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DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS |
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. |
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. |
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. |
LIVRO II |
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL |
TÍTULO I |
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO |
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. |
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. |
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. |
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. |
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: |
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; |
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. |
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. |
TÍTULO II |
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL |
CAPÍTULO I |
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL |
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: |
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; |
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; |
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. |
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. |
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: |
I - de alimentos, quando: |
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; |
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; |
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; |
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. |
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: |
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; |
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; |
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. |
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. |
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. |
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. |
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. |
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º . |
CAPÍTULO II |
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL |
Seção I |
Disposições Gerais |
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: |
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; |
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; |
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente; |
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; |
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. |