paulista da sigla, último bastião do partido ligado ao ex-governador João Doria. O prefeito de Santo André, Paulo Serra, assumiu a presidência da federação PSDB-Cidadania em São Paulo com o apoio do gaúcho. Mais
2023-09-11 21:32:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/justica-determina-novas-eleicoes-no-psdb-nacional-em-reves-para-eduardo-leite.shtml
Ilhas recorrem a tribunal da ONU para proteção dos oceanos
Líderes de alguns pequenos Estados insulares recorreram nesta segunda-feira (11) ao TIDM (Tribunal Internacional do Direito do Mar), com sede em Hamburgo, na Alemanha, para pedir a proteção dos oceanos ante a catastrófica mudança climática que ameaça a existência de países inteiros.Os nove Estados insulares pedem a este tribunal, criado com base na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS, na sigla em inglês), que determine se as emissões de CO2 absorvidas pelos oceanos podem ser consideradas poluição e, em caso afirmativo, quais obrigações os países têm para evitá-las."Chegou a hora de falar em termos de obrigações juridicamente vinculantes, em vez de promessas vazias que não são cumpridas", afirmou o primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Gaston Browne, dirigindo-se ao tribunal.Os ecossistemas oceânicos produzem metade do oxigênio respirado pelos humanos e limitam o aquecimento global, absorvendo grande parte do CO2 das atividades humanas. Mas o aumento das emissões pode aquecer e acidificar as águas marinhas, prejudicando a vida marinha.A UNCLOS define poluição como a introdução, por humanos, de "substâncias ou energia no ambiente marinho" que podem prejudicar a vida marinha. O texto não cita as emissões de CO2 como um poluente específico, mas os demandantes sustentam que cumprem os requisitos."Estamos discutindo medidas que [os Estados] devem tomar em virtude da lei, não da boa vontade política", disse Catherine Amirfar, assessora jurídica do conjunto de Estados, à imprensa.As pequenas ilhas estão especialmente expostas ao impacto do aquecimento global e da elevação do nível do mar, que poderá submergir países inteiros. Mais Segundo o observatório europeu Copernicus, a temperatura da superfície dos oceanos alcançou um recorde de 21°C em agosto, após meses de aquecimento histórico.Bahamas, Tuvalu, Niue, Palau, Vanuatu, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas também aderiram à petição ao TIDM.
2023-09-11 22:44:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/09/ilhas-recorrem-a-tribunal-da-onu-para-protecao-dos-oceanos.shtml
Credores aprovam plano de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, dono da Itaipava
Assembleia realizada na noite desta segunda-feira (11) aprovou, apesar de restrições de um conjunto de credores, o plano de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, dona de marcas de cerveja como Itaipava, Petra e Cacildis.O grupo apresentou na quinta-feira (7) na 5ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro documento em que se propõe a pagar os cerca de 5.000 credores até 2035.O grupo cervejeiro entrou com o pedido de recuperação judicial em 27 de março, informando dívidas de R$ 4,2 bilhões, sendo R$ 2 bilhões em operações financeiras e mercados de capitais e R$ 2,2 bilhões a fornecedores."Foi o plano possível diante do contexto que a gente viu, mas imagino que ainda podem haver litígios", afirma o advogado Ricardo Scardoa, sócio da S.DS – Scardoa e Del Sole Advogados, escritório que representa os credores fornecedores."A gente pode dizer que foi um mal menor. Do lado dos credores fornecedores, fica a esperança de que o Grupo [Petrópolis] honre com seu compromisso de prestigiar esses credores e mantê-los como fornecedores", completa.Em entrevista à Folha, na semana passada, o advogado Filipe Denki, especialista em recuperação judicial da Lara Martins Advogados, considerou o plano apresentado "muito confuso e de difícil compreensão", e viu ilegalidade em alguns pontos. Para ele, a forma como foi proposta a negociação deveria "ser estratégia para confundir os credores".Será designado agora um juiz para avaliar se o plano contém alguma ilegalidade, sem entrar nos critérios financeiros apresentados pelo Petrópolis, que tem 30 empresas.Na assembleia, o plano foi aprovado por 98,57% dos credores trabalhistas e 100% daqueles com garantia real. Entre os quirografários, aqueles que não têm nenhuma preferência ou garantia de recebimento, o índice foi de 93%.Em nota, o Grupo Petrópolis disse acreditar que o plano permitirá a adoção de medidas necessárias para a readequação do endividamento e da estrutura de capital da companhia, permitindo a retomada dos investimentos e da produção nas suas fábricas e assegurando a geração de milhares de empregos diretos e indiretos em todo o país.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...No documento que embasa o plano de recuperação, os controladores afirmam que a proposta tem o objetivo de manter os mais de 24 mil empregos diretos e 100 empregos indiretos, além de pagamento de tributos aos cofres públicos e geração de energia limpa e renovável.O plano de pagamento envolve a quitação de dívidas até 2035, dependendo do tipo de credor, que podem ser parceladas em até 84 vezes.Como garantia para conseguir recursos, o grupo afirma que pretende alienar um lote contendo 2.926 caminhões integrantes de sua frota, além de alugar 2.392 caminhões, sendo 534 veículos novos e o restante integrante da frota alienada.Entre os cerca de 5.000 credores estão trabalhadores, empresas fornecedoras, bancos e demais empresas de crédito, além de pequenos e micro parceiros.O pagamento das dívidas trabalhistas, que são prioritárias, poderá ser feito em até 30 dias após a homologação do plano pela Justiça, para valores de até R$ 6.600. Não haverá deságio sobre os créditos trabalhistas até o limite de 150 salários mínimos, o que dá R$ 198 mil.Quem tem direito de receber acima de R$ 6.600 até 150 salários terá os valores pagos em 11 vezes, em parcelas mensais consecutivas, a partir de 60 dias após a homologação. Dívidas trabalhistas de mais de 150 salários serão pagas conforme contrato, podendo ser quitadas até 2035.Credores com garantia real poderão receber os valores com deságio de até 70% ou optar pela mesma forma de pagamento oferecida aos credores fornecedores, que integram uma subclasse da categoria de quirografários. Haverá pagamento de juros, que poderá ser feito até 2035. Mais
2023-09-11 22:50:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/credores-aprovam-plano-de-recuperacao-judicial-do-grupo-petropolis-dono-da-itaipava.shtml
Jovens acreditam menos na democracia, indica pesquisa global
Há uma mudança geracional em curso em relação ao apoio da população mundial aos regimes democráticos. A tendência é capturada pelo resultados de uma nova pesquisa global conduzida pela Open Society Foundations e publicada nesta segunda-feira (11) no relatório "Barômetro Open Society: A Democracia Cumprirá suas Promessas?"A pesquisa entrevistou 36.344 pessoas a partir de 18 anos de idade entre maio e julho de 2023 em 30 países. O formulário utilizado contém 43 perguntas para todos os locais envolvidos, com exceção de Arábia Saudita, Egito e Ucrânia, onde algumas questões foram removidas ou reformuladas devido a sensibilidades políticas, segundo a organização.A pesquisa sugere que, embora o apoio à democracia seja amplo e disseminado no mundo (86% dizem preferir viver em um Estado democrático), crescem diferenças entre faixas etárias quanto à validade desse sistema político-social para resolver os problemas de cada país.Exemplo disso são os 57% dos jovens de 18 a 35 anos entrevistados que consideram a democracia preferível em relação a outros tipos de governo; o percentual vai a 71% em faixas etárias mais velhas.Ao mesmo tempo, 42% dos jovens acreditam que um regime militar seja uma forma correta de governo, e 35% desse grupo etário acham que um líder forte que não se preocupa com eleições seja um caminho positivo para o governo; entre as pessoas acima de 56 anos, esses percentuais são de 20% e 26%, respectivamente.No caso do Brasil, 74% dos entrevistados no país preferem a democracia, acima da média global. Esse percentual é maior que o registrado nos Estados Unidos (56%), no Reino Unido (58%), na França (60%) e na Itália (69%).Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando..."Nossas descobertas são preocupantes e alarmantes. Pessoas ao redor do mundo ainda querem acreditar na democracia. No entanto, a cada nova geração, essa fé diminui enquanto aumentam as dúvidas sobre sua capacidade de trazer melhorias concretas à vida das pessoas", afirma Mark Malloch-Brown, presidente da Open Society Foundations."É gratificante ver que pessoas ao redor do mundo continuam tendo fé na democracia, mesmo em um cenário de preocupações crescentes e comuns com desafios como desigualdade econômica, clima e corrupção. Porém, os resultados também mostram que as democracias precisam fazer jus a essa fé, proporcionando a prosperidade e a estabilidade", diz Pedro Abramovay, vice-presidente de programas da organização.Apesar do apelo ainda alto do sistema democrático, é alta também a preocupação de que a instabilidade política leve a episódios de violência no próximo ano.Dos entrevistados, 58% têm episódios de violência decorrentes da política como perspectiva para 2024 no mundo. O percentual chega a 79% no Quênia, a 77% na Colômbia e a 73% no Paquistão e na Argentina. No Brasil, 60% dos entrevistados têm esse receio —número acima da média global, mas abaixo de outros países latino-americanos onde o questionário foi aplicado. Mais A expectativa de violência decorrente de instabilidade política afeta também a percepção da população em países desenvolvidos e recentemente submersos em momentos de convulsão: Estados Unidos e França marcam 66% de respostas nesse sentido.Os EUA convivem com a expectativa de episódios violentos motivados pela política ao menos desde janeiro de 2021, quando extremistas a favor do então presidente Donald Trump invadiram o Congresso para tentar impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições do ano anterior. Cinco pessoas foram mortas na ocasião.Em março deste ano, protestos violentos irromperam por dias em diversas cidades da França diante da aprovação de reforma da Previdência pelo governo de Emmanuel Macron, que preferiu ativar polêmico dispositivo constitucional e atropelar a Assembleia Nacional na decisão; centenas de manifestantes foram presos.O apoio aos direitos humanos também é alto. Entre os entrevistados, 72% identificam os direitos humanos como uma "força para garantir o bem no mundo". Por outro lado, quase metade (42%) vê esses valores serem usados por países ocidentais para punir nações em desenvolvimento. Apenas 20% consideram países autoritários mais capazes que as democracias para darem "o que os cidadãos querem"; 95% acham inaceitável que governos violem direitos daqueles que são diferentes.49% dos entrevistados afirmam ter enfrentado dificuldade para se alimentar ao menos uma vez no último ano —52% em nações tão diferentes quanto Bangladesh e Estados Unidos.Corrupção é o principal problema para 23% no mundo, em média, mas a diferença entre o chamado "Sul Global" e países desenvolvidos é enorme: de 45% em Gana a 6% na Alemanha.A mudança climática foi considerada o principal problema global por 32% das pessoas na Índia e na Itália, seguidas por Alemanha (28%), Egito (27%) e México (27%); em média, 70% acreditam que a crise climática afetará suas vidas diretamente no próximo ano.Apesar do destaque dado à migração em campanhas políticas, apenas 7% dos entrevistados afirmam ver a questão como sua maior preocupação.45% avaliam que a influência da China terá impacto positivo no seu país; 25%, que terá impacto negativo. O percentual de impacto positivo, porém, vai de 76%, no Paquistão, a 16% no Reino Unido.Nos Estados Unidos, rivais geopolíticos de Pequim, cerca de 25% dizem que a o país asiático terá influência positiva; 48%, que o impacto será negativo.61% dos entrevistados acreditam que os países pobres deveriam ter mais voz ativa na tomada de decisões globais.
2023-09-11 19:58:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/jovens-acreditam-menos-na-democracia-indica-pesquisa-global.shtml
Vila é tombada após ser quase toda demolida para dar lugar a prédios em SP
Quatro anos depois de ser quase totalmente demolida, a vila operária João Migliari passou a integrar o patrimônio histórico e cultural da cidade de São Paulo. A conclusão do processo de tombamento impede que as cinco casas restantes —eram 60— desapareçam de um trecho do distrito do Tatuapé, zona leste, onde o mercado imobiliário vem promovendo intensa transformação, incluindo a construção do edifício mais alto da capital paulista.Formada por três fileiras de casas construídas nos anos 1950, cada uma com 20 sobrados, a vila teve o seu primeiro terço demolido no início de 2019. A quadra que abrigava esta parte do casario pertence à Porte Engenharia e Urbanismo, incorporadora responsável por um amplo complexo de edifícios de usos residenciais e comerciais ao longo da rua Platina.Em construção, o Eixo Platina ocupa quarteirões próximos às estações Tatuapé e Carrão, da linha 3-vermelha do metrô. A cordilheira de prédios está surgindo em paralelo à Radial Leste, principal via arterial para ligação da mais populosa região da cidade ao centro.Tão logo tomou ciência do início da demolição, o arquiteto Lucas Chiconi e outros moradores do bairro decidiram pedir o tombamento ao Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultura). O ótimo estado de conservação das casas passava para a vizinhança a impressão de que aquela era uma área já incluída na lista do patrimônio urbano paulistano. A preservação, porém, era apenas uma exigência feita aos inquilinos enquanto os construtores e proprietários originais dos imóveis estavam vivos.Meses depois, o Conpresp marcou uma reunião para discutir o caso. Mas o encontro, agendado para 2 de setembro de 2019, foi precedido pela derrubada de 35 das 40 casas restantes. A ordem partiu de Bruno Lembi Neto, herdeiro dos construtores, e foi executada no fim de semana que antecedeu a discussão sobre o tombamento.Com quase toda a vila no chão, o órgão deu início ao processo de preservação, concluído na semana passada. Além do casario remanescente no Tatuapé, outras duas vilas, no Belém, também na zona leste, e no Pari, região central, foram tombados.Lembi disse à Folha nesta segunda (11) que avalia medidas para tentar reverter a decisão, pois ela representa importante prejuízo aos negócios da família."O Conpresp tombou essas 5 casas e outros 41 imóveis da nossa família. Ter 46 imóveis tombados cria enormes dificuldades para a nossa estrutura familiar, que depende disso", contou Lembi, que também é sócio minoritário de uma gestora de ativos negociados no mercado financeiro.Apesar da disputa envolvendo o órgão de proteção ao patrimônio, foi graças ao inquilino de uma das casas remanescentes no Tatuapé que aquele pedaço da vila não foi ao chão no fim de agosto de 2019.Ivan Vasconcelos, 60, era dono de um bar e barbearia que funcionava numa das casas. Ele pediu na Justiça indenização. Queria ser compensado pelo investimento de R$ 200 mil na reforma do estabelecimento, concluída em 2016. Conseguiu uma decisão provisória impedindo a destruição da unidade da qual era locatário. Isso não bastou."Eles iriam demolir assim mesmo, num sábado, mas eu fui na prefeitura e chamei os fiscais. No domingo, voltaram, quando não tinha mais ninguém. Mas eu não deixei derrubar", conta Vasconcelos. "Eu estava apenas defendendo o meu negócio."Como o imóvel fazia parte de um bloco estrutural, a bola rompedora feita de aço não pôde ser utilizada para pôr abaixo a última fração da vila.Marretas foram empregadas para destruir parcialmente os sobrados conjugados. Mas a destruição teve de ser definitivamente paralisada devido ao início das discussões no Conpresp. Mais Vasconcelos não conseguiu, porém, continuar pagando o aluguel do imóvel. A chegada da pandemia de Covid, em 2020, fez a clientela quase desaparecer. Em meio à disputa com o proprietário, não obteve desconto no aluguel. "Ele não quis negociar", conta.Aposentado pelo INSS, o ex-proprietário da barbearia ainda espera a Justiça decidir sobre seu pedido de indenização. Sem capital, não conseguiu empreender novamente. "Eu vendi o apartamento onde criei meus filhos para investir naquele negócio", lamenta. "Até o momento, o meu prejuízo é total."Diretor de atuação regional do IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil), Chiconi explica que detalhes sobre a decisão do Conpresp devem ser publicados nos próximos dias.Para o arquiteto, a vitória obtida acerca das vilas operárias tem caráter didático quanto ao direito de preservação da memória em toda a cidade, além dos bairros onde mora a elite paulistana."Enquanto sociedade, ainda temos dificuldade em aproximar esse assunto, sobre esse tipo de legislação, das pessoas, mesmo em uma região próspera e central [como o Tatuapé]", comenta Chiconi.O Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura, órgão da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), deverá apontar no documento questões como o perímetro no entorno que fará parte do tombamento.Em nota, a prefeitura confirmou os tombamentos, no último dia 4 de setembro, de aproximadamente 40 imóveis e áreas envoltórias das vilas Raphael Parente, Belém, Maria Parente Migliari, Pari, e dos sobrados remanescentes da vila João Migliari."O restante da quadra [da vila João Migliari] passa a ser área envoltória, com parte devendo ter diretrizes específicas de altura máxima e recuos, e outra com diretrizes para recuos e fachadas", disse a nota da prefeitura.
2023-09-11 21:05:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/vila-e-tombada-apos-ser-quase-toda-demolida-para-dar-lugar-a-predios-em-sp.shtml
Filho de Faustão assina novo contrato com a Band e terá programa aos sábados
João Guilherme Silva, filho do apresentador Faustão, manterá o legado de seu pai na comunicação. Nesta segunda-feira (11), João publicou um vídeo em que aparece assinando um contrato de trabalho com a Bandeirantes e falando sobre seu novo programa na emissora, o "Programa do João"."O Programa do João já é uma realidade. O momento significa o começo de uma nova fase, de muito trabalho e um pouco de alegria pra vocês", promete ele, dizendo que a atração será exibida aos sábados, das 20h30 às 22h.De acordo com informações do site Hugo Gloss, o programa será direcionado ao público jovem, mostrando a versatilidade e adaptação do apresentador às demandas contemporâneas da televisão. Mais "Acho muito bacana poder dar sequência a essa carreira maravilhosa dele, claro que do meu jeito e sem cobrança nenhuma, porque a gente sempre vai admirar ele, eu vou ser um eterno fã", acrescentou o jovem apresentador.João era um dos apresentadores do Faustão na Band, que marcou a despedida do comunicador na emissora. Conforme informações obtidas pelo F5, a atração deve estrear no dia 21 de outubro.
2023-09-11 21:03:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/filho-de-faustao-assina-novo-contrato-com-a-band-e-tera-programa-aos-sabados.shtml
Estado de saúde de menina baleada no Rio de Janeiro é gravíssimo
O estado de Heloisa dos Santos Silva, 3, passou de grave para gravíssimo, segundo boletim médico divulgado nesta segunda-feira (11). A menina foi internada após ter sido baleada na nuca e no ombro durante uma ação da PRF (Polícia Rodoviária Federal) o Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.Heloisa foi atingida na noite de quinta-feira (7) quando o carro em que estava com a família acabou alvejado por agentes da PRF. Ela foi levada ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Caxias, onde passou por uma cirurgia. Desde então, está em coma induzido e respira com a ajuda de aparelhos.A menina estava no carro junto com seus pais, uma irmã de oito anos e uma tia. De acordo com relatos dos parentes e de testemunhas, uma viatura da PRF passou a seguir o veículo em que a menina estava. Os agentes abriram fogo após o pai da criança, William Silva, dar sinal de parada.O carro, que foi levado para a perícia, foi acertado por ao menos três disparos.Segundo a equipe médica que atende a menina, Heloisa foi atingida por dois tiros —um deles no ombro e outro na nuca, que se fragmentou.Ela precisou passar por uma cirurgia para diminuir a pressão intracraniana. Os médicos conseguiram remover parte dos fragmentos do tiro que atingiu a nuca, lesionando sua cabeça e cervical. Já a bala que ficou alojada no ombro não apresenta risco à saúde de Heloisa. O procedimento para sua retirada seria muito invasivo para um corpo que precisa poupar esforços, de acordo com a avaliação médica.Heloisa precisa ficar em repouso absoluto para que tenha forças para reagir ao trauma que sofreu. Ela está na UTI do hospital e sob vigilância neurológica intensiva. Os próximos passos do tratamento dependem de como ela reage a cada dia.O caso é investigado pela Corregedoria-Geral da PRF, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. O procurador à frente das investigações, Eduardo Benones, vai pedir para que a PF faça a perícia em todas as armas usadas pelos policiais envolvidos no incidente.Três agentes da PRF foram afastados de suas funções. Entre eles está o policial Fabiano Menacho Ferreira, que admitiu ter atirado contra o carro em que estava a menina.A reportagem ainda não conseguiu localizar a defesa do policial.Além da conduta dos policiais, o Ministério Público Federal investiga por que um agente da PRF entrou à paisana dentro da UTI onde Heloisa está internada. Mais A PRF já identificou o policial, mas ainda não enviou o ofício com a identificação do agente ao Ministério Público Federal. Até o momento, a Procuradoria sabe apenas o primeiro nome dele.O policial entrou na UTI sem se identificar nem pedir autorização da segurança do hospital e da equipe médica. Ele apenas disse que o motivo para estar lá era "assunto policial". O agente chegou a conversar com o pai de Heloisa. Ao MPF, Silva disse que foi uma conversa normal e não estranhou.A Procuradoria vai investigar o que exatamente o agente foi fazer na unidade médica, principalmente na ala em que está Heloisa. De acordo com o MPF, a depender do que apontar a investigação, o policial pode ser denunciado à Justiça Federal por abuso de autoridade."Podemos dizer que o que ele fez foi uma espécie de carteirada. Não vejo nenhuma razão para ele entrar na UTI sem se identificar. Se ele tem alguma explicação para fazer isso, que ele nos dê", diz Benones.
2023-09-11 19:59:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/estado-de-saude-de-menina-baleada-no-rio-de-janeiro-e-gravissimo.shtml
Kayky Brito: Motorista do atropelamento diz ter recebido carro de aplicativo para voltar a trabalhar
O motorista Diones Coelho da Silva, que atropelou o ator Kayky Brito, anunciou que recebeu um veículo da 99, plataforma em que prestava serviços, para retomar suas atividades nesta segunda-feira (11). Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que o carro foi disponibilizado por um período de 30 dias."É isso agora, trabalhar e correr atrás", escreveu Silva, em publicação nos stories do Instagram de seu perfil, que ainda busca as reparações para o seu veículo original, que ficou danificado. Além disso, o motorista conseguiu arrecadar a quantia de R$ 178 mil por meio de uma "vaquinha" virtual, destinando parte do valor para o conserto de seu próprio veículo e outra parte para a doação de cestas básicas. Mais As investigações sobre o acidente seguem em investigação. Na semana passada, Silva e o apresentador Bruno de Luca, que estava com Kayky momento antes do ocorrido, prestaram depoimento à Polícia Civil, que ainda não divulgou o inquérito final.Segundo um boletim médico divulgado no último sábado (9), Kayky Brito continua sedado e sob ventilação mecânica uma semana após o atropelamento.
2023-09-11 19:47:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/kayky-brito-motorista-do-atropelamento-diz-ter-recebido-carro-de-aplicativo-para-voltar-a-trabalhar.shtml
Antony diz que vai processar bancária por acusação de sexo forçado e afirma que encontro foi consensual
Atacante afastado do Manchester United por causa de uma acusação de violência doméstica, o jogador Antony Matheus, 23, diz que não forçou relações sexuais com Ingrid Lana, 33. Ele afirmou que irá entrar com uma ação contra a mulher por calúnia e diz ter reunido provas do que está falando. Ingrid Lana nega que tenha tido relações e que tenha sido amante do jogador."Comprei passagem e reservei um hotel para ela. De fato, me encontrei com ela no referido hotel e tivemos um encontro íntimo e consensual", afirma Antony ao F5, em conversa por WhatsApp com a reportagem.O estafe de jogador diz que já reuniu provas para defender a sua tese. Além de conversas de WhatsApp, que já foram analisadas por um perito, a equipe do atacante tem uma gravação de 11 minutos de uma conversa da bancária com um homem que ajuda a cuidar da carreira do jogador feita em junho. Mais Reginaldo Teixeira conversou com Ingrid Lana em 18 de junho. Teixeira tem um cargo na agência 4comM, especializada em agenciamento de jogadores de futebol. A empresa cuida da gestão da carreira de Antony, e de outros boleiros, como Alexandre Pato, Lucas Moura e Gabigol. Teixeira participa da gestão de carreira de jogadores da agência que se transferem para a Europa. Atualmente, ele mora na Alemanha.Na conversa gravada, enviada ao F5 pela defesa de Antony, Ingrid diz que vai ajudá-lo a desmentir as acusações feitas pela DJ Gabriela Cavallin, que acusa o atacante ex-São Paulo de violência doméstica. Naquela semana, Gabriela havia dado sua primeira entrevista com as acusações para o jornalista Roberto Cabrini, da Record."Se ele precisar de mim, eu vou na mídia, porque eu sou uma pessoa de Deus, eu tenho um coração bem. Eu só não ferrei ele porque ele me usou, e depois me jogou fora. E isso machuca, né? Mas eu sei de várias coisas. Eu me senti usada, me senti traída. Peguei 15 horas de avião e para depois fingir que eu não existia por causa da Gabi", diz Ingrid no áudio. Ingrid também ofende Gabriela Cavallin na gravação.Ao F5, por telefone, Reginaldo diz por que gravou Ingrid Lana sem ela saber. "Eu nunca faço isso, mas como ela estava falando muito comigo, mandando muita mensagem, eu pensei em gravar. Ela falava muito que queria falar com o Antony. Ela disse que queria ajudar, mas só se o Antony falasse com ela diretamente", disse.A reportagem procurou Ingrid Lana, que afirma que não sabia que foi gravada. Em uma entrevista ao F5 por telefone, Ingrid confirmou o teor da conversa e disse que, ao ver as fotos do inquérito entregues à polícia pela defesa de Gabriela Cavalin, decidiu contar a sua experiência. Ingrid diz que não pretende entrar na Justiça contra Antony e gostaria apenas de deixar claro que não foi amante do jogador."Eu até queria ter ficado do lado dele, porque o que aconteceu comigo de início eu relevei. Mas depois que eu vi as fotos da Gabi, de que o seio dela ficou fora do lugar, e eu me lembrei do que aconteceu comigo, pensei que não era possível que uma mulher iria se mutilar dessa forma. Quando cheguei a falar com o Reginaldo, eu queria dizer ao Antony para deixar claro que eu nunca tive nada com ele, e ele nunca se manifestou", afirmou."Me colocaram como se eu fosse uma prostituta, uma amante, mas eu sou uma bancária. Você acha que eu quero ter uma fama dessa? Eu sou uma mulher do mercado financeiro. Eu só não falei antes porque ele estava bem com a Gabi e não queria prejudicar ele na seleção brasileira. Ia dar a entender que estava com ciúme. Eu não sou amante dele. Eu não tive qualquer relação com ele. A raiva dele é que ele tentou e eu não quis", completou.Em entrevista feita por WhatsApp com o F5, Antony diz ter 300 páginas de conversas de WhatsApp com Ingrid Lana. Nelas, segundo o jogador, os dois trocam mensagens íntimas e consensuais. O jogador mostrou as mensagens à reportagem e publicou parte delas no Instagram. Em dado momento, segundo o jogador, Ingrid diz que teve relação com ele."Saiba que, independentemente de sexo, porque nem conseguimos fazer direito (risos), você é luz. Deus é com você. Parece que não, ainda é o começo de muitas bençãos não só materiais, mas principalmente espiritual. Não levamos nada desse mundo! O que vamos deixar é nosso legado e memórias. Beijos e até qualquer dia", disse Ingrid para Antony em 16 de setembro de 2022, pouco depois do encontro que aconteceu em Manchester, na Inglaterra."Conversava com a Ingrid por WhatsApp. Quando ela foi para Portugal para ir num aniversário de sua prima, pediu para vir aqui para Manchester me encontrar, com clara intenção de se encontrar comigo intimamente, inclusive me perguntando se preferia lingerie vermelha ou branca", afirmou o jogador ao F5."Comprei passagem e reservei um hotel para ela. De fato, me encontrei com ela no referido hotel e tivemos um encontro intimo e consensual. Apesar de ela insistir para nos encontrarmos novamente para outro encontro íntimo, por uma questão de agenda não pude vê-la novamente, tendo ela retornado ao Brasil. Desde então, nunca mais me encontrei com ela", disse o jogador.As passagens foram compradas em nome de Reginaldo Teixeira, a pedido de Antony. A informação foi confirmada por Ingrid e pelo próprio Teixeira. "Reservei tudo a pedido do Antony. Quando ela chegou em Manchester, ela não tinha muito dinheiro, e levei ela para jantar. Providenciei o que ela precisava", disse Reginaldo. "O Reginaldo e o Antony pagaram minha passagem de volta", também afirmou Ingrid.Antony diz que vai disponibilizar tudo em uma ação judicial que prepara contra Ingrid Lana. "Tudo isso que narro agora está totalmente comprovado nas mensagens de WhatsApp, que só não publico na íntegra para preservar o direito de privacidade. No entanto, vou disponibilizar pelas vias adequadas, se necessário, para comprovar minha inocência, bem como propor a competente ação reparatório e pedido de investigação", concluiu o jogador.
2023-09-11 18:07:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/antony-diz-que-vai-processar-bancaria-por-acusacao-de-sexo-forcado-e-afirma-que-encontro-foi-consensual.shtml
Bruno Mars publica vídeo de agradecimento ao Brasil em ritmo de funk: 'Seu Bruninho'
Bruno Mars, a nova paixão dos brasileiros, demonstrou a gratidão pela recepção do público em uma publicação ao ritmo do funk.No vídeo, ele aparece vestido em uma camisa na cor amarela, com cenas dos shows realizados no festival The Town. "Bruno, come to Brazil" (vem para o Brasil) "I came to Brazil" (eu vim para o Brasil), "Bruno in Brazil" (Bruno no Brasil), diz a letra da música."Foram seis longos anos mas eu finalmente vim ao Brasil. Obrigada, São Paulo, pelas duas noites incríveis. Eu amo você, atenciosamente, Bruninho", escreveu ele, citando o apelido carinhoso que recebeu dos brasileiros. Mais O cantor se apresentou nos dois finais de semana na cidade e chegou a cantar "Evidências" com Xororó, que estava na plateia.
2023-09-11 18:25:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/bruno-mars-publica-video-de-agradecimento-ao-brasil-em-ritmo-de-funk-seu-bruninho.shtml
Procuradoria pede recolhimento de armas de policiais após menina ser baleada no RJ
O Ministério Público Federal pediu que seja recolhido todo o arsenal da equipe da PRF (Polícia Rodoviária Federal) envolvida no caso da menina Heloisa dos Santos Silva, 3. Ela foi baleada na nuca e no ombro durante ação da PRF na última quinta-feira (7), no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. A criança está em estado gravíssimo.O caso é investigado pela Corregedoria-Geral da PRF, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. O procurador à frente do caso, Eduardo Benones, vai pedir que a PF faça a perícia em todas as armas usadas pelos policiais envolvidos."Nós pedimos a perícia de todas as armas dos agentes, usadas e não usadas. Queremos a relação de todas as armas e os calibres delas. Isso será mandado para a perícia e se tornará provas com validade forense para ser usadas numa eventual judicialização do caso", disse Benones à Folha.A arma de onde teriam partido os tiros que atingiram Heloisa já apreendida. Três agentes também foram afastados de suas funções. Entre eles está o policial Fabiano Menacho Ferreira, que admitiu ter atirado contra o carro em que estava a menina. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do policial.Heloisa foi baleada enquanto passava com a família pelo Arco Metropolitano, na altura de Seropédica. De acordo com relatos dos parentes e de testemunhas, uma viatura da PRF passou a seguir o carro em que a menina estava. Os agentes abriram fogo contra o veículo, após o pai da criança, William Silva, dar sinal de parada.Dentro do carro estavam Heloisa, seu pai, sua mãe, uma irmã de oito anos e uma tia. O veículo, que também foi levado para a perícia, foi acertado por ao menos três disparos.O Ministério Público já ouviu o depoimento do pai de Heloisa. A versão de Silva contradiz o que disse o policial rodoviário federal à delegacia de Seropédica. Ferreira havia afirmado que ouviu barulhos de tiros e, por isso, fez os disparos.Silva, por sua vez, afirma que não teve nenhum som de tiro antes de o carro em que sua família estava ser alvejado. Ele conta que os policiais não deram nenhum sinal para que ele parasse. Mesmo assim, ele deu a seta para encostar o carro. Os agentes, porém, atiraram antes.O depoimento de Silva é corroborado pela versão de uma testemunha, que filmou a ação da PRF. Esse homem também diz que não ouviu nenhum disparo antes de os policiais abrirem fogo contra o carro da família. Na gravação feita por ele, é possível ouvir os gritos da mãe de Heloisa ao constatar que sua filha havia sido baleada.O MPF afirmou que pensa em pedir escolta para a testemunha. Mais No depoimento que deu à delegacia, o policial disse ainda que a equipe começou a seguir o carro da família após constatar que ele era roubado. O pai de Heloisa afirmou que comprou o veículo recentemente e não sabia que estava em situação irregular.O Ministério Público Federal vai ouvir nesta terça-feira (12) a tia de Heloisa que estava no carro ao lado da menina. Segundo o procurador, caso o depoimento dela confirme o que disse o pai, eles não vão ouvir a mãe da menina. Isso porque Alana Santos acompanha a filha na UTI do Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, onde a criança está internada.Heloisa está em estado gravíssimo e, segundo a equipe médica que a atende, ainda corre risco de vida. Ela tem ferimentos na cervical, na cabeça e na escápula. A menina precisou passar por uma cirurgia para reduzir a pressão dentro do crânio e, desde então, está em coma induzido e respira por aparelhos.Segundo a equipe médica, Heloisa precisa ficar em repouso absoluto para que seu corpo descanse e, assim, consiga reagir ao trauma que sofreu. Ela está sob vigilância neurológica intensiva e os próximos passos do tratamento dependem de como ela reage a cada dia.O procurador espera ter uma conclusão do caso dentro de até 30 dias. Além da conduta dos policiais, a procuradoria também investiga por que um agente da PRF entrou à paisana dentro da UTI onde Heloisa está internada.A PRF já identificou o policial, mas ainda não enviou o ofício com a identificação do agente para o Ministério Público Federal. Até o momento, a Procuradoria sabe apenas o primeiro nome dele, Milton.O policial entrou na UTI sem se identificar nem pedir autorização da segurança do hospital e da equipe médica. Ele apenas disse que o motivo para estar lá era "assunto policial". O agente chegou a conversar com o pai de Heloisa. Ao MPF, Silva disse que foi uma conversa normal e não estranhou.A Procuradoria vai investigar o que exatamente o agente foi fazer na unidade médica, principalmente na ala em que está Heloisa. De acordo com o MPF, a depender do que apontar a investigação, o policial pode ser denunciado à Justiça Federal por abuso de autoridade."Podemos dizer que o que ele fez foi uma espécie de carteirada. Não vejo nenhuma razão para ele entrar na UTI sem se identificar. Se ele tem alguma explicação para fazer isso, que ele nos dê", diz Benones.Após o depoimento da tia de Heloisa nesta terça-feira é que Benones vai pedir ou não o reforço da segurança no hospital. Por ora, o procurador diz que não quer tornar o clima mais hostil do que já está.De toda forma, a direção do hospital afirma que já intensificou o controle da entrada e saída de visitantes, principalmente da UTI.
2023-09-11 19:30:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/procuradoria-pede-recolhimento-de-armas-de-policiais-apos-menina-ser-baleada-no-rj.shtml
Boric propõe derrubar sigilo de 50 anos em testemunhos de torturados da ditadura
Em um Chile já polarizado e com dificuldades de formar consensos, uma proposta colocada na mesa pelo presidente Gabriel Boric no marco dos 50 anos do golpe de Estado no país se tornou pano de fundo de trocas de farpas entre governo e oposição.O governo anunciou que pretende derrubar o sigilo de 50 anos imposto ao informe que compila mais de 28 mil casos de vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A ideia não é recente, mas, encampada pelo governismo, despertou ainda mais rechaço na oposição.Segundo detalharam ministros de Boric em Valparaíso, a proposta é derrubar o sigilo de maneira parcial —apenas a Justiça poderia acessar os testemunhos, não o público em geral, e somente mediante o consentimento da vítima ou de um familiar, caso esteja morta.Hoje, as vítimas da era Pinochet que compartilharam seus relatos à Comissão Nacional de Prisão Política e Tortura —mais conhecida como Comissão Valech, em homenagem ao bispo Sergio Valech, que a coordenou— têm, em média, mais de 70 anos de idade.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...O sigilo sobre o conteúdo do informe originado pelos trabalhos do grupo criado em 2003 foi determinado pela Lei 19.992, de dezembro de 2004, sob o argumento de proteger a privacidade das vítimas, muitas das quais, segundo autoridades da época, não desejavam que seus relatos fossem de conhecimento público para sempre.Mas a medida também foi e é alvo de críticas, inclusive de ex-presos políticos do regime Pinochet que testemunharam à comissão. "Nosso objetivo, ao testemunhar, não era ocultar a verdade do povo, mas sim combater a impunidade", diz Cecilia Bottai, 73, cirurgiã-dentista que foi presa e torturada na Villa Grimaldi, um dos principais centros de tortura em Santiago, onde sofreu um aborto devido às agressões.O anúncio do governo Boric de que pretende mais uma vez tentar derrubar o sigilo vem na esteira do plano nacional lançado no final de agosto para buscar desaparecidos políticos do regime. O presidente e seus ministros argumentam que, ao acessar os testemunhos mediante autorização das vítimas, a Justiça estará munida de mais detalhes para fazer um trabalho bem-sucedido. Mais "Isso tem de ser feito com o consentimento explícito daqueles que testemunharam", disse Boric em entrevista ao jornal chileno Teletrece no início do mês. "E será especificamente para casos judiciais. Ninguém que testemunhou e queira manter seu relato confidencial será obrigado, forçado ou pressionado a levantar o sigilo."O desafio do governo, no entanto, é fazer aprovar a quebra do sigilo. Após cogitar um decreto para estabelecer a medida, a gestão Boric recuou e anunciou que elaboraria um projeto de lei que terá de ser aprovado pelo Congresso —onde o governo de centro-esquerda não tem maioria nem na Câmara, nem no Senado.O próprio presidente, quando ainda era deputado, apoiou proposta similar à que hoje tenta colocar em prática. Em 2016, Boric foi um dos congressistas que assinaram um projeto de lei do então deputado Hugo Gutiérrez Gálvez para permitir que a Justiça acessasse o conteúdo do informe. Mais "Isso gera uma contradição com os mecanismos institucionais que buscam estabelecer uma verdade oficial em matéria de violação de direitos humanos", dizia a proposta. O texto está travado no Congresso, e não se descarta a possibilidade de que o governo o reviva.Publicado em 2004, o primeiro relatório da comissão, conhecido como Valech 1, reconheceu cerca de 28,5 mil vítimas da ditadura. Depois, um segundo informe, o Valech 2, compilou informações sobre outras cerca de 10 mil vítimas de prisões ilegais, torturas, execuções e desaparecimentos da era Pinochet.Para o governo, derrubar parcialmente o sigilo do material é também uma chance de combater o negacionismo histórico. "Em dias nos quais se fala que a violência sexual contra as mulheres detidas nos centros de tortura é uma lenda urbana, seria bom lembrar que mais de 3.000 mulheres disseram terem sido vítimas dessa violência", disse a ministra Antonia Orellana durante o anúncio do projeto.A fala da titular da pasta de Mulheres e Equidade de Gênero faz uma referência a discurso recente da deputada independente Gloria Naveillán, que afirmou que a violência de gênero durante o regime não podia ser comprovada. Mais A oposição afirma que Boric está desrespeitando a vontade das vítimas. "Está traindo todas as pessoas que falaram à comissão por conta da confidencialidade. Nem as famílias [das vítimas] teriam direito de passar por cima do que um antepassado disse", afirmou à rede CNN local a deputada Ximena Ossandón, do direitista Renovação Nacional.Caso a proposta de fato se formalize no Congresso, esse será mais um teste para Boric, que enfrenta dificuldades para aprovar suas agendas e amargou dura derrota quando viu ser recusado nas urnas o texto proposto para uma nova Constituição, há um ano.A última pesquisa do instituto local Cadem, realizada de 30 de agosto a 1º de setembro, mostra o líder com apenas 29% de aprovação.
2023-09-11 19:37:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/boric-propoe-derrubar-sigilo-de-50-anos-em-testemunhos-de-torturados-da-ditadura.shtml
RS monta centro de operações, cadastra voluntários e orienta doações; saiba como ajudar
Enquanto começam os trabalhos de reconstrução nos municípios do Vale do Taquari mais afetados pela enxurrada, o Governo do Rio Grande do Sul montou um cadastro para profissionais de saúde dispostos a atuar em hospitais, unidades de pronto atendimento e demais serviços de saúde da região.Conforme o balanço da Defesa Civil mais recente, das 12h desta segunda (11), são 46 mortos e 46 desaparecidos no estado. Foram 93 municípios atingidos e 36 deles estão em situação de emergência. Muçum e Roca Sales têm o maior número de mortos —16 e 11, respectivamente.O cadastro no site SOS Vale do Taquari é voltado a médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e outros interessados. Ao se cadastrar, os profissionais compartilham seus dados pessoais com a Secretaria de Saúde do RS, suas formações e escolhem os dias e turnos em que estão disponíveis.O cadastramento não quer dizer que o profissional será contatado e tampouco estabelece vínculo empregatício com o Governo do RS. Eles também não receberão remunerações. A ideia é que os municípios e as instituições de saúde entrem em contato conforme haja necessidade de ampliação ou substituição dos trabalhadores.Nesta segunda, o governo do RS detalhou como funcionará o Centro Regional de Ação de Recuperação, estrutura no município de Encantado (RS) de onde serão comandadas as ações das secretarias daqui para frente. O vice-governador, Gabriel Souza (MDB) coordenará os trabalhos.Nesta primeira etapa, o Centro Regional atuará para a normalização dos serviços essenciais. Questões como o restabelecimento de energia elétrica, comunicações, abastecimento de água, assistência social, atendimento em saúde e outros serviços terão atenção especial.O Centro Regional também divulgou novas orientações para quem deseja fazer doações aos municípios atingidos. Conforme a Defesa Civil, a principal necessidade no momento é de materiais de limpeza. Produtos, baldes, rodos, vassouras, escovas, luvas e botas de borracha são os itens mais úteis.Não há mais necessidade de roupas ou de alimentos. Porém, estão sendo solicitadas fraldas, peças íntimas e roupa de cama, como lençóis e cobertores. Também ainda há necessidade de kits de higiene pessoal.A Defesa Civil orienta que as pessoas doem kits prontos, para dispensar as etapas de triagem e montagem. Eles devem conter duas escovas de dente, um creme dental, um sabonete, um desodorante, um shampoo, um pacote de absorventes femininos, um aparelho de barbear e quatro rolos de papel higiênico.As doações devem ser entregues nos armazéns A4, A5 e A6 do Cais do Porto, no Centro Histórico de Porto Alegre, ou no Parque João Batista Marchese, em Encantado.Também em Porto Alegre recebem doações a Central de Doações da Defesa Civil do RS, no Centro Administrativo Fernando Ferrari, e o Palácio Piratini, sede do governo estadual.Em outros municípios do RS, doações podem ser feitas em quartéis da Brigada Militar, quartéis do Corpo de Bombeiros Militar, prefeituras e unidades do Sesc.A gestão Eduardo Leite (PSDB) estabeleceu ainda uma chave Pix para receber as doações em valores de pessoas e empresas que desejam repassar recursos. Além da chave do SOS Rio Grande do Sul, também é possível doar diretamente para as prefeituras mais atingidas.SOS Rio Grande do Sul PIX CNPJ: 92.958.800/0001-38 Banco do Estado do Rio Grande do SulCidade de Encantado – Associação Cultural Encantado PIX CNPJ: 11.330.190/0001-21 Banco: Coop. Sicredi Região dos ValesCidade de Muçum – CDL Câmara de Dirigentes Lojistas PIX CNPJ: 93.856.813/0001-69 Banco: Coop. Sicredi Região dos ValesCidade de Roca Sales – Gabinete do prefeito PIX CNPJ: 88.187.935/0001-70 Banco: Caixa Econômica Federal
2023-09-11 18:15:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/rs-monta-centro-de-operacoes-cadastra-voluntarios-e-orienta-doacoes-saiba-como-ajudar.shtml
Diesel sobe mais R$ 0,05 por litro nos postos após retomada de impostos federais
O preço do diesel subiu pela sexta semana seguida nos postos brasileiros, agora sob pressão da retomada parcial da cobrança de impostos federais. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o diesel S-10 foi vendido, em média, a R$ 6,18 por litro na semana passada.É uma alta de R$ 0,05 por litro em relação ao verificado na semana anterior. Desde o início do ciclo de alta, na última semana de julho, o produto acumula aumento de R$ 1,20 por litro, segundo a pesquisa semanal de preços da ANP.A alíquota de PIS/Cofins, que estava zerada, passou a R$ 0,11 por litro na última terça-feira (5). Em outubro, o governo sobe essa parcela para R$ 0,13. Há também retomada da cobrança sobre o biodiesel, que representa 12% da mistura vendida nos postos.A federação que representa a revenda de combustíveis calculou o impacto do primeiro aumento de impostos em R$ 0,10 por litro -isto é, o mercado pode esperar nova alta quando a ANP publicar a pesquisa desta semana. Em outubro, o efeito é de mais R$ 0,01 por litro.Segundo a ANP, o preço médio do diesel S-10 só era inferior a R$ 5 por litro na semana passada em dois estados, Alagoas e Amazonas. O Acre teve o preço médio mais caro do país: R$ 7,02 por litro. Em São Paulo, o preço médio era de R$ 6,12.O litro de diesel S-10 mais caro foi encontrado pela agência na capital paulista, a R$ 8,49 por litro. O mais barato, em Açailândia (MA), a R$ 4,95 por litro.Diferentemente de outros momentos de alta na carga tributária, a Petrobras dessa vez não tinha margem para reduzir o preço nas refinarias e, assim, compensar ao menos parcialmente a pressão sobre o preço final do produto.Pelo contrário, as cotações internacionais do diesel seguem em alta, com impactos tanto da escalada do preço do petróleo quanto dos baixos estoques no mundo às vésperas da temporada de compras para atender ao aumento do consumo durante o inverno no hemisfério Norte.Na abertura do mercado desta segunda (11), o preço médio do diesel nas refinarias da Petrobras estava R$ 0,74 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).É o maior valor desde a véspera do último reajuste da estatal. Especialistas acreditam que o cenário de aperto se manterá até o fim do ano, já que na semana passada Arábia Saudita e Rússia estenderam os cortes de produção de petróleo.Segundo a ANP, os preços da gasolina e do etanol hidratado ficaram praticamente estáveis na semana, em R$ 5,86 e R$ 3,66 por litro, respectivamente.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...
2023-09-11 18:33:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/diesel-sobe-mais-r-005-por-litro-nos-postos-apos-retomada-de-impostos-federais.shtml
Anitta brilha em desfile ao lado de Rita Ora e Vanessa Hudgens
A cantora brasileira Anitta, 30, está aproveitando ao máximo sua estadia em Nova York, nos Estados Unidos, e nesta segunda-feira (11), presenteou seus fãs com uma selfie ao lado das estrelas internacionais Rita Ora, 32, e Vanessa Hudgens, 34. As três artistas desfrutaram juntas do desfile da renomada grife Michael Kors.No evento de moda, Anitta, que nesta terça-feira (12) está agendada para se apresentar no Video Music Awards (VMA), exibiu seu estilo com um look totalmente preto, destacando-se por uma fenda e óculos máscara no rosto.Rita Ora, ao repostar a selfie do trio, expressou escreveu "Eu amo vocês" na legenda, enquanto a estrela de "High School Musical", Vanessa Hudgens, se referiu a suas companheiras como "Minhas garotas". Antes de se dirigir ao desfile, Anitta compartilhou stories emocionantes, onde revelou ter visto seu rosto estampado em vários pontos da cidade de Nova York. "Só está dando eu aqui, gente. Você sai do Brasil e pensa que vai se ver longe de mim... se vier para Nova York, não vai se ver livre", brincou a cantora. Mais Além do trio de artistas, outras personalidades de renome também prestigiaram o desfile da Michael Kors, incluindo Blake Lively, Olivia Wilde, Jessica Wang, bem como as brasileiras Camila Alves e Gessica Kayane. Em uma paleta de cores enxuta, todas as convidadas da grife americana optaram por looks sóbrios e monocromáticos, realçando a elegância do evento.Além de sua aguardada performance nesta terça, Anitta mais uma vez concorre na categoria de "Melhor Clipe Latino", desta vez com a canção "Funk Rave". No ano anterior, a artista fez história ao se tornar a primeira brasileira a conquistar um prêmio no VMA com o sucesso arrebatador de "Envolver".
2023-09-11 18:40:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/anitta-brilha-em-desfile-ao-lado-de-rita-ora-e-vanessa-hudgens.shtml
Com onda de violência, Salvador coloca policiais armados nos postos de saúde
Policiais armados em postos de saúde, atendimentos suspensos e pedidos de transferência por parte de funcionários. Esse é o cenário de serviços de saúde em Salvador, em mais um capítulo da crise de segurança enfrentada pelo governo Jerônimo Rodrigues (PT) na Bahia, com aumento da disputa entre facções e escalada da letalidade policial.Ao menos sete unidades da rede municipal de saúde fecharam as portas neste ano, por alguns dias, segundo a SMS (Secretaria Municipal de Saúde), seja por ocorrências na própria unidade, como assaltos, seja por episódios de violência no entorno, como tiroteios.Além disso, 13 postos tiveram o fim do expediente antecipado ou a suspensão do atendimento prolongada por mais de um dia, por conflitos nos arredores. Foi o caso das USFs (Unidades de Saúde da Família) no Alto das Pombas e no Calabar, bairros que registraram tiroteios no último dia 4. Na ocasião, aulas também foram suspensas, em escolas e na Ufba (Universidade Federal da Bahia).Casos de arrombamento e agressões contra profissionais se tonaram recorrentes desde o início da pandemia, afirma o Sindseps (Sindicato de Servidores Municipais), mas a situação se agravou nos últimos meses."Começamos a ver este ano uma rotina de assaltos, aumento de arrastões, furtos de celular e outros pertences nas portas e dentro das unidades", afirma Bruno Carianha, diretor do Sindseps.De acordo com levantamento do sindicato, ocorreram neste ano ao menos 20 casos de assalto, arrombamento e agressão contra profissionais em unidades de saúde espalhadas por Salvador. Houve, ainda, uma tentativa de feminicídio na UBS (Unidade Básica de Saúde) Vila Matos, no Rio Vermelho, bairro turístico da cidade, em agosto —um homem armado atirou contra uma paciente na entrada da unidade.Para efeito de comparação, no ano passado todo o sindicato registrou um assalto em posto de saúde —a entidade reconhece, contudo, que pode haver subnotificação.Como resposta à crise, policiais militares têm sido deslocados para fazer a segurança de alguns postos de saúde. Agentes da Guarda Civil Municipal também são escalados para fazer vigilância, a partir do pagamento de horas extras.A SMS não informou em quantos postos essas equipes atuam hoje. Disse, contudo, que está em andamento um estudo para redimensionar o tamanho do efetivo de vigilância necessário para "acompanhar a mancha criminal".Segundo estimativa do Sindseps, policiais militares e guardas-civis estão atualmente em 30 a 50 postos, de um total de 160 UBSs e USFs.Com o objetivo de implementar protocolos de gestão de risco e crise nos serviços públicos essenciais, servidores da Secretaria Municipal de Gestão de Salvador passaram, na semana passada, por um treinamento oferecido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha para órgãos da Prefeitura de Salvador localizados em áreas de conflito.Os assaltos e arrastões costumam acontecer nas unidades quando se formam as filas de pacientes na porta, à espera de atendimento."Eu sei que o posto não exige que a pessoa venha às 4h da manhã para conseguir consulta, mas eu tenho que vir ou então preciso ficar do lado de fora, em uma fila, esperando. Já deixei de conseguir [atendimento] duas vezes porque cheguei às 6h, mas não me sinto segura para chegar antes", diz Silvana Araújo, paciente da UBS Vila Matos, no Rio Vermelho, bairro turístico da cidade.Na avaliação de Lilia Cordeiro, enfermeira de saúde da família na UBS São Cristóvão, quem perde com a interrupção de serviços é a população de regiões periféricas."Muitas mães têm só um dia para levar o filho para tomar uma vacina e encontram o posto fechado porque houve algum caso de violência. Mas estão nos permitindo suspender o atendimento [devido à violência]. Temos feito rodas de terapia. O maior sintoma entre os profissionais são mãos e faces trêmulas", diz.Com o aumento da falta de segurança, profissionais de saúde têm pedido transferência."Há uma evasão de profissionais do Subúrbio Ferroviário e Cajazeiras [bairros da periferia de Salvador], que pedem para trabalhar na área central da cidade. Muitos têm adoecido com problemas psiquiátricos e psicológicos por traumas, como foi o caso de Sussuarana, em que profissionais tiveram armas apontadas contra eles", afirma Carianha, do Sindseps.No último dia 25, um homem armado fingiu ser paciente e assaltou funcionários da USF (Unidade de Saúde da Família) Sussuarana, no bairro de mesmo nome.A secretaria confirma ter recebido pedidos de transferência, mas alega se tratar de solicitações pontuais.De acordo com Maria Cecília Minayo, professora emérita da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e pesquisadora na área de violência, é justamente sobre a saúde que recaem as consequências da crise na segurança pública."Os efeitos da violência incluem mortes indiscriminadas e feridos por armas de fogo e também sofrimento das populações que vivem em áreas de risco, com prejuízos à saúde emocional e mental dos que perderam pais, filhos, parentes ou têm inválidos e sem condições de trabalhar", afirma.
2023-09-11 17:38:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/com-onda-de-violencia-salvador-coloca-policiais-armados-nos-postos-de-saude.shtml
Enchentes após tempestade deixam centenas de mortos e desaparecidos na Líbia
Autoridades no leste da Líbia afirmam que ao menos 2.000 pessoas morreram e milhares estão desaparecidas após uma tempestade tropical seguida de grande enchente devastar Derna e atingir outras cidades da região.O chefe do Crescente Vermelho no local (equivalente à Cruz Vermelha), no entanto, disse nesta segunda-feira (11) que o número de mortos na cidade era de 150, com a expectativa de que o total subisse a 250. Não foi possível, até a publicação deste texto, confirmar qualquer um dos dois números.Ahmed Mismari, porta-voz do Exército Nacional da Líbia, que controla território no leste do país, disse em entrevista coletiva que o desastre ocorreu após o desabamento de barragens em Derna, "arrastando bairros inteiros com seus moradores para o mar". Segundo Mismari, estão desaparecidas de 5.000 a 6.000 pessoas. O Conselho Muncipal de Derna afima, em sua página de perfil no Facebook, que a situação é "catastrófica" e pede ajuda internacional.A Líbia declarou três áreas na província de Cirenaica, no leste do país, como zonas de desastre e pede ajuda internacional para ações de emergência e resgate de feridos, desabrigados e corpos.Como consequência de revoltas e conflitos desde 2011, o país vive politicamente dividido entre governos a leste e a oeste —este reconhecido pela comunidade internacional, que opera com capital em Trípoli e não controla as áreas do leste.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Osama Hamad, chefe da administração paralela oriental, disse à imprensa local que mais de 2.000 pessoas estavam mortas e milhares estavam desaparecidas."Os desaparecidos estão na casa dos milhares, e os mortos ultrapassam 2.000. Bairros inteiros em Derna desapareceram junto com seus moradores, arrastados pela água", disse Hamad.A cidade está sem acesso a internet e há relatos de falta de eletricidade, o que dificulta a comunicação sobre a real situação no local e o trabalho de equipes de resgate.As enchentes acontecem dias depois que a tempestade tropical Daniel atingiu a Líbia no fim de semana, inundou estradas e destruiu prédios em locais como Derna e outras cidades da costa, incluindo a segunda maior do país, Benghazi.De acordo com relatório do Centro Meteorológico Regional Árabe, os ventos ao redor do centro da tempestade chegavam a 85 km/h no sábado (9), quando ainda se encontrava no mar Mediterrâneo. O texto também afirma que tempestades com "características subtropicais no período de julho a setembro na região central do Mediterrâneo são consideradas raras, segundo registros disponíveis".Fotografias de Derna, que a agência Reuters não conseguiu verificar de maneira independente, mostram um amplo rio correndo pelo centro da cidade, onde antes havia um fluxo de água muito mais estreito, com prédios em ruínas de ambos os lados da corrente. Mais Imagens nas redes sociais e transmitidas pela Almostkbal TV do leste da Líbia mostraram pessoas presas nos telhados de seus veículos pedindo ajuda e as águas arrastando carros.A Turquia anunciou o envio de três aviões com equipes de resgate e ajuda humanitária ao país africano, segundo o Ministério das Relações Exteriores de Ancara. São 168 funcionários, dois veículos de busca e resgate e dois botes, além de tendas, geradores, comida, roupas e itens de higiene, de acordo com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.Mismari, porta-voz do governo que controla o leste do país, diz que sete integrantes do Exército Nacional da Líbia, comandado por Khalifa Haftar, morreram na enchente.Saleh al-Obaidi, morador de Derna, disse que conseguiu fugir com sua família. "As pessoas estavam dormindo e acordaram e encontraram suas casas cercadas pela água", disse à Reuters."Estávamos dormindo e, quando acordamos, encontramos a água cercando a casa. Estamos dentro e tentando sair", afirmou Ahmed Mohamed, outro morador da região. Testemunhas disseram que o nível da água subiu três metros em Derna.O Parlamento baseado no leste da Líbia declarou três dias de luto. Abdul Hamid Dbeibah, primeiro-ministro do governo em Trípoli, também declarou três dias de luto em todas as cidades afetadas.Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.Outro órgão ligado à ONU, o IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática), já afirmou em relatório que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças foi causada pela ação humana.
2023-09-11 17:24:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/enchentes-apos-tempestade-deixam-centenas-de-mortos-e-desaparecidos-na-libia.shtml
WhatsApp testa mensagens para apps concorrentes como Telegram e Signal
O aplicativo de mensagens WhatsApp começou a oferecer, na versão de teste, uma nova aba que permite o envio de mensagens a plataformas concorrentes, como Telegram, Signal e Messenger, de propriedade da Meta.A informação é do site especializado em acompanhar atualizações do WhatsApp WABetaInfo. O serviço está disponível desde domingo (10).Questionada pela Folha sobre o recurso em teste, a Meta —holding dona do WhatsApp— respondeu que não comentará. O WABetaInfo, porém, publicou imagens do novo recurso, que fica em uma aba separada.A integração com aplicativos concorrentes é uma das novas exigências do novo marco regulatório europeu contra práticas anticoncorrenciais na internet —DMA (ato dos mercados digitais, em tradução livre).O WhatsApp foi um dos 19 aplicativos das 6 maiores empresas de tecnologia listados pela União Europeia como alvo da nova regulação. O mensageiro reúne mais de 100 milhões de usuários no velho continente, segundo a plataforma de monitoramento Similar Web.O aplicativo de mensagens tem, para se atualizar, seis meses, que começaram a ser contados desde 25 de agosto. A Meta também não respondeu à reportagem quais medidas tomará para se adequar ao ato de mercados digitais europeu.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...A nova aba de mensagens para outros aplicativos ainda não funciona para os testadores, segundo o WABetaInfo. É possível apenas visualizá-la, o que indica o trabalho da Meta no tema.O site especializado afirma que a criptografia de ponta a ponta garantida pelo WhatsApp vai continuar a valer na nova modalidade de comunicação. Ainda não está claro se a ferramenta estará disponível fora da Europa, onde não há normas que pressionem nesse sentido.No modelo atual, é necessário baixar o aplicativo de mensagens do interlocutor para se manter uma conversa. Hoje, se o personagem fictício João usa apenas Telegram, por exemplo, é preciso fazer download desse mensageiro para enviar mensagens a João.A integração permitiria contatar João no Telegram diretamente do WhatsApp. Caso todos os apps de mensagens seguissem essa lógica, o usuário poderia ter no aparelho apenas a tecnologia de preferência.Ainda de acordo com o novo marco regulatório europeu, o usuário poderá escolher se quer manter seu aplicativo integrado a outras plataformas ou não. Como a tecnologia ainda está em estágios iniciais de desenvolvimento, porém, não dá para antecipar como isso funcionará. Mais
2023-09-11 17:50:00
tec
Tecnologia
https://www1.folha.uol.com.br/tec/2023/09/whatsapp-testa-mensagens-para-apps-concorrentes-como-telegram-e-signal.shtml
Material genético faz PGR acusar mais 31 pessoas de vandalismo no 8/1
Vestígios de material genético coletados nas sedes dos três Poderes permitiram à PGR (Procuradoria-Geral da República) acusar mais 31 pessoas de vandalismo ao patrimônio público e outros crimes relacionados ao 8 de janeiro.Os fragmentos foram confrontados com amostras recolhidas de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) presos no acampamento em frente ao QG do Exército na manhã do dia seguinte.O resultado forneceu ao órgão elementos para sustentar a acusação de participação desses suspeitos na invasão e depredação dos prédios.A lista de objetos recolhidos e analisados pelos investigadores inclui itens como meia, batom, camisas, toalha de rosto, máscaras de proteção facial, bandeiras, barras de metal, garrafas de água, latas de refrigerantes, bitucas de cigarro e restos de sangue.Esse grupo de 31 pessoas já havia sido denunciado pela PGR e respondia a ações penais por dois crimes: associação criminosa e por incitar as Forças Armadas contra os Poderes constituídos.Agora, com base nos novos laudos técnicos produzidos pelos peritos da Polícia Federal, a Procuradoria encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal) aditamento aos processos.Pede à corte que os suspeitos sejam processados por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...Caso o tribunal acate os pedidos, esse grupo se somará aos 232 réus que já respondem por esses cinco crimes e poderão ser condenados a penas que somadas chegam a 30 anos de reclusão.Os acusados também perderão o direito a firmar acordo de não persecução penal com o Ministério Público Federal."Com essas provas, é possível dizer com segurança que, mesmo que essas pessoas não tenham sido detidas em flagrante no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto ou no STF, elas estiveram nesses locais", afirma o subprocurador Carlos Frederico Santos, coordenador do grupo GCAA (Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos) da PGR. Mais De acordo com informação divulgada pela Procuradoria nesta segunda-feira (11), os peritos da PF produziram dezenas de laudos e perfis genéticos.As análises foram feitas pelo Serviço de Perícias em Genética Forense, que recebeu quase 1.400 amostras biológicas dos presos. O processamento do material coletado levou à elaboração de 1.385 perfis genéticos: 896 de pessoas do sexo masculino e 489 do sexo feminino.O passo seguinte foi confrontar essas informações com os perfis genéticos obtidos dos vestígios coletados no âmbito das investigações dos atos de 8 de janeiro e com dados do Banco Federal de Perfis Genéticos. Foram também consideradas informações de bancos de dados públicos, como o do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e de secretarias estaduais de Segurança Pública.O julgamento das primeiras ações penais relacionadas aos ataques do início do ano está previsto para começar nesta quarta-feira (13), em sessão extraordinária dedicada ao caso. Mais
2023-09-11 17:22:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/material-genetico-faz-pgr-acusar-mais-31-pessoas-de-vandalismo-no-81.shtml
Agência americana aprova vacinas contra Covid atualizadas com novas variantes
A FDA (Food and Drug Administration), agência americana responsável por aprovar os medicamentos e vacinas em uso nos Estados Unidos, aprovou nesta segunda-feira (11) o pedido de registro emergencial das vacinas contra Covid da Moderna e da Pfizer formuladas para as variantes em circulação.De acordo com o órgão, as novas fórmulas contêm fragmentos do material genético da subvariante XBB.1.5 da ômicron, descoberta no final do ano e que foi considerada altamente transmissível pela OMS (Organização Mundial da Saúde).A agência analisou estudos que comprovam a segurança e eficácia da fórmula, bem como ensaios pré-clínicos em que foi observada uma alta resposta da vacina atualizada contra as variantes EG.5 e BA.2.86, que tiveram aumento de casos em vários países nos meses de julho e agosto.Segundo a nota publicada em sua página oficial, a agência americana afirmou que, com base na totalidade da evidência, a análise de risco e benefício das novas vacinas considerou que o imunizante é eficaz, seguro e pode ser administrado em pessoas de seis meses ou mais de idade que já tiveram um esquema primário completo com as vacinas monovalentes da Covid.Ainda de acordo com o órgão, embora quadros graves de Covid sejam mais raros em crianças e jovens, estes podem ocorrer, e as vacinas reduzem significativamente o risco de ter sequelas sérias da Covid.Ciência, hábitos e prevenção numa newsletter para a sua saúde e bem-estarCarregando...No Brasil, a Anvisa ainda não apresentou o registro das vacinas atualizadas com as variantes em circulação. De acordo com a agência, tanto a Pfizer (Cominarty) quanto a Moderna (Spikevax) já entraram com o pedido para registro das vacinas atualizadas com a XBB.1.5, e estes encontram-se em análise.As vacinas bivalentes da Pfizer e da Moderna, formuladas com a cepa ancestral de Wuhan e a ômicron, seguem com registro de autorização para uso, embora apenas a Pfizer bivalente tenha sido distribuída pelo governo federal.Podem se vacinar nos EUA com as fórmulas atualizadas indivíduos de 12 anos ou mais, para os quais o registro da vacina é definitivo, e aqueles com seis meses a 11 anos de idade, caso em que a agência aprovou o uso emergencial das vacinas contra Covid.Com a publicação da nota, as vacinas bivalentes aprovadas anteriormente pela agência deixam de ter autorização para uso no território americano.Pessoas com cinco anos ou mais, independentemente da vacinação prévia, podem receber um novo reforço com a vacina atualizada a partir de dois meses da última vacinaBebês e crianças de 6 meses a 4 anos de idade vacinados previamente podem receber uma ou duas doses da vacina atualizada (tempo e número de doses administradas dependem da vacina contra Covid que receberam antes)Bebês e crianças de seis meses a quatro anos de idade que nunca receberam doses monovalentes podem receber até três doses da fórmula atualizada da Pfizer ou duas doses da nova versão da ModernaA agência continua confiante na segurança e eficácia e uma análise do risco versus benefício das vacinas mostra que elas continuam benéficas para todos os indivíduos com seis meses ou mais de idadeOs indivíduos que receberem a nova versão atualizada podem sentir os mesmos efeitos colaterais já descritos para as vacinas de mRNA da Covid, como dores no local da injeção, vermelhidão, dor muscular e dor de cabeçaAs versões atualizadas dos imunizantes devem oferecer uma boa proteção contra a Covid e as variantes em circulação, mas a agência entende que frente a uma nova cepa mais virulenta é provável que a transmissão só seja reduzida com uma atualização anual das vacinas, como é feito para o vírus influenza a cada anoAs fabricantes Pfizer e Moderna avaliam que as novas fórmulas devem estar disponíveis para uso no próximo outono americano (primavera no Brasil) e que versões atualizadas com outras variantes em circulação devem ser disponibilizadas no futuroNo Brasil, só há recomendação de uma dose única de bivalente em todas as pessoas com 18 anos ou mais;A Anvisa aprovou o uso para adolescentes de 12 a 17 anos da bivalente, mas a pasta da Saúde inda não ampliou a recomendação para esta faixa etária;Para crianças e adolescentes 5 a 11 anos saudáveis, a recomendação é o esquema primário com duas doses monovalentes mais um reforço também monovalente;Em bebês a partir de seis meses de idade e crianças até 4 anos, são utilizadas duas doses da Pfizer baby (até 4 anos) mais um reforço monovalente ou duas doses da Coronavac (crianças de 3 e 4 anos) também com o reforço monovalente.As vacinas atualizadas dos imunizantes contra Covid contêm a subvariante XBB.1.5 da ômicron, considerada altamente transmissível pela OMS.Versões atualizadas com as sublinhagens EG.5 e BA.2.86, considerada como uma variante de preocupação pela OMS, são esperadas para o futuro.Existem duas empresas que possuem vacinas atualizadas já aprovadas para uso. A Moderna e a Pfizer já licenciaram suas vacinas contendo a subvariante XBB.1.5 da ômicron.No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial de duas formulações bivalentes da Pfizer (para BA.1 e BA.4/BA.5). A agência autorizou o uso dos imunizantes como reforços para pessoas com 12 anos ou mais.No dia 26 de junho, a Anvisa autorizou também a vacina bivalente da Moderna, Spikevax, mas ela ainda não está disponível no território nacional.No Brasil, atualmente, todas as pessoas acima de 18 anos podem receber o reforço com a vacina bivalente. A pasta da Saúde deve também ampliar em breve a recomendação para adolescentes de 12 a 17 anos.No caso das crianças de 5 a 11 anos, a recomendação é que se faça um reforço com a fórmula monovoalente da Pfizer. Mais Vale ressaltar que todas as vacinas contra Covid continuam sendo consideradas seguras e protegem contra hospitalizações e óbitos.Para as vacinas bivalentes está prevista a aplicação de uma única dose em todas as pessoas que receberam o último reforço (terceira ou quarta dose) há pelo menos três meses.Ainda não há previsão no Brasil da inclusão das vacinas bivalentes como forma de esquema primário contra Covid —isto é, em pessoas que nunca receberam uma dose contra Covid.No final de janeiro, a Anvisa recebeu o pedido de registro definitivo das vacinas bivalentes da Pfizer. No caso de uma autorização definitiva, a vacina pode ser utilizada também fora do cenário de emergência sanitária contra a Covid. Todas as demais vacinas utilizadas atualmente no país, exceto a Coronavac, já possuem registro definitivo. Mais De modo geral, as vacinas atualizadas contra a ômicron mantêm o mesmo padrão de segurança que as formas monovalentes já autorizadas e utilizadas em bilhões de pessoas em todo o mundo.As doses bivalentes foram analisadas e aprovadas por agências reguladoras em todo o mundo, que comprovaram a sua segurança e eficácia como reforço de vacina.Em geral, os efeitos mais comuns que foram reportados são dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, dores no corpo (mialgia), febre e calafrios.Tais efeitos também já foram reportados com os reforços das vacinas monovalentes e são considerados leves, com desaparecimento dos sintomas em até 24 horas.A orientação dos profissionais de saúde nos postos de vacinação é para monitorar a intensidade dos efeitos e, se necessário, a utilização de medicamentos analgésicos comuns para tratamento.Outros efeitos colaterais menos comuns e considerados moderados a severos podem incluir miocardite (inflamação do miocárdio), pericardite (inflamação do pericárdio), dores no peito, falta de ar e arritmia.
2023-09-11 17:48:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/agencia-americana-aprova-vacinas-contra-covid-atualizadas-com-novas-variantes.shtml
SBT volta a gravar The Noite com Mingau substituído e agradecimentos de Danilo Gentili
O SBT retomou nesta segunda-feira (11), após uma semana de suspensão, com as gravações do programa de entrevistas The Noite com Danilo Gentili. A banda Ultraje a Rigor fez parte do programa, mas com um substituto para o baixista Rinaldo Oliveira Amaral, o Mingau, que está em estado grave no hospital São Luiz, em São Paulo.Enquanto Mingau se recupera, o músico Andria Busic, que fez parte do Ultraje a Rigor no início dos anos 1990, vai substituí-lo na atração. Assim que Mingau se recuperar, ele retornará ao seu posto.Na abertura das gravações, Gentili fez um agradecimento público pelas orações em favor do músico, e as doações de sangue feitas para ele se recuperar. Nesta terça (12) entrevistas serão gravadas. Reportagens externas também foram retomadas. Mais "Quero começar agradecendo todo mundo que participou da campanha de doação de sangue em prol do Mingau. Foi uma corrente muito legal. Colegas de outras emissoras de TV, rádios, canais do YouTube. Vocês todos ajudaram muito o Mingau. Não só ele, mas um monte de gente", disse Danilo."O Mingau está passando todos os cuidados que a medicina pode dar. Os médicos já começaram a diminuir a sedação dele no sábado, os próximos dias são cruciais. Ainda é um caso grave, mas todo mundo com corrente positiva para o Mingau", prosseguiu. Danilo Gentili aproveitou para fazer um pedido: "Continue doando sangue, porque uma coisa que foi falada lá no banco de sangue é que estava há muitos dias sem ninguém doar... Quando você doa sangue, você abastece o posto de sangue para pessoas que estão internadas e precisam de transfusão".Mingau segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Luiz, na capital paulista. Mingau "segue sedado e sob ventilação mecânica. O paciente continua recebendo suporte clínico para controle da pressão intracraniana".O baixista foi baleado na cabeça na madrugada de domingo, dia 3 de setembro, na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, onde ele administra uma pousada. Ele foi levado às pressas para o Hospital Hugo Miranda e de lá transferido para São Paulo e submetido a uma primeira cirurgia de emergência, de quase quatro horas de duração.Segundo a equipe do hospital, a bala atravessou todo o crânico do músico. Na quarta-feira (6), Mingau foi submetido a uma segunda cirurgia, desta vez para controlar a pressão do crânio. O procedimento durou quase três horas.A Polícia Militar do Rio de Janeiro está investigando o caso e pediu a prisão de três suspeitos, que estariam envolvidos no ocorrido. Um nome está foragido.
2023-09-11 17:58:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/sbt-volta-a-gravar-the-noite-com-mingau-substituido-e-agradecimentos-de-danilo-gentili.shtml
Jojo Todynho diz que planeja adotar criança que conheceu em Angola: 'Esse menino é meu filho'
A recente viagem que Jojo Todynho pela Angola fez com que a empresária se apaixonasse por uma criança que conheceu em uma escola do país. A cantora afirmou que a conexão foi instantânea e que agora pretende entrar com os trâmites para adotá-la."Fui para Luanda com um propósito intercolegial, que foi adiado mas foi bem melhor do que imaginava. Fui convidada a participar de uma ação e me chamaram para conhecer uma maternidade e uma escola. Um dos meninos que vieram me homenagear foi o Francisco", começou ela.A empresária contou que, pela quantidade de pequenos, não prestou muita atenção, mas que, quando ele começou a ler, sentiu uma conexão muito forte. Mais "Falei 'gente, esse menino é meu filho'. O olho dele brilhava, foi conexão, não tem explicação. Depois perguntei para ele 'e seu eu quiser te levar embora?', ai ele disse 'vou com você'. Agora vou fazer o contato com a família para ver como vai ficar, para ver se conseguimos fazer um processo de adoção, todos os trâmites. Vou rezar para a família aceitar para trazer ele para cá."Ela ainda afirmou que, se tudo der certo, vai dar a oportunidade de uma vida melhor a ele e recordou a história das filhas de Glória Maria.Ao final, Jojo se disse esperançosa com a possibilidade de se tornar mãe de Francisco. "Fiquei com a história da Glória Maria na cabeça. Vou ver uma forma, se a família autorizar eu trazer ele para cá, de eu continuar ajudando a família dele lá. Mas agora é orar, deixar as coisas acontecerem. Estou com muita esperança. Sei que ele vai se tornar um grande homem", disse ela.
2023-09-11 17:50:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/jojo-todynho-diz-que-planeja-adotar-crianca-que-conheceu-em-angola-esse-menino-e-meu-filho.shtml
Especialista vê risco de que tributos gêmeos da Reforma Tributária fiquem cada um com uma cara
O Senado pode evitar que dois tributos gêmeos criados pela Reforma Tributária se tornem irremediavelmente distintos entre si. Para isso, seria necessário fazer ajustes no texto aprovado na Câmara dos Deputados em julho.Essa é a avaliação do tributarista Marcus Lívio, sócio do escritório Salomão Advogados. Ele é também um dos cinco especialistas escolhidos para dar suporte técnico ao grupo de trabalho da Reforma Tributária da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.Lívio coordenou ainda o Diagnóstico do Contencioso Judicial Tributário Brasileiro, iniciativa do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que resultou em oito projetos de lei que visam prevenir litígios e propor métodos para solucioná-los.A PEC 45/2019, que trata da reforma tributária, previa originalmente a fusão de cinco tributos em apenas um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) sobre bens e serviços dividido por União, estados e municípios.A versão aprovada na Câmara em julho passou a trabalhar com dois: uma contribuição federal (CBS) e um imposto controlado por governadores e prefeitos (IBS). A separação em dois tributos era uma proposta do próprio Senado que foi acolhida pelos deputados."A PEC 45 prevê que o IBS e o CBS serão tributos gêmeos. Terão o mesmo fato gerador, a mesma base de cálculo, as mesmas regras de imunidade, as mesmas isenções e tudo mais. O grande problema é que o projeto original era pensado para um IVA único. Tomou-se a decisão de fazer um IVA dual, separando IBS e CBS, mas não se atentaram à possibilidade de conflitos processuais ou possíveis contenciosos", afirma o tributarista.O primeiro conflito, segundo ele, se dará na regulamentação da reforma, esperada para 2024.A Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária, do Ministério da Fazenda, prevê que esses dois novos tributos serão regulados por uma única lei complementar. Mas o texto da PEC dá poder à União para regular a CBS e diz que a iniciativa de lei complementar que trate do IBS caberá ao Conselho Federativo formado por estados e municípios."Teremos duas leis complementares, causando possíveis assimetrias e distanciamento entre esses dois tributos gêmeos, ou uma única lei para regulamentar os dois tributos, o que seria o ideal. Mas o texto da PEC 45 não deixa isso claro."Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Segundo o tributarista, mesmo se for editada apenas uma legislação complementar, pode haver conflito a partir da edição de outras normas, caso Receita Federal e Conselho Federativo tenham poderes para fazer cada um sua própria interpretação dessa legislação.Posteriormente, os questionamentos dos contribuintes serão analisados pelo Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) em relação à CBS e por um tribunal administrativo vinculado ao Conselho Federativo nos julgamentos do IBS. Haveria então a possibilidade de duas jurisprudências administrativas, uma para cada tributo.O mesmo pode ocorrer no Judiciário. Casos referentes à CBS irão para a Justiça Federal. Para o IBS, a competência será da Justiça Estadual.O tributarista afirma que um bom caminho seria trazer tudo para a esfera federal, ou seja, que a Receita Federal fizesse uma regulamentação única para IBS e CBS.Ele diz que, se não houver uma alteração na PEC unificando a regulamentação, seja ela feita toda pela União ou toda pelo Conselho Federativo, unificando o julgamento administrativo e a competência na Justiça Federal ou Justiça Estadual, a Reforma Tributária vai gerar um contencioso derivado desses aspectos processuais."Podemos ter dois diplomas regulamentadores, que vão gerar duas interpretações. Teremos dois órgãos [administrativos] de julgamento distintos e, depois, se tivermos conflitos judicializados, teremos duas Justiças competentes. A gente vai ter um distanciamento natural dos dois tributos", afirma o tributarista.Lívio diz que pretende levar essas preocupações ao grupo de trabalho da reforma na CAE, coordenado pelo senador Efraim Filho (União-PB). A comissão trabalha em conjunto com o relator da reforma no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM)."Pretendo levar essas preocupações a ele [Efraim], de forma que a gente possa fazer essa harmonização ainda agora na fase de tramitação no Senado da PEC 45. Esses problemas só podem ser resolvidos na PEC. A lei complementar não tem como resolver. Se não for agora, o problema já está posto."O IVA Dual fazia parte da PEC 110, proposta de reforma tributária apresentada pelo Senado. Segundo Lívio, essa proposta também não previa uma solução para esses conflitos de competência. Mais
2023-09-11 17:07:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/senado-pode-evitar-que-tributos-gemeos-do-iva-dual-acabem-diferentes-diz-especialista.shtml
Brasileiro foragido nos EUA entra na lista de procurados da Interpol
O brasileiro Danilo Cavalcante, 34, que fugiu de uma prisão americana no dia 31 de agosto, foi incluído na lista de procurados da Interpol a pedido dos Estados Unidos.A Interpol é a organização internacional que serve de ligação entre as polícias de diversos países a fim de capturar foragidos. A ficha na plataforma afirma que o brasileiro tem 1,52 m de altura, pesa 54 kg, possui cabelos pretos e olhos castanhos. Ele pode estar usando uma camiseta branca, calças verdes ou cinzas da prisão e tênis brancos.Segundo autoridades americanas, o brasileiro tentou entrar em contato com duas pessoas no sábado (9) para pedir ajuda.A Polícia Estadual da Pensilvânia não divulgou a identidade das pessoas procuradas nem o conteúdo das conversas. De acordo com o tenente-coronel George Bivens, são conhecidos distantes de Cavalcante, com quem ele trabalhou no passado, e que estavam fora do radar da investigação como alvos potenciais do brasileiro.Ele foi condenado à prisão perpétua em agosto pelo assassinato da ex-namorada Deborah Brandão em 2021 na frente dos dois filhos da brasileira. O crime aconteceu na Pensilvânia. Cavalcante é réu por um outro homicídio cometido no Brasil em 2017. Segundo a polícia americana, na noite de sábado, o foragido furtou uma van Ford Transit 2020 de uma fazenda fora do perímetro de buscas. As chaves haviam sido deixadas no veículo.Em seguida, ele dirigiu para a casa de um conhecido, chegando ao local às 21h52. O morador não estava na residência no momento, mas conseguiu conversar com Cavalcante remotamente pelo interfone.Segundo Bivens, o diálogo foi em português. O tom adotado pelo foragido foi de urgência, mas amigável, pedindo ajuda.Ao chegar em casa, o morador entrou em contato com a polícia, que obteve uma gravação da conversa e registros em vídeo do foragido –são as imagens que mostram que o brasileiro raspou a barba e usa agora uma blusa verde.Depois, Cavalcante procurou um segundo conhecido, que também não estava em casa no momento. Uma mulher, no entanto, viu o foragido e ligou para esse morador que, ao chegar em casa, contatou a polícia."O fato de ele ter procurado pessoas com quem ele tem uma conexão muito distante mostra que ele não tem uma boa rede de contatos para ajudá-lo", disse o tenente-coronel. "Acho que ele está desesperado."A van utilizada por Cavalcante foi encontrada pela polícia, após ter sido abandonada na região de East Nantmeal. As buscas agora se concentram nesse local. Para Bivens, não há indicativo de que o brasileiro tenha deixado a região do condado de Chester, na Pensilvânia.Diferentemente do foco anterior, a nova área vasculhada pela polícia é urbana. Os investigadores afiram que isso é uma desvantagem para o procurado.Presa pela agência de imigração americana, a irmã de Cavalcante não tentou ajudá-lo, de acordo com as autoridades locais. Ela está em processo de deportação por estar ilegalmente no país, após o prazo de validade do seu visto ter expirado.Questionado em entrevista a jornalistas se há algum tipo de apoio ou contato do governo brasileiro ajudando na operação, Bivens disse que não, e que possui as informações que precisa sobre o brasileiro.Nesta segunda, as buscas chegaram ao 12º dia. Há cerca de 300 agentes envolvidos na operação no momento, que conta ainda com helicópteros, cães farejadores, drones e outras tecnologias de investigação.A recompensa oferecida em troca de informações que levem à recaptura de Cavalcante foi elevada de US$ 20 mil para US$ 25 mil.Um vídeo divulgado na semana passada mostra que o brasileiro fugiu da prisão do condado de Chester pelo telhado. A ausência dele foi percebida apenas no momento da contagem dos detentos, mais de uma hora depois.De acordo com informações divulgadas pelo diretor interino do presídio, Howard Holland, Cavalcante estava em um pátio de exercícios, junto com outros presos do bloco, às 8h30 do dia 31 de agosto.Às 8h51, ele conseguiu escalar uma parede. A cena foi registrada em vídeo, mas no momento em que ocorreu o movimento não foi percebido. Depois de subir a parede, ele passou por uma barreira de arame farpado e chegou ao telhado, onde correu até chegar a uma outra cerca. Depois de escalá-la, ele conseguiu passar por mais uma barreira de arame farpado e fugir da prisão.O método é semelhante ao adotado por outro detento que escapou da prisão em maio. Na ocasião, no entanto, um vigia em uma torre responsável pela supervisão do pátio viu o fugitivo e já acionou o alerta, levando à sua recaptura em cinco minutos.No caso de Cavalcante, no entanto, o vigia não reportou a fuga, apesar de estar na torre de segurança no momento. Ele foi demitido. A fuga ainda está sendo investigada.
2023-09-11 17:12:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/brasileiro-foragido-nos-eua-entra-na-lista-de-procurados-da-interpol.shtml
'Rio de vinho' inunda cidade em Portugal após acidente em destilaria
Uma cidade em Portugal registrou uma inundação inusitada na manhã deste domingo (10). Em vez de água, ruas do município foram tomadas por um "rio" de vinho após um acidente em uma destilaria.Centenas de litros da bebida invadiram as ruas de Anadia após o rompimento de dois depósitos que ficam em uma colina. Imagens publicadas nas redes sociais mostram uma enxurrada do líquido vermelho descendo uma ladeira. Ninguém ficou ferido, e a empresa apura as causas do acidente.Segundo o diário português Jornal de Notícias, havia o temor de que o vinho chegasse ao rio e provocasse um desastre ambiental. Autoridades, porém, dizem que as águas não foram contaminadas. Dezenas de bombeiros foram mobilizados —eles conseguiram dragar o líquido e levá-lo até uma estação de tratamento.A empresa não soube dizer a quantidade de vinho vazada. Em nota, a destilaria lamentou o acidente e se comprometeu a arcar com os custos de limpeza. "Apesar do incidente não ter causado feridos, queremos expressar a nossa sincera preocupação pelos danos causados em geral [...] e em particular na sua casa.""Assumimos total responsabilidade pelos custos associados à limpeza e reparação dos danos. [...] Estamos empenhados em resolver esta situação o mais rapidamente possível", acrescenta. A empresa pediu aos moradores que façam registros fotográficos dos eventuais danos causados pelo acidente.Durante o dia, a destilaria deslocou trabalhadores e máquinas para os trabalhos de limpeza, ainda segundo o Jornal de Notícias. Os trabalhos foram feitos em conjunto com a prefeitura. Anadia é um município com cerca de 6.000 habitantes localizado a cerca de 30 quilômetros de Coimbra.
2023-09-11 16:43:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/rio-de-vinho-inunda-cidade-em-portugal-apos-acidente-em-destilaria.shtml
Brasileiro foragido nos EUA tentou pedir ajuda a duas pessoas, diz polícia
O brasileiro Danilo Cavalcante, 34, que fugiu de uma prisão nos EUA no dia 31 de agosto, tentou entrar em contato com duas pessoas no sábado (9) para pedir ajuda.A Polícia Estadual da Pensilvânia não divulgou a identidade das pessoas procuradas e nem o conteúdo das conversas. De acordo com o tenente-coronel George Bivens, são conhecidos distantes de Cavalcante, com quem ele trabalhou no passado, e que estavam fora do radar da investigação como alvos potenciais do brasileiro.Ele foi condenado à prisão perpétua em agosto pelo assassinato da ex-namorada Deborah Brandão em 2021 na frente dos dois filhos da brasileira. O crime aconteceu na Pensilvânia. Cavalcante é réu por um outro homicídio cometido no Brasil em 2017.Segundo a polícia americana, na noite de sábado, o foragido furtou uma van Ford Transit 2020 de uma fazenda fora do perímetro de buscas. As chaves haviam sido deixadas no veículo.Em seguida, ele dirigiu para a casa de um conhecido, chegando ao local às 21h52. O morador não estava na residência no momento, mas conseguiu conversar com Cavalcante remotamente pelo interfone.Segundo Bivens, o diálogo foi em português. O tom adotado pelo foragido foi de urgência, mas amigável, pedindo ajuda.Ao chegar em casa, o morador entrou em contato com a polícia, que obteve uma gravação da conversa e registros em vídeo do foragido –são as imagens que mostram que o brasileiro raspou a barba e usa agora uma blusa verde.Depois, Cavalcante procurou um segundo conhecido, que também não estava em casa no momento. Uma mulher, no entanto, viu o foragido e ligou para esse morador que, ao chegar em casa, contatou a polícia."O fato de ele ter procurado pessoas com quem ele tem uma conexão muito distante mostra que ele não tem uma boa rede de contatos para ajudá-lo", disse o tenente-coronel. "Acho que ele está desesperado."A van utilizada por Cavalcante foi encontrada pela polícia, após ter sido abandonada na região de East Nantmeal. As buscas agora se concentram nesse local. Para Bivens, não há indicativo de que o brasileiro tenha deixado a região do condado de Chester, na Pensilvânia.Diferentemente do foco anterior, a nova área vasculhada pela polícia é urbana. Os investigadores afiram que isso é uma desvantagem para o procurado.A irmã de Cavalcante, presa pela agência de imigração americana, não tentou ajudá-lo, de acordo com as autoridades locais. Ela está em processo de deportação por estar ilegalmente no país, após o prazo de validade do seu visto ter expirado.Questionado em entrevista a jornalistas se há algum tipo de apoio ou contato do governo brasileiro ajudando na operação, Bivens disse que não, e que possui as informações que precisa sobre o brasileiro.Nesta segunda, as buscas chegaram ao 12º dia. Há cerca de 300 agentes envolvidos na operação no momento, que conta ainda com helicópteros, cães farejadores, drones e outras tecnologias de investigação.A recompensa oferecida em troca de informações que levem à recaptura de Cavalcante foi elevada de US$ 20 mil para US$ 25 mil.Um vídeo divulgado na semana passada mostra que o brasileiro fugiu da prisão do condado de Chester pelo telhado. A ausência dele foi percebida apenas no momento da contagem dos detentos, mais de uma hora depois.De acordo com informações divulgadas pelo diretor interino do presídio, Howard Holland, Cavalcante estava em um pátio de exercícios, junto com outros presos do bloco, às 8h30 do dia 31 de agosto.Às 8h51, ele consegue escalar uma parede. A cena foi registrada em vídeo, mas no momento em que ocorreu o movimento não foi percebido. Depois de subir a parede, ele passou por uma barreira de arame farpado e chegou ao telhado, onde correu até chegar a uma outra cerca. Depois de escalá-la, ele conseguiu passar por mais uma barreira de arame farpado e fugir da prisão.O método é semelhante ao adotado por outro detento que escapou da prisão em maio. Na ocasião, no entanto, um vigia em uma torre responsável pela supervisão do pátio viu o fugitivo e já acionou o alerta, levando à sua recaptura em cinco minutos.No caso de Cavalcante, no entanto, o vigia não reportou a fuga, apesar de estar na torre de segurança no momento. Ele foi demitido. A fuga ainda está sendo investigada.
2023-09-11 16:41:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/brasileiro-foragido-nos-eua-tentou-pedir-ajuda-a-duas-pessoas-diz-policia.shtml
'Agro do futuro' tem lavouras resistentes a secas e sem uso de combustíveis fósseis
Estou na Fazenda do Futuro da Universidade de Wageningen, na Holanda, esperando poder ver robôs e, quem sabe, drones voando sobre a minha cabeça.Mas, neste belo dia de céu azul, o gerente do projeto, Wijnand Sukkel, olha para os extensos campos em frente ao edifício da universidade, com árvores sem folhas —e, claro, moinhos de vento ao fundo— e aponta para as fileiras de plantações nos campos.Ele conta que, na Holanda, estes campos seriam normalmente ocupados por uma única cultura, como milho ou trigo.Aqui em Lelystad, no entanto, eles estão experimentando diferentes métodos agrícolas e um deles é a diversidade de produção.São oito produtos diferentes cultivados de cada vez, incluindo trigo, cebolas, batatas e feijão-fava."Sabemos que a diversidade de produção funciona", afirma Sukkel.E eles também usam cobertura vegetal para ajudar a melhorar o solo e a biodiversidade."Temos uso mais eficiente da água, menos riscos de doenças causadas por pragas, maior biodiversidade, é melhor para o solo e aumenta a produção", segundo ele.A ONU calcula que a população mundial deve atingir cerca de 10 bilhões de pessoas em 2050.Por isso, Sukkel e seus colegas estão desenvolvendo sistemas agrícolas sustentáveis que possam garantir o fornecimento de alimentos suficientes para a população global em crescimento —e, paralelamente, eles trabalham para reduzir as emissões de carbono.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...A universidade inaugurou a Fazenda do Futuro quatro anos atrás, após observar o declínio da biodiversidade, causado pelas mudanças climáticas."Imaginamos se seria possível projetar um sistema agrícola com alta produção de alimentos e zero uso de combustíveis fósseis, sem os danos causados pelos pesticidas e [que] fosse resistente a fortes chuvas e períodos de seca muito longos", explica Sukkel.A Holanda é o segundo maior exportador de produtos agrícolas do mundo —incluindo maquinário e tecnologias na conta.Somando os produtos animais, calcula-se que suas exportações tenham aumentado em 9,4% no ano de 2021, atingindo um recorde de 104,7 bilhões de euros (cerca de R$ 560 bilhões), segundo a organização Wageningen Economic Research (WUR) e o Instituto Central de Estatísticas da Holanda (CBS).Mas produzir para um mercado exportador tão grande traz forte pressão sobre o meio ambiente do país. Por isso, Sukkel e sua equipe dedicaram-se à produção sustentável."Precisamos regenerar os solos e a biodiversidade", segundo ele. "Atualmente, o mundo inteiro pratica a produção agrícola uniforme em larga escala, que é muito intensiva e está matando o solo." Mais Uma das suas soluções para combater o clima seco foi criar um sistema de drenagem que coleta o excesso de água e o bombeia para o subsolo."No inverno, temos água demais", explica Sukkel. "Agora, toda a água goteja para o solo e é capturada no sistema de drenagem. Temos uma grande bolha d'água embaixo da terra."Na Fazenda do Futuro, existem fileiras de flores perenes para garantir a oferta de alimentos e abrigo para os insetos. "Se você colher ou plantar tudo ao mesmo tempo, é a morte ecológica. Eles não conseguem sobreviver."A Fazenda do Futuro exibe suas pesquisas e aprendizado para empresas e organizações em todo o mundo. Ela investiu em tecnologia para ajudar a fortalecer sua produção e torná-la mais sustentável —incluindo a tecnologia de reconhecimento de ervas daninhas."Em vez de pulverizar tudo com as mesmas doses, a máquina distingue as ervas da planta cultivada e pulveriza um pouco sobre elas", explica Sukkel.Mas ele ressalta que os agricultores podem ter dificuldade para investir nessa tecnologia, devido aos seus altos custos."Uma das máquinas maiores de colheita de batatas, por exemplo, custa 500 mil euros [cerca de R$ 2,67 milhões] e só é utilizada em quatro semanas por ano."O governo holandês também anunciou ações radicais para combater os danos ambientais, que incluem a ambiciosa intenção de cortar suas emissões de nitrogênio pela metade até 2030.Uma das formas de atingir este objetivo é reduzir a quantidade de animais de criação da Holanda em um terço, o que gerou protestos entre os produtores de todo o país.Jacob van den Borne faz parte da terceira geração de agricultores da família. Ele produz principalmente batatas, mas também beterraba, trigo e cevada, além de quantidades menores de pastinaca —uma raiz parecida com a mandioquinha— e batata-doce, em 900 hectares de terra no sudoeste da Holanda.O agricultor vende sua produção no mercado doméstico e também exporta para países como a Inglaterra, Alemanha, Bélgica e França. Ele percebeu que a qualidade do solo estava se deteriorando e começou a investir em uma maior variedade de produtos.Defensor da agricultura de precisão, Van den Borne recorreu à tecnologia do GPS para medir, analisar e pesquisar seus produtos da forma mais eficiente possível e, assim, poder aumentar a produção.Ele investiu em tecnologia de varredura do solo, que permite mapear e documentar cada metro quadrado de terreno. "Ela me oferece a capacidade de aumentar o potencial do solo, prever quais são os pontos bons e corrigir os outros", explica o produtor.O agricultor também utiliza sensores e infraestrutura de dados. "Gastei cerca de 1 milhão de euros [cerca de R$ 5,3 milhões] neste investimento, mas tenho uma regra —não investir em 'brinquedos' novos até que os velhos estejam pagos."Van den Borne afirma que uma dos seus principais objetivos para o ano que vem será a irrigação em taxa variável, que fornece níveis de água previamente definidos em tempos controlados."É a irrigação sob demanda", explica ele. "Não podemos controlar o clima, mas, na verdade, podemos medi-lo. E, se não houver chuva, podemos acrescentar água."O agricultor também investiu pesado na prevenção de doenças."Temos diversas estações climáticas observando as condições do tempo e podemos calcular quando a produção poderá ser atacada", ele conta."Nós então fazemos a proteção pouco antes daquele momento. É como usar protetor solar, se você aplicar muito cedo, ainda assim irá se queimar."Ele conta que está investindo em inteligência artificial para ajudar a fornecer as respostas no futuro. "Perguntando, por exemplo, se existe um problema no campo, podemos tentar descobrir com IA.""Para mim, a fazenda do futuro é tudo questão de dados, inteligência artificial e aprendizado", resume van den Borne.Meino Smit administra uma fazenda orgânica e elaborou sua tese de PhD sobre a sustentabilidade da agricultura holandesa entre 1950 e 2015. Seu receio é que "a agricultura holandesa, atualmente, não é sustentável".Para ele, "a tecnologia tem impacto negativo sobre o meio ambiente. Quanto mais tecnologia você usa, mais ela cria impactos ambientais negativos.""As grandes máquinas são muito ruins para o solo e consomem muita energia", explica Smit."A tecnologia não é a solução. Precisamos reduzir o consumo de energia, combinando a tecnologia e a mão de obra."Olhando para o futuro, os agricultores entendem que precisam se adaptar melhor às mudanças climáticas, segundo Van den Borne."Estamos produzindo com mais eficiência e com menor pegada ecológica. Não é apenas [questão de] quantidade, mas também de qualidade."Como muitos outros agricultores, ele também sente a pressão."É bastante assustador, mas menos de 1% da população mundial está alimentando todos os demais. É um trabalho muito importante", conclui o agricultor.Este texto foi publicado originalmente aqui.
2023-09-11 16:45:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/agro-do-futuro-tem-lavouras-resistentes-a-secas-e-sem-uso-de-combustiveis-fosseis.shtml
Julgamento em Portugal livra hacker do Football Leaks de prisão
O hacker português Rui Pinto, 34, responsável pelo Football Leaks, o vazamento de informações que mostrou negociações obscuras no mundo do futebol, foi condenado a quatro anos de prisão por um tribunal português. A juíza responsável pelo caso, porém, adotou a "sentença suspensa", o que significa que ele não permanecerá na prisão.O ex-estudante de história e autodidata em informática criou site em 2015 para compartilhar documentos confidenciais, como taxas de transferência e acordos entre entidades esportivas.Pinto foi preso na Hungria em janeiro de 2019, mas posteriormente foi libertado da prisão domiciliar e colocado sob proteção de testemunhas. O julgamento começou em setembro de 2020."O tribunal decidiu que Rui Pinto receberá uma única sentença de quatro anos. Mas não há necessidade de cumprir a pena na prisão", disse a juíza Margarida Alves, do Tribunal Central Criminal de Lisboa. "O tribunal espera que o arrependimento seja sério e que, a partir de agora, ele se abstenha de realizar atos como os descritos aqui."Embora tenha reconhecido a divulgação dos mais de 70 milhões de documentos, o hacker argumentou que era um denunciante agindo no interesse público.Os alvos de Pinto incluíam o clube de futebol Sporting, a Federação Portuguesa de Futebol, o fundo de investimento Doyen Sports e o escritório de advocacia PLMJ.A juíza disse que Pinto e o advogado Aníbal Pinto cometeram o crime de tentativa de extorsão de valor entre 500 mil euros e 1 milhão de euros (entre R$ 2,65 milhões e R$ 5,3 milhões) da Doyen em troca de não divulgar publicamente informações prejudiciais à reputação da empresa.Pinto enfrentou 90 acusações, mas 77 acusações de acesso indevido e violação de correspondência foram perdoadas sob uma anistia para alguns jovens anunciada pelo governo português em junho.O advogado de Pinto, Francisco Teixeira da Mota, disse que a defesa ficou satisfeita com a sentença suspensa, uma vez que a absolvição não era possível após a confissão de Pinto."Sempre houve o risco de uma sentença real... Suponho que sua cooperação com as autoridades tenha sido levada em consideração", disse o advogado, acrescentando que os promotores ainda queriam apresentar outras acusações "artificialmente separadas" do caso."Essa é a parte preocupante, a lógica da acusação de que o acusado poderia ter três julgamentos sobre os mesmos fatos do mesmo período", acrescentou, sem dar mais detalhes.Os dados do Football Leaks mostraram como algumas das figuras mais ricas e proeminentes do futebol evitaram impostos ao canalizar ganhos para o exterior. Houve também revelações que chegaram a gerar punição para o Manchester City por supostas violações das regras do "fair play financeiro".
2023-09-11 16:00:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/julgamento-em-portugal-livra-hacker-do-football-leaks-de-prisao.shtml
Filha do apresentador Tadeu Schmidt larga faculdade após sofrer homofobia: 'Não me arrependo'
Filha mais velha do apresentador Tadeu Schmidt, Valentina queria fazer jornalismo e até estudou alguns semestres, mas decidiu trancar a faculdade de Comunicação no início do ano. Ela contou ter desistido do curso após ser vítima de homofobia e até mesmo de preconceito por ser também filha de um jornalista."Alguns professores me desencorajaram. Um deles, em particular, fazia vários comentários homofóbicos sobre mim e também comentários ofensivos sobre meu pai. Pensei: 'Não vou ficar em um ambiente onde não me sinto bem-vinda'", disse Valentina, que agora está estudando Artes Cênicas. "Não me arrependo de nada nessa jornada", enfatizou.Valentina também disse que ao se declarar como "queer" no Dia do do Orgulho LGBTQIA+, em 2021, passou a sofrer com comentários negativos sobre sua sexualidade também na faculdade. Mais "Quando me assumi, isso gerou um alvoroço gigantesco. Entendi que, por conta da visibilidade que eu ganhei por ser filha do meu pai, isso ia acabar estourando. As pessoas falaram que fiz para chamar a atenção. Fiz porque finalmente estava confortável comigo mesma", disse em entrevista ao jornal 'O Globo'.Ela lembrou ainda que já tinha passado pela situação na adolescência. "Sofri bullying na escola por muito tempo e já lidei com todo tipo de comentário negativo. Se eu consegui lidar com isso numa fase tão complicada, então não tenho medo agora", avisou.Valentina então concluiu. "Tem comentários me atacando quase todo dia. Eu fico chateada com o que escrevem, sim, mas não deixo isso me abalar nem atingir as pessoas que eu amo", disse.
2023-09-11 15:56:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/filha-do-apresentador-tadeu-schmidt-larga-faculdade-apos-sofrer-homofobia-nao-me-arrependo.shtml
Cientista britânico que criou ovelha clonada Dolly morre aos 79 anos
O cientista britânico Ian Wilmut, cuja pesquisa foi fundamental para a criação da ovelha clonada Dolly morreu aos 79 anos de idade, informou a Universidade de Edimburgo nesta segunda-feira (11).Sua morte no domingo (10), anos depois de ter sido diagnosticado com a doença de Parkinson, foi anunciada pela Universidade de Edimburgo, onde ele trabalhava.Wilmut, juntamente com Keith Campbell, do instituto de pesquisa em ciências animais da Escócia, gerou manchetes e debates éticos acalorados em 1996, quando criaram Dolly."Ele liderou os esforços para desenvolver técnicas de clonagem, ou transferência nuclear, que poderiam ser usadas para criar ovelhas geneticamente modificadas. Foram esses esforços que levaram ao nascimento de Megan e Morag em 1995 e Dolly em 1996", disse a universidade em um comunicado.Dolly, nomeada em homenagem à cantora country Dolly Parton, foi o primeiro mamífero a ser clonado a partir de uma célula adulta, usando um processo chamado transferência nuclear de células somáticas (SCNT).Esse processo envolveu a coleta de um óvulo de ovelha, a remoção de seu DNA e sua substituição pelo DNA de uma célula congelada do úbere de uma ovelha que havia morrido anos antes. O óvulo foi então eletrocutado para que crescesse como um embrião fertilizado. Nenhum espermatozoide foi envolvido.A criação da Dolly provocou temores de clonagem reprodutiva humana, ou seja, a produção de cópias genéticas de pessoas vivas ou mortas, mas os principais cientistas descartaram essa possibilidade por considerá-la muito perigosa. Mais Wilmut, que nasceu perto de Stratford-upon-Avon, frequentou a Universidade de Nottingham, inicialmente para estudar agricultura, antes de mudar para ciência animal.Ele se mudou para a Universidade de Edimburgo em 2005, recebeu o título de cavaleiro em 2008 e se aposentou da universidade em 2012.
2023-09-11 16:17:00
ciencia
Ciência
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/09/cientista-britanico-que-criou-ovelha-clonada-dolly-morre-aos-79-anos.shtml
Gisele Bündchen em versão musculosa: Braços definidos da top chamam atenção; veja
Gisele Bündchen musculosa? Parece que a top brasileira tem pegado firme nos treinamentos. Pelo menos é isso o que sugere uma foto dela que agora ganha as redes sociais.A top saía de uma academia onde treina jiu-jítsu, nos Estados Unidos, e foi clicada com os braços mais torneados (veja no tuíte abaixo).A academia é do brasileiro Joaquim Valente, 35, o mesmo professor de artes marciais que tem sido atrelado a ela como um suposto affair desde o divórcio com Tom Brady, 46. O profissional dá aulas para ela e para seus filhos.A brasileira de 43 anos aparece pegando algum objeto numa bolsa no momento da foto, o que evidencia os ombros bem fortes e os bíceps definidos.Já Tom Brady também pode ter feito a fila andar. Ele tem sido visto em muitos momentos com a supermodelo russa Irina Shayk.Segundo a revista Page Six, o ex-marido de Gisele foi visto buscando a modelo no Hotel Bel-Air e trocando carícias dentro de um carro. Mais
2023-09-11 15:01:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/gisele-bundchen-em-versao-musculosa-bracos-definidos-da-top-chamam-atencao-veja.shtml
Coronel de SP pivô de crise no 7/9 ganha superpoderes na PM de Tarcísio
Integrantes das cúpulas do Ministério Público e da Polícia Militar de São Paulo se reuniram, no início de agosto, para tratar de "diversos temas de interesse institucional". No registro oficial do encontro, o procurador-geral Mario Sarrubbo aparece ladeado por dois coronéis: à esquerda está o comandante-geral, Cássio Araújo de Freitas, e, à direita, Aleksander Toaldo Lacerda, subchefe do Estado Maior.A imagem que eternizará esse encontro é também uma demonstração pública do status alcançado por Lacerda na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).Em agosto de 2021, o coronel foi pivô de uma grave crise institucional entre a PM e o governo paulista ao convocar pelas redes sociais participação nos atos em apoio ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) na "guerra" contra o STF (Supremo Tribunal Federal).O envolvimento de um oficial da ativa da maior PM do país, com cerca de 80 mil homens, aumentou o clima de tensão daquele 7 de Setembro em razão de rumores sobre a possibilidade de um golpe de Estado com apoio de policiais militares.A adesão de Lacerda sinalizava a possibilidade de rompimento de PMs paulistas com a gestão João Doria (então no PSDB) e, com ele, o fim do Estado democrático de Direito.O envolvimento do coronel com o bolsonarismo foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Em redes sociais, além da convocação de atos pró-Bolsonaro no 7 de Setembro, o oficial fazia ataques a Doria e aos ministros do STF, em especial a Alexandre de Moraes, ex-secretário da Segurança de SP.Após a reportagem, Lacerda foi afastado do comando da região de Sorocaba e virou alvo de investigação interna. O então comandante-geral Fernando Alencar Medeiros ainda determinou que policiais militares de folga não participassem de manifestações políticas naquele feriado, algo inédito na corporação. A ordem foi cumprida, mas a imagem da contaminação política da tropa permaneceu.Com o início da gestão Tarcísio, Lacerda foi nomeado subchefe do Estado Maior –uma das funções mais importantes da PM por ser o responsável pela condução de todos os estudos estratégicos da corporação e pela materialização das decisões tomadas pelo comando. Mais Para coronéis ouvidos pela Folha, a eficiência do trabalho de um subchefe do Estado Maior é o que determina o sucesso ou não de um comandante-geral.Além de ser nomeado ao Estado Maior, Lacerda também aparece no site da PM como um dos editores da revista A Força Policial, publicação trimestral da corporação destinada ao público interno e externo.No mês de junho, o policial foi um dos agraciados pelo governo paulista com a medalha Valor Militar, em grau Ouro, em "reconhecimento aos bons, leais e relevantes serviços prestados ao estado de São Paulo, por mais de 30 anos nas fileiras da corporação".Para o diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, a presença de Lacerda na cúpula da PM transmite uma mensagem que contrasta com a imagem sustentada pela instituição ao longo de anos, de primar pelo profissionalismo em detrimento de questões político-partidárias."A mensagem que eu entendo é que política na tropa pode, desde que alinhada com aquilo que o secretário e governador acreditam. Ela não só pode, mas deve ser incentivada. Quando, na verdade, a força policial precisaria estar blindada dos interesses partidários, dos interesses políticos ideológicos."Ainda segundo Lima, o Ministério Público deve ficar atento aos movimentos políticos na PM paulista para que não seja guiada por interesses partidários e não ocorra em São Paulo o mesmo verificado no Distrito Federal, onde a cúpula da instituição estava "radicalizada por posições antidemocráticas" no 8 de janeiro."Então, eu vejo com preocupação porque a sinalização à tropa é a de que há uma mudança radical em curso, que há um realinhamento político partidário muito claro", afirmou o especialista em segurança.Carolina Ricardo, diretora do Instituto Sou da Paz, diz que as publicações feitas pelo coronel em 2021 foram muito graves, "extremamente politizadas", e o então comandante da PM e Doria agiram corretamente ao afastarem o coronel do comando de Sorocaba e abrirem investigação."Não acho que é defender que ele caia no ostracismo. Ele precisa continuar até em sua trajetória na Polícia Militar, mas me parece que estar onde está hoje talvez acenda uma luzinha amarela e traga o questionamento de que, talvez, posicionamentos políticos radicais não incomodem tanto a gestão atual."O coronel veterano José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança Pública, diz não ver problemas na indicação de Lacerda para cargo tão importante da PM paulista porque o coronel é considerado pelos colegas um policial competente que cometeu um erro."A informação que eu tenho que é um oficial extremamente competente, corretíssimo, qualidades que o credenciam para a função. Eu não vejo problema nisso. Ele fez uma manifestação privada, mas indevida no meu entendimento, naquela ocasião, ele recebeu alguma punição. Ele não levantou bandeira política depois disso daí. Ele quase que se desculpou por ter feito isso", afirmou.Procurado pela Folha, o Ministério Público, que na época anunciou uma série de medidas para investigar o caso, enviou uma resposta lacônica. "O MP-SP ofereceu denúncia", diz toda a nota.Já a Secretaria da Segurança Pública afirma que o inquérito contra o coronel foi concluído e remetido à Justiça Militar, sem informar qual o resultado da apuração."A instituição reitera que as medidas administrativas disciplinares adotadas à época foram integralmente cumpridas. Portanto, não há impedimento para que o oficial exerça as funções inerentes ao seu posto hierárquico", diz a nota.Questionada por duas vezes, a SSP não informou quais seriam essas "medidas administrativas disciplinares". As punições administrativas são separadas das questões criminais ou civis.Segundo a Folha apurou, há um processo (96.734/21) em andamento contra o coronel Lacerda em trâmite na 3ª Auditoria do Tribunal de Justiça Militar paulista, pelo artigo 166 do CPM (Código Penal Militar), que prevê punição de dois meses a um ano de detenção a militar que publicar ou criticar publicamente atos de superiores.Ainda segundo a reportagem apurou, as testemunhas do caso foram ouvidas, o réu foi interrogado e, agora, o processo está na fase de diligências e deverá ser julgado em cerca de dois meses. Mais
2023-09-11 15:03:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/coronel-de-sp-pivo-de-crise-no-79-ganha-superpoderes-na-pm-de-tarcisio.shtml
Aluna de 5 anos morre após ser atingida por tronco em escola de São Bernardo do Campo (SP)
Uma criança de cinco anos morreu nesta segunda-feira (11) após ser atingida pelo tronco de uma árvore na escola municipal Lauro Gomes, no bairro Rudge Ramos, São Bernardo do Campo, no ABC paulista.A menina, identificada como Isadora Custódio, estava brincando no pátio com outras crianças, por volta das 10h15, quando foi atingida. Uma foto registrada pela Polícia Civil mostra o tronco caído ao lado de um brinquedo de madeira.A criança chegou a ser socorrida por uma equipe da GCM, que fazia a segurança da escola, até a UPA Rudge Ramos, mas não resistiu aos ferimentos.A gestão Orlando Morando (PSDB) confirmou a morte, mas não forneceu detalhes de como o fato ocorreu. O município afirmou lamentar a fatalidade e disse que presta auxílio para os familiares de Isadora.Conforme a prefeitura, o local foi isolado e, as aulas, suspensas para auxiliar na investigação.A escola Lauro Gomes é frequentada por crianças entre 3 e 6 anos de idade.Uma sindicância tentará esclarecer circunstâncias do acidente, declarou a gestão municipal.A polícia atualmente trabalha com a hipótese de acidente."A Polícia Civil segue com a investigação. Foi aberto inquérito policial para apurar as circunstâncias que o fato ocorreu. Estamos aguardando o laudo da perícia. Temos que basear em laudos técnicos, além das oitivas de todos que ali estavam, diretora, professoras, assistentes", disse a delegada seccional de São Bernardo do Campo, Kelly Cristina Sachetto.
2023-09-11 16:35:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/aluna-de-5-anos-morre-apos-ser-atingida-por-tronco-em-escola-de-sao-bernardo-do-campo-sp.shtml
Brasil se aproxima dos EUA e pode virar maior exportador de algodão do mundo
O Brasil está perto de ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o maior exportador de algodão do mundo, já que o Texas, a principal região produtora dos Estados Unidos, está sofrendo com uma seca e calor escaldante.A diferença entre as exportações de algodão dos dois países está se estreitando acentuadamente em meio a uma temporada robusta no Brasil, tornando o algodão mais uma das safras em que os EUA estão perdendo sua posição dominante.Essa perda seria mais um revés para a agricultura americana. O Brasil se tornou o maior exportador de milho na temporada de 2023 e o líder mundial em exportações de soja há uma década. Rússia e União Europeia ultrapassaram os Estados Unidos nas exportações de trigo."Se a safra dos Estados Unidos continuar a se deteriorar, o Brasil poderá facilmente ultrapassá-los", disse Peter Egli, diretor de gestão de risco na Plexus Cotton "Os dois países já se igualam nas estatísticas básicas. É imaginável que o Brasil se torne o maior exportador mundial nesta temporada".Os Estados Unidos e o Brasil são os maiores exportadores mundiais de algodão, respondendo juntos por mais de metade da oferta global. A expectativa é de que os Estados Unidos exportem 12,5 milhões de fardos na temporada 2023-24, mas é provável que essa estimativa seja reduzida quando o Departamento de Agricultura dos EUA atualizar suas projeções, na terça-feira (12). A previsão é de que o Brasil embarque 11,25 milhões de fardosOs analistas antecipam que o Departamento de Agricultura americano reduza sua previsão de exportações, já que a seca atingiu a safra e prejudicou a qualidade da fibra. A qualidade do algodão americano "não vem sendo tão boa" nos últimos anos por causa das secas, enquanto o Brasil tem "qualidade muito boa" por causa de seus padrões pluviométricos, disse Jack Scoville, vice-presidente do Price Futures Group.A safra de algodão dos Estados Unidos está apenas um grau acima de seu pior nível histórico, e na sexta-feira (8), 40% da produção vinha de áreas que estão sofrendo com a seca. Isso inclui quase todo o Texas, que este ano teve o segundo verão mais quente já registrado, com uma temperatura média acima de 29ºC, pontuada por ondas de calor. Apenas 11% da safra de algodão do estado foi classificada como boa ou excelente, de acordo com dados do Departamento de Agricultura.A produção dos Estados Unidos na atual temporada de comercialização deve ficar um pouco abaixo de 14 milhões de fardos, de acordo com o Departamento de Agricultura. É um total inferior àquele para o qual a qual a infraestrutura do setor de algodão foi construída, disse Buddy Allen, presidente da organização setorial de exportadores American Cotton Shippers Association. O Brasil está menos de um milhão de fardos abaixo da produção dos Estados Unidos, o que o torna o "concorrente mais formidável" do país, ele acrescentou. Mais O país sul-americano deve continuar a aumentar a produção e as exportações de algodão nos próximos anos. Com a queda dos preços do milho, os agricultores podem decidir transferir parte da área de milho de segunda safra para o algodão. Aos preços atuais, as margens são muito melhores no Brasil, se comparadas às margens dos agricultores dos Estados Unidos."O que estamos ouvindo é que os agricultores estão procurando aumentar a área plantada de algodão para o ano que vem", disse Cleiton Gauer, superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), órgão estadual responsável por previsões de safra. "Como não podemos absorver toda a oferta, exportaremos mais".
2023-09-11 14:38:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/brasil-se-aproxima-dos-eua-e-pode-virar-maior-exportador-de-algodao-do-mundo.shtml
'Terra e Paixão': Leandro Lima diz que cenas de luta com agressor 'pegam fogo' na novela
Leandro Lima foi do vilão Levi em "Pantanal" para o contraditório Marino em "Terra e Paixão". Às vezes, bom, às vezes, age com umas pitadas de maldade. Para amenizar essa incerteza do público sobre o caráter do delegado da fictícia Nova Primavera (ou deixar os espectadores ainda mais em dúvida), o personagem vem apostando todas as suas fichas amorosas em Lucinda (Débora Falabella), que luta contra a violência do ex-marido Andrade (Ângelo Antônio).Por isso, ao conversar com Lima sobre a aceitação do delegado nas ruas, o ator fica em dúvida: "Aceitação tem sido um verdadeiro paradoxo, assim como ele." Desde o início da novela, Marino tem acobertado Antônio de La Selva (Tony Ramos) em seus interesses na cidade, omitindo até mesmo informações importantes sobre o acidente que matou Daniel (Johnny Massaro).Mesmo assim, a paixão do delegado por Lucinda tem melhorado sua moral com o público. Em mais de uma oportunidade, ele conseguiu parar os ataques de Andrade contra a mulher, com lutas que renderam muitos socos e empurrões. "Essas cenas, sim, eu chamo de quente", afirma ele, comparando com as cenas sensuais que teve com Débora Falabella. Mais "A equipe fica em completo silêncio depois que terminamos de gravar, porque vai para um lugar tão real, verossímil. Em outras vezes, o nosso entrosamento ajuda: logo depois, já saí abraçando o Angelinho, dançando, porque a gente vai com tudo na cena e tentamos amenizar tanta tensão", completa.Sendo assim, entre defensor de Lucinda e dos La Selva, Marino "não é 100% bom e nem 100% mau", segundo o ator. "Acho que a essência dele é boa, mas acabou caindo numa teia de poder que o levou a cometer os erros que vem tendo", reforça Lima, que tem sido parado nas ruas por fãs devido ao sucesso da novela. "Tem gente que fala: 'Me prende, delegado' (risos)."Por fim, o amor do delegado por Lucinda é o que tende a causar a transformação final do personagem. "Ele percebe que tá tudo errado, porque é a primeira vez que ele realmente ama uma mulher. Eu preciso corrigir isso, então essa mudança fala muito sobre a essência dele". Vamos torcer.
2023-09-11 15:00:00
televisao
Televisão
https://f5.folha.uol.com.br/televisao/2023/09/terra-e-paixao-leandro-lima-diz-que-cenas-de-luta-com-agressor-pegam-fogo-na-novela.shtml
Omeprazol: Os riscos de tomar remédio contra gastrite e refluxo por muito tempo
Disponível no mercado há mais de 30 anos, o omeprazol promete um alívio rápido e eficaz daquela queimação na barriga e no peito causada pelo excesso de acidez.Ao lado de pantoprazol, lansoprazol, dexlansoprazol, esomeprazol e rabeprazol, ele faz parte da classe farmacêutica dos inibidores da bomba de prótons (conhecidos também pela sigla IBP).Para ter ideia da popularidade dessas medicações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) calcula que 64,9 milhões de unidades de omeprazol foram consumidas no país apenas em 2022.O que muita gente não sabe é que, em geral, esses remédios só devem ser usados por um prazo bem curto, de no máximo dois ou três meses.Há exceções: para pessoas com algumas condições de saúde, como pacientes oncológicos, profissionais de saúde recomendam o uso contínuo de omeprazol ou outras medicações dessa classe.Como você vai entender ao longo desta reportagem, o consumo dos IBPs por períodos prolongados —como muitas pessoas acabam fazendo no dia a dia sem orientação de um profissional da saúde— está relacionado a desequilíbrios no sistema digestivo e dificuldades na absorção de vitaminas e minerais.Alguns estudos sugerem que esse desbalanço causado pelo abuso desses fármacos pode causar até doenças mais graves, como osteoporose, câncer e demência. Mas essas repercussões à saúde ainda não são consenso na comunidade científica e precisam ser estudadas a fundo, como apontam especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.Nas aulas de química do colégio, aprendemos o que é o pH, uma escala numérica que determina se uma solução é ácida ou básica/alcalina.No nosso estômago, dependemos de um ambiente ácido para o processo de digestão.Os sucos gástricos (que são bem ácidos, diga-se) começam a "quebrar" os alimentos em pedacinhos cada vez menores, que depois serão absorvidos pelo intestino delgado.Só que, em algumas pessoas, essa acidez passa da conta: o líquido estomacal tem um pH tão baixo, ou está numa quantidade tão grande, que ele passa a ser corrosivo para o próprio sistema digestivo.Em alguns, essa queimação pode aparecer no próprio estômago na forma de gastrites e úlceras —feridas que se formam nas paredes internas desse órgão.Para outros, o problema é mais em cima. Um defeito na válvula que separa estômago e esôfago faz que o conteúdo ácido suba em direção ao peito e à garganta —o quadro é conhecido como refluxo gastroesofágico.Como o esôfago é bem menos preparado que o estômago para lidar com substâncias ácidas, ele fica machucado. Os indivíduos acometidos pelo refluxo sentem azia, queimação da boca do estômago à garganta, tosse e até dor no peito intensa, que chega a ser confundida com um infarto."No caso do refluxo, o ideal seria ter um remédio que corrigisse o defeito na válvula. Mas, como não possuímos esse tipo de tratamento, o que fazemos é lidar com a acidez", diz o médico Joaquim Prado Moraes Filho, da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).É aí que entram os IBPs, como o omeprazol: eles diminuem a acidez do suco gástrico. Com isso, a agressão às paredes do estômago e, principalmente, do esôfago ficam menos intensas."Esses remédios bloqueiam a produção de ácido, impedem as lesões e aliviam aqueles sintomas de queimação", resume Moraes Filho, que também é professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).O médico lembra que, em muitos casos, o uso de omeprazol e companhia precisa se prolongar por quatro a oito semanas. Essa informação, inclusive, aparece em algumas bulas deste fármaco."Geralmente, a dose recomendada de omeprazol varia entre os 10 mg e os 20 mg, administrados antes do café da manhã e durante um período que pode ir da toma única até as 4 semanas de tratamento", diz o texto da bula, que pode sofrer variações segundo cada fabricante.Mas aí vem a questão: como mencionado pelo próprio médico, omeprazol e companhia lidam com um aspecto, mas não resolvem a raiz do problema. No caso do refluxo, o defeito na válvula continua. Ou seja, o ajuste momentâneo da acidez até melhora a queimação. Mas, passado o período de tratamento, pode ser que tudo volte ao estágio anterior, se outros aspectos da vida não forem modificados.Com isso, muitas pessoas acabam prolongando o uso dos IBPs por conta própria, com o objetivo de aliviar os incômodos.Isso é facilitado pelo fato de esses remédios serem acessíveis ao consumidor final, mesmo sem receita —apesar de eles possuírem a tarja vermelha com a orientação de venda apenas sob prescrição médica.Só que esse consumo de omeprazol sem indicação de um profissional da saúde está relacionado a uma série de consequências."Já temos a comprovação de que eles aumentam o risco de osteoporose", exemplifica a farmacêutica Danyelle Marini, diretora do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP).Vale lembrar que a osteoporose é um quadro marcado pela perda progressiva de massa óssea. Nela, os ossos ficam cada vez mais porosos e enfraquecidos, o que eleva a probabilidade de fraturas."A mesma ação que os IBPs fazem no estômago também ocorre nos ossos. Com isso, eles podem degradar as células responsáveis pela regeneração do esqueleto", complementa ela.Quando o omeprazol é utilizado por curtos períodos, de poucas semanas, esse processo de regeneração óssea não é tão prejudicado assim. Nesse caso, a preocupação dos especialistas está mais no consumo contínuo e sem supervisão desses fármacos.Alguns estudos recentes também observaram outras graves consequências do abuso nos IBPs mais populares.Um deles, publicado em 2022 por instituições canadenses, estimou um risco 45% maior de câncer de estômago entre usuários frequentes de omeprazol em comparação com aqueles que usavam medicações da classe dos bloqueadores de H2 (como cimetidina e nizatidina).Já outras investigações, realizadas a partir do final dos anos 1990 e começo dos 2000, descobriram que essas medicações interferem na absorção da vitamina B12, essencial para o funcionamento do cérebro.Com isso, alguns especialistas começaram a temer que anos seguidos de tratamento com essas drogas poderiam provocar quadros de demência, especialmente nos mais velhos.Para Moraes Filho, essas evidências precisam ser analisadas com atenção, mas ainda não são contundentes o suficiente."Nos últimos anos, foram lançados muitos trabalhos sobre os IBPs, mas os consensos das sociedades médicas dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Brasil entendem que os efeitos sobre o uso prolongado desses remédios ainda precisam ser melhor estudados", pontua o gastroenterologista.A BBC News Brasil procurou entidades da indústria farmacêutica para que elas pudessem se posicionar sobre as questões apresentadas.O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) afirmou em nota que possui uma "diretriz histórica" sobre o uso de medicações por pacientes em geral."Todo e qualquer medicamento só deve ser usado de forma racional e com base nas orientações transmitidas pelas autoridades sanitárias e médicas.""Todo e qualquer medicamento que requer prescrição médica —o chamado medicamento tarjado, cuja embalagem possui uma tarja vermelha ou preta— só deve ser dispensado nas farmácias, postos de saúde, hospitais etc., e consumido pelos pacientes com base e mediante a apresentação de uma receita médica ministrada por um profissional de saúde habilitado", completa o texto.O presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, ainda comentou que, "se a pessoa está com problema de saúde, deve ir ao médico e, se for o caso, receber dele a prescrição do medicamento necessário para o tratamento"."Só compre medicamento tarjado com receita médica. Esse é um procedimento primordial para garantir a eficácia e a segurança do produto", orientou ele.Já a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) disse que "não se posiciona especificamente sobre moléculas".Que fique claro: existem algumas condições de saúde que exigem, sim, o uso contínuo de omeprazol ou outras medicações dessa classe."Nesses casos, os profissionais de saúde fazem a ponderação entre o risco e o benefício", explica Marini."É o caso de pacientes oncológicos, por exemplo. Eles tomam medicações para tratar o câncer que afetam as barreiras do sistema digestivo. Os IBPs oferecem a proteção necessária para eles", diz a farmacêutica.Outra situação que demanda IBPs por tempo prolongado envolve as terapias com anti-inflamatórios. Esses fármacos também afetam o estômago, então muitas vezes os profissionais de saúde se antecipam e já prescrevem substâncias que protegem esse órgão.Moraes Filho pondera que, nessas situações, é possível realizar um monitoramento para checar os níveis de cálcio, vitamina B12, magnésio e outras substâncias cuja absorção acaba afetada por omeprazol e companhia."Isso pode ser feito por meio de exames de sangue, e o acompanhamento é importante quando o paciente é idoso, está imunossuprimido ou internado numa UTI [Unidade de Terapia Intensiva]", destaca o médico.Caso seja detectada uma deficiência nesses componentes vitais à saúde, é possível fazer a suplementação para corrigir os níveis deles antes que uma doença mais grave apareça.Mas e aquelas pessoas que usam o omeprazol há meses ou anos por conta própria? O que elas podem fazer?Marini orienta que, em primeiro lugar, elas não interrompam o consumo desses comprimidos de forma repentina."Temos pacientes que tomam omeprazol por dez ou 15 anos sem nenhuma orientação", alerta ela."Como o pH desses indivíduos fica muito básico, o corpo tenta compensar a falta de acidez e secreta quantidades cada vez maiores de uma substância chamada gastrina", detalha a farmacêutica."Se a pessoa retira o IBP de uma só vez, essa gastrina toda pode ir para o estômago e gerar uma dor insuportável.""O ideal nesses casos é realizar uma espécie de 'desmame' gradual da medicação para corrigir o pH aos poucos, se possível com a orientação de um profissional da saúde", orienta a especialista.Porém, sem o omeprazol, aquela queimação pode voltar. Como resolver isso? É aí que entram as medidas comportamentais e as mudanças no estilo de vida."O tratamento não farmacológico do refluxo gastroesofágico é extremamente importante. Não dá para o médico simplesmente escrever uma receita de remédio e esperar que o paciente fique bem", chama a atenção Moraes Filho."Um primeiro passo é não se deitar logo após as refeições. É preciso aguardar por duas a três horas", sugere o médico.A posição horizontal facilita a volta do conteúdo estomacal ácido em direção ao esôfago, onde as lesões acontecem."Há casos em que erguer a cabeceira da cama uns 12 a 15 centímetros também ajuda", acrescenta o especialista.Moraes Filho lembra que outras medidas gerais de qualidade de vida (como manter o peso ou emagrecer, fazer atividade física, cuidar da saúde mental...) também têm muito a contribuir no controle das crises de queimação —sem a necessidade de abusar dos comprimidos.O texto foi publicado originalmente aqui.
2023-09-11 13:15:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/omeprazol-os-riscos-de-tomar-remedio-contra-gastrite-e-refluxo-por-muito-tempo.shtml
Papa atribui acidentes de trabalho à ganância capitalista
O papa Francisco atribuiu, nesta segunda-feira (11), a culpa de acidentes de trabalho à procura excessiva de lucros e à "idolatria do mercado", em novo ataque ao capitalismo desenfreado, o que levou alguns críticos de direita a pintá-lo como um radical de extrema-esquerda.Suas declarações foram feitas duas semanas depois que cinco trabalhadores de manutenção ferroviária foram mortos por um trem que passava na cidade de Brandizzo, no norte da Itália. O acidente está relacionado a uma suspeita de violação das normas de saúde e segurança."As tragédias (no local de trabalho) começam quando o foco não está mais no homem, mas na produtividade, e o homem se transforma em uma máquina de produção", disse o papa em um discurso à associação italiana de pessoas feridas no trabalho.Francisco comparou os frequentes relatos de tragédias no local de trabalho a um "boletim de guerra". Tais incidentes acontecem quando "o trabalho se torna desumanizado... e se transforma em uma corrida exasperada pelo lucro", disse ele.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...O papa atacou a "lavagem com cuidado", por parte de empresários e políticos que "em vez de investirem na segurança (no trabalho), preferem lavar as suas consciências com algum trabalho de caridade", doando às artes ou ao esporte."A responsabilidade para com os trabalhadores é uma prioridade: a vida não pode ser negociada por qualquer motivo, especialmente se for (a vida dos) pobres, precários e frágeis. Somos seres humanos e não máquinas, pessoas únicas e não peças sobressalentes", afirmou.Logo após ter sido eleito em 2013, Francisco disse que desejava liderar uma "Igreja pobre, para os pobres" e tem reiterado várias vezes que a preocupação com os necessitados não é uma forma de comunismo, mas um princípio do Evangelho.
2023-09-11 13:21:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/papa-atribui-acidentes-de-trabalho-a-ganancia-capitalista.shtml
Japão pode acabar com juros negativos, diz presidente do Banco Central
O presidente do Banco Central do Japão, Kazuo Ueda, afirmou que a instituição pode encerrar a política de taxas de juros negativas caso a meta de inflação de 2% esteja próxima."Uma vez convencidos de que o Japão verá aumentos sustentados na inflação acompanhados pelo crescimento dos salários, existem várias opções que podemos tomar", disse Ueda em entrevista ao jornal Yomiuri publicada nesse sábado (9).De acordo com Ueda, o Banco Central do Japão poderá ter dados suficientes até o final do ano para determinar se acaba com as taxas negativas.A economia japonesa vem se recuperando e cresceu 1,5% no segundo trimestre, muito acima da mediana das estimativas de 0,8% em uma pesquisa da Reuters e levando o PIB (Produto Interno Bruto) a um recorde.Foi a expansão mais rápida desde o último trimestre de 2020 após crescimento revisado de 3,7% entre janeiro e março.Em reação à declaração de Ueda, o iene subiu 0,67% nesta segunda-feira (11) frente ao dólar, terminando cotado a 146,85 ienes por dólar. A moeda japonesa chegou a valorizar mais de 1% durante a sessão, atingindo seu nível mais alto desde 1º de setembro.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...O iene tem sido pressionado em relação ao dólar como resultado do aumento das diferenças nas taxas de juros com os Estados Unidos desde que o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) iniciou seu ciclo agressivo de aumento de taxas no ano passado, enquanto o BOJ permanece como uma exceção cautelosa."Parece que os comentários de Ueda tinham a intenção de deter a queda do iene em relação ao dólar", afirmou Takehiko Masuzawa, chefe de negociação na Phillip Securities Japan. "Seus comentários estão funcionando quase da mesma forma que uma intervenção governamental."Desde que o iene enfraqueceu além do limite de 145 por dólar no mês passado, os investidores estão em alerta para qualquer sinal de possível intervenção do Japão para fortalecer a moeda. Há um ano, esse nível provocou a primeira intervenção de compra de ienes pelas autoridades desde 1998.
2023-09-11 12:33:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/japao-pode-acabar-com-juros-negativos-diz-presidente-do-banco-central.shtml
Sabesp privatizada terá tarifa menor e investirá mais, promete presidente
A privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) deve ocorrer no primeiro semestre de 2024. Como resultado, haverá queda nas tarifas cobradas e antecipação em quatro anos da meta prevista no novo marco do saneamento, de entregar água a 99% da população e coletar e tratar o esgoto de 90% até 2033.A promessa é de André Salcedo, 45, diretor-presidente da Sabesp, em entrevista à Folha. Segundo ele, a venda poderá levar a companhia ao mesmo patamar da Vale do Rio Doce e da Embraer, ex-estatais, que se tornaram empresas globais e referência em suas áreas.A privatização da Sabesp deverá ser feita por meio de "follow-on" (oferta subsequente de ações), em que o estado paulista deixará o controle (hoje de 50,3%) e a companhia terá um acionista de referência. Salcedo afirma que o valor da venda e o perfil do acionista de referência são pontos ainda em avaliação, assim como a participação posterior do estado.Por que privatizar Uma empresa como a Sabesp, com capacidade de entregar bons serviços, tende a melhorar a eficiência e reduzir custos sendo privada. Há liberdade de inovar, de contratação, de trazer elementos mais sofisticados para a gestão da companhia.No estado, tem todo o ciclo de prestação de contas, via Tribunal de Contas, Lei de Licitações, que temos que seguir. Quando a empresa passa a ser privada, consegue mais flexibilidade na gestão de forma ampla. Tende a ser mais eficiente, prestar o mesmo serviço, eventualmente com melhor qualidade e a um custo menor. E entregar mais antes.Este ano já é um bom exemplo, se pegarmos a evolução da geração de caixa da companhia, a rentabilidade, ela vem aumentando trimestre a trimestre, fruto de uma gestão mais focada em eficiência, em modernização. Estamos no meio de um ciclo de reestruturação.Mas isso tem um limite, que a estrutura estatal nos impõe e que não podemos comparar com uma empresa privada do ponto de vista de flexibilidade e agilidade de contratação, por exemplo. Inclusive para os funcionários, se pensar em uma forma de reconhecer o desempenho e tudo mais, é muito mais rígido numa estatal.Esses são os principais pontos. Contratação de serviços de terceiros e obras, que têm uma alavanca muito grande para melhorar, e o reconhecimento, o alinhamento com os funcionários via entregas e pacotes de remuneração que possam refletir a evolução da empresa.Benefícios para o estadoAcelerando a universalização, todo o ecossistema das comunidades se transforma. Há desoneração do sistema de saúde local. É a criança que não fica doente e o pai não deixa de trabalhar.Os efeitos secundários são muito importantes. O benefício para o estado é que antecipamos muita coisa e o desoneramos de ter que prestar alguns serviços que estão associados à falta de saneamento.São Paulo está acima da média em saneamento. Mas, com uma estrutura de capital mais robusta, com uma capacidade de expansão, de atração de investimento, tanto de dinheiro de financiamento quanto de dinheiro de novos acionistas, esse processo de aceleração da universalização pode ser aplicado para todos os municípios.A experiência da Sabesp pode ser executada em outras localidades do Brasil que têm problemas semelhantes. Acho que é uma expertise que a gente não está usando hoje. É como olhar para a Vale do Rio Doce e a Embraer e ver o que se tornaram. A Sabesp pode ser tornar uma referência global do saneamento.Queremos reduzir as metas do marco em quatro anos, quase metade do tempo para universalizar, e isso é um benefício muito claro para a população.Investimentos adicionais Nós já temos o compromisso de investir R$ 56 bilhões [na universalização]. Haverá R$ 10 bilhões adicionais, majoritariamente em itens que nós já vínhamos considerando porque eles melhoram a eficiência, aumentam a resiliência hídrica, reduzem o impacto do tratamento de esgoto na devolução da água para os rios e afluentes.São majoritariamente itens que envolvem a modernização de estações de tratamento de água e esgoto, a instalação de duas plantas de dessalinização no litoral, que são projetos-pilotos. Entendemos que essa jornada de iniciar e diversificar fontes de água tratada, ela beneficia não só o litoral, mas o futuro. Tarifa vai diminuir A premissa do modelo de privatização é reduzir a tarifa. Toda a modelagem está sendo feita para que os investimentos sejam antecipados dentro da capacidade da companhia de entregar, do ponto de vista físico, de contratar e mobilizar mão de obra, quanto financeiro. E que isso não impacte na tarifa.Essa é uma premissa do modelo e do time do IFC [International Finance Corporation, instituição do Banco Mundial voltada para o fortalecimento do setor privado em países em desenvolvimento], que contratou diversas consultorias e está trabalhando exatamente nisso. Se não for dessa forma, foge do que governador [Tarcísio de Freitas] definiu. A redução da tarifa se daria dentro do sistema como um todo.A forma como vai ser feita não está definida ainda. Mas a redução não vai vir em prejuízo da companhia, ela vai ser neutra para a empresa.Atendimento a vulneráveis Para a companhia, é muito melhor ter uma tarifa social ou uma tarifa vulnerável, que são as duas classes que nós temos, numa pessoa que hoje não está na rede formal. Nós temos total interesse em levar a rede de água, de coleta de esgoto, para todas as pessoas, sendo em áreas informais em processo de urbanização ou onde não atendemos hoje.Hoje, o índice de perdas de água no Brasil é em torno de 40%. Da Sabesp é 27%, sendo que desses 27%, 10% são perdas de água oriundas de gatos [ligações irregulares]. Uma conexão nova que a gente faz, mesmo em área vulnerável, é para uma pessoa que já está usando água, não tem como não usar. Provavelmente nossa água. Então, eu passo a cobrar algo que eu já estava fornecendo sem cobrar nada.Se você conecta a família, ela entende o valor que aquilo tem. É como um lugar que está limpo. Você não vai pegar um saco de lixo e jogar no meio de uma sala limpa. Agora, um lugar que está cheio de lixo, você não se importa.Quando você limpa uma área, é meio como dar um reset. Esse é o nosso papel, dar um reset nas comunidades, começar de novo. Aí você cria um ambiente muito mais propício para o desenvolvimento econômico e social. Abre espaço para ONGs trabalharem.Enxugamento de funcionários Temos 12,3 mil funcionários e acabamos de encerrar um plano de desligamento incentivado, que foi a primeira demanda que chegou para mim pelas associações de funcionários, na primeira reunião que tive em janeiro.Entendemos a demanda, tanto dos sindicatos quanto das associações, que tivesse esse incentivo. Isso está alinhado com o processo de reestruturação da empresa que estamos fazendo, e vislumbramos um espaço para reduzir o quadro fixo da companhia em até 2.000 funcionários. A adesão foi muito próxima disso, de 1.862 funcionários.Eles vão ser desligados em prazos que foram combinados entre a chefia e o próprio funcionário, ao longo de 12 meses. Iniciamos o desligamento em julho e isso vai até junho do ano que vem, concatenado com a criação do centro de serviços compartilhados, de racionalização da estrutura, da revisão de processos.Acionista de referência Tem que ser um investidor, uma empresa, uma instituição com visão de longo prazo, porque vai ter um ciclo de investimento pesado, mas que depois se remunera em um nível bem adequado quando você pensa em investimentos alternativos.Conceitualmente é um acionista com um perfil de investimento de longo prazo, que entenda a dinâmica do saneamento, do investimento em infraestrutura, que tem um ciclo de maturidade de negócio que é longo, mas que ao mesmo tempo é um perfil de rentabilidade de um investimento típico em infraestrutura, que rende um ativo fixo, que tem uma rentabilidade muito previsível. Valor e prazos Ainda não temos um valor [para a privatização]. O pessoal guarda lá a sete chaves no IFC. O prazo para terminar o processo em 2024 é possível. Estamos trabalhando com o primeiro semestre. E é um prazo factível. Todos os estágios que a gente tem que cumprir estão sendo cumpridos no prazo.Vários acionistas, tanto locais quanto estrangeiros, vêm mostrando interesse em entender melhor o processo, que se iniciou há poucos meses. Tem um trabalho muito forte da companhia e do estado, por intermédio do IFC, de conversar com esses acionistas.Nós já fazíamos recorrentemente reuniões com investidores, e essas reuniões têm ficado mais intensas, exatamente para mostrar o que é a empresa hoje e quais são as perspectivas do processo de privatização.O engajamento dos potenciais investidores vai acontecer naturalmente ao longo do tempo. A medida que o tempo vai passando, esses acionistas vêm com mais apetite.ANDRÉ SALCEDO, 45 Graduado em Engenharia Elétrica e de Produção pela PUC-Rio, tem mestrado em Engenharia Elétrica pela mesma universidade e MBA em Parcerias Público-Privadas e Concessões pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Foi diretor-financeiro da Akad Seguros e diretor-executivo de Novos Negócios da Iguá Saneamento.
2023-09-11 12:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/sabesp-privatizada-tera-tarifa-menor-e-investira-mais-promete-presidente.shtml
Anderson, da banda Molejo, é diagnosticado com embolia pulmonar e segue internado
Anderson Leonardo, vocalista do grupo de pagode Molejo, foi diagnosticado com embolia pulmonar e está internado. No último final de semana, o perfil do grupo no Instagram informou que o primeiro diagnóstico foi de pneumonia."Após uma revisão médica e novos exames, foi constatado uma embolia pulmonar, mais uma vez contamos com as orações e apoio dos amigos, fãs e contratantes", informa a nota.Em maio deste ano, o cantor anunciou que voltou a tratar um câncer na região da virilha, descoberto em outubro de 2022. Mais
2023-09-11 12:30:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/anderson-da-banda-molejo-e-diagnosticado-com-embolia-pulmonar-e-segue-internado.shtml
Do Lehman Brothers ao Credit Suisse, o que mudou no setor financeiro em 15 anos
Entre o colapso do Lehman Brothers em 2008 e o resgate do Credit Suisse este ano, o setor financeiro mudou consideravelmente nos últimos 15 anos, marcado por uma onda de aquisições e por uma regulamentação maior.Veja abaixo alguns dos pontos que sofrem alteraçãoDesde a crise de 2008, os bancos foram forçados a adotar uma regulamentação maior devido à pressão dos órgãos reguladores na Europa e nos Estados Unidos.Agora devem ter um nível mínimo de capitalização que lhes permita compensar perdas significativas e, assim, ser mais sólidos diante de grandes crises.A medida foi promovida pelo Comitê da Basileia (Suíça), órgão fundamental do setor bancário.Cada entidade deve ter grandes quantidades de liquidez e ativos fáceis de vender para poder reagir a uma onda de saques de dinheiro por parte dos clientes.Aplicadas desde 2008, as regras pretendem evitar que as autoridades sejam obrigadas a intervir e resgatar entidades financeiras com dinheiro público, como aconteceu após a queda dos Lehman Brothers.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...No caso de falência de um ator bancário, os líderes europeus "têm agora um marco" para reagir e lidar com essa situação, independentemente da dimensão do banco, destacou em 2022 a presidente do Banco Santander, Ana Botín, que então presidia o lobby europeu do setor financeiro.A aquisição do Credit Suisse pelo UBS, por 3 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 3,36 bilhões ou R$ 16,7 bilhões na cotação atual), exemplificou esta nova operação.O UBS anunciou em agosto que renunciou à ajuda financeira do Estado e do Banco Central suíços, que havia sido concedida para resgatar o Credit Suisse.Após a crise dos Lehman Brothers, as operações de aquisição de bancos se multiplicaram.Entre setembro e outubro de 2008, o Bank of America comprou o Merrill Lynch por US$ 50 bilhões (R$ 105,7 bilhões na cotação da época); o britânico Halifax-Bank of Scotland (HBOS) fez o mesmo com o Lloyds por US$ 12,2 bilhões (R$ 60,7 bilhões na cotação atual), enquanto o Santander adquiriu o britânico Bradford & Bingley, e a entidade francesa BNP Paribas assumiu controle das atividades do Fortis na Bélgica e em Luxemburgo."A crise serviu, basicamente, para fazer uma limpeza e acabar com esses atores mais frágeis", recorda Xavier Musca, atual CEO do Crédit Agricole e ex-diretor-geral do Tesouro na França em 2008, em declarações à AFP.Na Europa, porém, houve menos mudanças nas finanças do que nos Estados Unidos, onde "a crise representou uma oportunidade para o governo americano reestruturar o setor bancário", diz Musca. Mais Atualmente, os bancos comerciais são dominados por entidades americanas que "aproveitaram algumas diferenças na regulamentação para ganhar partes do mercado na Europa", explica David Benamou, diretor de investimentos da Axiom Alternative Investments.As quebras bancárias nos Estados Unidos no início de 2023, junto com o resgate do Credit Suisse, alimentaram os temores de outra crise financeira global.As turbulências na primavera (no hemisfério norte, outono no Brasil), segundo Musca, evidenciaram a necessidade de manter as regras atuais no setor e evitar uma desregulamentação, o que significaria "um regresso ao passado".Quando chegou à Casa Branca, em 2017, o ex-presidente Donald Trump flexibilizou as regras da maioria dos bancos do seu país, com exceção dos 13 maiores.A desregulamentação contribuiu para as dificuldades financeiras do primeiro semestre de 2023.Perante esta situação, os órgãos reguladores propuseram medidas para fortalecer a solidez dos bancos."Ainda há trabalho a fazer, mas estamos em uma situação muito melhor", afirma William Dudley, ex-vice-presidente do escritório do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) em Nova York, que sustenta que os grandes bancos "agora estão sujeitos a uma regulamentação muito mais rigorosa do que em 2007-08".
2023-09-11 12:12:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/do-lehman-brothers-ao-credit-suisse-o-que-mudou-no-setor-financeiro-em-15-anos.shtml
Americanas diz à Justiça que ex-presidente mentiu e critica pressão do Bradesco
A Americanas protocolou na Justiça uma petição acusando o ex-presidente da empresa Miguel Gutierrez de mentir em uma ação protocolada pelo Bradesco na Justiça de São Paulo. O documento foi registrado no domingo (10).A Americanas também acusa a instituição financeira de se aliar a Gutierrez na ação contra a empresa. Isso porque Gutierrez resolveu se manifestar juridicamente logo após a petição do Bradesco, o que segundo a varejista configura como uma "jogada milimetricamente combinada".No início do ano, o banco protocolou no TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) uma ação contra a empresa pedindo a produção antecipada de provas –ou seja, acesso a documentos da Americanas que possam atestar fraude contábil na empresa. Já no último dia 1º a instituição financeira protocolou uma nova petição sobre o caso, citando reportagem do jornal O Globo de que Gutierrez havia lavrado um boletim de ocorrência, em uma delegacia de Madri, reportando estar sendo perseguido e fotografado por desconhecidos.A Americanas trata a acusação como "um capítulo inverosímil da narrativa completamente ilusória e vitimista" criada por Gutierrez "para tentar confundir a opinião pública e escamotear seus gravíssimos ilícitos".A Americanas, segundo a nota, "lamenta a posição da instituição financeira, não compartilhada pelos demais bancos credores da companhia, que seguem empenhados num consenso ao plano de recuperação judicial". A dívida da varejista ultrapassa R$ 40 bilhões.O Bradesco disse que não vai comentar o assunto.Em nota enviada à Folha nesta segunda (11), a assessoria de Gutierrez disse que "a atual administração da Americanas pinça documentos fora de contexto na tentativa de corroborar sua narrativa falsa e incomprovada" de que o executivo teria participado de uma fraude. "É incompreensível a insistência da Americanas em se precipitar à conclusão das autoridades para proteger seus acionistas controladores e membros do conselho de administração —que têm responsabilidade nas áreas financeira e contábil", acrescenta. Mais Na petição protocolada no domingo, a Americanas voltou a acusar Gutierrez de participar da fraude contábil na empresa. Na semana passada, o executivo escreveu à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga o rombo nas contas da companhia que não tinha conhecimento de um eventual esquema ilícito na empresa.Ele, por outro lado, ponderou que os controladores da empresa –o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira– participavam ativamente do cotidiano da companhia e que a atuação deles era ainda mais forte na área financeira.De acordo com a empresa, foi enviado à Justiça um arquivo digitalizado com anotações de Gutierrez que apontam a existência de duas versões dos demonstrativos da Americanas, uma de uso interno da antiga diretoria e outra destinada ao conselho de administração. Tal documento reforçaria a tese de que Gutierrez tinha conhecimento dos números da empresa e que não passava os dados corretos ao órgão.A companhia também protocolou dois emails supostamente escritos por Gutierrez e enviados a então diretores da empresa.O primeiro, de acordo com a Americanas, tem orientações para que não fossem levadas, em reunião com Sérgio Rial, informações sobre o endividamento da empresa nem respostas a dúvidas sobre os dados financeiros do quarto trimestre de 2022. Rial, à época, era consultor contratado pelo trio; dias depois ele viria a ser o novo presidente da empresa e o responsável por escancarar o rombo da companhia.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...Já no segundo, Gutierrez supostamente reclama de questionamentos dos membros do comitê de auditoria, que segundo ele seria um "mar de comentários". O email foi enviado em novembro. A nota da Americanas não esclarece quais eram os questionamentos do órgão.Ainda na petição, a varejista diz que Gutierrez mentiu ao dizer que todos os órgãos da administração da empresa sabiam que a Americanas passava por situação financeira difícil no segundo semestre de 2022 e que a empresa precisaria de aporte de capital.Em nota, a varejista diz que documentos apresentados ao comitê financeiro em novembro daquele ano mostram que a antiga diretoria disse aos conselheiros que a Americanas geraria R$ 500 milhões de caixa no quarto trimestre de 2022 e continuaria gerando caixa nos anos subsequentes, mantendo índice de endividamento financeiro saudável.O caixa positivo de uma empresa indica que seus ativos líquidos estão aumentando, o que permite liquidar dívidas, reinvestir no negócio ou remunerar acionistas.A Americanas também refuta o argumento de Gutierrez de que o conselho de administração da empresa deliberava sobre questões estratégicas sem seu conhecimento. "Esta falsa afirmativa cai por terra diante de mensagem sobre ações do comitê financeiro, assim como de agendas de reuniões do conselho, que mostram que o senhor Miguel Gutierrez era ativo na gestão da companhia, como é de se esperar de qualquer presidente de empresa", afirma a companhia. Mais No texto enviado à CPI, o ex-presidente da Americanas diz que a participação dos acionistas se dava por meio da presença dos controladores ou de pessoas ligadas a eles no conselho de administração ou no comitê financeiro; pela forte presença de membros desses órgãos no dia-a-dia da companhia, especialmente na área financeira; e por meio da holding dos bilionários, a LTS Investments.Segundo ele, membros do conselho de administração, do comitê financeiro e do comitê de auditoria, além de funcionários da LTS, ainda que não tivessem cargos oficiais na companhia, conversavam de forma direta e frequente com o diretor financeiro da companhia."Todas as decisões estratégicas na história do grupo, inclusive nos últimos anos, foram tomadas pelos controladores", escreveu Gutierrez à CPI. "Posso dizer com segurança que absolutamente tudo o que eu sabia o conselho de administração também sabia —sendo certo que, em função da intensa penetração de alguns membros do conselho nos negócios e atividades da companhia, o inverso seguramente não é verdadeiro", afirma Gutierrez.Ele afirmou ainda que a partir de 2018 suas funções como presidente se transformaram para passar a ser um coordenador dos líderes das diferentes linhas de negócio dentro da Americanas. Por isso, diz, a participação nas questões técnicas e operacionais reduziu-se bastante.
2023-09-11 11:19:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/americanas-diz-a-justica-que-ex-presidente-mentiu-e-critica-pressao-do-bradesco.shtml
Problema financeiro é visto como ponto em comum entre mulheres com TDAH
Sete anos atrás, escrevi um artigo sobre como seria minha vida se eu não tivesse dificuldade para economizar dinheiro. Nele, imaginei o poder de ter uma reserva de emergência suficiente para me ajudar caso precisasse sair de um emprego ou de uma relação abusiva.Mas escrever esse artigo e torná-lo viral não solucionou minha luta com a conta bancária. Na construção da minha casa financeira, eu seguia vivendo uma existência fragmentada como construtora, incendiária e bombeira ao mesmo tempo.Na mesma época, comecei a suspeitar que tinha TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), depois de ver cada vez mais pessoas postando sobre isso no Instagram. Mas, como eu achava que ter TDAH significava simplesmente que eu era distraída, e como uma avaliação de 90 minutos custava US$ 260 (cerca de R$ 1290), preferi esperar para obter um diagnóstico.Em 2021, aos 39 anos, minha frustração me levou a juntar dinheiro para fazer um teste. O diagnóstico me deu um mapa da paisagem mental na qual eu perambulara, perdida, durante quatro décadas.De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, meninos têm maior probabilidade de ser diagnosticados com TDAH do que as meninas durante a infância, porque é mais frequente que eles apresentem o conhecido traço de hiperatividade. No entanto, cada vez mais mulheres, que tendem a apresentar o traço menos conhecido de desatenção, estão sendo diagnosticadas mais tarde, em parte graças a grupos e criadores de conteúdo sobre o assunto que as ajudaram a reconhecer os sintomas do transtorno do neurodesenvolvimento. De 2020 a 2022, a incidência de diagnóstico de TDAH em mulheres entre 23 e 49 anos quase dobrou.Para muitas de nós, os pontos se conectaram diretamente do nosso diagnóstico à nossa conta bancária. Como disse uma pessoa em um grupo do Facebook chamado Finanças Neurodivergentes/Finanças TDAH: "Vocês entendem o pânico." Mais "A pandemia aumentou a conscientização sobre o transtorno, porque as pessoas foram removidas da arquitetura anterior que lhes dava estrutura e estabilidade", afirma Sasha Hamdani, psiquiatra e especialista clínica em TDAH.Durante o confinamento, um paciente de Hamdani mostrou a ela um vídeo do TikTok em que uma criança de 12 anos apresentava uma teoria, sem nenhum fundamento médico, de que quem espirra várias vezes seguidas tem maior probabilidade de ter TDAH. Isso mostrou a Hamdani, que tem o transtorno, que essas plataformas podem estar repletas de desinformação. Por isso, ela decidiu fazer uma série de pequenos vídeos educativos, supondo que serviriam apenas como referência para seus pacientes.Agora faço parte do grande público dela nas redes sociais, consumindo conteúdo relacionado a seu livro "Self-Care for People With ADHD" (Autocuidado para pessoas com TDAH, em tradução livre). Seus vídeos explicativos no TikTok, entre os de outros criadores, são como uma espécie de moeda que troco com pessoas próximas a mim que têm o transtorno – enviamos mensagens com vídeos que dão voz à nossa experiência. Às vezes, ficamos chocados ao perceber que a causa de certas dificuldades – como a caligrafia ilegível – se relaciona ao TDAH. Também usei os vídeos para explicar meu comportamento e minha perspectiva aos amigos e familiares.Hamdani diz que os problemas financeiros, mais que outros aspectos comuns do TDAH –como atrasos crônicos, interrupções ou sensibilidade à rejeição–, levam as pessoas a buscar atendimento. "O transtorno, inerentemente, é uma falha de vários controles de regulação. Você pode ter problemas de gerenciamento financeiro por diversos motivos."Para a psiquiatra, a falta de controle dos impulsos leva a gastos impulsivos, e a dificuldade com a função executiva e com o planejamento dificultam a administração do orçamento. Problemas com regulação emocional, acrescenta, podem levar aos gastos como um mecanismo de enfrentamento."A dopamina é a molécula mágica. É um neurotransmissor que desempenha um papel na atenção e no humor e é o grande mediador do prazer. Quando você a acessa adequadamente, ela lhe dá prazer, e, quando a acessa inadequadamente, se torna um viciado. É uma pequena molécula muito poderosa, e as pessoas fazem de tudo para sentir a reação provocada por ela", diz Edward M. Hallowell, psiquiatra certificado e fundador dos Centros Hallowell de TDAH, onde fui diagnosticada.O psiquiatra, que também tem o transtorno, afirma que quem tem TDAH precisa de mais estímulos para sentir o prazer comum que a maioria das pessoas sente e que por isso muitas vezes recorre a meios mais extraordinários para obtê-lo. Mais "A vida comum simplesmente não nos satisfaz. Enquanto outra pessoa não precisaria do impulso extra de dopamina para se sentir bem por estar viva, nós precisamos. Chamo isso de coceira típica do TDAH. Isso é absolutamente crucial, porque a forma como você decide aliviá-la faz toda a diferença."Depois de acumular uma dívida de US$15 mil por gastos impulsivos, Ellyce Fulmore atingiu um ponto de ruptura durante a pandemia, quando a perda da rotina exacerbou sua incapacidade de se concentrar. Também passava muito tempo no TikTok, no qual aprendeu como os sintomas do TDAH, como a falta de atenção, podem se manifestar nas mulheres. Foi diagnosticada com o transtorno em dezembro de 2020.Educadora financeira para pessoas com o distúrbio e autora do livro "Keeping Finance Personal" (Mantendo as finanças pessoais, em tradução livre), que será lançado em breve, Fulmore afirma que um dos principais desafios para as pessoas com a doença é chamado "imposto do TDAH": os custos adicionais que as pessoas têm por causa de seus sintomas.A educadora oferece um programa de gerenciamento de dinheiro para quem tem a condição, que incorpora tudo que pode ser emocionante, novo ou interessante para seguir o caminho da dopamina para o sucesso financeiro. Ela usa gráficos de adesivos, rastreadores de progresso coloridos e registros com marcadores para "hackear o sistema" de seu cérebro. Também automatizou suas economias e seus pagamentos de dívidas."Para mim, o que ajudou foi desaprender muitas das expectativas neurotípicas. Vou fazer as coisas de forma diferente e não será da maneira como faz a educação financeira pessoal tradicional."Fullmore começou a fazer terapia para lidar com a vergonha que havia acumulado por viver em um mundo que refletia a mensagem de que suas dificuldades eram culpa dela. Também começou a tomar o estimulante Venvanse, que a ajudou a se concentrar e a reduzir gastos. Agora a única dívida que tem é seu empréstimo estudantil.Shannon D. Smith negligenciou seu diário financeiro. Quando finalmente calculou suas despesas, percebeu por que o dinheiro estava apertado no último mês – sua família gastara US$ 700 jantando fora. "E então chorei. Eu me senti irresponsável. Uma mãe ruim. Fiquei pensando: eu deveria ser mais sensata", conta.Ela teve medo de que sua incapacidade de se concentrar no trabalho pudesse ser o início do mal de Alzheimer, doença que ocorre em sua família. Mas descobriu que, quando estava trabalhando no próprio negócio, conseguia se concentrar noite adentro. Seu médico reconheceu nela características do TDAH.O diagnóstico de Smith no ano passado, aos 42 anos, ajudou a explicar suas dificuldades em adiar a gratificação. Ela também tinha internalizado o estereótipo de que as mulheres são inábeis com dinheiro. "Você tem a crença arraigada de que não é capaz de lidar com dinheiro e ela se torna uma espécie de profecia autorrealizável."Seu diagnóstico a ajudou a buscar apoio para si mesma e para seus filhos, pois suspeita que todos tenham TDAH, já que as pesquisas têm demonstrado que é hereditário. "Se eu tivesse essa informação quando era mais jovem, poderia ter ido muito mais longe."
2023-09-11 10:36:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrio/2023/09/problema-financeiro-e-visto-como-ponto-em-comum-entre-mulheres-com-tdah.shtml
Lula dice a Macron que las nuevas exigencias ambientales del acuerdo UE-Mercosur son 'ofensivas'
En una conversación con el presidente francés, Emmanuel Macron, el presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) le manifestó que las nuevas exigencias ambientales de los europeos para cerrar el acuerdo entre la Unión Europea y el Mercosur le parecen "ofensivas" e "inadmisibles".En marzo de este año, el bloque presentó un término adicional (side letter en inglés) con nuevas demandas ambientales que van más allá de lo establecido por el Acuerdo de París y que incluyen sanciones por presunto incumplimiento de objetivos.Lula ya había criticado públicamente estas exigencias y las había calificado de "amenazas" en una conversación con el presidente francés en junio.El brasileño volvió a plantear sus preocupaciones en una reunión bilateral con Macron al margen de la cumbre del G20 en Nueva Delhi. Aseguró al presidente francés que, en este momento, es una decisión política de la UE volver al texto original. Según el gobierno brasileño, estas exigencias se diseñaron pensando en la administración del expresidente Jair Bolsonaro, que había dado pasos atrás en la política ambiental, y no serían justas en el contexto del gobierno de Lula.Según el relato de las autoridades presentes en la conversación, Macron habría manifestado comprender la queja brasileña, pero señaló que se trata de una decisión en el ámbito de la Comisión Europea.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2023-09-11 11:19:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/mundo/2023/09/lula-dice-a-macron-que-las-nuevas-exigencias-ambientales-del-acuerdo-ue-mercosur-son-ofensivas.shtml
Selfie em Auschwitz nem sempre é algo problemático, afirma porta-voz do museu
Ao entrar no Museu de Auschwitz, no espaço onde ficavam dois campos de concentração da Alemanha nazista na Polônia ocupada durante a Segunda Guerra, o visitante atravessa uma sóbria passarela feita de concreto armado enquanto nomes de vítimas do Holocausto saem dos alto-falantes.O guia pede silêncio durante o trajeto, mas nem todos respeitam a solicitação. Escutam-se conversas sobre generalidades, um e outro apontando algum detalhe da época do extermínio em massa. Ao todo, seis milhões de judeus foram assassinados sob as ordens de Adolf Hitler, um milhão só em Auschwitz.Em abril, uma foto feita nos trilhos do antigo campo de concentração de Birkenau, ao lado de Auschwitz, gerou repulsa devido à pose descontraída da garota retratada: sentada num dos trilhos, ela tinha a cabeça reclinada para trás e uma das mãos segurando os cabelos como se estivesse em um comercial de xampu.Antes, em 2014, uma estudante americana do Alabama já havia provocado reação parecida ao fazer uma selfie, sorrindo e com um emoji de sorriso na legenda, dentro de onde ficava o campo de concentração.Para Pawel Sawicki, assessor de imprensa do Museu de Auschwitz, porém, tratam-se de exceções. Em entrevista a veículos de mídia do Brasil, entre os quais a Folha, o funcionário da instituição ressaltou a importância de lembrar que aquele foi o local onde muitos foram mortos, mas defendeu a necessidade de encontrar um equilíbrio "para falarmos de fotografia como um caminho para conduzir as emoções"."Sempre pedimos aos visitantes para ter em mente que o comportamento deles ao tirar fotos pode ser problemático para outros, mas não é como se existisse uma linha em que você pode dizer: 'OK, agora todas as selfies são erradas ou todas são boas'. É mais complexo."Recentemente, uma garota fez uma foto no local do campo de concentração de Birkenau, o que gerou uma declaração do Museu de Auschwitz. O que vem sendo feito para evitar situações desse tipo? Uma selfie não é algo terrível. Terrível é o que aconteceu nos campos de concentração e de extermínio. A selfie é uma maneira pela qual as pessoas se comunicam hoje, e não há nada de errado com uma selfie em si. Mas precisamos nos lembrar de que esse é um lugar onde mais de um milhão de pessoas foram assassinadas. Quando falamos de fotografia, temos de olhar para as diferentes abordagens, porque há quem pense que os visitantes não deveriam poder nem mesmo tirar fotos. Nós discordamos.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Pessoas do mundo todo vêm aqui, e para muitos será a única vez que virão. Então eles fazem fotos, mostram para seus parentes, postam nas redes sociais e falam sobre o que sentiram e por que esse local é tão importante. Não tem nada de errado com fotos desse tipo. Em geral, tentamos nos atentar não só à foto, mas à motivação dela, porque você pode tirar uma foto linda, com uma câmera superprofissional, e então usá-la para manipular ou distorcer a história ao escrever uma legenda problemática. Ou seja, é preciso encontrar um equilíbrio para falarmos de fotografia como um caminho para conduzir as emoções.Sempre pedimos aos visitantes para ter em mente que o comportamento deles ao tirar fotos pode ser problemático para outros, mas não é como se existisse uma linha em que você pode dizer: "OK, agora todas as selfies são erradas ou todas são boas". É mais complexo. No nosso perfil no Instagram, você pode ver que procuramos fotos que as pessoas fazem aqui e adicionamos conteúdo educacional. Assim, em vez de focar só o exemplo negativo, tentamos olhar para as coisas positivas que as pessoas fazem. Mas, claro, às vezes temos de reagir quando situações problemáticas acontecem. Mais Estamos chegando ao momento da última geração de sobreviventes do Holocausto. Qual é a perspectiva do museu para continuar preenchendo essa memória? A presença dos sobreviventes é vital para nós porque esse lugar foi criado por eles, como um testamento. Uma coisa que temos feito, assim como outras instituições, é coletar depoimentos —em texto, em vídeo, em 3D, para serem exibidos como hologramas—, e o número de vozes que podemos usar é incrível. Mas planejamos também uma exposição com obras criadas por prisioneiros e sobreviventes, porque notamos que os jovens, quando se encontram com sobreviventes, não perguntam sobre fatos ou datas, mas sobre o que eles sentiam ao estar aqui. E a arte é um gênero interessante, porque você não precisa de um idioma. O que quero dizer é: ainda precisamos dos depoimentos e temos de colocá-los num pedestal, porque são testemunhas da história, mas devemos pensar em formas diferentes de manter suas vozes.O senhor trabalha aqui há 16 anos. Que mudanças testemunhou no museu desde então? Houve mudanças no número de visitantes. Em 2000, você tinha menos de 500 mil visitantes [por ano]. Antes da Covid, em 2019, eram 2,3 milhões de visitantes [em 2022, ainda na retomada pós-pandemia, o museu recebeu quase 1,2 milhão de visitantes]. Houve também uma mudança de geração, e um desafio é justamente a falta de sobreviventes. Quando pensamos nos jovens de hoje, os avós deles nasceram depois da Segunda Guerra, e, quando pensamos na forma como a história é passada, de geração em geração, ela vem por meio dos avós. Assim, para muitos jovens que vêm aqui, não é mais uma história contada ao redor da mesa de jantar, agora ela vem dos livros, e essa é uma relação muito diferente quando pensamos em como nos comunicar com eles. Em termos de conservação, houve mudanças muito significativas, e agora temos uma fundação que ajuda a financiar o museu. Temos, também, novos projetos, como o novo centro de visitantes, inaugurado há dois meses, com um novo cinema.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...Após todos esses anos trabalhando aqui, ainda é possível se sentir otimista em relação à humanidade? Trabalhar em Auschwitz em busca de otimismo é algo desafiador. Provavelmente sinto otimismo em relação a seres humanos de forma individual e acho que uma das maiores perguntas que devemos fazer em um lugar assim é o que podemos fazer hoje como indivíduos para melhorar o mundo. Alguns visitantes hoje questionam: "As pessoas sabiam o que estava acontecendo? Por que eles não fizeram mais para evitar?". Daqui a 30 anos haverá novos memoriais, e essas questões vão reaparecer. Assim, em relação à humanidade, tenho uma visão mais complexa, mas sei que indivíduos, quando encontram uma motivação, quando pensam que estão fazendo algo bom, podem fazer absolutamente muito.
2023-09-11 10:49:00
turismo
Turismo
https://www1.folha.uol.com.br/turismo/2023/09/selfie-em-auschwitz-nem-sempre-e-algo-problematico-afirma-porta-voz-do-museu.shtml
EUA e Armênia provocam Rússia com exercício militar
Em meio ao agravamento na crise regional com o vizinho Azerbaijão, o governo da Armênia iniciou nesta segunda-feira (11) uma série de exercícios militares com forças dos Estados Unidos, provocando imediata reação negativa na Rússia.As manobras em si são ínfimas, envolvendo 85 soldados americanos e 175 militares armênios, mas altamente simbólicas, já que são desenhadas para simular operações de manutenção de paz. Justamente o trabalho que Ierevan acusa a Rússia de não estar fazendo como sua principal aliada e garantidora do cessar-fogo que encerrou a guerra com Baku em 2020.Desta forma, o exercício pode ser visto como uma provocação direta a Moscou, mas no sentido de querer chamar a atenção para a situação. Para os americanos, é uma oportunidade única de mostrar sua presença naquilo que é visto por Vladimir Putin como um de seus principais quintais geopolíticos.Do ponto de vista estratégico, o Cáucaso é uma rota de invasão histórica e de conflitos com a Rússia, particularmente com a Turquia, que apoia o Azerbaijão e lhe deu condições militares para a vitória tática no conflito de 2020 —que era a continuação de um conflito vencido nos anos 1990 pelos armênios pelo controle da região de Nagorno-Karabakh.Trata-se de um encrave armênio no território azeri, uma cortesia da colcha de retalhos que era a União Soviética, país que ambos os rivais integravam até sua dissolução, em 1991. Com a retomada de vários territórios em torno da região, coube aos russos estabelecerem uma missão de paz para evitar escaladas e manter aberta a rota que liga Nagorno-Karabakh à Armênia, o chamado corredor de Lachin.Nos últimos nove meses, ela foi fechada diversas vezes, levando às queixas de Ierevan. Neste domingo (10), um acordo parece ter garantido a reabertura do caminho.O problema para a Armênia é sua grande dependência dos russos, que mantêm no país sua maior base militar no exterior. O governo do premiê Nikol Pashinyan tem feito críticas abertas a Moscou e disse que seria necessário abrir negociações com a Otan [aliança militar liderada pelos EUA], já que a concorrente russa Organização do Tratado de Segurança Coletiva não lhe garantia estabilidade."Mas tanto Ierevan quanto Moscou entendem que a Armênia é dependente economicamente da Rússia e que seus laços, especialmente por meio da União Econômica Eurasiana [outra estrutura dominada por Moscou] apenas cresceram. Após as sanções ocidentais contra os russos, a Armênia foi a maior beneficiária no grupo", afirmou Ekaterina Zolotova, da consultoria americana Geopolitical Futures.O comércio entre os dois países praticamente dobrou depois da invasão da Ucrânia, com a Armênia servindo de rota alternativa no comércio exterior russo.Pashinyan sempre se equilibrou entre a vontade de abertura ao Ocidente e a realidade pós-soviética de seu país, sendo uma figura não muito bem vista em Moscou. Desta forma, esticar a corda com Putin pode ter o condão de lhe trazer mais pressão interna, o que não seria uma má ideia sob a ótica do Kremlin. Mais Outros atores se posicionam na conturbada região, a começar pela Turquia, mas também o Irã, que tem fortes laços étnicos com os azeris. Para Washington, se uma guerra aberta entre Ierevan e Baku não é do interesse imediato, uma tensão forte o suficiente para drenar atenção russa em meio ao conflito na Ucrânia é uma perspectiva vantajosa.No meio de tudo isso, contudo, estão os moradores da região. Não há um acordo de paz definitivo acerca da disputa de Nagorno-Karabakh, e o Azerbaijão tem um pedaço de seu território, Nakhchivan, ensanduichado entre a Armênia e o Irã."Conflito sobre Nagorno-Karabakh vai muito provavelmente ocorrer, dada a natureza das disputas. A questão é quando e quão severo será. Enquanto isso, o jogo geopolítico na região vai seguir o mesmo: a Rússia não vai embora, os EUA estão prontos para irritar Moscou com aparições periódicas e a Turquia irá avançar seus interesses", afirmou Zolotova em sua análise sobre a tensão nesta segunda.
2023-09-11 10:05:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/eua-e-armenia-provocam-russia-com-exercicio-militar.shtml
Gestantes negras tiveram quadros mais graves de Covid e demoraram mais para buscar atendimento
Grávidas negras (pretas e pardas) que buscaram atendimento médico com sintomas de Covid-19 durante a pandemia do coronavírus chegavam no pronto-atendimento com quadros clínicos mais graves do que as gestantes não negras.A constatação é de uma pesquisa de mestrado realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que partiu da pergunta: "a cor da pele importa?" e analisou dados coletados pela Rede Brasileira de Estudos da Covid-19 em Obstetrícia (Rebraco) em 15 maternidades do país entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021.Para chegar aos resultados, a pesquisa cruzou informações de 710 grávidas de várias regiões do Brasil e avaliou características sociodemográficas, testagem do coronavírus, tempo para procurar o atendimento médico após início dos sintomas e desfechos após o parto. Das 710 participantes, 301 eram mulheres que se autodeclararam pretas ou pardas e 409 não negras.Um dos itens que indicava a gravidade dos quadros clínicos das pacientes foi o índice de saturação de oxigênio no momento do atendimento. Em uma pessoa saudável, sem doença pulmonar crônica, esse índice deve variar entre 95% e 100%. A pesquisa constatou que as gestantes negras apresentavam saturação abaixo de 93% quase quatro vezes mais frequentemente do que as não negras.Além disso, a pesquisa observou que mais mulheres negras precisaram ser internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e necessitaram de intubação (suporte mecânico de oxigênio) – foram 27 negras e 21 não negras. Isso também demonstra que os quadros clínicos delas eram mais complicados e exigiam mais suporte.Outra constatação do estudo é que entre as mulheres negras havia uma maior proporção de adolescentes, menor escolaridade, menor Índice de Massa Corporal (IMC) e mais casos de gravidezes não planejadas.Mas, afinal, o que explica essa disparidade? Segundo a pesquisadora Amanda Dantas da Silva, médica ginecologista e obstetra doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Tocoginecologia na Unicamp, não existe uma resposta única e sim um conjunto de fatores que levam essas mulheres a terem um pior acesso à saúde – entre eles, a dificuldade de acesso, tanto em questões de locomoção quanto em questões sociais relacionadas à emprego, por exemplo."É uma cascata de eventos. Em geral, essas mulheres vivem em regiões periféricas e têm piores condições socioeconômicas, o que faz elas terem mais dificuldades tanto para acesso no sentido de transporte quanto na questão da distância. Elas moram longe do serviço que é referência para gestantes. Elas também enfrentam mais dificuldades para deixar o trabalho, muitas não têm com quem deixar as crianças. E tem ainda a questão da percepção de sofrer discriminação. Muitas delas evitam procurar serviços médicos porque acham que vão sofrer preconceito", afirmou Silva.Em relação à mortalidade, quatro gestantes que participaram do estudo morreram: três eram negras e uma não negra. Segundo Silva, estatisticamente o número não é relevante diante da quantidade de pessoas avaliadas, mas a proporção três para um chama a atenção e merece uma avaliação mais cuidadosa."Essas mulheres demoram mais para buscar atendimento. O que a gente nota é que não chegar ao serviço de saúde é só a ponta do iceberg porque temos um conjunto de fatores prévios a isso, que incluem piores condições socioeconômicas da população negra, a gente tem o viés implícito, a percepção de sofrer discriminação e racismo. Todos os fatores em conjunto levam a maior dificuldade de acesso ao serviço de saúde", avalia a pesquisadora.A médica ginecologista e obstetra Rita Sanchez, coordenadora do setor de Medicina Fetal do Hospital Israelita Albert Einstein, concorda que entender as razões para a demora dessas mulheres buscarem atendimento é uma discussão profunda e complexa, que passa pela questão do racismo."Muitas vezes, quem não estuda as influências do racismo na sociedade e na saúde talvez não consiga enxergar a complexidade dessa questão. Em várias culturas, as mulheres de pele cor preta são subjugadas desde a infância e aprendem que não têm direito aos mesmos recursos que as mulheres de pele não preta. Elas ouvem histórias de suas famílias e aprendem que se reclamarem, seja de dor ou de qualquer outro sintoma, podem ser discriminadas", diz a médica do Einstein.Silva ressalta que os resultados demonstram que existem disparidades raciais na saúde e existe um racismo institucional, estrutural e cultural que precisa ser combatido porque ele reflete nos cuidados à saúde dessas pacientes."O racismo é um sistema de opressão que se baseia em características fenotípicas para justificar uma desigualdade de acesso. A base na nossa sociedade é racista e isso tem um reflexo negativo direto nos resultados da saúde", diz a médica.Ainda segundo a pesquisadora, dados na literatura demonstram que as pessoas negras sofrem diferenças em relação à saúde. No caso da ginecologia e obstetrícia, as mulheres negras fazem menos consultas de pré-natal, sofrem mais complicações em decorrência de pré-eclâmpsia, têm mais hemorragia pós-parto, recebem menos medicação para dor e menos analgesia no trabalho de parto."Existe diferença no tratamento das pessoas baseada na cor da pele. As mulheres negras sofrem discriminação de gênero, de cor de pele, por questões socioeconômicas. O que a gente nota é que não chegar ao serviço de saúde é só a ponta do iceberg porque temos um conjunto de fatores prévios a isso. A gente precisa se reconhecer como sociedade racista para ampliar o debate sobre o racismo em saúde porque ele continua muito presente", disse. Mais Na avaliação de Sanchez, os resultados dessa pesquisa da Unicamp são muito importantes pois vêm corroborar o que o Einstein já observou em duas ações colaborativas realizadas em conjunto com o IHI (Institute for Healthcare Improvement): uma chamada "Abraço de Mãe" e a outra chamada "Todas as mães importam".Nessas ações, realizadas em 19 e 37 hospitais públicos espalhados em várias regiões do Brasil, um dos principais direcionadores de melhoria no atendimento à saúde era justamente classificar na admissão do hospital as pacientes pela cor da pele, e tratar as mulheres pretas como mais vulneráveis."Elas sentem dor como todas as mulheres, mas não reclamam. Elas se sentem mal, mas não reclamam. Elas não conseguem o acompanhamento pré-natal adequado por várias questões citadas [falta de conhecimento, de oportunidade, de transporte, falta de recurso financeiro], mas não reclamam. Por isso chegam mais tarde no atendimento à saúde. Portanto, devemos "dar mais voz a elas", mostrar que estão em um ambiente seguro e que podem falar o que sentem. Assim, conseguiremos fazer o diagnóstico dos problemas de saúde das mulheres de pele preta e atuar a tempo", finalizou Sanches.
2023-09-11 09:58:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/gestantes-negras-tiveram-quadros-mais-graves-de-covid-e-demoraram-mais-para-buscar-atendimento.shtml
Lula defende que Brasil pesquise a viabilidade de explorar petróleo na margem equatorial
Em entrevista coletiva após encerramento da cúpula do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o direito do Brasil de pesquisar a viabilidade da exploração de petróleo e gás na margem equatorial, área na região Norte do país."O Brasil não vai deixar de pesquisar a margem equatorial", disse, e acrescentou que o país vai fazer o que entende ser seu "interesse soberano"."Se encontrar a riqueza que se pressupõe que esteja lá, aí é uma decisão de Estado se vamos explorar ou não." A declaração contrasta com a defesa que Lula faz em foros internacionais, inclusive no G20, da redução do uso de combustíveis fósseis e investimento em fontes renováveis.A exploração na margem equatorial é alvo de disputa entre as áreas ambiental e energética do governo. A bacia da Foz do Amazonas é considerada pelo setor de petróleo parte da solução para renovar as reservas brasileiras com o início do declínio da produção do pré-sal na próxima década.A AGU (Advocacia Geral da União) e o Ministério de Minas e Energia já se pronunciaram a favor do avanço das prospecções no chamado bloco 59, a pedido da Petrobras. No entanto, há oposição do Ministério do Meio Ambiente, que teme os impactos da atividade. A ministra Marina Silva é uma das principais críticas da possibilidade de exploração de petróleo na região.Na mesma entrevista, Lula pregou o uso de combustíveis renováveis como maneira de combate às mudanças climáticas, apesar da insistência no direito do Brasil de explorar petróleo na margem equatorial.O mandatário brasileiro celebrou o lançamento da Aliança Global de Biocombustíveis, capitaneada por Brasil, Índia e Estados unidos. "Finalmente o mundo está se dando conta de que biocombustíveis podem resolver o problema de emissões de poluentes e derivados de petróleo", disse. "Podemos ensinar aos outros países como produzir (etanol) para podermos despoluir o planeta com combustível limpo." Mais Lula comemorou o fato de o G20 ter conseguido chegar a um comunicado conjunto, apesar das divergências entre os países por causa da guerra da Ucrânia. "Essa guerra já está cansando a humanidade, cansando os refugiados russos e ucranianos, e as vítimas não vamos trazer novo", disse.O principal entrave do documento era a insistência dos países ricos de incluir uma condenação enérgica à agressão russa contra a Ucrânia. Com o recuo dos países do G7, o documento trouxe um rechaço à guerra, mas sem nomear a Rússia.O governo brasileiro defende que Rússia e Ucrânia sentem-se para negociar a paz, enquanto europeus e americanos acreditam que Moscou deve antes cumprir precondições como a devolução de territórios ocupados.Segundo Lula, que celebrou a ação do Brasil na mediação do documento do G20, ele está sendo bem-sucedido na missão de recolocar o país na geopolítica internacional. "O Brasil fazia falta nas discussões políticas deste mundo", disse. "O Celso [Amorim, assessor internacional da Presidência], com 60 anos de Itamaraty, e o Mauro [Vieira, chanceler] nunca viram o mundo tão necessitado do Brasil como agora."
2023-09-11 09:42:00
ambiente
Meio Ambiente
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/09/lula-defende-que-brasil-pesquise-a-viabilidade-de-explorar-petroleo-na-margem-equatorial.shtml
Shakira estrela campanha e fala português em comercial de sandálias brasileiras
A cantora Shakira estrela, a partir desta segunda-feira (11), a nova campanha da Sempre Nova, principal coleção das sandálias Ipanema. Com o mote "o próximo passo é seu", o comercial está disponível nas redes sociais e canais da marca.No clipe, a artista colombiana enaltece a autonomia feminina, a valorização do corre no dia a dia, a liderança profissional de mulheres e a inspiração para sermos quem quisermos ser."A campanha busca destacar trajetórias femininas e carrega uma mensagem importante para todas as mulheres valorizarem cada passo que dão, tanto em direção a si mesmas quanto aos seus sonhos", diz Shakira, em comunicado oficial. Mais A campanha é global e apresenta quatro novos modelos de sandálias.
2023-09-11 09:00:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/shakira-estrela-campanha-e-fala-portugues-em-comercial-de-sandalias-brasileiras.shtml
Putin recebe Kim e traz Coreia do Norte para a Guerra Fria 2.0
O presidente russo, Vladimir Putin, irá se encontrar com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. A reunião, especulada há dias, deverá ocorrer nesta terça (12, no horário local, 13 horas à frente do de Brasília).Tanto o Kremlin quanto a agência estatal norte-coreana KCNA divulgaram a confirmação do encontro ao mesmo tempo, nesta segunda (11). Segundo o Kremlin, será uma "visita completa, com almoço formal". Como o líder russo tem uma agenda prevista só de dois em Vladivostok (Extremo Oriente da Rússia) , onde chegou nesta manhã de segunda, e o trem blindado de Kim deixou Pyongyang rumo à cidade ao mesmo tempo, tudo sugere que a data seja esta terça.Nesta terça, o Kremlin divulgou imagens do comboio de Kim em sua primeira parada em solo russo. Depois, o trem seguiu viagem, mas teria passado de Vladivostok sem parar, o que sugere um novo local para o encontro. Putin participará do Fórum Econômico Oriental. É a segunda vez que ambos se encontrarão: em 2019, eles se reuniram em Vladivostok, conhecida como a "San Francisco da Rússia", devido às suas ladeiras onduladas e ao cenário natural magnífico no Pacífico análogo ao da cidade americana.Será apenas a oitava viagem internacional conhecida de Kim, quatro delas à também aliada China. A cúpula dará à ditadura a oportunidade de entrar de vez, do ponto de vista simbólico e prático, na Guerra Fria 2.0 que tem definido as relações internacionais desde que o americano Donald Trump a lançou contra o assertivo líder chinês Xi Jinping em 2017.Na lógica de blocos prevalente desde então, China e Rússia formam uma aliança em oposição ao Ocidente liderado pelos EUA, com uma série de países de maior porte buscando uma atitude mais independente, como se vê na diplomacia de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do indiano Narendra Modi.A paleta, claro, não é só em preto e branco, cabendo arranjos diversos. No caso da Coreia do Norte, contudo, o maniqueísmo voltou com força desde o fracasso na mais recente tentativa de negociação com os EUA, no biênio 2018-2019. Mais Ele foi seguido pelo isolamento draconiano do país na pandemia de Covid-19, levando Kim a uma nova agressividade na sua relação com a Coreia do Sul, país com o qual divide sua península há 70 anos, desde o armistício na Guerra da Coreia.Assim, talvez para buscar atrair os americanos, fiadores dos sul-coreanos, à mesa de negociação, Kim voltou a acelerar seu temido programa de mísseis para o emprego do seu arsenal estimado em 30 ogivas nucleares e uma grande gama de armamentos convencionais.Não deu certo, e o governo de Joe Biden assumiu uma agressividade inaudita, escalando escopo e frequência de exercícios militares com Seul e trazendo Tóquio, antiga rival dos coreanos, para o mesmo barco. Washington passou a fazer ameaças abertas de aniquilação do regime comunista do Norte em caso de guerra.No fim de semana, o ditador celebrou os 75 anos da fundação do seu Estado, uma combinação de regime stalinista com dinastia familiar. Lançou, com efeito, um novo submarino para lançamento de mísseis nucleares —na realidade, um modelo antigo, dos anos 1950, adaptado de forma algo bizarra. Mais Agora, coroa os festejos com o encontro em Vladivostok, que já é alvo de críticas preventivas pelos Estados Unidos. O motivo é o que Kim pode ter a oferecer como tíquete de entrada para a primeira fila da Guerra Fria 2.0, munição de sobra para eventual emprego na Ucrânia, e o que pode receber de volta: tecnologia para seu programa nuclear.Por óbvio, nada deverá ser revelado durante a reunião. Analistas militares sugerem que o objeto do desejo imediato de Putin são projéteis de 152 mm para artilharia pesada, cujo padrão soviético a Rússia divide com a Coreia do Norte. Pyongyang, além da contrapartida militar, também precisa de grãos e petróleo, os quais os russos têm de sobra.Na Ucrânia, as forças russas seguem com uma alta taxa de uso de artilharia. O problema da falta de drones de ataque foi mitigado pela chegada de grandes quantidades do modelo kamikaze Shahed-136 do Irã. Já a falta de componentes eletrônicos para mísseis de cruzeiro de alta precisão tem sido driblada por esquemas de fornecimento de chips da China e outros países por meio de terceiros.O nó para Putin é que qualquer acordo mais às claras violará sanções que a própria Rússia aprovou no Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a ditadura. Mas é algo mais teórico, dado que a economia russa já está sitiada por sanções ocidentais, e quem segue fazendo negócios com Moscou, como China, Índia e Brasil, não parece sensível a mais críticas do Ocidente.Na mesma linha, cai no vazio a queixa feita nesta segunda pela Casa Branca para que Pyongyang respeite os embargos ocidentais e não venda armas a Moscou. Uma forma menos sutil de protesto veio a seguir, com o vazamento a repórteres que o governo Joe Biden estaria perto de fornecer mísseis com até 300 km de alcance ou versões de fragmentação que podem atingir alvos a 70 km com até 400 bombas menores.São armas temíveis para as linhas de suprimento e centros de comando russos longe da linha de frente, em território ocupado na Ucrânia. Até aqui, Biden segurou esse envio por considerá-lo uma escalada, tendo concordado com polêmicas bombas de fragmentação a serem usadas em cartuchos de 155 mm com até 30 km de alcance.
2023-09-11 09:01:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/putin-recebe-kim-e-traz-coreia-do-norte-para-a-guerra-fria-20.shtml
Las favelas se expanden en Argentina, y brasileños enseñan emprendimiento social a sus vecinos
El visitante sale del aeropuerto internacional, toma un taxi y sube por el viaducto hacia la parte más turística de la ciudad. En el camino, se sorprende por el mar de casas de ladrillo visto y la ropa en tendederos que bordean la vía expresa. El escenario recuerda a las favelas brasileñas, pero es la Villa 31, en Buenos Aires."Hace unos 20 años, aquí solo llegaban a los dos pisos de altura, ahora son cinco o seis", dice el arquitecto y líder comunitario Cesar Sanabria, de 39 años, señalando un montón de construcciones coloridas.Una de las favelas más conocidas de Argentina, la Villa 31 se une hoy a otros 5,686 llamados "barrios populares" dispersos por el país, la mitad de los cuales surgieron en las últimas dos décadas.Con altas tasas de pobreza, el país consolida su proceso de "favelización" y refleja un fenómeno antiguo y en crecimiento también en Brasil. Experimentados en este campo, los brasileños llevan el emprendimiento social al país vecino."Los brasileños son bastante creativos y más tecnológicos", afirma Vinicius Mendes Lima, fundador de la agencia de fomento social Besouro, que opera en ambos países.Mientras que en 2016 se estimaba que 3,5 millones de argentinos vivían en estas áreas, hoy son 5,2 millones, según el Ministerio de Desarrollo Social. El país cuenta con 46 millones de habitantes.Traducido por AZAHARA MARTÍN ORTEGALea el artículo original
2023-09-11 08:28:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/internacional/es/mundo/2023/09/las-favelas-se-expanden-en-argentina-y-brasilenos-ensenan-emprendimiento-social-a-sus-vecinos.shtml
Mercado aumenta previsão do PIB para 2023, 2024 e 2025; inflação também sobe
Os economistas voltaram a aumentar a previsão do PIB (Produto Interno Bruto) para 2023, ainda na esteira de dados melhores do que o esperado no segundo trimestre, mas também elevaram as expectativas para a inflação e o dólar neste ano.De acordo com o boletim Focus, divulgado pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (11), os analistas esperam que a economia brasileira cresça 2,64%, uma subida de 0,08 ponto percentual em relação à semana passada, quando a previsão já havia aumentado de 2,31% para 2,56%.Além disso, o boletim aponta um otimismo em relação aos próximos anos, com aumento nas perspectivas para 2024 (subiu de 1,32% para 1,47%) e 2025 (foi de 1,9% para 2%).A melhora ocorre dez dias após a divulgação do PIB do segundo trimestre ter subido 0,9% em relação aos três meses anteriores, em resultado acima do esperado que desencadeou revisões nas projeções para o PIB.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Ao mesmo tempo, o relatório do BC indica uma elevação na expectativa para a inflação deste ano, que cresceu de 4,92% para 4,93%. Houve aumento de 0,01 ponto percentual também para 2024, indo de 3,88% para 3,89%. Para 2025 e 2026 a inflação é estimada em 3,50%, sem alterações.O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Mais Outro índice que teve uma subida na previsão em relação à semana passada foi o dólar, que saltou de R$ 4,98 para R$ 5. Já a perspectiva para a taxa de juros básica (Selic) neste ano permanece em 11,75%, ante os atuais 13,25%, com corte de 0,5 ponto percentual esperado para a reunião de setembro do Copom (Comitê de Política Monetária). Para 2024 a taxa é calculada em 9,0%.Com informações da Reuters
2023-09-11 08:56:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/mercado-aumenta-previsao-do-pib-para-2023-2024-e-2025-inflacao-tambem-sobe.shtml
Lula pede reunião com chefes de Estado para resolver ou abandonar de vez acordo UE e Mercosul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva instou chefes de Estado e governo europeus a fazerem uma reunião com líderes do Mercosul para bater o martelo sobre o acordo UE-Mercosul até o final de 2023, quando termina a presidência pro-tempore do Brasil no bloco sul-americano – ou então abandonar as negociações do tratado comercial."Nos próximos meses precisamos chegar a um sim ou não, ou parar de discutir esse acordo, estamos discutindo há 22 anos, ninguém aguenta mais", disse Lula, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (11) após a participação do mandatário brasileiro na reunião de cúpula do G20. "Nós queremos e precisamos (do acordo). Mas queremos ser tratados em igualdade de condições, e chegar a um ponto de equilíbrio".O acordo entre os dois blocos começou a ser negociado oficialmente em 1999. Em março deste ano, os europeus apresentaram uma "carta adicional" com novas exigências ambientais que vão além do determinado pelo Acordo de Paris e passam a incluir sanções pelo suposto não cumprimento de metas."Eu disse a eles (presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e presidente do Conselho Europeu, Charles Michel) e ao (presidente francês, Emmanuel) Macron que estou com vontade de fazer o acordo enquanto estamos (o Brasil) na presidência do Mercosul", disse Lula.Mas o mandatário brasileiro afirmou que não irá aceitar a "sanções e a ideia das compras governamentais". "Compras governamentais são instrumento de política industrial de cada país - foi assim na Alemanha, nos EUA, e será assim no Brasil." Mais O Brasil quer modificações no capítulo de compras governamentais acordado por Paulo Guedes, então ministro da Economia. O governo Lula quer preservar proteções para alguns setores para poder fazer política industrial. Mas os europeus afirmam que isso implicaria reabrir a negociação do tratado. "O Brasil quer usar compras governamentais para fomentar os pequenos e médios empresários brasileiros; é o mínimo que se espera de um governo que quer reindustrializar o país."Em conversa com o presidente francês no domingo, Lula afirmou serem "ofensivas" e "inadmissíveis" as novas exigências ambientais dos europeus para fechar o acordo UE-Mercosul. E disse ao francês que, neste momento, é necessária uma decisão política da União Europeia para se fechar o acordo. Na visão do governo brasileiro, as exigências foram pensadas para o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que acumulava retrocessos na política ambiental, e não seriam justas no contexto do governo Lula.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Haverá reunião com a delegação europeia, em nível técnico, em 21 de setembro, em Brasília. Segundo o chanceler Mauro Vieira, é indispensável que os países do Mercosul sejam considerados "de baixo risco" e que não haja interferência de legislação que possa prejudicar exportações do grupo.
2023-09-11 08:32:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/lula-pede-reuniao-com-chefes-de-estado-para-resolver-acordo-ue-e-mercosul.shtml
Cada dia vão aparecer mais coisas de Bolsonaro no 8/1, diz Lula sobre delação de Cid
O presidente Lula (PT) afirmou nesta segunda-feira (11) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava "envolvido até os dentes" em tentativa de golpe de Estado no 8 de janeiro deste ano.Indagado sobre o fato de o tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro, ter fechado um acordo de delação premiada, Lula disse estar claro que Bolsonaro estava altamente comprometido."Cada dia vão aparecer mais coisas e vamos ter mais certeza de que havia perspectiva de golpe e o ex-presidente estava envolvido nisso até os dentes", disse o presidente brasileiro, em entrevista coletiva após sua participação na Cúpula do G20.De acordo com Lula, o único momento em que Bolsonaro não estava pensando em uma tentativa de golpe "era quando estava preocupado em vender as joias", referindo-se às joias presenteadas pelos sauditas e que estão sob investigação.O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), homologou no sábado (9) o acordo de delação premiada do tenente-coronel. Com a decisão, Cid foi solto, mas passará a usar tornozeleira eletrônica. O teor dos relatos e provas que o militar pretende apresentar no acordo permanece sob sigilo.A colaboração foi fechada no âmbito do inquérito das milícias digitais, que é a principal apuração contra Bolsonaro no STF e mira os ataques às instituições, a tentativa de golpe e o caso das joias, entre outros pontos.Moraes também determinou o afastamento de Cid do cargo de oficial do Exército e mandou suspender o porte de arma do ex-auxiliar de Bolsonaro. Além disso, vetou o uso de redes sociais e o proibiu de sair do país. Também o obrigou a se apresentar à Justiça num prazo de 48 horas e, depois, comparecer semanalmente, às segundas-feiras.Na decisão, o ministro afirmou que no atual momento das investigações não é mais necessário manter Cid preso. Ele estava desde 3 de maio sob custódia em uma unidade militar em Brasília. Mais
2023-09-11 05:46:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/bolsonaro-estava-envolvido-ate-os-dentes-na-tentativa-de-golpe-diz-lula.shtml
Polícia faz operação para localizar desaparecidos no Rio Grande do Sul
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realiza uma operação especial de busca pelas pessoas desaparecidas durante os temporais que causaram ao menos 46 mortes no estado. A Operação Desaparecidos procura determinar o número exato de pessoas não localizadas e ajudar na procura.Os policiais atuam nos sete municípios mais afetados pelas inundações –Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Encantado, Estrela, Lajeado, Muçum e Roca Sales. Dez equipes foram formadas, com um total de 35 policiais de Porto Alegre e 83 da região do Vale do Taquari, a mais prejudicada pelas chuvas dos últimos dias."Estamos em busca de precisão dos números de desaparecidos, mas também estamos trabalhando em estreita colaboração com outras instituições. Vamos compartilhar nossos números para que todos possam acessar as informações necessárias", afirmou o chefe da Polícia Civil, Fernando Sodré.Um mutirão é realizado pelo IGP (Instituto-Geral de Perícias), a partir desta segunda-feira (11), para a confecção gratuita de carteiras de identidade para as pessoas afetadas pelas enchentes.A força-tarefa começa em Muçum, onde 16 pessoas morreram e 30 estão desaparecidas. Em Roca Sales, cidade que registrou até o momento 11 mortes, o mutirão começa na terça-feira (12). As duas cidades foram as mais afetadas pela cheia do rio Taquari.Muitos moradores perderam todos os documentos –inclusive as certidões de nascimento ou casamento, necessárias para a confecção do documento de identidade. Por causa disso, o IGP está em contato com cartórios para que novas certidões sejam emitidas. Mais Em Muçum, o posto de atendimento vai funcionar em uma sala anexa ao atendimento no Hospital Municipal. Em Roca Sales ficará no Centro de Referência de Assistência Social."O documento de identidade é essencial para acessar diversos serviços que a população irá necessitar para retomar a rotina", disse o perito Maiquel Luis Santos, diretor-geral do IGP.Nos mesmos postos montados nas duas cidades, as pessoas que tiverem familiares desaparecidos poderão fornecer amostras de material genético para exames de DNA. As amostras serão inseridas no Banco de Material Genético do IGP para comparações com a base de dados, o que pode facilitar a identificação de vítimas encontradas.
2023-09-11 06:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/policia-faz-operacao-para-localizar-desaparecidos-no-rio-grande-do-sul.shtml
Covid longa é especialmente difícil para idosos
Pergunte a Patricia Anderson como ela está e você provavelmente não receberá uma resposta rotineira. "Hoje estou trabalhando e estou bem", ela disse numa terça-feira recente. "No sábado e domingo, não consegui sair da cama. A Covid longa é uma montanha russa."Antes da pandemia, Anderson praticava artes marciais e vivia sem carro. Em vez disso, caminhava ou andava de ônibus para deslocar-se por Ann Arbor, Michigan, onde ela é bibliotecária médica. Pouco antes de contrair Covid-19, em março de 2020, ela havia andado 11.409 passos em um dia. Sim, ela toma nota de seus passos diários.O vírus provocou calafrios extremos, falta de ar, um transtorno do sistema nervoso e um declínio cognitivo tão acentuado que durante meses Anderson não conseguia ler um livro."Fiquei muito doente por muito tempo e nunca cheguei a me recuperar realmente", ela disse. Em alguns dias a fadiga não a deixa caminhar mil passos em um dia. As tentativas de reabilitação lhe valeram avanços, mas depois retrocessos fortes.As dezenas de sintomas que são conhecidos coletivamente como Covid longa, ou pós-Covid, podem derrubar qualquer pessoa que tenha contraído a doença. Mas têm um impacto especialmente forte sobre alguns pacientes mais velhos, que podem ser mais propensos a apresentar certas formas da doença.Cerca de 11% dos adultos americanos desenvolveram Covid longa depois de uma infecção com Covid, informaram no mês passado os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), uma queda em relação aos quase 19% registrados entre junho de 2022 e junho de 2023. A cifra sugere que alguns adultos estão se recuperando da síndrome com o passar do tempo.Pessoas com mais de 60 anos na realidade têm índices mais baixos de Covid longa ao todo que pessoas na faixa dos 30 aos 59 anos. Isso pode refletir as taxas mais altas de vacinação e reforço de vacinação entre os americanos mais velhos ou sua adesão a comportamentos de proteção como usar máscara e evitar multidões."Pode também haver fatores biológicos que ainda não entendemos", disse Akiko Iwasaki, imunologista e pesquisadora da Escola de Medicina Yale. O conhecimento sobre a Covid longa aumentou, ela disse, mas ainda resta muito de desconhecido em relação à doença. Mais Patricia Anderson, 66, recuperou a maioria de suas funções cognitivas e algumas das físicas apenas recentemente; hoje ela consegue caminhar entre 3.000 e 4.000 passos por dia. Mas ela usa máscara N95 sempre que sai de casa e leva uma bengala acoplada a um banquinho. "Assim, se estou no supermercado e fico exausta no meio do corredor, posso descansar um pouco."E ela se preocupa. A biblioteca para a qual trabalha a deixou continuar trabalhando remotamente, mas e se começar a exigir que ela cumpra suas funções presencialmente mais do que um dia por semana, como agora? "Não tenho condições financeiras de me aposentar", ela disse. "É assustador."O CDC diz que a Covid longa começa quando os sintomas persistem por um mês ou mais após a infecção. Mas a Organização Mundial de Saúde define a Covid longa como "a continuação ou o desenvolvimento de novos sintomas" três meses após a infecção adicional, sintomas que durem pelo menos dois meses sem outra explicação.A lista extensa de sintomas de Covid longa inclui dificuldades respiratórias, doenças cardiovasculares e metabólicas, doença renal, desordens gastrointestinais, perda cognitiva, fadiga, dor e fraqueza muscular e problemas de saúde mental."Praticamente não há sistema de órgãos que a Covid longa não atinja", disse o médico Ziyad Al-Aly, pesquisador clínico de saúde pública na Escola de Medicina da Universidade Washington e autor sênior de um estudo recente mostrando que esses sintomas podem persistir por dois anos. "Ela pode afetar praticamente qualquer pessoa, desde crianças até idosos." Mais Embora seja mais provável que a Covid longa atinja pessoas que adoecem gravemente com Covid e precisem ser hospitalizadas —e embora os sintomas da Covid longa permaneçam por mais tempo nesses pacientes—, ela também pode ocorrer após infecções brandas. Pode ocorrer após a primeira infecção com Covid, a segunda ou a quarta.Pessoas mais velhas não são mais propensas a sofrer Covid longa, mas as pesquisas de Al-Aly usando grandes bancos de dados do Departamento de Assuntos de Veteranos mostram que os idosos correm risco maior de apresentar quatro grupos particulares de sintomas:Jane Wolgemuth contraiu Covid em junho de 2022, com seu marido. "Ele superou em dois dias", ela falou. "Eu passei uma semana de cama."Ambos se sentiram melhor depois de tomar o antiviral Paxlovid por via oral. Meses mais tarde, porém, Wolgemuth, que tem 69 anos e é bancária aposentada vivendo em Monument, Colorado, começou a notar problemas cognitivos, especialmente quando estava dirigindo seu carro.A melhor maneira de evitar a Covid longa é evitar a Covid. E tome as doses de reforço, sem dúvida alguma. A vacinação e os reforços não eliminam o risco de Covid longa, mas o reduzempesquisador clínico de saúde pública na Escola de Medicina da Universidade Washington"Eu estava reagindo devagar", ela disse. "A névoa cerebral estava tomando conta de mim."Idosos podem confundir Covid longa com outras condições que são comuns na terceira idade. "Eles podem pensar ‘talvez eu esteja apenas envelhecendo ou talvez precise mudar a dose do meu remédio para pressão alta’", disse Monica Verduzco-Gutierrez, diretora de medicina reabilitativa no Centro de Ciência da Saúde da Universidade do Texas em San Antonio. Ela é coautora de diretrizes da Academia Americana de Medicina e Reabilitação Física sobre o tratamento da Covid longa.A Covid longa também pode exacerbar problemas de saúde que muitos idosos já enfrentam. "Se a pessoa já tinha uma deficiência cognitiva leve, isso pode avançar para demência? Já vi isso acontecer", disse Verduzco-Gutierrez. Um problema cardíaco leve pode se agravar, reduzindo a mobilidade de uma pessoa mais velha e aumentando seu risco de sofrer quedas."A melhor maneira de evitar a Covid longa é evitar a Covid", disse Al-Aly. Com os índices de infecção voltando a subir em todo o país, voltar a usar máscara em espaços fechados e comer ao ar livre em restaurantes são comportamentos que podem ajudar a reduzir as infecções."Tome as doses de reforço, sem dúvida alguma", ele recomendou. "A vacinação e os reforços não eliminam o risco de Covid longa, mas o reduzem" —entre 15% e 50%, conforme apontam estudos."Se você ficar infectado, faça um teste para ter a certeza de que é Covid e então ligue para o médico o quanto antes e veja se tem direito a tomar Paxlovid", ele disse. O tratamento antiviral também reduz o risco de Covid longa em 20% para pessoas na casa dos 60 anos e em 34% para quem tem mais de 70.Na ausência de estudos longitudinais, por enquanto, não está claro se pessoas mais velhas levam mais tempo para recuperar-se da Covid longa.Pacientes como Patricia Anderson e Jane Wolgemuth já experimentaram tratamentos de vários tipos —suplementos, eletrólitos, roupas de compressão e fisioterapia de vários tipos. "Mas não temos um medicamento que comprovadamente reverte a Covid longa", disse Iwasaki.Tradução de Clara Allain
2023-09-11 04:00:00
equilibrio-e-saude
Equilibrio e Saúde
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/09/covid-longa-e-especialmente-dificil-para-idosos.shtml
'Tenho 74 anos e nunca vi coisa igual', diz morador de cidade gaúcha atingida por chuvas
A partir da entrada de Lajeado, no Rio Grande do Sul, vai se revelando, aos poucos, o cenário de destruição no Vale do Taquari após as chuvas dos últimos dias. A vegetação retorcida e campos marrons de lama seca denunciam os impactos da cheia do rio Taquari no município de 93,6 mil habitantes, polo econômico regional.Na cidade seguinte, a pequena Arroio do Meio, de pouco mais de 21 mil habitantes, os impactos ficam ainda mais evidentes. Com sua casa ao lado da rodovia toda aberta para arejar, o aposentado Vitor Schmitt divide com a esposa a limpeza do espaço. A água quase cobriu todo o piso inferior, assim como o carro estacionado.Ele perdeu suas plantações de aipim e batata-doce em terra baixa à beira do rio, mas conseguiu salvar seus dois bois. "Tenho 74 anos e nunca vi coisa igual", conta. Agora, Schmitt e a esposa tentam se resignar com o ocorrido e retomar a rotina. "Tem que ir com calma", diz. "Langsam", repete, em alemão, sorrindo.A situação piora no município seguinte, Roca Sales, que está com entrada restrita e controlada pelas forças policiais gaúchas. A cidade de 10,4 mil habitantes, a primeira visitada pela comitiva federal liderada pelo presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), teve 11 óbitos confirmados.Em frente a um restaurante, funcionários lavavam louças na rua com mangueira. Em diferentes pontos da cidade, montes de móveis empilhados e entulho apontam o tamanho do prejuízo.Ao longo do percurso da comitiva federal que esteve na região neste domingo (10), alguns moradores criticavam a visita, que gerou grande movimentação nas ruas degradadas. Um deles gritou que, se quisessem ajudar, que pegassem uma vassoura e se juntassem a ele. A visita durou em torno de meia hora.Não foram apenas críticas: Alckmin, acompanhado do ministro Paulo Pimenta (PT) e do governador Eduardo Leite (PSDB), ouviu e consolou moradoras que choravam contando as noites de terror durante a enchente. Elas, por sua vez, ouviram a promessa de que a situação vai melhorar o mais rápido possível.A cidade seguinte visitada pela comitiva foi Muçum, que tem 4.601 habitantes e registra o maior número de mortos (16) e desaparecidos (30). Lá, houve um atrito entre forças de segurança e médicos que precisavam cruzar uma estrada interrompida pela equipe federal. Mais Uma equipe que seguia a uma região afastada da cidade com remédios como captopril e insulina, além de produtos de higiene, precisou esperar a visita acabar. A médica Natália Werner, que trabalha com estratégia de saúde na cidade de Espumoso, lamenta que a comitiva tenha interrompido a missão do grupo."É difícil, porque a gente madrugou para ajudar as pessoas que estão precisando. O hospital é uma zona de guerra", conta. Questionada sobre como conheceu as colegas de voluntariado, Natália não sabia responder. "Não faço ideia. Simplesmente me juntaram no meio da rua e eu vim."Na hora da formação de equipes, quem está disponível apenas sobe no carro. A técnica de enfermagem Ivone Gasparotto, que saiu de Gramado Xavier para ajudar, confirma. "Eu estava lá no hospital aguardando e chegaram precisando de uma técnica porque iam para o interior. Eu me prontifiquei e já conheci todo mundo."Entre as pessoas que atendeu, Ivone destaca o caso de uma idosa hipertensa e diabética que ficou ilhada no terceiro andar de um prédio após a inundação do segundo piso. Agora, uma das prioridades é cuidar de quem se machuca durante o processo de faxina das casas."O que a gente vai fazer?", pergunta o morador Jorge Baldasso sobre a situação caótica do município e respondendo à própria pergunta com um movimento de ombros. A água atingiu mais de 1,5 metro dentro do seu prédio de esquina, o que nunca havia acontecido antes.Apesar de ainda chocado, ele apontou para uma malharia da cidade, uma quadra abaixo, que foi inundada até metade do segundo andar. A fábrica empregava dezenas de funcionários e perdeu todo o maquinário de costura. O curtume local, maior empregadora de Muçum, também foi parcialmente destruído.Além do impacto das enchentes nas agricultura, indústria e comércio, a enxurrada desestabilizou a principal aposta de Muçum: a expansão das atividades turísticas.Com uma linha férrea ativa e planos de hotelaria e outras atrações para diversificar a economia local, a população e a administração municipal se dedicavam para pôr a aposta em prática. Com a devastação, o futuro desse plano, e da cidade, está em aberto.Entretanto, em meio ao choque, há otimismo vindo do próprio setor. A empresária hoteleira Juliana Pereira diz acreditar que o turismo na cidade possa voltar. "As pessoas vão querer vir nos ajudar", afirma. "Vão querer conhecer a cidade e ajudar a nos reerguer."
2023-09-11 07:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/tenho-74-anos-e-nunca-vi-coisa-igual-diz-morador-de-cidade-gaucha-atingida-por-chuvas.shtml
Esquecimento do golpe de Estado no Chile traz dor e impunidade
Este ano marca os 50 anos do golpe de Estado no Chile. Meio século de esquecimento em muitos aspectos: esquecimento das milhares de vítimas da ditadura de Augusto Pinochet que foram violentadas, executadas e desaparecidas; esquecimento dos milhares de familiares que ainda hoje buscam verdade, justiça e reparação; esquecimento das graves violações dos direitos humanos cometidas pelas Forças Armadas e carabineros do Chile. O esquecimento só traz dor e impunidade, por isso a memória é tão importante, para encontrar paz, para construir um futuro melhor, para não repetir a história.A realidade é chocante, basta citar alguns números para mostrar o horror dos fatos. De acordo com a Subsecretaria de Direitos Humanos do Chile, mais de 40 mil pessoas foram vítimas, incluindo execuções políticas, desaparecimentos forçados e vítimas de prisão política e tortura. E atualmente há mais de mil pessoas desaparecidas e executadas que continuam desaparecidas.A Comissão Nacional sobre Prisão Política e Tortura (2005), por exemplo, recebeu o relato de 3.399 mulheres que sofreram a violência do Estado chileno. Quase todas disseram ter sido vítimas de violência sexual e 316 disseram ter sido estupradas. 229 mulheres foram presas estando grávidas e 11 delas disseram ter sido estupradas. Pelo menos 20 sofreram aborto e 15 tiveram seus filhos na prisão. É importante reconhecer que a violência sexual constitui uma das formas mais graves de violência e durante a ditadura foi sistemática e generalizada.De acordo com o relatório da Comissão Nacional de Verdade e Reconciliação (1991), pelo menos 307 menores de 20 anos foram executados, dos quais 75 são pessoas desaparecidas. As vítimas de prisão política e tortura menores de 18 anos, no momento da detenção, chegam a 956. Muitos foram vítimas diretas de tortura física; outros foram espectadores da brutalidade que seus familiares sofriam. E mais de 200 mil pessoas foram exiladas. Mais São mais do que números. Cada número representa uma pessoa, uma família, uma sociedade prejudicada. Com o passar das décadas, as novas gerações talvez recebam esses relatos de forma distante, mas é por isso mesmo que é importante lembrar e apontar quem foram os responsáveis e instar o Estado e suas instituições a não guardarem mais silêncio e a responderem pelas atrocidades cometidas, tomando urgentemente as medidas necessárias para fazer reparação e justiça.Como afirmou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, "entende-se por memória as formas como as pessoas e os povos constroem sentido e relacionam o passado com o presente no ato de lembrar as graves violações dos direitos humanos e/ou as ações das vítimas e da sociedade civil na defesa e promoção dos direitos humanos e valores democráticos nesses contextos".Neste ano comemorativo, em vez de avançar nessa memória histórica, temos visto no Chile o aumento de discursos negacionistas. Por isso, a Anistia Internacional hoje é enfática ao afirmar que devemos priorizar a verdade e ser mais claros de que nunca, nunca, as violações aos direitos humanos podem ser justificadas.Talvez, apenas assim, o nunca mais possa se tornar realidade no futuro. Vamos lembrar para não esquecer.
2023-09-11 04:00:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/esquecimento-do-golpe-de-estado-no-chile-traz-dor-e-impunidade.shtml
Apple x China, startup de congelados à base de mandioca capta R$ 20 mi e o que importa no mercado
Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta segunda-feira (11). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...As ações da Apple sofreram um baque na última semana após a revelação de sanções chinesas ao uso do iPhone por servidores do governo e de empresas estatais. Os papéis da empresa mais valiosa do mundo recuaram 6,8% entre quarta (6) e quinta (7), antes de fecharem estáveis na sexta (8). A queda tirou um pedaço de quase US$ 200 bilhões de valor de mercado da companhia da maçã. O que explica: reportagens publicadas por Wall Street Journal e Bloomberg noticiaram que as autoridades chinesas proibiram os funcionários públicos de usarem iPhone e celulares de outras marcas estrangeiras durante o trabalho. A decisão foi avaliada como mais uma medida de Pequim para limitar a influência de tecnologia estrangeira no país. É considerada também como uma espécie de resposta à decisão do governo dos EUA de fevereiro que determinou a exclusão do aplicativo chinês TikTok de dispositivos federais. O momento para a proibição chinesa também importa:Apple x China: a maior fábrica de iPhones no mundo está sediada no gigante asiático, mas a decisão do governo de agora pode acelerar um processo de saída gradual do país que a fabricante americana já vinha tocando.A americana já tem um país preferido para diversificar sua produção: a Índia. Além de gerar menos dor de cabeça geopolítica, o país deve se tornar neste ano o mais populoso do mundo, representando um mercado consumidor importante para a Apple.A compra da Kopenhagen pela Nestlé, anunciada na quinta (7), irá colocar a multinacional no segmento de rede de lojas de chocolates e café, mas as marcas seguirão operando de forma independente, disseram as empresas. O valor da aquisição não foi divulgado, e a expectativa é que o negócio seja concluído em 2024. O que pode mudar para o consumidor: os brasileiros devem perceber um aumento no número de lojas de Kopenhagen, Brasil Cacau e unidades do Kop Koffee. Mais Regulatório: a multinacional suíça levou 21 anos para ter sua aquisição da brasileira Garoto aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).História da Kopenhagen: fundada em 1928 pelo casal de imigrantes da Letônia Anna e David Kopenhagen, a empresa se expandiu pelo Brasil, com lojas físicas e uma rede de franqueados.O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente. A startup: fundada em 2016, em Patos de Minas (MG), é uma foodtech (startup do setor alimentício) de alimentos regenerativos à base de mandioca.Em números: a Nuu anunciou um aporte de R$ 20 milhões em uma rodada série A (entenda aqui as etapas de investimento em startups). Foi a primeira captação da startup. Quem investiu: a rodada foi liderada pelo fundo de impacto EcoEnterprises e também teve participação de gestoras como CamelFarm Capital, Newlin, MadFish e Bioma Food Hub, e investidores-anjos, entre eles GV Angels e Gávea Angels. Que problema resolve: a Nuu aposta em diferentes receitas feitas a partir da mandioca, uma raiz brasileira e base da culinária indígena.Por que é destaque: a empresa projeta crescer 8 vezes em 2 anos, chegando a 6 mil pontos de venda. Seu plano de expansão é apoiado na sustentabilidade, o que a rendeu um reconhecimento ONU como uma das 50 empresas que lideram o movimento de alimentação regenerativa no mundo. A startup, que tem toda a equipe executiva formada por mulheres, trouxe nomes experientes do varejo como consultores para os próximos passos: Rodrigo Monteiro (Zee.Dog), André Mendes (ex- Johnson & Johnson), Rodolfo Chung (ex-Zé Delivery), Marina Andreazi, (Amazônia XUA) e Nathalie Prado (EcoEnterprises Fund).Em um cenário de consolidação de corretoras de investimentos nos últimos anos, ainda existem casas que operam de forma independente, sem vínculos com grandes instituições financeiras ou investidores estrangeiros. Para enfrentar os pesos-pesados do mercado, as apostas envolvem serviços mais personalizados e voltados a clientes que não estejam no centro da estratégia das rivais. A Genial Investimentos tem 1,2 milhão de clientes e R$ 170 bilhões em ativos sob custódia.A Nova Futura tem 150 mil clientes, que somam cerca de R$ 7 bilhões em ativos sob custódia.Mais sobre investimentos: ↳ Investir em um título de renda fixa isento de IR nem sempre é a melhor opção, escreve Michael Viriato, que mostra no blog De Grão em Grão como fazer a comparação entre os ativos. ↳ Entender os impactos das reformas e programas do governo para o setor industrial ajuda a projetar o futuro para as ações de empresas ligadas ao segmento; leia na coluna de Marcos de Vasconcellos.
2023-09-11 07:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/apple-x-china-startup-de-congelados-a-base-de-mandioca-capta-r-20-mi-e-o-que-importa-no-mercado.shtml
Avaliação de gastos também vai visar déficit zero, diz secretário
A avaliação de políticas públicas implantada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento não vai ficar restrita a traçar metas de longo prazo, diz Sergio Firpo, secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos da pastaVai também reavaliar gastos orçamentários, na busca do déficit zero proposto para 2024 pelo Ministério da Fazenda."O compromisso desse governo é o déficit zero. O Planejamento e a avaliação vão entrar ativamente no processo de garantir essa meta. A gente quer garantir racionalidade para esse processo. Queremos trazer mérito para a discussão do Orçamento, olhando para a efetividade da política e os aspectos distributivos", diz Firpo."A gente quer melhorar a qualidade do gasto, e a ministra [Simone Tebet] já disse que vamos usar a avaliação para aperfeiçoar a política pública. Eventualmente, a avaliação pode ser usada para corte de gastos, desde que haja esse comando —e acho que existe esse comando", afirma Firpo.Para os próximos anos, o secretário diz que será adotada uma nova ferramenta para avaliação do gasto dentro das políticas públicas de cada ministério.Segundo ele, ela vai permitir avaliar, "a partir de decisões de governo, se será preciso revisar e como revisar o Orçamento, ou seja, definir qual será o peso orçamentário para cada política".Depois do seminário sobre avaliação de políticas públicas, o governo demonstrou que implementou um novo processo, mas não está muito claro ainda o que isso efetivamente muda na prática, especialmente nas contas públicas. Poderia explicar o que vem a seguir? Há coisas diferentes para se considerar. As avaliações são úteis para quem toca as políticas aperfeiçoá-las. Isso vai permitir o redesenho da política no sentido mais amplo, algo que não ocorria.O CMAP [Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas], por exemplo, foi criado em 2019, mas já existiam versões dele em 2015. É algo que veio por Dilma, Temer, Bolsonaro, até Lula. No entanto, o uso das avaliações foi sempre mais fiscalista.A outra coisa é como isso entra no processo de revisão dos gastos. Em vez de fazer um corte linear do gasto quando necessário, pode fazer um corte a partir da qualidade de cada política. Antes, o gestor não necessariamente aprendia algo sobre aquela política pública.Nesse aspecto, a gente tem avaliações de subsídios e de gastos diretos. Nas de subsídios, a gente já apresentou a questão em boletins. Teve o boletim sobre cesta básica e o de medicamentos. Publicamos pensando em embasar discussões na Reforma Tributária. Temos outros estudos que serão lançados no tempo certo.A Reforma Tributária foi fatiada, então, na hora que chegar a discussão do Imposto de Renda, vamos ter alguns estudos sobre ele, assim como também teremos um sobre folha de pagamento. A ministra quer que o Planejamento se posicione sobre agenda verde, então vai vir algo sobre clima e meio ambiente para soltar neste segundo semestre.No que se refere a revisão de gastos, o governo acabou de enviar o projeto orçamentário do ano que vem. Vocês chegaram a contribuir? Para este projeto, a gente não deu uma contribuição clara. Mas a gente quer garantir que as próximas peças orçamentárias se beneficiem do processo de revisão de gasto que envolve a avaliação.Como isso vai funcionar? A gente está construindo dentro da SMA, junto com a SOF [Secretaria de Orçamento Federal], uma ferramenta para avaliar e aperfeiçoar as políticas nos ministérios.A partir de uma decisão do governo, ela vai permitir uma orientação sobre o que revisar, onde revisar e como revisar as políticas de cada ministério. Ou seja, definir qual será o peso orçamentário para cada política. A princípio, isso funciona mesmo sem corte de gasto. Eu tiro de uma política para colocar em outra que seja meritória dentro de critérios claros e objetivos.Vai na linha do que diz a ministra Simone Tebet: que talvez não seja necessário cortar, mas, sim, realocar o gasto? A gente quer melhorar a qualidade do gasto, e a ministra já disse que vamos usar a avaliação para aperfeiçoar a política pública. Isso é uma coisa. Eventualmente, a avaliação pode ser usada para corte de gastos, desde haja esse comando —e acho que existe esse comando. Tem uma meta de primário zero, ou seja, a gente tem que bater despesas com receitas.O que o sr. está dizendo é que vai ter uma atuação mais ativa para cumprir a meta de déficit zero para 2024? O compromisso desse governo é o déficit zero. O Planejamento e a avaliação vão entrar ativamente no processo de garantir essa meta. A gente quer garantir racionalidade para esse processo. Queremos trazer mérito para a discussão do Orçamento, olhando para a efetividade da política e os aspectos distributivos.É preciso lembrar que tanto o ministro Fernando Haddad quanto a ministra Simone Tebet têm os discursos das esteiras. A esteira das receitas e a das despesas. O Planejamento pode contribuir para que a esteira das despesas rode de uma maneira que ajude no déficit zero.A avaliação das políticas também permite que você saiba onde vai achar espaço fiscal, se precisar.A avaliação da política, então, a depender do resultado, permite a redução do gasto ou até a sua extinção? Ou isso, ou o aprimoramento dessa política, o que permite ganhos de eficiência.Às vezes, por falta de focalização, o Estado usa mais recurso do que o necessário para atender uma determinada população. Se mudar a forma de inserir no cadastro os potenciais beneficiários, por exemplo, pode haver algum ganho. Diversas políticas podem se beneficiar desse tipo de abordagem.Pode ocorrer o contrário também. O Estado quer atender um grupo, mas não está sendo eficiente para chegar a todos. Nesse caso pode ter de gastar até mais.No entanto, tudo isso precisa vir de uma avaliação prévia, a partir de conversas com os gestores de cada política, em cada ministério.Quando vocês começam? Já para o próximo ciclo do Orçamento de 2024. Tem um decreto do presidente que criou um grupo de trabalho interministerial, comandando pelo próprio Ministério da Previdência, para analisar os gastos previdenciários. A gente não sabe o que vai vir disso, mas vamos pôr a mão na massa. Essa análise, junto com os gestores, talvez nos dê oportunidades já para este ano.Para os anos seguintes, a partir de 2025, vamos ter aquela ferramenta que mencionei. Queremos que esteja pronta já no final deste ano.Será um software? Basicamente, será um processo com parâmetros de avaliação, quase um fluxograma. Vai incluir medidas como avaliar por pesquisas, conversar com gestores nos ministérios, conferir resultados com grupos de especialistas e, eventualmente, propor aprimoramentos. Estou fazendo uma síntese bem enxuta, OK?No mundo da política pública se diz que existe o que deve ser feito e o que é politicamente possível. Essa ferramenta vai resolver isso? A discussão política sempre vai existir, mas a gente precisa ter um processo anterior, mais adequado, antes que uma proposta chegue ao escrutínio político.Por exemplo. Quer rever os gastos? OK. Mas a ferramenta está dizendo que neste ministério é melhor que não. Nesse outro, pode mexer.O governo tem apresentado novas propostas, que impactam o gasto. Um exemplo, a ampliação do teto do MEI [Microempreendedor Individual]. A secretaria foi chamada para avaliar? Não passou pela gente.Esse tipo de decisão teria de passar por aqui? A gente gostaria muito, mas sabemos que nem todas as decisões vão. As do Congresso são um exemplo. Os parlamentares acabaram de prorrogar a desoneração da folha. Existem estudos que dizem que é uma política efetiva, outros dizem que não contribuem para a geração do emprego. Não avaliamos. Foi uma decisão soberana do Congresso.Sergio Firpo, 53Doutor em economia pela Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA). Foi professor assistente de economia na Universidade da Colúmbia Britânica (2003–2006) e na PUC-Rio (2004–2008) e professor associado da Escola de Economia de São Paulo - FGV (2008–2015) antes de ingressar no Insper em 2016. Suas principais áreas de estudo são microeconometria, avaliação de políticas, economia do trabalho, do desenvolvimento e da política empírica.
2023-09-11 07:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/avaliacao-do-gastos-tambem-vai-visar-deficit-zero-diz-secretario.shtml
Temperatura deve passar dos 30ºC na cidade de São Paulo nesta semana
O ar seco e quente ganha força no início desta semana na cidade de São Paulo, garantindo dias ensolarados, com temperaturas elevadas e baixos índices de umidade. As informações são do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas), da prefeitura, e do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).As máximas na capital superam os 30°C, e os índices de umidade ficam abaixo de 30%, demandando cuidados.Nessas situações, o CGE recomenda evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h; umidificar o ambiente com vaporizadores, toalhas molhadas ou recipientes com água; sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol; e lembrar de beber água ao longo do dia.Nesta segunda-feira (11), o sol aparece entre poucas nuvens. Faz calor e os índices de umidade apresentam forte queda, com mínimo de 25%. Os termômetros oscilam entre 17°C ao amanhecer e 29°C no meio da tarde.Na terça-feira (12), o sol brilha forte o dia todo e o tempo fica quente. A mínima esperada é de 18°C na madrugada e a máxima, de 32°C no período da tarde, quando a umidade deve cair para 28%. A tendência se mantém na quarta-feira (13), com previsão de 31°C de temperatura máxima e umidade mínima de 25%, mas na quinta-feira (14) o tempo muda, repetindo a gangorra observada nas últimas semanas.Nesse dia, estão previstas muitas nuvens e pancadas de chuva, por vezes forte e com trovoadas isoladas. Segundo o Inmet, a capital registrará mínima de 16°C e máxima de 28°C.
2023-09-11 05:00:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/temperatura-deve-passar-dos-30o-na-cidade-de-sao-paulo-nesta-semana.shtml
Com mais de 600 mil na fila da perícia, INSS amplia concessão de auxílio a distância
Com 637,4 mil segurados na fila de espera da perícia médica, o INSS está ampliando a liberação do auxílio-doença a distância, com a possibilidade de envio do atestado médico pela internet para quem já tinha exame pericial marcado em uma agência da Previdência Social.O objetivo é diminuir o tempo de espera pelo benefício —hoje em 180 dias para a maioria dos casos— e fazer com que fila ande. Para isso, o segurado deve enviar o atestado pelo aplicativo ou site Meu INSS, desde que o afastamento médico não seja por acidente de trabalho e tenha previsão de durar até 180 dias (cerca de seis meses).Chamada de Atestemed, a nova opção foi criada por medida provisória publicada em julho, quando o governo federal deu início ao programa de enfrentamento à fila do INSS, e se baseia em modelos europeus de liberação do auxílio por incapacidade temporária, nos quais o atestado médico é documento válido para a concessão da renda sem que seja necessário passar por um perito médico da Previdência em consulta presencial.Para ter direito ao benefício, o segurado deve fotografar o seu atestado médico e enviá-lo por meio do Meu INSS. A medida faz com que o beneficiário doente fure a fila e possa ter o auxílio em menos de 30 dias.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Segundo o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, há hoje uma dificuldade em executar com mais agilidade as perícias agendadas por falta de pessoal. A Previdência tem em seu quadro cerca de 3.400 peritos na ativa, mas, com os afastamentos, há 2.900 peritos em exercício.Stefanutto afirma, no entanto, que todos os atestados enviados serão analisados por um perito, que é quem deverá conceder ou negar ou benefício, caso o segurado não tenha direito. E caso o beneficiário não tenha a renda concedida, a perícia agendada continua válida. Basta comparecer no dia marcado."Hoje, temos centenas de milhares de perícias marcadas e temos dificuldade de executá-las por uma série de limitações. Então, para nós, transformar essas perícias marcadas, essas perícias tradicionais, em Atestmed, que é o nome que a gente dá para elas, é fundamental", diz."O brasileiro não vai ter prejuízo se ele entrar com o Atestmed e não for aceito porque não tem CID ou alguma informação falta; a perícia dele continua mantida naquela data. E, se eu conceder o benefício a ele, eu abro vaga a outro brasileiro."O envido do atestado médico a distância começou na pandemia de Covid-19, em 2020 e 2021 por conta das limitações impostas pelo afastamento social, com agências do INSS fechadas. Depois, entre os meses de julho e dezembro de 2022, a concessão a distância seguiu válida, mas sempre sob crítica da associação que representa os peritos médicos.A concessão estava parada nos últimos meses, após a portaria editada pelo governo Bolsonaro ter pedido a validade.Dados do Portal da Transparência Previdenciária mostram que, até 28 de agosto, 327.619 novas perícias médicas haviam sido agendadas apenas no mês passado. Além dos cidadãos que solicitam o auxílio-doença, há ainda 437,4 mil pedidos de BPC (Benefício de Prestação Continuada) da pessoa com deficiência, que poderão ter de fazer o exame pericial caso o requerimento inicial seja aceito.A Previdência tem hoje 38,41 milhões de beneficiários, com uma folha de pagamentos estimada em R$ 62 bilhões mensais. Ao todo, há 55 milhões de contribuintes na ativa. Mais O atestado médico ou odontológico deve ser em papel sem rasuras, e conter as seguintes informações:
2023-09-11 04:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/com-mais-de-600-mil-na-fila-da-pericia-inss-amplia-concessao-de-auxilio-a-distancia.shtml
Valdemar diz que Judiciário exagera contra Bolsonaro e pode sofrer efeito bumerangue
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou não estar preocupado com a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), mas disse que o Judiciário está extrapolando nas investigações contra o ex-presidente e que haverá troco."Isso é efeito bumerangue, é o que vai acontecer com quem está exagerando. Isso vai se voltar contra o Poder Judiciário", disse Valdemar à Folha. Sem citar nomes de ministros, o presidente do PL classificou decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), presidido por Alexandre de Moraes, de "brincadeiras" que "passaram dos limites"."O que o Judiciário fez com ele não tem como ficar bem. Só uma pessoa que é cega que não enxerga. Passaram dos limites essas brincadeiras. Dar multa de R$ 22,9 milhões. Essas brincadeiras... Marcar a data do julgamento no dia 22. Isso vai ter troco porque é a vida", afirma.A data a que Valdemar se refere, cujo número é o mesmo do PL (22), é a do início do julgamento do TSE que tornou Bolsonaro inelegível.A multa citada foi aplicada em novembro por Moraes ao PL na ação em que o partido visava invalidar votos depositados em parte das urnas no segundo turno das eleições. Moraes condenou a coligação de Bolsonaro ao pagamento de multa no valor de R$ 22.991.544,60 por litigância de má-fé."O negócio das joias é um exagero, porque era um presente pessoal. Eu não tenho dúvida. Igual a todos os presidentes que passaram, é que ninguém nunca mexeu com o assunto. Eles querem matar o Bolsonaro."Valdemar afirma que o ex-presidente errou na comunicação da pandemia do coronavírus e "pagou caro", perdendo a eleição.O presidente do PL diz que não está preocupado com a delação de Cid porque, para ele, Bolsonaro é honesto. Afirma ter certeza de que não vão achar rastros de uso indevido de dinheiro público e que Bolsonaro também não tem preocupação com a colaboração.Valdemar voltou a dizer que, em sua avaliação, o ex-presidente será um grande cabo eleitoral nas eleições municipais do ano que vem, mesmo com todos os problemas enfrentados na Justiça. Mais Em entrevista à Folha em julho, ele já havia afirmado que Bolsonaro é perseguido pelo TSE e insinuado que Moraes, presidente da corte, provoca os apoiadores do ex-presidente com suas decisões."Aí vão julgar o Bolsonaro, tem tantos dias para escolher do mês, ele escolhe o dia 22 [número do PL]. Isso, o cara do PL, da direita, que fez isso com ele [hostilidade a Moraes] lá na Itália, acompanha. Esse é o problema. Não somos nós que fazemos campanha contra ele. Ele [o apoiador de Bolsonaro] vê um negócio desse e não se conforma."Apesar de Valdemar negar ter preocupação com a colaboração premiada de Mauro Cid, pessoas próximas a Bolsonaro afirmam que o acordo tem potencial para comprometer a imagem do ex-presidente.Temem também eventuais implicações contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e se preocupam com o teor das revelações que podem ser apresentadas pelo ex-ajudante de ordens presidencial.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...A colaboração foi fechada no âmbito do inquérito das milícias digitais, que é a principal apuração contra Bolsonaro no STF e mira os ataques às instituições, a tentativa de golpe e o caso das joias, entre outros pontos.Nas declarações públicas, no entanto, a palavra-chave, segundo interlocutores de Bolsonaro, será tranquilidade. A ideia é dizer que Bolsonaro está sereno e manter a tese de que há um vácuo legal sobre presentes recebidos por mandatários.Mauro Cid foi preso em 3 de maio por suspeita de adulterar o seu cartão de vacinação, o de Bolsonaro, o de sua esposa, Gabriela Cid, e de uma de suas filhas.Cid deixou na tarde de sábado (9) a unidade militar no DF onde estava preso, após firmar o acordo, mas passará a usar tornozeleira eletrônica.Cid tinha acesso a praticamente todas as informações da vida do ex-mandatário e pode apresentar novos detalhes sobre os casos das joias, da inserção de dados falsos de vacinação e da campanha de desinformação contra as urnas eletrônicas liderada pelo antigo chefe do Executivo. Mais
2023-09-11 04:00:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/valdemar-diz-que-judiciario-exagera-contra-bolsonaro-e-pode-sofrer-efeito-bumerangue.shtml
Aéreas usam IA para agilizar 'pit-stop' de avião e debatem até voo com só um piloto
Enquanto a inteligência artificial (IA) se expande e catapulta a receita de empresas ligadas ao setor de tecnologia, companhias aéreas voltaram sua atenção para a ferramenta como forma de agilizar suas operações. Há quem fale até da possibilidade de os aviões passarem a ter somente um piloto num futuro não tão breve.A Azul, por exemplo, decidiu utilizar um serviço que, por meio da inteligência artificial e de câmeras, monitora objetos e funcionários ao redor de suas aeronaves quando elas estão estacionadas na área de embarque no aeroporto de Viracopos e indica possíveis falhas.A ferramenta foi contratada em setembro do ano passado, mas precisou de aproximadamente cinco meses de treinamento com imagens do local para começar a funcionar efetivamente neste ano. A companhia, que diz realizar de 180 a 200 decolagens por dia em Viracopos em certas épocas do ano, considera o terminal no interior paulista o mais importante para sua malha aérea.Com a nova infraestrutura, desenvolvida pela startup WeSafer, cada elemento no entorno do avião é notado: veículos que transportam combustível, balizadores e caminhões, por exemplo. São 26 câmeras disponíveis em 13 portões do aeroporto, e a expectativa da empresa é que o número chegue a 40 câmeras até o fim do ano.Daniel Tkacz, vice-presidente de operações da Azul, diz que o monitoramento permite evitar atrasos e economizar custos com combustível, por exemplo.Um problema muito comum era a demora para o balizador se posicionar e conduzir o avião ao portão de embarque e desembarque –contratempo reduzido em 80%, segundo Tkacz.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando..."Ele tem que estar ali de três a cinco minutos antes [da aeronave chegar] para evitar que o avião tenha que parar. Toda vez que ele para, precisa acelerar de novo. Isso gasta mais combustível, perde tempo. Pense em um pit-stop de Fórmula 1, mas em um tempo maior", diz Tkacz.Também neste ano, a Latam anunciou uma tecnologia semelhante, testada e desenvolvida por cerca de doze meses, para o aeroporto de Guarulhos, maior centro de conexões da empresa. Assim como a ferramenta da Azul, o equipamento da companhia acompanha processos como a acoplagem ao portão de embarque e o fornecimento à aeronave de recursos de solo, como ar condicionado e energia elétrica.Já a Gol disse, em nota à Folha, que utiliza machine learning, braço da inteligência artificial, para determinar o tempo de solo requerido para realização do turnaround —o pit-stop das aeronaves— e a probabilidade de atraso de um voo, entre outras aplicações. A discussão sobre os usos da inteligência artificial não é de hoje e vem se fortalecendo no setor recentemente, ao passo que a tecnologia ganha mais visibilidade.Questionado por uma jornalista sobre a possibilidade de o piloto e o copiloto serem substituídos por inteligência artificial, o presidente da Emirates, Tim Clark, afirmou em entrevista a um canal de televisão americano, em maio, que uma aeronave poderia ser conduzida com apenas um piloto. Segundo ele, no entanto, isso vai levar tempo."Você poderia ver uma aeronave com apenas um piloto. Mas, mesmo isso, provavelmente vai levar tempo. O avião poderia voar totalmente no piloto automático? Sim, poderia. A tecnologia está aí e poderia ser melhorada com IA. Isso é uma percepção, mas sempre haverá alguém no voo. Mas eu estou em 2023. O que haverá em 2050 ou depois disso eu não tenho ideia", disse. Mais Apesar de não citarem especificamente o uso de inteligência artificial, entidades e agências ao redor do mundo já debatem o tema. A Easa (Agência de Segurança da Aviação da União Europeia), por exemplo, afirma que está avaliando com maior intensidade as operações eMCO, termo utilizado para voos com somente um piloto no controle, mas apenas durante o período menos crítico –ou seja, ainda exigiria auxílio de mais profissionais na decolagem e no pouso.É diferente de uma operação SiPo, cujo voo permanece com um único piloto durante toda a sua duração. Em nota, a Easa diz que há alguma consideração sobre o SiPo, mas apenas para aviões cargueiros."Até mesmo aviões de geração recente, como o Airbus A350, precisariam de aprimoramentos e características de design ou sistemas que não são necessários atualmente para garantir que possam ser operados com segurança em uma operação eMCO. As aeronaves futuras poderiam ser projetadas levando em consideração tais operações desde o início", escreveu a agência em resposta à reportagem.Em nota, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) disse que, por ser uma ferramenta em ascensão, com novas aplicações surgindo em um ritmo acelerado, a inteligência artificial precisa ser "avaliada cuidadosamente para que os resultados de sua implementação sejam perenes a longo prazo, garantindo adequação a todos os requisitos regulamentares e possibilidades de ampliação". A agência disse estar atenta a esses desenvolvimentos.Daniel Tkacz, da Azul, diz que, apesar dos avanços, as chances de algo do tipo ganhar espaço no setor aéreo no curto e no médio prazo são remotas. Ele afirma que a presença de mais de um piloto é crucial para momentos inesperados, como quando o comandante passa mal."Talvez [aconteça com] aviões pequenininhos, cargueiros. É a mesma discussão dos carros autônomos. Ainda é bem embrionário", diz. Mais
2023-09-11 04:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/aereas-usam-ia-para-agilizar-pit-stop-de-aviao-e-debatem-ate-voo-com-so-um-piloto.shtml
The Town: Aline Wirley e Igor Rickli estão na reta final para adotar uma criança de seis anos
Aline Wirley e Igor Rickli curtiram o último dia de The Town neste domingo e conversaram com o F5 sobre o mais novo projeto familiar: adotar uma criança. "A possibilidade do nosso filho chegar está cada dia mais próxima", disse a cantora.O casal disse que esta é a realização de um sonho antigo e que já estão cumprindo as etapas do processo há três anos. Igor contou que também conversaram com o filho Antônio, de oito anos.O casal pretende adotar uma criança de seis anos e explica a decisão: "dessa faixa em diante, não existe tanta procura na fila de adoção. É triste falar isso, mas é a realidade". "Eu espero trabalhar muito para poder adotar muitas outras no futuro", disse Igor. Mais
2023-09-10 23:36:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/the-town-aline-wirley-e-igor-rickli-estao-na-reta-final-para-adotar-uma-crianca-de-seis-anos.shtml
Entenda seus direitos nas compras online da China
Consumidores que não conseguem o desembaraço aduaneiro de suas encomendas compradas de outros países —especialmente da China— podem ficar sem o produto. Isso porque o item é devolvido para o local de origem caso não seja liberado pela Receita Federal.O desembaraço aduaneiro é a conclusão do processo de conferência da mercadoria, para que seja liberada e chegue ao destino final, ou seja, a casa do cliente, mas consumidores afirmam que têm se deparado com dificuldades no processo após a criação do programa Remessa Conforme.O Remessa Conforme, que passou a valer no fim de julho, zera a alíquota de 60% do imposto federal de importação nas compras até US$ 50 (cerca de R$ 248) para as empresas participantes. As vendas, porém, têm cobrança de 17% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).O imposto de 60% continua sendo cobrado nas compras acima de US$ 50. Para as demais empresas, vale a lei que sempre existiu no Brasil, compras internacionais entre pessoas físicas e jurídicas são taxadas. Há, no entanto, isenção de impostos entre pessoas físicas, tática que era usada por diversos sites para burlar o fisco.A influenciadora Ana Luísa Rabello, 20, que produz vídeos de compras para o TikTok há nove meses, conta que recentemente foi taxada em todas as suas compras em sites internacionais. "Eram valores que variavam de R$ 27 a R$ 405", diz.A jovem garante que, além das taxas, nunca enfrentou outros problemas como devolução de pedido ou retorno dele ao país de origem. "Estou sempre em contato com a empresa para resolvermos a taxa. Algumas chegam a pagar metade do valor", explica. Ela ainda ressalta que gosta das plataformas pelos preços acessíveis.Diante desse cenário de taxação, o cliente pode optar por devolver a compra, caso não concorde com os valores das taxas cobradas. As medidas podem variar conforme a empresa, e vão desde devoluções gratuitas a crédito no site para compras futuras. Há, no entanto, casos em que é preciso tentar negociar com o vendedor.Para quem não consegue o desembaraço aduaneiro, a compra é devolvida ao país de origem automaticamente e o consumidor precisa refazê-la para ter o item. A devolução dos valores, com o estorno do que foi pago, deve ser feita.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...O consumidor também pode pedir à empresa de varejo o reembolso do valor gasto na compra taxada. Esse pedido deve ser feito após o cidadão informar, no site dos Correios, que recusa o pagamento de impostos. A mercadoria será devolvida ao país de origem.É importante que o consumidor faça esse procedimento no site da estatal. Dessa forma, poderá apresentar os documentos à plataforma, comprovando que recusou o pagamento do imposto.Caso o consumidor não indique no portal dos Correios que recusou o pagamento, o produto poderá ser incorporado pela União e a plataforma não será obrigada a reembolsar o valor da compra.O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 49, determina que qualquer consumidor pode devolver uma compra online no prazo de até sete dias, no chamado direito de arrependimento. Essa regra vale para compras feitas pela internet, por telefone, ou seja, a distância, em qualquer meio que não o físico."Sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial", diz o código.No caso de compras internacionais, o consumidor tem prazos maiores por conta da taxação feita pelo governo, e cada empresa determina o seu. Shein oferece um prazo de 20 dias e AliExpress de 15, por exemplo.Ana Luísa, que acumula quase 145 mil seguidores nas redes sociais, fala que sempre conversa com seus seguidores a respeito da atenção com as compras, em especial as internacionais. "A compra só volta se a taxa não for paga. E sempre que possível, tento ajudar ao máximo os seguidores com suas dúvidas em relação a esse assunto e compartilho tudo o que sei sobre", conta.A jovem deixa dicas para facilitar a compra e o recebimento dos itens. "Sempre optem por comprar itens separadamente, porque assim seu pacote não fica grande e a fiscalização não taxa. Também sempre se atentem aos comentários dos produtos, pois muitas vezes os vendedores usam fotos da internet e não do produto que ele realmente está vendendo", afirma.E caso a compra volte para o país de origem. "A taxa tem validade de mais de um mês para ser paga pelos Correios. E só ter atenção aos prazos." Mais O advogado especialista em direito do consumidor Diego Marcondes explica que os termos de compra variam em cada país. "Para entender quais são os seus direitos na compra, é preciso conferir as regras informadas pela loja ou conhecer a legislação do país", afirma.Segundo Marcondes, a escolha da forma de pagamento também pode influenciar nessa prática. "Algumas ferramentas, como o PayPal, são aceitas em diversos países e oferecem um suporte maior ao consumidor, facilitando o cancelamento de compras e o reembolso de valores."Caso a compra seja estornada por qualquer motivo que fuja ao alcance do consumidor, o advogado diz que não existem alternativas a não ser o reembolso ser feito e o consumidor efetuar a compra novamente. Mais O caso mais curioso é da AliExpress, que apresenta um mecanismo de "disputa" entre comprador e vendedor, onde o vendedor pode se negar a aceitar a devolução ou a custear o frete dela. Nessas situações, o passo a passo para devolução é outro.Marcondes comenta que os termos e condições contidos no site representam uma espécie de contrato entre comprador e vendedor, portanto, o cliente está sujeito a essa prática da disputa.Mas o advogado faz o alerta de que há regras que podem ser judicialmente questionadas quando colocam uma das partes em desvantagens.Procurada para falar sobre as diferentes políticas, a Receita Federal disse apenas que a legislação aduaneira é única e deve ser observada por todas as empresas da mesma maneira.A AliExpress disponibiliza a possibilidade de o comprador devolver o produto de forma gratuita. Segundo as normas do site, o item a ser devolvido precisa estar em ótimo estado de conservação, com embalagens e etiquetas intactas. O prazo para devolução é de até 15 dias após a entrega. Há casos, no entanto, nos quais o consumidor deverá abrir uma disputa com o vendedor.Para fazer a devolução gratuita o consumidor deve abrir o site ou aplicativo da AliExpressClicar no seu perfil para ter acesso a área de pedidosEncontrar aquele que você recebeu e deseja devolverEm seguida, clicar na opção "Detalhes do pedido"Procure e selecione o botão "Devolução grátis". Informações específicas deverão aparecer para a realização da devolução, como solicitar que o cliente se dirija a uma transportadora, por exemplo, com o pacote e etiqueta em mãos.Após fazer esse processo, o site ou aplicativo do AliExpress passará por uma atualização dentro desta mesma área da "Devolução grátis" e vai informar quando o local especificado receber o seu produto.Há casos, no entanto, em que o consumidor deverá abrir uma "Disputa". A disputa é referente a vendedores que não disponibilizam a devolução gratuita, fazendo com que o passo a passo seja outro. Veja a seguir:Para fazer a devolução gratuita o consumidor deve abrir o site ou aplicativo da AliExpressClicar no seu perfil para ter acesso a área de pedidosEncontrar aquele que você recebeu e deseja devolverEm seguida, clicar na opção "Detalhes do pedido"Depois, deve acessar "Abrir disputa"; o processo pode levar até dois dias para ser analisadoO consumidor terá direito de escolher o que fazer, ele pode clicar em "Devolver produto", concordando com a devolução, processo no qual será feito o reembolso total da compra, ou clicar em "Apenas reembolso". Nesta opção, o cliente deve concordar que não recebeu nem receberá o produto e que deseja reembolso total.Por fim, um questionário deve aparecer para que o consumidor esclareça os motivos de abrir uma disputa. A disputa também pode ser necessária caso você tenha solicitado a devolução do item, e o vendedor tenha negado.Caso você tenha recebido o produto, e ele não é o que você esperava, mas também não quer devolver, é possível clicar em "Apenas reembolso" e solicitar um reembolso parcial.De acordo com as políticas do site, se a devolução gratuita já estiver habilitada, o vendedor é o responsável pelo preço de envio da devolução. No entanto, caso seja necessário abrir uma disputa ou caso há problema com o produto, o vendedor também deve arcar com os custos.A política de devolução e reembolso da Shopee é diferente. A empresa só disponibiliza reembolso aos usuários para solicitações feitas dentro do prazo da "Garantia Shopee", para requisições feitas por meio do aplicativo ou do botão de reembolso no pedido específico no site. Veja o que fazer:Acesse o perfil do compradorVá em "Meus pedidos"Selecione o pedidoDepois, vá em "Requisitar reembolso"Segundo as regras disponíveis no site, em casos excepcionais, como problemas apresentados pelo produto que não decorram de mau uso, a empresa primeiro avalia "as condições do produto mediante apresentação de evidências" e tenta facilitar as negociações entre o comprador e o vendedor, "intermediando a devolução do produto e o respectivo reembolso em até 30 dias após a data da entrega para artigos não duráveis e 90 dias para artigos duráveis", diz a companhia.A Shopee também alerta que tanto ela quanto o vendedor autorizado dentro do site podem pedir evidências adicionais do problema com o produto para efetuar uma devolução ou reembolso.O comprador só pode requisitar o reembolso e/ou devolução de um item nas seguintes circunstâncias:O item não foi recebido pelo comprador até a data estimada de entregaO item entregue está incompleto quando comparado ao anúncio, não corresponde às especificações combinadas com o vendedor (tamanho ou cor, por exemplo) ou difere em qualidade ao que foi pedidoO item apresenta problemas e/ou avariasO comprador se arrependeu da compra dentro do prazo de sete dias, estabelecido legalmente pelo artigo 49 Código do ConsumidorUma vez feita a requisição, a solicitação de reembolso será analisada pela Shopee, que verificará fotos e demais evidências indicando as condições do produto e o cumprimento de demais critérios de devolução.Se a solicitação for aprovada, no caso de reembolso mediante retorno do produto ao vendedor, a Shopee informará ao comprador o código de postagem para devolução do produto.A partir disso, o consumidor tem cinco dias corridos para realizar a postagem do produto seguindo as instruções. Já o vendedor terá três dias corridos após o recebimento do produto para verificar as condições e aprovar a devolução ou abrir uma disputa com o comprador.Para ter reembolso de um produto que foi taxado pela Receita Federal, o consumidor pode se negar a pagar o imposto estabelecido. A negativa deve ser feita no site da Receita e o documento emitido pelo órgão federal deve ser enviado para a Shopee, que fará o reembolso. Com relação a produtos comprados na Shein, caso o consumidor se arrependa da compra e queira devolver pelo motivo que for, a empresa possibilita essa devolução no prazo de até 20 dias para produtos duráveis e 90 dias para produtos não duráveis, contados a partir do recebimento do item.A Shein também limita o que o consumidor pode devolver. Nas políticas da empresa, produtos como bodies, lingeries, roupas de banho, materiais para eventos e festas, materiais de bricolagem (artesanato), suprimentos para animais de estimação e joias e acessórios não há devolução.Vale destacar também que o produto não pode ter sido usado ou lavado, deve estar com a etiqueta e a embalagem originais de compra. Para devolver o item, o consumidor tem duas opções: uma gratuita e outra paga. Para a opção gratuita ser feita pelos Correios, o cliente deve usar a etiqueta de envio emitida pela Shein e, depois, enviar o pacote.Caso queira adicionar mais devoluções ao mesmo pacote, será acrescido um valor fixo de R$ 45, que será debitado do reembolso.Já na opção de devolução paga, o comprador escolhe a empresa logística de preferência e o custo do frete é por conta própria. Veja o passo a passo:Entre em sua conta na SheinEncontre o pedido em "Meus pedidos"Clique no botão "Devolver item"Selecione o item que deseja devolver, indique o motivo e escolha o método de devolução para obter sua etiqueta de devoluçãoDirija-se aos Correios e entregue o pacoteA partir da devolução ou solicitação de reembolso, o cliente vai decidir se quer o dinheiro de volta ou o valor convertido em créditos no site da empresa para comprar outros produtos.O consumidor tem agora um prazo de 20 dias corridos para realizar o pagamento ou contestar uma compra internacional. Esse prazo foi reduzido após o Remessa Conforme entrar em vigor, valendo para empresas de fora do programa. Antes, ele era de 30 dias.Em 1º de agosto, os Correios emitiram nota na qual confirmam que o prazo de pagamento de tributos foi reduzido de 30 para 20 dias. "Fique atento a esse prazo para evitar que a sua encomenda seja devolvida para o exterior", diz a empresa. Mais O projeto de lei 3.498/2023, de autoria do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), propõe aumentar o limite de isenção das compras internacionais de US$ 50 para US$ 100 (cerca de R$ 496) . Outra proposta é reduzir de 60% para 20% a alíquota do imposto de importação.O tema tramita com o PL 1.623/2023, de autoria do deputado Julio Lopes (PP-RJ), e será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça.Silva afirma que a faixa de valor de US$ 50 não é tão diferente da praticada em outros países. "O grande problema no Brasil é a alíquota de 60% do imposto de importação, que induz à fraude e à sonegação", afirma o especialista.O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera a cobrança de uma alíquota mínima de 20% para compras internacionais de até US$ 50, hoje isentas, em sua proposta do Orçamento de 2024.O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, contudo ressaltou que a decisão sobre o valor do imposto de importação federal ainda não foi tomada pela equipe econômica."A gente está considerando uma alíquota mínima, conforme as empresas têm proposto ao governo federal, em torno de 20%. Mas essa definição não foi feita pelo governo. Estamos partindo de um piso que as próprias empresas no debate têm sugerido para o governo", disse.No PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) do próximo ano, entregue pelo Executivo ao Congresso Nacional na quinta-feira (31), a equipe econômica prevê arrecadar R$ 2,86 bilhões com imposto de importação cobrado em compras de mercadorias internacionais, o que inclui o aumento de fiscalização e iniciativas como o Remessa Conforme.
2023-09-11 04:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/entenda-seus-direitos-nas-compras-online-da-china.shtml
Lula diz que caberá à Justiça decidir sobre prisão de Putin se russo vier ao Brasil para o G20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuou da promessa de que seu homólogo russo, Vladimir Putin, não será preso se viajar ao Brasil no ano que vem para a cúpula do G20. O petista disse que a decisão sobre uma eventual prisão será tomada pela Justiça.Lula está na Índia para a cúpula do G20 e, no domingo (10), assumiu a presidência rotativa do grupo em cerimônia simbólica. Em entrevista na manhã de segunda, madrugada no Brasil, o presidente foi questionado sobre a eventual presença de Putin na cúpula de 2024, a ser realizada no Rio de Janeiro —o líder russo é alvo de mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual o Brasil é membro."Se o Putin decidir ir ao Brasil, quem toma a decisão de prendê-lo ou não é a Justiça, não o governo nem o Congresso Nacional", afirmou.No sábado, Lula havia dito em entrevista ao site indiano Firstnews que Putin "pode ir facilmente" ao Brasil. "Se eu for presidente do Brasil, e se ele [Putin] vier para o Brasil, não tem como ele ser preso. Ninguém vai desrespeitar o Brasil", disse o petista na ocasião.O TPI emitiu em março um mandado de prisão contra o líder russo devido a supostos crimes de guerra na Ucrânia. A alta corte argumenta que ele é o provável responsável pela deportação ilegal de crianças de áreas ocupadas pela Rússia na Ucrânia, uma vez que teria falhado em exercer controle adequado de seus subordinados civis e militares.O Brasil é signatário do Estatuto de Roma, tratado internacional que criou o TPI, e, em tese, deve se comprometer a cumprir ordens da corte —neste caso, prender Putin.Receba no seu email os grandes temas da China explicados e contextualizados; exclusiva para assinantes.Carregando...O líder russo não compareceu ao encontro de líderes do Brics deste ano em Joanesburgo justamente porque havia risco de prisão, uma vez que a África do Sul também é signatária do Estatuto de Roma.Na entrevista coletiva desta segunda-feira, Lula ainda afirmou que pretende avaliar por que o Brasil é signatário do TPI. "Quero ver por que os EUA não são signatários e outros países também não aceitam, porque não somos inferiores e não precisamos aceitar qualquer coisa", disse.Para o presidente, não é correto que países emergentes assinem tratados que os prejudiquem. "Qual é a grandeza que fez o Brasil tomar essa decisão de ser signatário?", indagou Lula. "Os países do Conselho de Segurança da ONU não são signatários, só os bagrinhos assinam."Na verdade, dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, EUA, Rússia e China não aderiram ao TPI. França e Reino Unido, porém, são signatários do Estatuto de Roma e membros da corte. No total, a instituição reúne 123 países. Mais O TPI foi criado em 1998, com base no Estatuto de Roma, e passou a funcionar em julho de 2002. Com sede em Haia, na Holanda, o tribunal é responsável por investigar e julgar pessoas acusadas dos crimes mais graves: genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e a agressão contra outros países.O Brasil assinou o Estatuto de Roma em 2000, durante o governo FHC. Em 2002, o Congresso Nacional ratificou o acordo internacional, incorporando-o à Legislação brasileira e formalizando a adesão do Brasil ao TPI.
2023-09-11 01:37:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/lula-diz-que-cabera-a-justica-decidir-sobre-prisao-de-putin-se-russo-vier-ao-brasil-para-o-g20.shtml
Congonhas cresce e ultrapassa Guarulhos nas maiores rotas domésticas
Alvo de críticas devido à capacidade limitada e de reclamações de vizinhos sobre o excesso de ruído em seu entorno, o aeroporto de Congonhas passou a concentrar as principais rotas domésticas do mercado aéreo brasileiro que antes pertenciam, sobretudo, a Guarulhos.A oferta mostra a volta do protagonismo de um terminal marcado por acidentes nas décadas de 1990 e 2000 e que também está na mira de queixas sobre o impacto ambiental e os congestionamentos recorrentes nos seus arredores.A informação foi obtida por um levantamento feito pela Folha com base em dados públicos disponibilizados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que considera os cinco trechos domésticos com maior fluxo de passageiros nos sete primeiros meses de cada ano no período de 2010 a 2023.Congonhas já encabeçava a lista nos anos anteriores com a ponte aérea que o liga ao Santos Dumont, na capital fluminense —trecho mais movimentado do país. Em 2022, porém, o terminal passou a ocupar também a terceira e a quinta colocação com as rotas cujos destinos são Porto Alegre e Brasília.Agora, o comportamento observado mostra expansão, já que o aeroporto, nos primeiros sete meses deste ano, abocanhou os quatro trechos domésticos que transportam o maior volume de passageiros no país —com o fortalecimento da rota Congonhas-Confins (MG).O domínio de Congonhas coincide com a retomada do terminal após o efeito das restrições sanitárias impostas pelo coronavírus.O aeroporto, que registrou uma queda maior no fluxo de passageiros do que Guarulhos, vem recuperando aos poucos sua movimentação, mas ainda permanece abaixo do nível pré-pandemia, em 2019.De acordo com Ruy Amparo, diretor de segurança e operações de voos da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), por estar localizado na capital paulista, Congonhas atrai boa parte do público de executivos, que ficou impedido de viajar nos últimos anos.Nesse período, o tráfego para São Paulo passou a se concentrar em Guarulhos, diz Amparo.Durante o isolamento social, a diferença entre o número de passageiros dos dois principais aeroportos de São Paulo foi o maior observado na série histórica levantada pela Folha.Nos primeiros sete meses de 2010, Congonhas teve apenas 700 mil passageiros a menos do que Guarulhos —patamar que subiu para quase 6 milhões em 2021."A pandemia esgotou o tráfego de maneira cavalar. Na prática, parou Congonhas. O tráfego de e para São Paulo se concentrou em Guarulhos. A foto está voltando a ser como era antes", diz Amparo.O cirurgião dentista André Lins, 45, diz passar por Congonhas pelo menos uma vez ao mês. A frequência aumentou há cerca de um ano, desde que ele viu suas viagens a trabalho se tornarem mais recorrentes.Por estar dentro da maior cidade do país, a localização é o principal atrativo, mas a infraestrutura não é das melhores, diz."A área onde o táxi e o Uber deixam a gente, por exemplo, é muito precária. Fica muito tumultuado, sobretudo hoje em dia. Parece que não anda. Isso tumultua bastante."Lins não é o único a compartilhar uma opinião negativa sobre a estrutura do terminal.No último ano, em meio à concessão de Congonhas para a companhia espanhola Aena, associações de vizinhos intensificaram as reclamações e chegaram a sugerir à Prefeitura de São Paulo o recolhimento de uma taxa de poluição e ruído.Desde março deste ano, Congonhas opera com capacidade de 44 pousos ou decolagens por hora, sendo 36 para a aviação comercial e 8 para a aviação geral, que inclui aeronaves de pequeno porte e jatos executivos. No geral, o patamar representa três movimentos a mais do que o teto anterior.Em 2008, ano posterior ao acidente com o Airbus da TAM em Congonhas, que matou 199 pessoas, o número era de 34 movimentos por hora, ao todo.Segundo Aline Mafra, diretora de vendas e marketing da Latam, apesar da expansão recente da capacidade, Congonhas continua sendo um aeroporto limitado, restrito a rotas de maior interesse no mundo dos negócios."Ele [Congonhas] tende a ser um produto muito corporativo na maioria dos casos. A gente tem crescido onde tem espaço para crescer. Houve, sim, um aumento de capacidade, mas não na mesma proporção do nosso investimento em Guarulhos", diz ela. Mais A Azul, por sua vez, vem tentando penetrar no terminal, que é dominado pela Latam e pela Gol. Em março deste ano, a empresa anunciou a duplicação da operação em Congonhas, para 84 movimentos diários.A companhia aérea também passou a oferecer a rota com destino a Brasília partindo da capital paulista, trecho inédito em sua malha.Com uma participação menor, de 20 movimentos por dia, a Voepass disse à Folha que o aeroporto de Congonhas é o mais cobiçado na América do Sul e, considerando sua saturação, sempre terá protagonismo."Existe toda a expectativa sobre a atuação do novo concessionário, que deverá trabalhar para a expansão das operações", afirmou a empresa, em nota.Companhias aéreas e suas associações representantes se mostram otimistas em relação à retomada do mercado doméstico. De acordo com os dados da Anac, no entanto, ainda é cedo para cravar a volta do segmento de voos entre destinos nacionais.Entre janeiro e abril deste ano, o volume de passageiros ainda não havia atingido o mesmo nível de 2019. O cenário se reverteu em maio, mês que registrou cerca de 7,5 milhões de viajantes transportados no mercado doméstico —cerca de 250 mil a mais do que no mesmo período de 2019.A vantagem continuou em junho, mas não se manteve em julho. Tradicionalmente impulsionado pelas férias, o mês concentrou 8,6 milhões de passageiros em voos nacionais, patamar ligeiramente menor na comparação com julho de 2019.Para os destinos internacionais, o cenário é mais pessimista, e as companhias aéreas não planejam um retorno ao nível pré-pandêmico tão cedo.Em julho, por exemplo, o volume de passageiros transportados para fora do país foi de aproximadamente 1,8 milhão, abaixo dos 2,2 milhões do mesmo mês em 2019.Bruno Balan, gerente de planejamento estratégico de malha aérea da Gol, aponta a inflação global como um dos motivos para o desestímulo às viagens internacionais."O custo de uma viagem para o exterior, principalmente para os destinos mais consolidados, como Estados Unidos e Europa, sempre foi dolarizado ou em euro. Mas tem uma questão de custo devido à inflação global. Hoje, passar uma semana em Nova York sai bem mais caro do que saía lá atrás", diz.Há, porém, destaques positivos. O fluxo de viajantes brasileiros para Portugal, por exemplo, bateu recorde para o mês de julho na série levantada pela Folha, com 233 mil passageiros transportados no período.Na opinião de Carlos Antunes, diretor para as Américas da companhia aérea portuguesa TAP, o resultado é reflexo do desempenho do euro e sua aproximação à cotação do dólar."A Europa e os EUA são destinos completamente diferentes. Os EUA são os parques, as compras. Mas, para o brasileiro fazer compras com o dólar alto, perde atratividade. E a Europa, como um destino de gastronomia e experiência, se torna mais atrativa com o euro mais fraco", afirma.Voos para alguns países da América do Sul também estão se fortalecendo.Apesar de ainda não estarem no nível pré-pandemia, destinos tradicionais na vizinhança, como o Peru e o Chile, cresceram em julho na comparação com o mesmo período dos últimos anos. Já os voos com destino à Colômbia bateram recorde em volume de passageiros para o mês dentro desta série histórica."A gente tem visto América Latina um pouco mais aquecida. Colômbia e Caribe, por exemplo. Para essas viagens mais próximas, a gente consegue atender com aviões menores. Para voos mais longos, como Nova York e Europa, precisa de aviões maiores, e aí tem uma falta de capacidade da indústria em conseguir retomar a oferta com esses aviões por diversos fatores, que surgiram tanto na pandemia quanto com a Guerra da Ucrânia", diz Bruno Balan, da Gol.
2023-09-11 04:00:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/congonhas-cresce-e-ultrapassa-guarulhos-nas-maiores-rotas-domesticas.shtml
The Town: Edson Celulari entre vida de pai e ator, ainda sobra tempo para eventos noturnos
Edson Celulari e sua mulher, Karen Roepke, curtiram o último dia de The Town neste domingo (10), a convite do filho, Enzo, que esteve presente em todos os outros dias, no camarote VIP. Pais de Chiara, de um ano e meio, o casal contou que gosta de prestigiar eventos noturnos, já que estão acostumados a "não dormir de noite", cuidando da pequena.Além das obrigações de pai, o ator também grava "Fuzuê" (Globo) e disse que, ainda assim, sobra tempo para sair: "não é uma vida festeira, mas a gente também tem esse tipo de rotina". "A gente tem uma estrutura boa, uma mãe maravilhosa para conseguir fazer tudo", completou.Edson disse que "as pessoas adoram ‘Fuzuê’, a música é um sucesso", mas elencou a trama da faixa das 19h como só mais uma: "novela é novela". Mais
2023-09-10 23:21:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/the-town-edson-celulari-entre-vida-de-pai-e-ator-ainda-sobra-tempo-para-eventos-noturnos.shtml
Fotógrafo Evandro Teixeira reencontra ex-preso político no Chile 50 anos após golpe
O fotógrafo Evandro Teixeira tinha 37 anos quando, cobrindo as consequências do golpe militar no Chile, deu de cara, por detrás das grades do Estádio Nacional, em Santiago, com Vladimir Salamanca, 15.Neste domingo (10), os dois se reencontraram na capital do Chile na abertura da exposição de Teixeira no Museu da Memória, evento que integra os atos que recordam os 50 anos do golpe militar que levou Augusto Pinochet ao poder. Teixeira tem hoje 87 anos, e Salamanca, 65."Estão nos tratando mal, avisem ao mundo", disse o menino Salamanca quando Teixeira o enquadrou junto a outros prisioneiros num dos vestiários do estádio. Entre os companheiros que aparecem na imagem está seu irmão Gerardo, hoje desaparecido. Ambos ficaram presos por 23 dias, e o adolescente sentia muita dor nos dentes que haviam sido quebrados a pancadas por um militar.Salamanca não tinha ideia do que havia acontecido com o fotógrafo e com as fotos até os anos 1980, quando uma pessoa conhecida viu uma delas num cartaz de uma exposição de Teixeira na Alemanha e o reconheceu. A foto estava um pouco borrada, mas Salamanca recebeu recentemente da historiadora Pamela Carrasco Morales um registro feito por Teixeira em que ele e Gerardo aparecem de modo muito mais nítido."Essas fotos me trazem muita emoção, é claro, sobretudo porque nelas está meu irmão, que depois disso desapareceu e nunca mais soubemos dele", diz Salamanca à Folha, em entrevista realizada no colégio público onde hoje ele dá aulas de história no ensino médio.Os irmãos foram presos no dia 16 de setembro de 1973, cinco dias depois do golpe de Estado. "Foram buscar jovens nas comunidades mais humildes de Santiago. Chegaram à minha. Era um domingo de manhã. Por meio de alto-falantes, avisaram que todos deveriam sair e levaram só os mais jovens".Salamanca conta que, quando o ônibus chegou ao Estádio Nacional, viu a entrada pelo túnel escuro e previu que os soldados distribuíam vários golpes nos presos. "Resolvi que não ia levar nenhuma porrada e corri para o gramado. Mas aí fiquei paralisado e, no mesmo momento, atiraram, na minha frente, em dois outros companheiros. Um impulso me fez retroceder." Mais Apertados no vestiário norte do estádio, recebiam surras. Alguns eram levados a interrogatórios, outros pediam para ir ao banheiro e nunca mais voltavam. Salamanca diz que chorava à noite por não conseguir dormir e por sentir muitas dores na boca —um militar havia atingido toda a parte superior de seu maxilar, que teve de ser reconstruída completamente após o fim do cativeiro. "Umas poucas vezes subíamos às arquibancadas, e aí tínhamos a ideia de quanta gente estava presa. Eram umas 25 mil pessoas, estava lotado."No dia 8 de outubro, Salamanca foi libertado. "Eu sou muito cético, e não acho que foi nada mais que o acaso que me fez conseguir sair daí. De repente acharam que eu era muito jovem, ou simplesmente escapei de morrer ali por puro acaso. O que sei é que sempre achei que era minha obrigação continuar falando, criando memórias, contando o que aconteceu no Chile. Também pelo meu irmão, que minha mãe continuou procurando e morreu sem saber mais nada dele." Mais Indagado sobre o que pensava nos dias de Estádio Nacional, Salamanca diz que era muito difícil teorizar naquelas circunstâncias. "Eu apenas pensava em sobreviver. Todos ali pensavam, eu acho. Depois, com o passar dos anos, penso que foi um momento de loucura ideológica.""Não sou de guardar rancores a vida toda nem de me amargurar. Penso no meu irmão todos os dias, mas nele antes da prisão. Não penso com tristeza e nostalgia. Quero Justiça por ele e queremos, como família, saber a verdade, mas também saí dali querendo viver, fazer outras coisas, estudar. E é por isso que estou aqui, dando aulas de história e querendo que esses meninos [aponta para os garotos que jogavam bola na quadra; era hora do recreio] saibam em que país nasceram."
2023-09-10 23:15:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/fotografo-evandro-teixeira-reencontra-ex-preso-politico-no-chile-50-anos-apos-golpe.shtml
Réus de SP e PR são os primeiros 4 julgados pelo STF por ataques de 8/1
Oito meses após os ataques golpistas do 8 de janeiro, o STF (Supremo Tribunal Federal) começa a julgar nesta quarta-feira (13) apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) envolvidos na invasão e depredação das sedes dos três Poderes.A presidente da corte, a ministra Rosa Weber, incluiu quatro ações penais na pauta da primeira sessão extraordinária dedicada ao caso. O julgamento pelo plenário será presencial.Os primeiros acusados a sentar no banco dos réus são homens, com idades que variam de 24 a 52 anos e com residência em cidades de Paraná e São Paulo, segundo as denúncias da PGR (Procuradoria-Geral da República).A Procuradoria pede a condenação do grupo pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, todos do Código Penal, e ainda deterioração de patrimônio tombado, delito previsto na lei 9.605/1998.As peças acusatórias foram produzidas pelo GCAA (Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos), criado na PGR em resposta aos atos violentos e após anos em que a cúpula do órgão comandado por Augusto Aras avaliou, na maioria das vezes, que as manifestações de cunho golpista eram o exercício da liberdade de expressão.A coordenação do GCAA coube ao subprocurador Carlos Frederico Santos, um dos cotados para suceder a Aras. A Procuradoria informou à Folha que Carlos Frederico será o representante do Ministério Público Federal nos julgamentos sobre o 8 de janeiro.A instrução processual, etapa de produção de provas e interrogatórios de testemunhas de acusação e defesa, foi célere para os padrões das ações penais que tramitam no Supremo. O ritmo foi ditado pelo gabinete do relator, o ministro Alexandre de Moraes.Breve também foi a tramitação desses primeiros processos pelo gabinete de Kassio Nunes Marques, ministro indicado por Jair Bolsonaro e que cumpre a função de revisor.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Quando o tribunal deliberou sobre as denúncias, o placar foi de ampla maioria pela abertura das ações penais, e a expectativa é a de que esse cenário se repita para condenar os acusados. Kassio e André Mendonça, outro nome indicado por Bolsonaro, divergiram dos colegas em parte das denúncias.Recentemente enviadas ao Supremo, as alegações finais da PGR contra os réus Aécio Lúcio Costa Pereira, 51, com residência em Diadema (SP); Thiago de Assis Mathar, 43, de São José do Rio Preto (SP); Moacir José dos Santos, 52, de Foz do Iguaçu (PR); e Matheus Lima de Carvalho Lázaro, 24, de Apucarana (PR), reforçaram o pedido de condenação.As denúncias narram que, no dia dos ataques, após a "horda criminosa" furar o bloqueio policial, Pereira entrou no Senado; Mathar e Santos, no Palácio do Planalto; e Lázaro, no Congresso Nacional, sem detalhar se ele esteve nas duas Casas Legislativas ou apenas em uma delas.Constam nos processos informações para demonstrar a presença dos réus nesses locais. Pereira, por exemplo, gravou vídeo sentado na Mesa Diretora no plenário do Senado, quando usava uma camiseta ostentando os dizeres "intervenção militar federal".No caso de Mathar, os investigadores cruzaram fotos dele produzidas na Papuda, penitenciária para onde foi levado após ser preso, imagens do sistema de vídeo do Palácio do Planalto e a descrição que o réu fez da roupa que vestia em 8 de janeiro.Receba no seu email a seleção diária das principais notícias jurídicas; aberta para não assinantes.Carregando...As denúncias não atribuem danos específicos a cada um dos réus, a exemplo do que ocorre com Antônio Cláudio Alves Ferreira, flagrado pelas câmeras da sede do Executivo, amplamente divulgadas, destruindo o relógio histórico trazido ao Brasil por dom João 6º, em 1808.A falta de individualização é um dos aspectos explorados por advogados e defensores públicos para pedir a absolvição dos quatro réus, que negam depredação do patrimônio público ou violência contra integrantes das forças de segurança que atuaram naquela data. Mais Em linhas gerais, os quatro acusados argumentam que viajaram a Brasília para uma "marcha pacífica" ou esperavam "[que fosse] uma manifestação pacífica".Mathar diz que ingressou no Planalto para se abrigar do conflito violento nas imediações do prédio. Disse que ajudou a enrolar cortinas que estavam arrancadas e jogadas no chão, além de estender algumas para que as pessoas que estavam passando mal pudessem deitar."Ressalta-se que o manifesto ocorreu em um domingo, com os prédios vazios, sendo desproporcional pensar que as funções das autoridades deixariam de ser exercidas por conta de manifestações", afirma a defesa de Santos.Os advogados de Pereira classificam a denúncia de "genérica" e pedem o trancamento da ação penal e que o réu seja absolvido de todas as acusações."O único momento em que a conduta do réu é individualizada é no momento que a peça acusatória cita um vídeo que foi divulgado na mídia", afirmam. "Vídeo este que não mostra o réu cometendo qualquer ação típica dos crimes que foi denunciado."Ao argumentar contra a falta de individualização de condutas, a PGR afirma ser "irrelevante" discriminar qual ou quais bens os réus danificaram ou especificar como confrontaram os agentes de segurança."Isso por que, pelo que se verifica dos elementos probatórios coligidos, os crimes, praticados em contexto de multidão, somente puderam se consumar com a soma das condutas e comunhão dos esforços de todos", afirma. Mais
2023-09-10 23:15:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/reus-de-sp-e-pr-sao-os-primeiros-4-julgados-pelo-stf-por-ataques-de-81.shtml
Wesley Safadão explica motivo da pausa na carreira: 'Estou esgotado mentalmente'
Wesley Safadão anunciou há uma semana que iria dar uma pausa na carreira e ele contou agora o que levou a suspender a agenda de shows. O cantor está com transtorno de ansiedade e, por recomendações médicas, parou com os compromissos profissionais para cuidar da saúde. "Eu estou esgotado. A palavra é essa, esgotado mentalmente. Eu não soube a hora certa de dosar, de diminuir o ritmo", disse.O forrozeiro reconheceu que os 20 anos de carreira e a média entre 20 e 25 shows por mês contribuíram para a doença. "São tantos anos, né? Já são mais de 20 anos nessa pegada. (...) Eu não queria acreditar que eu estava com crise de ansiedade. Então, eu era uma bomba relógio que estava me estressando facilmente por coisas poucas", explicou em entrevista ao Fantástico neste domingo (10).Safadão lembrou também que os primeiros sintomas surgiram em 2017, mas só ano seguinte percebeu que estava doente a caminho de um show em Minas Gerais: "Comecei a passar mal dentro do carro. Faltava ar e eu queria respirar e não conseguia. Não sentia meus dedos". Mais O cantor mencionou que tem tomado medicamentos e faz também acompanhamento com médicos, além de terapias. "Preferi dar um basta. Tenho que aprender a me respeitar", comentou. Safadão avisou que não irá parar de cantar por muito tempo. "Não vou parar de cantar. Amo estar nos palcos e agora é só equilibrar", afirmou.No dia 3 de setembro, Wesley Safadão, por meio da equipe, emitiu um comunicado avisando que iria fazer uma pausa na carreira para cuidar da saúde."Informamos que o cantor Wesley Safadão fará uma pausa na agenda de shows por tempo indeterminado. O artista apresentou problemas de saúde e terá que se afastar dos palcos por orientação médica. Pedimos a compreensão de todos e agradecemos o carinho que sempre tiveram com Wesley. Em breve mais informações sobre agenda de compromissos".
2023-09-10 23:11:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/wesley-safadao-explica-motivo-da-pausa-na-carreira-estou-esgotado-mentalmente.shtml
Delação de Cid pressiona Ministério Público e gera receio de efeito cascata
A homologação da delação do tenente-coronel Mauro Cid eleva a pressão institucional sobre o Ministério Público e gera o receio de que possa ter um efeito cascata sobre outras investigações criminais no país.O auxiliar de ordens de Jair Bolsonaro (PL) fechou com a Polícia Federal uma colaboração homologada no sábado (9) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sob críticas do procurador-geral da República, Augusto Aras.Em rede social, Aras escreveu que o Ministério Público Federal não concorda com acordos de colaboração firmados pela PF, como foi o caso do celebrado pelo militar.Ele lembrou que, por causa do mesmo motivo, a instituição adotou esse mesmo entendimento para as delações do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.Aras afirmou ainda que o subprocurador-geral da República que se manifestou na delação de Cid apenas postulou "que se cumpra a lei".A decisão de Moraes foi proferida no âmbito do inquérito das milícias digitais, que é a principal apuração no STF contra o ex-chefe do Executivo e mira, entre outros pontos, os ataques às instituições, a tentativa de golpe e o caso das joias. Ele tramita em sigilo. Mais A decisão que homologou a delação pode criar um precedente visto com ineditismo por alguns especialistas.Isso porque os outros dois casos em que o plenário do STF decidiu sobre a celebração de acordos de delação premiada pela Polícia Federal tratavam de circunstâncias ao que tudo indica diferentes.Em 2018, o tribunal julgou ação movida pela PGR que pedia a declaração de inconstitucionalidade de dispositivos da lei que trata das delações, sancionada em 2013.Na ocasião, o tribunal rejeitou o pedido e entendeu, por 10 a 1, que delegados de polícia podem sim firmar acordos de colaboração durante o inquérito policial. Apenas o ministro Edson Fachin foi voto vencido (Luiz Fux e Rosa Weber disseram que a PF podia, desde que o Ministério Público concordasse).Em 2021, o tema voltou à pauta com o caso de Cabral. Na ocasião, 7 dos 11 ministros votaram para revogar a homologação da colaboração dele com a PF, dando razão à Procuradoria-Geral, que apontou ausência de aval do Ministério Público.O entendimento predominante na ocasião, reafirmado por Moraes, foi que a decisão valia para aquele caso concreto, por peculiaridades do acordo com Cabral.Entre os alvos das críticas à época, estava uma cláusula do acordo em que a PF deu ao ex-governador 120 dias para apresentar fatos novos e provas após a homologação do pacto pela Justiça. Mais Há, no entanto, mais uma discrepância importante entre a decisão de 2018 e a de 2021, afirma artigo publicado neste ano em revista acadêmica por Luísa Walter da Rosa, advogada e mestre em direito pela UFPR (Universidade Federal do Paraná).Em 2018, diz ela, só dois ministros apontaram a necessidade não só de consulta ao Ministério Público, mas também de concordância do órgão com o acordo firmado pela PF. Já em 2021, no caso de Cabral, sete votaram nesse sentido, ainda que parte deles entendesse que tal necessidade só valia para o caso concreto do ex-governador.A delação é um meio de obtenção de prova, que não pode, isoladamente, fundamentar sentenças sem que outras informações corroborem as afirmações feitas. Os relatos devem ser investigados, assim como os materiais apresentados em acordo.Uma das controvérsias jurídicas em decorrência da possibilidade de se firmar acordo direto com a Polícia Federal decorre do fato de que quem vai mover eventual ação de acusação em decorrência das evidências obtidas a partir da colaboração é obrigatoriamente o Ministério Público.A instituição, por sua vez, pode simplesmente escolher não usar o acordo de colaboração —o que, em tese, pode ocorrer no caso de Mauro Cid.Receba no seu email as notícias sobre o cenário jurídico e conteúdos exclusivos: análise, dicas e eventos; exclusiva para assinantes.Carregando...Professor de direito penal da USP, Mauricio Dieter ressalta, por sua vez, que a homologação permite a Moraes decretar uma série de medidas a partir da colaboração, desde quebras de sigilo até operações de busca e apreensão e mesmo prisões preventivas.Eventuais evidências colhidas nessas outras etapas de investigação podem aumentar a pressão para o MPF agir e não ignorar a delação. Como o mandato de Aras na PGR acaba neste mês, provavelmente será outro procurador que avaliará o caso.O presidente Lula (PT) já afirmou em mais de uma ocasião que não se compromete a indicar o mais votado na lista tríplice elaborada pelos procuradores. Mais Dieter também avalia que a decisão de Moraes pode produzir um efeito cascata, estimulando acordos feitos diretamente entre a defesa dos réus e a Polícia Federal, independente de anuência do Ministério Público.Isso elevaria o poder das polícias, tanto em âmbito federal como estadual, tendo efeito em investigações sobre os mais diversos crimes, envolvendo de políticos a criminosos comuns.Sócio do escritório Pinheiro Neto, Mário Panseri corrobora essa avaliação, ainda que pessoalmente avalie que deveria caber apenas ao Ministério Público fechar colaborações."Se eu negocio com a polícia e com isso eu vou direto ao Judiciário, eu ganho um nível a mais de negociação [o outro seria com o Ministério Público]", diz.Na avaliação de Luísa, a negociação diretamente com a polícia pode ser prejudicial ao investigado, justamente porque quem vai mover a ação de acusação não será o delegado, mas o Ministério Público."O colaborador vai ficar em situação de extrema vulnerabilidade, porque quem prometeu os benefícios não vai necessariamente entregá-los", diz.Esse fator aumenta a relevância do debate sobre a validade de colaborações feitas por investigados presos.Ela ressalta que ainda são desconhecidos elementos importantes para se analisar a decisão de Moraes. Entre eles, está a fundamentação de sua decisão e da manifestação do MPF e se Mauro Cid procurou primeiro a Procuradoria antes de fechar o acordo com a PF.O advogado Edward Carvalho ressalta que eventual efeito cascata da decisão de Moraes pode ser barrado caso o plenário do STF declare que a decisão vale apenas para o caso concreto de Cid.A partir da posição de Aras, a expectativa é que o MPF questione a validade do acordo em recurso ao plenário do STF. Posteriormente, a gestão do PGR indicado por Lula pode desistir do recurso.
2023-09-10 23:15:00
poder
Poder
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/09/delacao-de-cid-pressiona-ministerio-publico-e-gera-receio-de-efeito-cascata.shtml
Irmã de brasileiro fugitivo nos EUA é presa e pode ser deportada
A irmã de Danilo Cavalcante, 34, —brasileiro que fugiu de uma prisão na Pensilvânia, nos EUA, escalando uma parede em 31 de agosto— foi presa pela agência de imigração americana e pode ser deportada para o Brasil.A informação foi confirmada pelo tenente-coronel da Polícia Estadual da Pensilvânia, George Bivens, neste domingo (10), após a pergunta de uma repórter sobre o assunto durante uma entrevista coletiva. Bivens não quis, porém, comentar se o brasileiro foragido está recebendo algum auxílio de familiares.Cavalcante foi condenado à prisão perpétua nos EUA pelo assassinato da ex-namorada, Deborah Brandão, na frente dos filhos, crime ocorrido em 2021.No Brasil, Cavalcante é réu em um processo no qual é acusado de matar um homem com seis tiros, em 2017, na cidade de Figueirópolis (TO). O Ministério Público aponta que tal crime teria ocorrido por motivo torpe: uma suposta dívida que a vítima tinha com Cavalcante, referente ao conserto de um veículo. O suspeito fugiu das autoridades brasileiras.Após cerca de 11 dias de busca, o brasileiro permanece foragido nos EUA. A mais recente atualização do caso aponta que o Cavalcante tirou a barba e o bigode que tinha no momento da fuga. Segundo as autoridades americanas, o brasileiro estaria, agora, dirigindo uma van branca da Ford. O carro tem danos no para-lama e conta com uma unidade de refrigeração."Agora ele está bem barbeado e usava um moletom com capuz amarelo ou verde, um boné de beisebol preto, calças verdes de prisioneiro e sapatos brancos", informou um comunicado da Polícia Estadual da Pensilvânia.A fuga da prisão do condado de Chester desencadeou uma intensa caçada em que centenas de agentes, helicópteros, drones e cães farejadores participaram, enquanto os temerosos moradores da região se trancam em suas casas.As autoridades divulgaram quatro fotos de Cavalcante, todas aparentemente tiradas por uma câmera montada em uma porta enquanto ele estava no alpendre de uma casa.Segundo a polícia, o condenado havia sido visto à noite perto da cidade de Phoenixville, cerca de 32 quilômetros ao norte da prisão e cerca de 50 quilômetros a noroeste da grande metrópole da Filadélfia.
2023-09-10 23:01:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/irma-de-brasileiro-fugitivo-nos-eua-e-presa-e-pode-ser-deportada.shtml
'Faltou Bahia no The Town', diz Leo Santana
Leo Santana chegou ao The Town neste domingo (10) para assistir Glória Groove e Bruno Mars, ao lado da esposa Lore Improta. Entre as atrações internacionais e paulistas, o cantor disse ao F5 que "faltou um som baiano" no festival.O "gigante", como é chamado, sugeriu um "pagodão do Léo Santana para dar uma diferenciada" na programação do festival, composto por bastante rock e pop nacional e internacional. "Sou suspeito para falar, mas, apesar de ser um evento bem eclético, faltou um som baiano", reforça.Pai de Liz, de quase dois anos, ele diz que também trouxe a pequena a São Paulo e que está trabalhando para aumentar a família. "A qualquer momento pode vir Lorenzo", brincou. Mais
2023-09-10 21:17:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/faltou-bahia-no-the-town-diz-leo-santana.shtml
Chris Evans, o Capitão América, se casa com namorada luso-brasileira, diz site
Chris Evans, o Capitão América dos filmes da Marvel, mudou seu estado civil. O ator se casou com a namorada luso-brasileira, Alba Baptista, neste fim de semana. Segundo o site Page Six, a cerimônia íntima aconteceu na casa do astro na região de Boston, em Massachusetts, Estados Unidos.Além das famílias dos noivos, alguns amigos próximos de Chris, como Roberto Downey, Chris Hemsworth e Jeremy Renner compareceram ao evento. Os convidados tiveram que assinar documentos se comprometendo a não falar sobre o evento e não puderam usar seus celulares.O ator de Vingadores, 42, e a atriz luso-brasileira, 26, estão juntos desde 2021, mas só assumiram a relação publicamente no ano passado. "Eles estão apaixonados e Chris nunca esteve tão feliz. Toda a família e amigos dele adoram Alba", disse uma fonte da People, quando eles começaram a namorar. Mais Alba, conhecida por viver a protagonista Ava, na série "Warrior Nun", da Netflix, é filha de pai brasileiro com mãe portuguesa. Sua mãe, uma tradutora, foi ao Rio de Janeiro a trabalho e lá conheceu o pai da atriz, um engenheiro mecânico.
2023-09-10 21:24:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/chris-evans-o-capitao-america-se-casa-com-namorada-luso-brasileira-diz-site.shtml
Casal encontrado morto em mansão em Guarujá foi intoxicado por monóxido de carbono
O banqueiro cearense José Bezerra de Menezes Neto, conhecido como Binho Bezerra, 66, e sua mulher, Luciana, 62, tinham sinais de intoxicação por monóxido de carbono, segundo laudo necroscópico concluído neste domingo (10). O casal foi encontrado sem vida na manhã deste sábado (9) na casa de veraneio da família em um condomínio de luxo em Prainha Grande, em Guarujá, no litoral de São Paulo.Em nota, a secretaria de Segurança Pública informou que o laudo toxicológico e da perícia do local estão em andamento. "Diligências prosseguem para esclarecer todas as circunstâncias do fato", diz trecho da nota.A suspeita inicial é a de que um vazamento de gás tenha provocado a morte do banqueiro e de sua esposa. Um cachorro da família também foi encontrado morto no local.O caso foi registrado como morte suspeita na Delegacia de Polícia de Guarujá, que solicitou assessoramento à 3ª Delegacia da Deic de Santos.O banqueiro apareceu na lista de bilionários brasileiros divulgada pela revista Forbes, no fim do ano passado. Bezerra estava na 205ª posição, com patrimônio de R$ 1,55 bilhão.Segundo a publicação, o empresário fazia parte da terceira geração de controladores do BicBanco, hoje CCB Brasil, que foi vendido para o China Construction Bank por R$ 1,62 bilhão, em 2013.Binho era sócio da administradora de consórcios Ademicon e tinha outros negócios.O banqueiro fazia parte de uma família de tradição política do Ceará. O seu pai, Humberto Bezerra, que morreu em 2020, foi deputado federal, prefeito de Juazeiro do Norte nos anos 1960 e vice-governador do estado em 1970. Mais Já o seu tio Adauto, que era irmão gêmeo de Humberto, foi governador do Ceará entre 1975 e 1978, nomeado pelos militares.O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), emitiu uma nota em suas redes sociais lamentando a morte do banqueiro."Recebi, com muita tristeza, a notícia da morte do empresário cearense Binho Bezerra e de sua esposa, Luciana. Binho presidiu o Banco BIC, que foi fundado pelo seu pai, Humberto Bezerra e seu tio, o ex-governador Adauto Bezerra. Que Deus conforte o coração dos amigos e familiares", escreveu.
2023-09-10 20:41:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/casal-encontrado-morto-em-mansao-em-guaruja-foi-intoxicado-por-monoxido-de-carbono.shtml
Mingau: Equipe médica reduz sedação, mas estado de saúde de baixista segue grave
Mingau, baixista do Ultraje a Rigor, iniciou o processo de redução gradativa da sedação. A equipe médica que acompanha o músico divulgou um boletim neste domingo (10) informando sobre o procedimento e reforçou: o quadro clínico permanece grave.O músico segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Luiz, na capital paulista. Mingau "segue sedado e sob ventilação mecânica. O paciente continua recebendo suporte clínico para controle da pressão intracraniana".O baixista foi baleado na cabeça na madrugada de domingo, dia 3 de setembro, na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, onde ele administra uma pousada. Ele foi levado às pressas para o Hospital Hugo Miranda e de lá transferido para São Paulo e submetido a uma primeira cirurgia de emergência, de quase quatro horas de duração. Mais Segundo a equipe do hospital, a bala atravessou todo o crânico do músico. Na quarta-feira (6), Mingau foi submetido a uma segunda cirurgia, desta vez para controlar a pressão do crânio. O procedimento durou quase três horas.A Polícia Militar do Rio de Janeiro está investigando o caso e pediu a prisão de três suspeitos, que estariam envolvidos no ocorrido.
2023-09-10 19:32:00
musica
Música
https://f5.folha.uol.com.br/musica/2023/09/mingau-equipe-medica-reduz-sedacao-mas-estado-de-saude-de-baixista-segue-grave.shtml
Baixada Santista tem três ataques a policiais militares em dois dias
Policiais militares foram alvo de pelo menos três ataques a tiros na Baixada Santista, no litoral paulista, entre sexta-feira (8) e este sábado (9). Duas pessoas morreram —entre elas, um sargento aposentado da PM— e cinco ficaram feridas nos ataques. Dois policiais, baleados, estão internados.Após dois ataques na tarde de sexta, um policial de 36 anos foi ferido com três tiros, na perna, no glúteo e no tórax na noite de sábado. Ele foi socorrido e levado a um hospital, onde passou por cirurgia e ficou internado.A SSP (Secretaria de Segurança Pública), do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu reforçar o policiamento da Baixada Santista com equipes da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), equipes de inteligência e de um setor chamado PM Vítima, especializado na investigação de crimes contra policiais.Segundo a pasta, uma perícia encontrou estojos vazios e munições de calibres 380 e .40 no local do ataque contra o PM no sábado. A arma de fogo do policial também foi apreendida. O caso foi registrado como tentativa de homicídio na Delegacia de São Vicente. "A Deic de Santos realiza diligências para esclarecer todas as circunstâncias do caso e prender os autores do crime", disse a SSP, em nota.O ataque ocorreu no Cidade Náutica. Um dia antes, o sargento aposentado Gerson Antunes Lima, 55, foi morto a tiros no mesmo bairro.Neste último caso, imagens de câmeras de segurança mostraram que ele foi morto em uma ação que envolveu quatro suspeitos, que se aproximaram em duas motos. Quando o primeiro veículo se aproxima do PM aposentado, o garupa salta com a arma em punho e atira. Com a vítima na calçada, o criminoso realiza mais disparos.No mesmo dia, por volta das 18h30, uma viatura do 2º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) foi atacada por um homem armado no bairro Castelo, em Santos, segundo a SSP. Um PM ficou ferido no ombro, e outras quatro pessoas que estavam na mesma rua ficaram feridas. Uma mulher de 22 anos morreu.Um homem de 18 anos foi preso por suspeita de ter atacado a viatura. A secretaria diz que, no momento da prisão, o suspeito estava ferido e foi levado por uma ambulância à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Noroeste. Depois, ele foi levado à Santa Casa de Santos, onde teria passado por uma cirurgia.O sargento Lima é o oitavo policial militar morto na Baixada Santista desde janeiro deste ano, o sétimo inativo. Segundo a SSP, outros 12 policiais já foram feridos na região neste ano: oito deles em serviço, três em folga e um inativo.Os ataques desta sexta e sábado tiveram início quatro dias após o fim da Operação Escudo, que deixou ao menos 28 suspeitos mortos na Baixada Santista. A operação teve denúncias por moradores de que pessoas inocentes ou desarmadas foram executadas, e que houve invasões de casas por policiais mascarados e casos de tortura. Quando consultada sobre esses casos, a SSP afirmou que todas as mortes estavam sendo investigadas com isenção e que laudos não indicavam a prática de tortura.A Escudo foi desencadeada após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, 30, da Rota, em julho. Três suspeitos foram indiciados pelo homicídio do soldado. Mais
2023-09-10 19:28:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/baixada-santista-tem-tres-ataques-a-policiais-militares-em-dois-dias.shtml
Após terremoto histórico, cidades-fantasma no Marrocos contam seus mortos
No deserto vermelho, pedregoso e com árvores de folhas pequenas que se estende ao sul de Marrakech fica o epicentro do terremoto de magnitude 6,8 que matou mais de 2.800 pessoas no Marrocos.Em direção à cadeia montanhosa do Alto Atlas, a estrada R203 vai aos poucos se estreitando, passando de uma pista dupla para uma via só, ainda que carros e motos continuem dividindo a mesma faixa ao irem e virem.De repente, um vilarejo surge ao longe, parcialmente arrasado, com algumas casas como que se equilibrando nos escombros. Chama-se Azro, onde viviam apenas 150 pessoas. Duas morreram esmagadas por sua casa, um homem de 70 anos e seu filho. Agora o vilarejo está vazio.Siomar Macod, 63, teve melhor sorte. Quebrou um braço na noite de sexta e, até a tarde deste domingo (10), continuava sem tratamento nenhum. Ele aponta, à distância: "Perto da mesquita caiu tudo."Macod vivia com outros seis familiares quando o chão passou a tremer na noite de sexta. "Peguei duas crianças, uma em cada mão, e saí correndo pela porta", contou à Folha.O tremor, apesar de ter durado menos de um minuto, foi tão forte que o derrubou em plena fuga e, para não soltar as crianças, ele caiu na terra batida em cima do braço esquerdo. Não havia luz fora das casas do lugarejo. "E as pessoas estavam dormindo, era tarde [23h11 no horário local]", recordou.Macod tem quatro dentes e jamais viveu em lugar algum que não Azro. Agora, ele e seus 150 vizinhos moram em tendas improvisadas à beira da estrada, onde estimam que passarão os próximos meses.Aldeias como essa, miseráveis e com menos de 300 habitantes pipocam pelas montanhas. Em cada uma morreram cinco, dez, quinze pessoas. Tornaram-se cidades-fantasma. A reportagem percorreu quatro delas neste domingo.Na vila de M´Bark Makhchouni, foram cinco mortos. "Morava com minha mãe, irmã e três crianças", ele explicou. "Saímos da casa em segurança, mas, dez minutos depois, ela desabou."Makhchouni trabalha com turismo. Fala árabe, francês, inglês, um pouco de espanhol e algumas palavras de português, pois costuma levar brasileiros às montanhas. Mas não sabe escrever em língua nenhuma. Makhchouni tem 60 anos e aparenta mais de 80.A R203 segue, e uma placa de trânsito triangular traz o preocupante desenho de uma montanha com rochas caindo. Escarpas de pedra espremem os carros cada vez mais, de ambos os lados. Muitos são Mercedes sobreviventes dos anos 1980 e 1990. Alguns lideram comboios com um caixão com a bandeira do reino de Marrocos em cima, e a fila de carros segue com o pisca-alerta ligado. Mais O rei de Marrocos, Mohammed 6º, solicitou que uma comissão de serviços de socorro fornecesse cuidados, alojamento e alimentação aos seus súditos. Ele também ordenou que mesquitas em todo o país realizassem cerimônias fúnebres, conhecidas como orações Janazah, em memória dos mortos.As orações são ouvidas por todos nas grandes cidades, uma vez que as mesquitas mais importantes possuem aparelhagem de som potente e com caixas acústicas viradas para fora, de forma a alcançar mesmo as pessoas que ficaram em suas casas.Um comboio de dez caminhões do Exército marroquino, com cerca de 30 soldados cada um, impressiona e interrompe o tráfego. Um helicóptero pousa levantando poeira vermelha ao lado da estrada e um militar desce. O aparelho levanta voo.Em Asni, representantes de 15 vilarejos da região se amontoam em volta de autoridades para deixarem seus nomes em um caderno de brochura. Eles receberão comida às 18h, dizem, e cada um deles levará a sua parte para a comunidade. Mas há centenas de pessoas em volta. Os oficiais não sabem o que fazer.Hmaid não diz o sobrenome, mas conta que cerca de 200 pessoas morreram nessas aldeias. Em instantes, dezenas de pessoas circundam a reportagem, pois acreditam que o bloco de anotações do jornal pode ser outro caderno onde devem se inscrever.Ali há pelo menos uma centena de barracas azuis montadas pelas equipes de socorro. A maioria dos homens usa a djellaba, tradicional veste marroquina. São largas, compridas e com mangas grandes, amarelas, brancas, azuis, bege. Os jovens não; esses vestem camisetas de times de futebol.Em Moulay Brahim, o trabalho de resgate começou na véspera. Ali, famílias estão em um campo de futebol, onde um acampamento foi improvisado. Os bombeiros estão liderando os esforços de resgate no local, mas alguns edifícios são perigosos demais para as equipes entrarem.Há jornalistas de várias nacionalidades na cidadezinha, mas poucos arriscam dizer o número de mortos. Para um morador ouvido pela reportagem, eles são 31. A cifra oficial, no entanto, era de 2.862 óbitos na tarde desta segunda (11) —também ela possivelmente subnotificada devido a fatores como a dificuldade de comunicação nas áreas mais remotas.
2023-09-10 19:21:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/um-dia-apos-terremoto-historico-cidades-fantasma-no-marrocos-ainda-contam-seus-mortos.shtml
The Town: Alexandre Frota celebra participação em A Praça é Nossa, mas nega retorno ao programa
Pouco antes de entrar no camarote VIP do The Town neste domingo (10), Alexandre Frota comentou sua participação em A Praça é Nossa (SBT), mas negou que esteja retornando ao programa. "Foi muito bacana ter retornado quase oito anos depois", disse. "Mas não vou voltar fixo."O ex-deputado federal explicou que gravou uma participação a convite do humorista Carlos Alberto de Nóbrega. "Ele matou a saudade, ficou com os olhos cheios d’água, se emocionou", falou.Frota relembrou ainda a homenagem que prestou ao amigo apresentador na Câmara dos Deputados. "Ele foi homenageado em vida, dentro da Câmara, e recebeu o carinho de todo mundo que estava lá", contou. Mais "Eu tenho uma história muito bacana com ele. A gente se conhece há muitos anos, a gente se ama bastante", complementou.Frota veio ao festival acompanhado da esposa, Fabi. Os dois estavam ansiosos pelo show de Bruno Mars, já que, na semana passada, quem veio ver o artista foi o filho do casal. "Afinal, o Bruno é ‘Demars’", brinca Frota.
2023-09-10 19:01:00
celebridades
Celebridades
https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/2023/09/the-town-alexandre-frota-celebra-participacao-em-a-praca-e-nossa-mas-nega-retorno-ao-programa.shtml
Polícia prende suspeito de atacar PMs em Santos, no litoral de SP
Um jovem de 18 anos foi preso na noite de sábado (9) por suspeita de ter atirado contra uma viatura da Polícia Militar um dia antes em Santos, no litoral paulista. O ataque deixou uma pessoa morta e quatro feridos, entre eles um soldado do 2º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia).Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), no momento da prisão, o suspeito estava ferido e foi levado por uma ambulância à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Noroeste. Depois, ele foi levado à Santa Casa de Santos, onde teria passado por uma cirurgia.No hospital, "o homem foi reconhecido pelos PMs e ficou internado sob escolta policial", informou a SSP. O soldado atingido pelos disparos, ferido no ombro, ficou internado e estava em observação até a noite de sábado.O ataque ocorreu por volta das 18h30 no bairro Castelo, em Santos. A secretaria disse que um homem numa bicicleta atirou em direção ao carro do 2º Baep. Outras quatro pessoas que estavam na rua foram atingidas e foram socorridas, mas uma mulher de 22 anos não resistiu aos ferimentos.O ataque à vitura do Baep ocorreu poucas horas antes de um sargento aposentado da PM paulista ser morto a tiros na tarde desta sexta-feira (8), após ser atacado por criminosos enquanto varria a rua em frente de casa, em São Vicente, cidade vizinha a Santos.Imagens de câmeras de segurança mostram a aproximação de duas motos, ocupadas por quatro suspeitos. Quando o primeiro veículo se aproxima do sargento Gerson Antunes Lima, 55, o garupa salta com a arma em punho e atira sem dar chances para Lima. Com a vítima na calçada, o criminoso realiza mais disparos.Os dois ataques ocorreram quatro dias após o fim da Operação Escudo, que deixou 28 mortos na Baixada Santista. Lima é o oitavo policial militar morto na Baixada Santista desde janeiro deste ano, o sétimo inativo.Segundo a SSP, outros 12 policiais já foram feridos na região neste ano: oito deles em serviço, três em folga e um inativo. A Escudo foi desencadeada após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, 30, da Rota. Três suspeitos foram indiciados pelo homicídio do soldado.
2023-09-10 17:47:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/policia-prende-suspeito-de-atacar-pms-em-santos-no-litoral-de-sp.shtml
Corinthians busca virada e conquista o quinto Brasileiro feminino com Arthur Elias
O Corinthians aumentou ainda mais a sua hegemonia no Campeonato Brasileiro feminino. Neste domingo (10), o time alvinegro venceu a Ferroviária, de virada, por 2 a 1, e conquistou o torneio nacional pela quinta vez em sua história, todas sob o comando de Arthur Elias.Recém-anunciado como novo técnico da seleção brasileira feminina, o treinador fez a sua última partida à frente da equipe corintiana na Neo Química Arena."Quando a gente marca uma trajetória, uma história de um clube como o Corinthians, e também marca as pessoas em volta, isso nunca acaba", disse o treinador. "Foi o último, mas não foi o fim. Falei isso e senti isso delas também. Vou sempre levar comigo cada pessoa que está ao meu redor. É uma despedida linda, que me emocionou."Antes de se dedicar exclusivamente ao novo cargo, Elias ainda vai dirigir o time na Copa Libertadores, em outubro, na Colômbia, onde a formação preta e branca vai buscar o tetracampeonato.Elias foi o escolhido para o lugar da sueca Pia Sundhage justamente pelo histórico vencedor com a equipe do Parque São Jorge, a mais vitoriosa do futebol feminino brasileiro.O Corinthians ostenta, agora, os títulos do Brasileiro de 2018, 2020, 2021, 2022 e 2023. Somente a própria Ferroviária, de 2018 para cá, conseguiu desbancar as corintianas, na edição de 2019, em final decidida nos pênaltis. O time de Araraquara é o segundo maior vencedor da competição, com dois troféus, em 2014 e 2019. Até a decisão deste domingo, o clube havia vencido todas as finais que havia chegado.Por outro lado, o Corinthians também defendia uma invencibilidade. A equipe feminina nunca perdeu uma partida jogando em Itaquera. Agora, são 11 vitórias em 11 jogos."Mais uma vez vivendo um dos dias mais incríveis da minha vida, da carreira", disse Tamires, capitã do time alvinegro. Mais O Corinthians chegou à final com a melhor campanha geral do nacional, mandando seus jogos no Parque São Jorge. Nas quartas de final, as alvinegras tiraram o Cruzeiro e, na semifinal, eliminaram o Santos.No primeiro confronto da decisão, houve um empate por 0 a 0 em Araraquara. Já durante boa parte do primeiro tempo do segundo duelo, o time alvinegro viveu uma situação que não é comum à equipe em duelos na arena corintiana, atuando com o placar adverso.Aos 9 minutos, Mylena Carioca fez inaugurou o marcador, de cabeça.Embora tenha ficado mais com a bola, sobretudo no campo de ataque, a postura do Corinthians deixava o Arthur Elias incomodado. Aos 34 minutos, ele resolveu tirar uma jogadora do meio de campo para reforçar o ataque. Sacou Jaque Ribeiro e lançou Gabi Portilho.Foi com uma bola parada, no entanto, que as donas da casa conseguiram chegar ao empate nos minutos finais da etapa inicial. Depois de uma sequência de boas defesas da goleira Luciana, Jheniffer marcou de cabeça, aos 41, após cobrança de escanteio.Depois do intervalo, porém, aos 12 minutos, Tamires recebeu a bola de Millene e marcou o segundo gol do Corinthians.Empurrado pela torcida, o time alvinegro criou uma série de chances de ampliar o marcador, mas só não conseguiu uma vitória por um placar ainda mais elástico porque a goleira Luciana fez ótimas defesas.No final, porém, apenas as donas da casa festejaram diante de um público de 42.326 pagantes e um total de 42.556 pessoas, novo recorde em jogos do futebol feminino de clubes sul-americano.Considerando jogos de clubes e seleções, a maior marca é a semifinal entre Brasil e Suécia nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, quando 70.454 pessoas estiveram no Maracanã."Não é algo fácil de fazer no futebol", disse Arthur Elias. "Dá para contar quantas equipes foram tão vitoriosas quanto esse time. Tem um impacto, mas outros clubes também, a imprensa, entidades, todos precisam trabalhar juntos. É um país que ama futebol, as mulheres também amam. Com o devido espaço, respeito e investimento estamos chegando lá e a gente espera que aumente", acrescentou.
2023-09-10 18:02:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/corinthians-busca-virada-e-conquista-o-quinto-brasileiro-feminino-com-arthur-elias.shtml
Luis Rubiales anuncia renúncia à presidência da federação após beijo forçado
O presidente afastado da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, renunciou neste domingo (10) ao seu cargo na entidade. Ele é investigado pelo Ministério Público da Espanha devido ao beijo forçado na jogadora Jenni Hermoso durante a cerimônia de premiação da última Copa do Mundo feminina.Em entrevista ao jornalista inglês Piers Morgan, o cartola disse que o escândalo tem afetado sua família e por isso tomou a decisão."Vou demitir-me. Não consigo continuar o meu trabalho", afirmou. "Eu falei com meu pai e com as minhas filhas, não é uma questão em relação a mim. Os meus amigos dizem-me 'tens de te focar na tua dignidade, continuar a tua vida, porque provavelmente vais prejudicar pessoas que amas'", ele comentou."Tive de pensar muito nessas três semanas. Não é uma questão que afeta somente a mim, pode afetar outras pessoas. Por isso esta é a decisão mais inteligente a tomar", acrescentou.Após a entrevista, segundo a imprensa espanhola, o cartola divulgou um comunicado em que afirma ser vítima de uma "perseguição excessiva, com muitas falsidades."Na sexta-feira (8), o MP espanhol apresentou uma denúncia contra Rubiales por possíveis crimes de agressão sexual."A promotora solicita a tomada de depoimento de Luis Rubiales, na condição de investigado, e de Jenni Hermoso, como vítima", informou o órgão.Agora, um tribunal da Audiência Nacional, instância competente para jugar atos que acontecem no exterior, deve decidir se admite a denúncia e abre um processo ou se arquiva a queixa.Desde uma recente reforma do Código Penal espanhol, um beijo não consensual pode ser considerado uma agressão sexual, uma categoria penal que reúne todos os tipos de violência sexual.Rubiales provocou indignação na Espanha e na comunidade internacional pelo beijo que deu na boca da jogadora da seleção, sem consentimento, durante a cerimônia de entrega de medalhas da Copa do Mundo feminina, em 20 de agosto, pouco depois da vitória da Espanha sobre a Inglaterra, em Sydney, na Austrália.Na quarta-feira (6), Hermoso abriu um processo contra Luis Rubiales. A queixa apresentada era fundamental para que o processo judicial pudesse avançar. A promotoria da Audiência Nacional (ANE) já tinha iniciado uma investigação preliminar contra o dirigente por "suposto crime de assédio sexual"."Jenni Hermoso afirmou no seu depoimento que tanto ela como as pessoas mais próximas sofriam pressões constantes e repetidas de Luis Rubiales e do seu ambiente profissional para justificar e aprovar os fatos", indica o comunicado, acrescentando que "este assédio pode constituir um crime de coerção".O escândalo desencadeado por Rubiales agita o futebol espanhol há semanas. O dirigente inicialmente se recusou a demitir-se da entidade e atacou o que chamou de "falso feminismo". Depois do episódio, ele foi suspenso do cargo por 90 dias pela Fifa.Hoje transmiti às 21h30 ao Presidente em exercício, Sr. Pedro Rocha, a minha renúncia ao cargo de Presidente da RFEF. Também informei que fiz o mesmo com a minha posição na Uefa para que a minha posição na Vice-Presidência possa ser substituída.Após a rápida suspensão levada a cabo pela Fifa, mais um processo contra mim, é evidente que não poderei retornar à minha posição. Insistir em esperar e aguentar não vai contribuir para nada de positivo, nem para a Federação nem para o futebol espanhol. Entre outras coisas, porque existem poderes de fato que impedirão a minha volta.Há a gestão da minha equipe e, acima de tudo, a felicidade que tenho o enorme privilégio destes mais de 5 anos à frente da RFEF. Não quero que o futebol espanhol seja prejudicado por aoda esta campanha tão desproporcional e, acima de tudo, levo isto na decisão depois de ter me assegurado de que minha saída contribuirá para a estabilidade que permitirá à Europa e à África continuar unidos no sonho de 2030, que permitirá ao nosso país trazer o maior evento do mundo.Devo olhar para frente, olhar para o futuro. Agora há algo que me preocupa firmemente. Tenho fé na verdade e farei tudo esteja em meu poder para prevalecer. Minhas filhas, minha família e o pessoas que me amam sofreram os efeitos da perseguição excessiva, assim como muitas falsidades, mas também é verdade que na rua, cada dia mais, a verdade prevalece. Daqui transmito a todos os trabalhadores, membros da assembleia, federações e pessoal do futebol em geral, um grande abraço, desejando-lhe boa sorte. Obrigado a todos que me apoiaram nesses momentos.
2023-09-10 17:33:00
esporte
Esporte
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2023/09/rubiales-diz-que-vai-renunciar-a-presidencia-da-federacao-espanhola-apos-beijo-forcado.shtml
Corretoras independentes apostam em cartões e investimentos no exterior e miram IPO
Nos últimos anos, o mercado de corretoras de investimentos passou por uma intensa fase de consolidação, com os grandes bancos e plataformas liderando as aquisições de operações de menor porte.O Itaú comprou a Ideal e a Avenue e chegou a fechar um acordo para comprar também a XP, desfeito após um posicionamento contrário do BC (Banco Central).A própria XP já havia feito um movimento parecido anos atrás, quando levou as operações da Rico e da Clear, enquanto o Santander comprou a Toro. O BTG Pactual, por sua vez, adquiriu nos últimos anos as corretoras Necton, Fator e Elite.Há ainda casos de grandes grupos estrangeiros que aportaram recursos em negócios locais, caso da chinesa Fosun, que adquiriu a Guide, e do GIC, o fundo soberano de Singapura, que investiu na Warren.Em um ambiente de mercado cada vez mais concentrado, as corretoras que permanecem em voo solo sem vínculos com grandes instituições financeiras têm buscado caminhos alternativos para se manterem competitivas no mercado.Com 1,2 milhão de clientes e R$ 170 bilhões em ativos sob custódia, a Genial Investimentos é hoje uma das maiores corretoras do mercado local que não foram compradas por um grande banco ou receberam aportes de fundos estrangeiros.CEO da Genial, Rodolfo Riechert afirma que a empresa tem buscado ampliar o portfólio de produtos e serviços para que os clientes encontrem na plataforma uma oferta completa que supra todas as suas demandas.Além das operações mais tradicionais de corretagem, a Genial também atua nas frentes de gestão de recursos, banco de investimento, comercialização de energia e infraestrutura tecnológica para fintechs, e, mais recentemente, passou a atuar também com meios de pagamento.Hoje os clientes da corretora já podem fazer transferências via Pix e TED e realizar pagamentos com boletos, e a Genial prepara o lançamento, até meados de setembro, de uma área de cartões. Serão plásticos com funções de crédito e débito para uso no mercado brasileiro e uma opção de débito para compras no exterior.Segundo Riechert, quanto maior o volume de recursos que o cliente tiver investido na corretora, maior será o limite aprovado para compras no cartão. "A ideia com o lançamento é fazer com que aqueles que já são clientes aumentem os recursos que têm investidos conosco", diz o executivo, acrescentando que os próximos passos incluem o início da oferta de criptomoedas e de investimento no exterior.Com garotos-propaganda como o ex-tenista Gustavo Kuerten, o Guga, e o ex-jogador de futebol Diego Ribas, o CEO afirma que a Genial se prepara para uma eventual abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa em 2024.Riechert diz que a abertura de capital vai depender de condições favoráveis de mercado para se concretizar e tem como objetivo permitir uma ampliação das operações e da base de clientes."Alcançamos um tamanho que, com as próprias pernas, talvez não conseguimos avançar mais, e ainda tem muita oportunidade no mercado," afirma o executivo.Já uma das mais tradicionais corretoras do mercado, com o início das operações em 1983, a Nova Futura é uma das poucas que permanecem sob controle familiar. Fundada há 40 anos por Joaquim da Silva Ferreira, hoje a Nova Futura tem como co-CEOs João Ferreira Neto e André Ferreira, filhos do fundador."Acreditamos que tem espaço para crescer no mercado na insatisfação do cliente que não está com você", diz Ferreira Neto.No início de julho, a Nova Futura anunciou a criação da área de private banking, que vai atuar no assessoramento a clientes de alto patrimônio, com recursos entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões, em média.O co-CEO afirma que a ideia por trás da estruturação do private é atender aquele público que não tem um patrimônio tão elevado como os que são atendidos pelas áreas destinadas às grandes fortunas dos bancos."Tem um nicho de mercado que não é o ‘varejão’, mas também não é o ‘ultra high’", afirma o co-CEO. "Por que não focar o cliente de R$ 1 milhão? É um cliente que está perdido."Em uma iniciativa paralela que também mira o investidor de maior patrimônio, a Nova Futura acaba de fechar uma parceria com o banco suíço Vontobel, por meio da qual os clientes vão poder abrir uma conta internacional de modo digital e fazer investimentos no exterior com valores a partir de US$ 5.000.Ao longo das próximas semanas estão programadas ações de publicidade em aeroportos com grande circulação de passageiros para divulgar o início do serviço.Da base de aproximadamente 150 mil clientes, que somam cerca de R$ 7 bilhões em ativos sob custódia, Ferreira Neto estima que 10% devem fazer algum investimento no exterior até meados de 2024. "É saudável ter um mínimo de alocação de investimento no mercado internacional para diversificar o patrimônio."Ferreira Neto acrescenta que, para conseguir se manter no mercado, é preciso ter uma oferta completa de produtos e serviços, mas com alguns diferenciais em relação à concorrência para conseguir atrair a atenção dos clientes."A corretora tem que ter um pouco de tudo, porém, nichada em alguns pontos", afirma. Ele diz que a operação de compra e venda de contratos de commodities, que remete às origens da corretora nos anos 1980, segue até hoje como uma das principais frentes da Nova Futura, representando cerca de 20% da receita da casa, que totalizou aproximadamente R$ 130 milhões em 2022. Para este ano, a expectativa é aumentar a receita em cerca de 10%.O executivo diz que já recebeu algumas sondagens de compra por parte de concorrentes e que segue aberto para conversas, mas que é preciso um alinhamento de longo prazo para fechar negócio. "A gente escuta as propostas que chegam. É bom ser assediado", afirma Ferreira Neto.
2023-09-10 16:37:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/corretoras-independentes-apostam-em-cartoes-e-investimentos-no-exterior-e-miram-ipo.shtml
Lula diz a Macron que novas exigências ambientais de acordo UE-Mercosul são 'ofensivas'
Em conversa com o presidente francês, Emmanuel Macron, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou serem "ofensivas" e "inadmissíveis" as novas exigências ambientais dos europeus para fechar o acordo entre União Europeia e Mercosul.Em março deste ano, o blocou apresentou um termo adicional (side letter, em inglês) com novas demandas ambientais que vão além do determinado pelo Acordo de Paris e passam a incluir sanções pelo suposto não cumprimento de metas.Lula já havia criticado as exigências em público e em conversa com o mandatário francês em junho, caracterizando as medidas como "ameaças".O brasileiro voltou à carga em encontro bilateral com Macron às margens da cúpula do G20, em Déli. E disse ao francês que, neste momento, trata-se de uma decisão política da UE voltar ao texto original. Na visão do governo brasileiro, as exigências foram pensadas para o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que acumulava retrocessos na política ambiental, e não seriam justas no contexto do governo Lula.Segundo relato de autoridades presentes na conversa, Macron teria dito entender a queixa brasileira, mas apontou que se trata de uma decisão no âmbito da Comissão Europeia.Negociadores admitem que, mesmo que os europeus recuassem das novas demandas ambientais, ainda haveria obstáculos para fechar o acordo. O Brasil quer modificações no capítulo de compras governamentais acordado pelo então ministro Paulo Guedes. O governo Lula quer preservar proteções para alguns setores para poder fazer política industrial.Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.Carregando...Lula também criticou as novas exigências em encontros com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, e com o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, também neste domingo (10). Ele mencionou a contraproposta ao documento adicional dos europeus, enviada pelo governo brasileiro dias atrás.Outro assunto abordado pelos dois líderes foi a OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica). Macron teria demonstrado mais uma vez o interesse em tornar a França um membro da OTCA, uma vez que a Guiana Francesa está no território amazônico.O gabinete do presidente francês divulgou que Lula teria "acolhido de forma positiva" a candidatura da França, mas fontes do governo brasileiro negaram que Lula tenha aceitado ou feito gestos positivos em relação à ambição francesa de se tornar membro pleno da organização. Mais Macron afirmou no fim de agosto que gostaria que a França fosse aceita na organização, cujos membros atuais são Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. "Declaro solenemente que a França é candidata a entrar no tratado amazônico e desempenhar papel pleno na organização, com representação associada ao nosso território ultramarino, a Guiana Francesa."Mas o governo brasileiro entende que a OTCA não está aberta a entrada de novos membros e que a organização deve manter o foco em países em desenvolvimento, com "uma ampla visão do processo de Cooperação Sul-Sul".Também no domingo, Lula e o príncipe regente saudita, Mohammad bin Salman, reuniram-se durante cerca de 20 minutos, no hotel Taj Palace. MbS, como é conhecido, não levou presentes, informou o governo brasileiro. O ex-presidente Jair Bolsonaro está sob investigação por ter recebido presentes dos sauditas e não ter encaminhado para o arquivo público.Foi a primeira reunião bilateral entre Lula e MbS, e o monarca saudita manifestou, diversas vezes, interesse de investir no Brasil no setor de óleo, gás, mineração e, também, em combustíveis verdes.Os sauditas foram os principais opositores da inclusão, no comunicado do G20, de objetivos específicos para cronograma de eliminação do uso de combustíveis fósseis e de uma data para o pico de emissões.Mas o reino do Golfo tem investido também em combustíveis como hidrogênio verde, para, segundo ambientalistas, tentar fazer um "greenwashing" –melhorar a reputação do país no setor ambiental. Mais Lula ia se reunir com MbS em junho na França, durante a cúpula de financiamento ao desenvolvimento organizada pelo presidente francês Emmanuel Macron, mas não foi possível. E, no sábado (9), o saudita desmarcou sua bilateral com Lula após seu encontro com o americano Joe Biden se estender.Lula teria mencionado o lançamento recente do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e convidou empresários sauditas a irem ao Brasil. O brasileiro também agradeceu a entrada da Arábia Saudita nos Brics, oficializada durante a cúpula do grupo na África do Sul, em agosto.Segundo fonte do governo que acompanhou o encontro, MbS começou a reunião dizendo que Lula era uma pessoa muito conhecida, de quem ele já tinha ouvido falar várias vezes.No final do dia, Lula ainda se encontrou com e com o anfitrião da cúpula do G20, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Os dois reafirmaram seu apoio a uma reforma do Conselho de Segurança da ONU com expansão e maior representatividade dos países em desenvolvimento como membros permanentes e rotativos e apoio às candidaturas de Índia e Brasil a assentos permanentes.Modi e Lula, em comunicado conjunto, celebraram a criação da Aliança Global de Biocombustíveis, para promover a produção e o consumo de etanol.
2023-09-10 15:30:00
mercado
Mercado
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/09/lula-diz-a-macron-que-novas-exigencias-ambientais-de-acordo-ue-mercosul-sao-ofensivas.shtml
Mortes: Usou fortuna para fazer feliz quem a rodeava
Um quadro se destacava no quarto de Sylvia e Theotônio Piza de Lara. A encomenda da pintura de Nossa Senhora foi uma das formas encontradas pelo empresário de materializar o sonho em que a santa antecipava sua absolvição no processo que investigava a morte de uma jovem e, também, de agradecê-la.A outra maneira de demonstrar gratidão era frequentando as missas da igreja Imaculada Conceição, onde Sylvia e a mãe, a professora Regina Itapura de Miranda Brant de Carvalho, acompanhavam diariamente as celebrações. Foi lá que Sylvia e Theotônio se conheceram.O namoro começou depois de Regina ler o processo e concordar que o pretendente era inocente e, em 1959, foi celebrado o casamento.Quando Theotônio morreu, Sylvia partilhou a fortuna. Ela entregou uma parcela dos valores para a família do marido e aprendeu a administrar o restante, que incluía fazendas, imóveis e cavalos. "Ela acompanhava as corridas no Jockey Club, gostava de entregar o troféu", lembra o jurista José Renato Nalini.Ele recorda com carinho a forma como Sylvia se desdobrava para apoiar e acompanhar os dez sobrinhos, entre os quais sua esposa, Maria Luiza. Foi a tia quem financiou a festa de casamento e a lua de mel na Argentina. Também foi ela quem viajou para Barretos (a 423 km da capital paulista) em 1977 para ajudar o casal, sem familiares na cidade, no nascimento do primeiro filho."Ela já havia levado minha esposa para acompanhá-la em uma viagem pelas ilhas gregas e permitiu que a Maria Luiza morasse na Inglaterra durante dois anos para fazer um curso", conta Nalini. "Ela foi extremamente generosa a vida inteira. Patrocinou viagens, casamentos, ajudava os sobrinhos a construir casa, dava apartamento."Sylvia promoveu muitas festas e, pelo menos uma vez por mês, reunia os sobrinhos para um jantar. Ela dominava as rodas de conversa com o conhecimento de quem viajou o mundo inteiro, recorda Nalini. "Era muito autêntica", elogia.Sem medo de demonstrar suas opiniões, a empresária chegou a dar bronca em Paulo Egydio Martins, que governou São Paulo de 1975 a 1979, quando este foi de helicóptero a um leilão de cavalos, levantando nuvens de poeira.Todos esses episódios foram lembrados no último dia 3, quando Sylvia faleceu, aos 102 anos, e permanecerão na memória de familiares e amigos. Mais [email protected] os anúncios de mortesVeja os anúncios de missa
2023-09-10 17:20:00
cotidiano
Cotidiano
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/09/mortes-usou-fortuna-para-fazer-feliz-quem-a-rodeava.shtml
Foi a pior experiência da vida, diz professora que presenciou golpe no Chile
Em 11 de setembro de 1973, em Santiago, o governo do socialista Salvador Allende sucumbia a um golpe militar. A ditadura que se seguiu, sob o comando do general Augusto Pinochet, foi marcada por uma série de violação de direitos humanos e pela repressão a opositores políticos do regime militar.Cinquenta anos depois, o golpe ainda reverbera no Chile por meio da ressurreição da ultradireita, hoje à frente dos debates para a elaboração de uma Constituição que deve substituir a de Pinochet. Também sobrevivem os relatos de quem viveu aquele momento político, como a professora aposentada Alicia Boero, 78.Em depoimento à Folha, a uruguaia conta como sua trajetória foi atravessada pelo autoritarismo no Cone Sul. "A noite do 11 de Setembro foi a pior experiência da minha vida", diz.Eu me chamo Alicia Boero, tenho 78 anos e sou uruguaia. Nasci no interior e depois fui para Montevidéu. Tive uma vida comum de estudante, me formei e trabalhava como professora. Tive uma militância social normal, dentro da lei, e me casei com Eduardo Giorgi, que era bancário. Ele estava mais comprometido com a militância, tinha relações com o MLN [os Tupamaros]. Ele não esteve em nenhum momento na luta armada. Mas chegou um momento em que a situação estava tensa, foram atrás dele no banco. E aí ele passou à clandestinidade. Era o ano de 1972, e ele teve ir que para o Chile.Eu tinha contato com ele de alguma forma, ele me mandava notícias. Muita gente do Uruguai ia para o Chile naquele momento, era o governo de Salvador Allende. Ele se foi em outubro ou novembro [de 1972]. Como eu era professora, combinamos que quando terminasse o ano letivo eu iria vê-lo no Chile.Acabei ficando até março, na casa de uma amiga. Meu marido seguia no MLN e eu estava fora, então não podia ficar com ele. Em março, tivemos uma conversa e chegamos à conclusão de que não podiam me acusar de nada. Ele não sabia o que ia fazer da vida, porque a situação no Chile estava ficando complicada. Então eu voltei ao Uruguai. Em junho [de 1973] ele fez contato comigo. Decidimos que o casal importava mais que outras coisas e resolvemos que eu voltaria e aí veríamos o que fazer de nossas vidas.Pedi licença do trabalho. Em 27 de junho, golpe no Uruguai. Eu saí no dia seguinte para o Chile, mas quando estava a caminho de Santiago ocorreu o Tanquetazo, uma tentativa de golpe. Fiquei parada na Argentina. Creio que em 48 horas abriram as fronteiras chilenas, estava em Mendoza e peguei um avião. Cheguei em 29 de junho de 1973. Era um momento em que todo mundo já esperava que houvesse um golpe no Chile. Não se sabia em que condições, nem como, mas a situação era insustentável, alguma coisa iria ocorrer. Eu vejo a gravidade das coisas depois que passaram. Sabia que podia ser sangrento, mas nunca imaginei que tanto. Também nunca pensei o que poderia acontecer com Eduardo, que tinha entrado clandestinamente. Não saímos do Chile porque ele estava muito vinculado com a política. Não pensava em fazer nada fora do que estivesse acordado com o grupo.Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo; aberta para não assinantes.Carregando...Havia grande carestia no Chile naquela época, faltava tudo. Não vou julgar se a política de Allende foi correta, mas acho que foi totalmente democrática. Porém a situação era grave. As pessoas para comprar pão tinham de fazer fila de duas horas, para comprar carne era preciso descobrir onde estavam vendendo.Antes do golpe, eu estava vivendo com Eduardo na casa de uma chilena ligada ao MLN. Eu não estava no MLN, então cuidava das tarefas domésticas da casa. Vivia a situação, se será hoje, se será amanhã, com o rádio sempre ligado e falando com as pessoas para saber o que aconteceria. No dia do golpe, a chilena, dona da casa, foi embora. Sei que estava ligada ao governo de Allende, não sei em que grau, nunca perguntei, mas era a primeira pessoa que tinha que ir. Seus amigos a buscaram e eu não a vi mais.No dia seguinte, outra pessoa que vivia conosco disse que sua família conheceu no Uruguai um chileno que ofereceu a casa para os que não tivessem para onde ir até que a situação melhorasse. Tivemos que atravessar toda a cidade de Santiago. Não podíamos nem tomar ônibus, estavam parando todos. Foi a noite do 11 de Setembro, a pior experiência da minha vida. Nessa noite, havia metralhadoras, balas que repicavam no chão das ruas. Estávamos nós dois e as notícias eram tremendas e não sabíamos o que íamos fazer no dia seguinte. Caminhamos duas, três horas. Foi uma experiência realmente dura.O que nos recomendaram foi: não levem roupa, não levem absolutamente nada, tentem passar o mais despercebidos possível. Víamos passar os caminhões, paravam, pegavam grupos de três ou quatro, interrogavam alguns, às vezes os levavam. Víamos sair das casas muitos levando livros e fazendo fogueiras. Isso me fez lembrar o livro de Ray Bradbury sobre quando se queima um livro [Fahrenheit 451]. Quando se lê, parece terrível, mas ver acontecendo…me faltam palavras. Mais Mas quero esclarecer uma coisa: minha situação foi privilegiada. Não sou uma representante clássica para nada do que viveram as pessoas no golpe do Chile. Eu cheguei legalmente e saí legalmente. Tive uma tremenda sorte de ter gente conhecida vivendo legalmente e que foi muito aberta. A minha situação foi difícil, de estresse, mas vivi tudo de uma maneira que não tem nada a ver com as situações terríveis que viveram outros.No dia 12 chegamos à nova casa, as pessoas nos receberam muito bem. Então o dono disse: 'vou falar com uns amigos que vivem aqui perto para que nos dividamos, não fiquemos todos aqui'. Vi aí algo que nunca tinha sentido no Uruguai, as diferenças sociais de classe. Era a Comuna de San Miguel, muito atacada depois pela aviação chilena. Eram pessoas de classe média normal, muito solidárias, coisa que não se via no bairro onde estávamos antes. Decidiram que Eduardo e outra garota iriam para outra casa, nunca soube o motivo, e eu e outra garota ficaríamos na casa aonde havíamos chegado.Estava tudo bem até que dois ou três dias depois estávamos num jardim da casa e aparece um ônibus com carabineros. Pararam na casa onde estava Eduardo e entraram todos. Eu pensei o pior. Foi uma meia hora de tensão, saíram todos ao ônibus e não se sabia nada de Eduardo. O encarregado daquela operação falou com Eduardo e disse que obviamente não acreditava nos motivos pelos quais dizia estar naquela casa, mas que não ia fazer nada. Disse que ele tinha de sair dali e que se o encontrasse ali da próxima vez a situação seria diferente. Disse ainda que se apresentasse às 8h da manhã do dia seguinte num batalhão porque queria conversar com ele.Eduardo me mandou um bilhete e me disse que se sentia moralmente obrigado a se apresentar. Combinou que nos encontraríamos depois em determinado lugar e que se ele não chegasse era porque não tinha saído. No dia seguinte, eu fui ao lugar e já vi a silhueta dele parado. Contou que foi interrogado, que a pessoa insistiu em nomes do MLN. Combinamos que eu sairia do Chile para qualquer lugar e que nos colocaríamos em contato de novo quando fosse possível. Eu voltei para casa, falei com o senhor que me disse que compraria passagem para o primeiro avião. Mais Saí em 21 de setembro. Ele me levou até o aeroporto, que estava cercado, pediu para falar com algum militar e disse que eu era uma senhora que tinha se separado do marido no Uruguai e que tinha vindo ao Chile à procura de trabalho, que estava como funcionária de sua empresa e que tinha ficado assustada com a situação depois do golpe e queria voltar para o Uruguai.O militar quis me convencer de que aquilo não iria durar muito e que ficaria tudo tranquilo, mas era o que eu havia prometido a Eduardo. Fui para Buenos Aires, ao único hotel que conhecia. Tinha US$ 150. Minha situação familiar não era ruim, teria como dar um jeito. Minha mãe era argentina, eu poderia tirar a cidadania e arrumar algum trabalho. Me lembrei de um cunhado que falou de um amigo jornalista e eu tinha o número dele guardado em um papelzinho. Eu liguei e pedi que trocasse uns dólares para mim. E ele me disse: venha para cá.Eduardo saiu não sei quanto tempo depois, porque ficou tentando entrar em alguma embaixada e aí conseguiu entrar na embaixada argentina quando abriram os portões para entrar uma caminhonete. Ele mandou uma carta para o Uruguai, porque não sabia onde eu estava. E aí me avisaram.Ele foi para Santa Fé e me disse que fosse para lá. Eduardo nunca conseguiu um novo documento na embaixada uruguaia. Ficou ilegalmente na Argentina. Aí um dos companheiros que saíram da embaixada argentina com ele apareceu morto num terreno baldio. Decidimos que não poderíamos continuar lá. Ele e outras pessoas falaram com o Acnur [agência de refugiados da ONU], nos pediram para escolher dois ou três países aonde poderíamos ir e nos levaram para a Suécia.
2023-09-10 15:25:00
internacional
Internacional
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/09/foi-a-pior-experiencia-da-vida-diz-professora-que-presenciou-golpe-no-chile.shtml